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De gerente a auxiliar de obras: quais são as vagas em megafábrica que vai gerar 20 mil empregos

Empreendimento de R$ 25 bilhões em Inocência, no Mato Grosso do Sul, deve criar 14 mil empregos durante a construção e outros seis mil na fase de operação.

Segundo informações divulgadas no site do Projeto Sucuriú e no LinkedIn, há 12 vagas abertas em diferentes áreas para atuar em Inocência:

  • Gerente Funcional Mecânica — Recuperação e Utilidades;
  • Consultor(a) de Manutenção Mecânica;
  • Operador(a) — Painel Caldeira de Força e ETAC;
  • Operador(a) — Painel de Preparo de Madeiras;
  • Operador(a) — Painel Caustificação / Forno de Caldeira;
  • Líder Florestal;
  • Assistente Administrativo;
  • Assistente Suprimentos;
  • Assistente Departamento Pessoal;
  • Analista de RH;
  • Servente de Obras;
  • Encarregado de Obras

Essas são as vagas disponíveis no momento, mas novas oportunidades devem surgir ao longo dos próximos meses. A previsão é que a unidade entre em operação até o fim de 2027. O projeto deve gerar mais de 400MW de eletricidade, dos quais 220MW serão disponibilizados ao sistema nacional.

Projeto Sucuriú
O Projeto Sucuriú marca a entrada da companhia na produção de celulose no Brasil e deve transformar a região em um dos principais polos globais do setor.

O complexo ocupa uma área de 3.500 hectares às margens do Rio Sucuriú, a cerca de 50 quilômetros do centro de Inocência. A fábrica foi projetada para ser uma referência em Indústria 4.0, com sistemas digitais de controle, simuladores de operação e integração completa entre todas as etapas produtivas.

Segundo a Arauco, em todas as fases de desenvolvimento do projeto a companhia monitora e respeita a biodiversidade local. Além de ampliar a presença chilena no setor florestal brasileiro, a nova fábrica deve impulsionar a economia do MS, com aumento de renda, geração de impostos e novos investimentos.

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Fundo Amazônia libera R$ 96,6 milhões para transformar cadeias produtivas da floresta

O projeto Florestas e Comunidades: Amazônia Viva vai receber R$ 96,6 milhões do Fundo Amazônia para fortalecer atividades produtivas sustentáveis e ampliar o acesso ao mercado de alimentos e produtos da sociobioeconomia na região. O contrato foi assinado nesta terça-feira (9), em Brasília, pelo BNDES e pela Conab, com participação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS).

A diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, destacou que o Fundo Amazônia vive uma nova fase após quatro anos parado. Segundo ela, o projeto representa um marco por unir combate ao desmatamento, geração de renda e fortalecimento dos povos tradicionais.

“Esse projeto vai nos ajudar a chegar na ponta, nas comunidades tradicionais — quilombolas, extrativistas, povos indígenas — que vão poder ofertar produtos não só para a rede pública, mas também para o mercado”, afirmou. Ela ressaltou ainda que a iniciativa permitirá estruturar uma plataforma profissional de dados sobre a sociobiodiversidade, melhorando o planejamento das políticas públicas.

O foco central do Amazônia Viva é o fomento socioprodutivo. A proposta prevê a qualificação de cadeias como açaí, castanha-do-brasil, babaçu, mel, borracha extrativa, frutas diversas, farinha de mandioca e pescados artesanais, incluindo espécies como tambaqui, pirarucu, jaraqui e pescada-amarela.

Por meio de uma chamada pública, o projeto vai selecionar pelo menos 32 iniciativas de organizações indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares. Serão disponibilizados R$ 80 milhões em recursos não reembolsáveis, com valores de até R$ 2,5 milhões por proposta. Os investimentos poderão ser aplicados em logística, adequação sanitária, beneficiamento, armazenagem, energia renovável e outras melhorias necessárias para a inclusão no mercado formal.

Outros R$ 16,6 milhões serão destinados a ações estruturantes para fortalecer políticas públicas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o SocioBio Mais. Os recursos também vão apoiar a criação de sistemas de informação e gestão de dados sobre cadeias da sociobiodiversidade e aprimorar as capacidades técnicas das superintendências regionais da Conab.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que a parceria com a Conab busca corrigir gargalos históricos que limitam a competitividade da agricultura familiar na Amazônia. “Esse projeto reforça a estratégia do Fundo Amazônia desde sua retomada, em 2023, que visa ampliar escala e fortalecer políticas públicas com a participação direta de quem realmente sustenta a bioeconomia da floresta na ponta”, disse.

A iniciativa também prevê a ampliação da infraestrutura da Conab na Amazônia Legal. As nove superintendências regionais receberão veículos e equipamentos de TI, enquanto a sede em Brasília terá reforço na rede para garantir a operacionalização dos sistemas que atendem programas como o PAA e o Sociobio Mais.

Com mais de R$ 5 bilhões aprovados em sua história e mais de 140 projetos apoiados, o Fundo Amazônia atua na prevenção e no combate ao desmatamento, no monitoramento ambiental e na promoção da produção sustentável. Suas ações já beneficiaram mais de 600 organizações comunitárias e cerca de 200 mil pessoas, além de apoiar projetos em 160 terras indígenas e os Corpos de Bombeiros dos nove estados da Amazônia Legal no combate a incêndios florestais.

Informações: Canal Rural

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Plano ABC+RS chega à metade do ciclo e totaliza 1,52 milhão de hectares com adoção de tecnologias

Encontro para avaliar o andamento da iniciativa, prevista para durar 10 anos, ocorreu na terça-feira (9/12).

O Plano Estadual de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC+RS) promoveu, nesta terça-feira (9/12), um workshop no auditório da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) para apresentar o balanço parcial da iniciativa. Em 2025, o plano atinge a metade de seu ciclo, que vai de 2020 a 2030.

No Rio Grande do Sul, a adoção das tecnologias previstas pelo Plano ABC+ totalizou 1,52 milhão de hectares entre 2020 e 2025. As maiores expansões ocorreram no Sistema Plantio Direto de Grãos (SPDG), com 691 mil hectares — 15% acima da meta de 600 mil hectares —, na Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), com 454 mil hectares, e nas Práticas de Recuperação de Pastagens Degradadas (PRPD), que somaram 260 mil hectares.

Integração e compartilhamento de ações

O encontro teve como objetivo reunir as entidades participantes para apresentar as ações realizadas ao longo de 2025 nas áreas de pesquisa, extensão rural e transferência de tecnologia, fortalecendo o cumprimento das metas do Plano e incentivando a adoção das práticas pelos produtores.

“Observamos um engajamento e comprometimento significativos por parte das entidades na promoção de ações que beneficiem o produtor gaúcho, buscando maior eficiência e resiliência”, avaliou o engenheiro florestal da Seapi e coordenador do Plano ABC+RS, Jackson Brilhante.

Segundo Brilhante, parte das metas já foi alcançada, enquanto outras ainda demandam maior atenção e apoio por meio de programas específicos do Estado. “Nossa reunião visa integrar os participantes, facilitando o compartilhamento de dados e a troca de experiências. Acreditamos que essa interação fortalece as diversas iniciativas já em andamento”, ressaltou.

Integrada ao Plano ABC+, uma das equipes de pesquisa é a do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Maria. Representando o grupo no workshop, o professor Jorge Farias destaca que a frente de trabalho desenvolve um projeto que abrange duas linhas principais: a avaliação das emissões de gases de efeito estufa no setor primário — com foco na agricultura, pecuária e florestas — e o desenvolvimento de estratégias para mitigar e remover carbono da atmosfera.

“O projeto contempla oito eixos que investigam as principais culturas agrícolas do Estado: soja, arroz, erva-mate, nogueira-pecã e videiras, além da agricultura comercial e da produção de pinus e eucalipto. Uma novidade são os sistemas silvipastoris, que integram pastagens e florestas”, explicou.

Farias acrescenta que o objetivo dessas estratégias é reduzir o impacto do aquecimento global e remover carbono da atmosfera, ao mesmo tempo em que se busca aprimorar a produção agrícola, pecuária e florestal, com menor emissão de gases.

Milhares de agricultores atendidos

O engenheiro agrônomo Elder Dal Prá, coordenador do projeto de agricultura de baixo carbono na Emater/RS, explica que o trabalho de extensão busca fomentar o uso de práticas agrícolas sustentáveis e reduzir as emissões de carbono.

“Em relação aos atendimentos vinculados ao programa ABC, já alcançamos cerca de 12 mil famílias, com assistência técnica específica prestada a mais de 4,5 mil delas. Considerando outras ações relacionadas ao programa, o número de agricultores beneficiados chega a aproximadamente 40 a 50 mil, incluindo aqueles que recebem apoio no preparo do solo, no desenvolvimento de sistemas de produção adequados ou na adoção de outras tecnologias”, pontuou.

O Estado também avançou no manejo ambiental. Foram tratados aproximadamente 880 mil m³ de resíduos da produção animal, que, sem manejo adequado, gerariam metano — gás com potencial de aquecimento global 28 vezes superior ao do CO₂. Com o uso de biodigestores, esses resíduos são convertidos em biogás e biometano, ampliando os ganhos ambientais e energéticos.

Resultados nacionais

No cenário nacional, os dados também indicam expansão na adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono. Desde o início do ciclo, houve a incorporação de 37,71 milhões de hectares com práticas sustentáveis, o tratamento de 8,19 milhões de m³ de resíduos da produção animal e o abate de mais de 15 milhões de animais em sistemas de Terminação Intensiva (com menos de 36 meses).

O representante da Superintendência Federal do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no RS, Irineu Leal, destacou a dinâmica do Plano. “Nosso papel é incentivar e motivar a execução, mas quem realiza toda a implementação do plano é o Estado”, afirmou.

Entre as tecnologias de maior impacto no país estão as PRPD, que somam 16,94 milhões de hectares, o SPDG, com 8,21 milhões de hectares, e os bioinsumos, já utilizados em 7,66 milhões de hectares.

Ao todo, as ações resultaram na mitigação de 198,58 milhões de toneladas de CO₂ equivalente.

Informações: Elstor Hanzen

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Suzano estima investimento menor em 2026, a R$ 10,9 bilhões

A Suzano anunciou nesta terça-feira (9) projeção de investimento de R$ 10,9 bilhões no próximo ano, mantendo expectativa de desembolsos de R$ 13,3 bilhões em 2025, segundo fato relevante.

A maior parte da cifra prevista para o próximo ano, R$ 7,3 bilhões, será desembolsada em manutenção de instalações. A companhia estima investimento de R$ 2,6 bilhões em terras e florestas e R$ 800 milhões em projetos de expansão e modernização.

A Suzano, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, afirmou que o investimento em manutenção será menor no ano que vem por causa “principalmente, de menor gasto com manutenção florestal, por sua vez em função das reduções da necessidade de plantio físico (silvicultura) e de volumes de compra de madeira em pé”.

Segundo a empresa, essa menor necessidade de recursos para manutenção de operações florestais decorre como resultado da permuta de madeira em pé anunciada em agosto com a Eldorado Brasil.

No acordo de agosto, envolvendo 18 milhões de metros cúbicos de madeira em pé, localizados no Mato Grosso do Sul, a Eldorado aceitou ceder o volume acordado para ser colhido pela Suzano nos anos de 2025 a 2027 e a Eldorado colherá volume equivalente da Suzano nos anos de 2028 a 2031 (CNN Brasil, 9/12/25).

Informações: Brasil Agro

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Embrapa divulga estudo sobre o papel fundamental dos produtores rurais na preservação ambiental

As áreas dedicadas às atividades agropecuárias (lavouras, pastagens e florestas plantadas) ocupam 31,3% do território. Os números reforçam que, para cada hectare dedicado à agropecuária, há 0,9 hectares de protegido dentro das porteiras e 2,1 hectares de vegetação nativa total.

A Embrapa Territorial lançou, durante a COP30, no pavilhão AgroBrasil da AgriZone, o estudo “Atribuição, uso e ocupação do solo no Brasil”, por meio do qual revela que os produtores rurais brasileiros preservam, dentro das propriedades, 29% das matas nativas do Brasil e que cerca de 65,6% do país ainda mantém vegetação nativa preservada. As áreas dedicadas às atividades agropecuárias (lavouras, pastagens e florestas plantadas) ocupam 31,3% do território. Os números reforçam que, para cada hectare dedicado à agropecuária, há 0,9 hectares de protegido dentro das porteiras e 2,1 hectares de vegetação nativa total.

Oportuno salientar que a Embrapa Territorial desenvolve atividades fundamentais na Amazônia brasileira por meio de ações de inteligência, gestão e monitoramento territorial, visando a sustentabilidade e a competitividade da agricultura na região. Sua atuação envolve diversas parcerias e projetos de pesquisa, por meio do cruzamento de dados de sensoriamento remoto, como os do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e do Cadastro Ambiental Rural (CAR), para produzir informações detalhadas sobre o uso e a ocupação das terras, desmatamento e focos de calor (queimadas) no bioma.

O ensaio técnico divulgado é suficientemente claro sobre o protagonismo do produtor rural na preservação ambiental e a relevância global do modelo produtivo brasileiro. Desmistificando narrativas alarmantes de ONGs e certos setores da pesquisa retrógrados e comprometidos com interesses internacionais contrários ao desenvolvimento brasileiro, sobretudo no que tange às alarmantes previsões de “muito em breve”, ao “point of no return” da desertificação da região, afirma que, hoje, “44% das áreas preservadas no país estão sob a responsabilidade de produtores rurais”.

Na Amazônia, a cada hectare produzido, dois são preservados, o que reflete que o Brasil é uma referência mundial em produção aliada à conservação”, destacou. Por seu turno, a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Lucíola Alves, destacou “dados sobre a atribuição, ocupação e uso das terras no Brasil e evidenciou o papel fundamental do produtor rural na preservação ambiental”, enquanto o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Alfredo Homma, apresentou os desafios as oportunidades para uma agricultura mais sustentável na região Amazônica.

Em referência à Amazônia, o maior bioma brasileiro, o estudo destaca que produtores rurais destinam 27,4% da área total de seus imóveis à preservação ambiental, garantindo que 83,7% de seu território mantenha cobertura de vegetação nativa. O Cadastro Ambiental Rural (CAR) em vigor exige 80%. As atividades agropecuárias ocupam apenas 14,1% da área, sendo que 12,1% são de pastagens e 2% de lavouras. Para desapontamento de ecoxiitas, que invadem a região em nome de interesses internacionais escusos, “a proporção revela um cenário de equilíbrio em que, para cada hectare utilizado em produção agropecuária, há quase dois hectares dedicados à preservação ambiental dentro dos imóveis rurais e seis hectares de vegetação nativa em todo o bioma”. Ou seja, um terço de toda a vegetação nativa amazônica é preservada dentro das propriedades rurais.

Quanto ao Cerrado, contíguo, um prolongamento da região amazônica, de acordo com o estudo da Embrapa Territorial “os produtores rurais destinam 34,7% da área dos imóveis à preservação ambiental e contribuem para que 52,2% do bioma permaneça coberto por vegetação nativa”. O documento revela ainda que “as atividades agropecuárias ocupam 45,9% do conjunto desse ecossistema, com destaque para pastagens (30%), lavouras (14,2%) e silvicultura (1,7%). Na prática, isso significa que, para cada hectare produtivo, há 0,8 hectare protegido dentro das propriedades e 1,1 hectare de vegetação nativa total. Definitivamente, há muito espaço para produzir com sustentabilidade, sem destruição de florestas.

Há reservas, Florestas Nacionais (Flonas) – por manejo e concessões -, glebas não destinadas ainda virgens, cerca de 15 milhões de hectares de terras degradadas que podem ser exploradas por manejo florestal ou mineral sustentáveis ou por Sistemas Agroflorestais(SAFs) na produção de alimentos. Uma questão de desenvolvimento e emprego de tecnologias adequadas às idiossincrasias edafoclimáticas, ambientais e ajustadas às vocações econômicas das macrorregiões homogêneas, determinadas pelo Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), no que o governo brasileiro vem falhando sistematicamente. Como malogra, ao lado de setores da pesquisa e da própria sociedade sobre a conscientização de uma verdade inexorável: quem efetivamente preserva, conserva, protege – não destrói – o meio ambiente é o desenvolvimento econômico e social.

Informações: Portal Amazônia

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Atuação feminina na Embrapa e no setor florestal é tema de novo livro

O olhar sensível e transformador de autoras com ampla experiência na área florestal tornou Memórias do 1º Painel de Mulheres Florestais um marco bibliográfico na Embrapa Florestas (Colombo, PR). Lançado nesta quinta-feira (4), o livro divulga as questões tratadas no primeiro encontro produzido pelo centro de pesquisa dedicado a essa temática e torna público como o Grupo de Mulheres Maria Izabel Radomski surgiu e se estruturou de forma pioneira.

“É uma obra que vai além do registro do conteúdo de um primeiro evento sobre o tema, pois, ao ficar disponível à sociedade no Portal Embrapa, amplia o conhecimento e o acesso ao debate, podendo inclusive inspirar a criação de coletivos como o Grupo de Mulheres em outras instituições e empresas”, declaram Francisca Rasche e Cristiane Aparecida Fioravante Reis, autoras e editoras da publicação.

O livro reúne conteúdos, em grande parte inéditos, sobre a participação feminina na trajetória institucional e na cadeia produtiva florestal (ambiente onde a presença masculina predomina), os desafios contemporâneos enfrentados pelas mulheres e as ações alinhadas à Agenda 2030 da ONU, mais precisamente ao quinto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 5) – Igualdade de Gênero.

Escritos pelas próprias painelistas, os sete capítulos documentam e aprofundam contextos, relatos, história, percepções, reflexões e dados apresentados no 1º Painel de Mulheres Florestais, idealizado e realizado em 2024 pelo então recém-criado Grupo de Mulheres Maria Izabel Radomski, responsável novamente este ano pela produção do 2º Painel de Mulheres Florestais, evento em que o livro foi lançado (baixe aqui).

Do germinar ao florescer do Grupo de Mulheres Maria Izabel Radomski

No Capítulo 1, a autora e editora do livro Francisca Rasche, bibliotecária da Embrapa Florestas, reconstrói a origem do Grupo de Mulheres Maria Izabel Radomski. O nome do coletivo homenageia a pesquisadora da Embrapa Florestas, já falecida, memorável por seu trabalho científico e comprometimento com causas em prol das mulheres, justiça social, sustentabilidade ambiental e melhores condições de vida ao pequeno agricultor.

Desde o início, conta Rasche, o Grupo de Mulheres priorizou o acolhimento, a participação ampla, a definição coletiva dos temas de interesse (assédio, comunicação não violenta, saúde mental, violência, sororidade, liderança feminina) e a articulação com comitês e comissões internas.

Motivação coletiva – Com seu poema “Gotas de Esperança”, ela expressa de forma sensível a motivação coletiva por mudanças estruturais. O primeiro capítulo traz ainda uma reflexão contundente sobre desigualdades no trabalho, na política e na vida cotidiana das mulheres.

Essa frase da autora sintetiza o que, para ela, é a razão de existir de um grupo de apoio às mulheres em uma empresa: “Talvez, a melhor resposta seja um porque sim! As lutas e as conquistas das mulheres vêm de longa data”. Mais adiante, enfatiza a necessidade de ação: “ao longo da história, as mulheres estão sempre em movimento por mudanças necessárias”.

O feminino na floresta e na gestão

O Capítulo 2 é de autoria da pesquisadora Ana Margarida Castro Euler, atual diretora-executiva de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Ela apresenta avanços concretos da instituição na construção, articulação e institucionalização de uma agenda em prol das mulheres rurais. Como exemplos, entre outros mencionados, Ana Euler fala do Observatório de Mulheres Rurais do Brasil, que faz parte do Sistema de Inteligência Estratégica da Embrapa (Agropensa); da Rede Embrapa Mulheres Rurais do Brasil; e do programa corporativo de pesquisa Mulheres Rurais Produtoras do Bem Viver, para fortalecer iniciativas de inclusão produtiva de mulheres em diversas regiões do País.

O Observatório de Mulheres Rurais do Brasil, criado em 2022, segundo a autora, “rompe com uma lógica histórica de apagamento e mostra, com destaque, o que muitas já sabiam: que as mulheres rurais sustentam a agricultura familiar, conservam a agrobiodiversidade brasileira e os modos de vida tradicionais, lideram experiências agroecológicas e são protagonistas na produção de alimentos saudáveis”.

Avanço coletivo – “A desigualdade de gênero ainda atravessa carreiras, territórios e classes sociais, afetando principalmente aquelas em situações de maior vulnerabilidade”, afirma a autora, que vê no papel transformador da educação e na responsabilidade ética das mulheres que alcançam posições de liderança, duas possíveis saídas transformadoras. “Avançar individualmente é importante, mas promover o avanço coletivo é essencial para transformar realidades e construir um futuro mais justo e igualitário”, diz Ana Euler, concluindo: “trabalhamos para que as meninas que hoje crescem no campo possam sonhar alto, sabendo que têm aliadas dentro da ciência”.

A participação das mulheres na cadeia produtiva florestal brasileira

O Capítulo 3, escrito por Cristiane Aparecida Fioravante Reis, pesquisadora e editora do livro, apresenta dados de estudo conduzido pela autora sobre a participação feminina nos 13 segmentos da cadeia florestal, faixas salariais, escolaridade, idade e dados sobre engenheiras florestais. Nesse panorama, as mulheres representam 22,2% dos vínculos no ano de 2021, concentradas nas faixas salariais mais baixas e com menor presença em setores de maior remuneração.

Estratégias – “Essas informações são essenciais para melhor compreensão da realidade da cadeia produtiva florestal e embasar estratégias visando à equidade de oportunidades entre mulheres e homens”, antevê Cristiane Reis. A autora consolidou o diagnóstico nacional sobre a presença feminina no setor, publicado no documento Participação das mulheres na cadeia produtiva florestal brasileira, lançado em 2024, justamente no 1º Painel de Mulheres Florestais, enriquecendo o evento com inúmeros resultados inéditos na época.

Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 5 da Agenda 2030 da ONU e a igualdade de gênero

O Capítulo 4, assinado pela pesquisadora Márcia Toffani Simão Soares, faz um percurso histórico do movimento feminista nos séculos XIX e XX e suas contribuições para a Agenda Global de gênero. Explica a estrutura dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), integrantes da Agenda 2030 da ONU, mais especificamente o ODS 5 – Igualdade de Gênero, ao qual o livro está alinhado, assim como o próprio Grupo de Mulheres da Embrapa Florestas e os painéis de mulheres florestais promovidos em 2024 e 2025.

Eixo estruturante – A autora evidencia como gênero, raça, classe, orientação sexual e território se entrecruzam. Destaca as desigualdades persistentes, mas também os avanços e desafios na busca pela igualdade, mostrando a importância de se perceber a interseccionalidade (sobreposição de situações diversificadas e únicas) como tema estruturante da Quarta Onda de Feminismo em formação na atualidade.

“A persistência no fortalecimento de ações voltadas a uma maior compreensão de temas interseccionados como, por exemplo, a interface entre gênero e justiça climática, de alcance multidisciplinar e transdisciplinar, lança luz ao enorme espaço para avanços na ampliação do diálogo intersetorial, no contexto da quarta onda, para amadurecimento social, jurídico, educacional, científico, dentre outras áreas sinérgicas e complementares”, conclui a autora.

“Pela maior parte da História, ‘anônimo’ foi uma mulher. Assim Márcia Soares abriu o quarto capítulo, com a frase da escritora britânica Virginia Woolf como pano de fundo das reflexões sobre igualdade de gênero. Em seguida, outra citação igualmente significativa para situar o debate, de Fernanda de Negri, complementa a primeira: “…Superar essa invisibilidade exige o comprometimento de toda a sociedade”.

Mulheres na Embrapa Florestas

O Capítulo 5 tem como autora a pesquisadora Edina Regina Moresco, atual chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Florestas. Seu enfoque dá visibilidade às mulheres que contribuíram para a formação e o desenvolvimento da Embrapa Florestas, situando a evolução das oportunidades e da presença feminina em diferentes áreas ao longo das décadas.

A autora revisita registros históricos, composição da força de trabalho e mudanças estruturais na formação das equipes, destacando trajetórias profissionais (como as das pioneiras na instituição) e desafios vividos, notando-se um aumento da participação de pesquisadoras, analistas e técnicas na instituição: 45% do quadro funcional da Embrapa Florestas é composto por mulheres (dado publicado em 2024). Edina considera que, “embora o crescimento tenha sido tímido, a jornada das mulheres na Embrapa Florestas tem sido notável, estabelecendo marcos importantes em um cenário historicamente dominado por homens”.

Pioneira – Entre as pioneiras está Yeda Maria Malheiros de Oliveira, que simboliza, em meio a outras conquistas, o avanço no âmbito da autoria feminina em trabalhos científicos. Yeda “foi a primeira pesquisadora a ser contratada na Unidade Regional de Pesquisa Florestal Centro-Sul, criada em 1978, posteriormente transformada no Centro Nacional de Pesquisa Florestal (CNPF), em 1984, e a primeira a participar da coautoria em um trabalho publicado pela Unidade. A Dra. Yeda também foi a primeira coautora (mulher) em documentos da Série Técnica da Embrapa Florestas (Shimizu; Oliveira, 1981) (Figura 5.6) e a primeira mulher a publicar no Boletim de Pesquisa Florestal (BPF), atual Pesquisa Florestal Brasileira (PFB)”. A contribuição de Yeda “também se estendeu à gestão, tendo sido a primeira Chefe Adjunta de Apoio Técnico (P&D), no período 1992–1995, e a primeira Chefe Geral interina em 1995 no CNPF”.

A mulher na Engenharia Florestal

O Capítulo 6 tem uma profissional pioneira como autora, a pesquisadora Yeda Maria Malheiros de Oliveira, que revela a evolução da presença feminina na formação em Engenharia Florestal, inicialmente muito restrita, e o crescimento constante nas últimas décadas.

“A presença das mulheres na Engenharia Florestal, antes exceção, se tornou parte integrante da área”, atesta a pesquisadora, após apresentar um panorama histórico da inserção da mulher na profissão e discutir aspectos da trajetória acadêmica e profissional. Ao final do capítulo, Yeda faz questão de lembrar, com ênfase, que “toda mudança é um processo!!!!!”.

Tendências – A autora considera positivas as tendências para a ampliação significativa da participação da engenheira florestal em setores e cargos, principalmente: as políticas de diversidade e inclusão; networking (redes de apoio) e mentoria; avanço tecnológico (uso de drones e sistemas de informações geográficas, por exemplo); e reconhecimento internacional, como o trabalho de promoção ativa da igualdade de gênero no setor florestal feito pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Apresentação artística em homenagem à pesquisadora Maria Izabel Radomski (in memoriam) e a todas as mulheres

No Capítulo 7, a arte entra em cena. A autora, pesquisadora Maria Augusta Doetzer Rosot, conta como foi a apresentação musical realizada por um trio de colegas de trabalho, para homenagear Maria Izabel Radomski no 1° Painel de Mulheres Florestais, realizado no dia 11 de novembro de 2024. 

A autora descreve o significado simbólico da homenagem e o papel inspirador da pesquisadora (falecida em 2019, aos 52 anos) dentro da história da Embrapa Florestas, a ponto de o Grupo de Mulheres levar seu nome. “A homenagem traduz o reconhecimento da força, da sensibilidade e do legado deixado por Maria Izabel e por tantas outras mulheres da Embrapa Florestas”, sintetiza Maria Augusta.

Simbolismo – As duas canções escolhidas, segundo a autora do capítulo, têm significado especial, simbólico: Rock da Bel, por lembrar a colega e amiga homenageada, feita especialmente para ela (composição de Maria Augusta Doetzer Rosot); e Canção do Tempo, de Caetano Veloso, por remeter a algo dificilmente encontrável no cotidiano corrido de muitas, entre a vida profissional, pessoal e familiar, em duplas ou triplas jornadas de trabalho, fazendo-as “priorizar determinadas ações, o que lhes custa muito, não importa a direção em que as decisões sejam tomadas”, ao mesmo tempo que desejam “poder organizar seu tempo e, por consequência, gerenciar melhor sua vida, em todos os níveis”. 

Texto: Izabel Drulla Brandão

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Projeto prevê auxílio a setor florestal do Paraná após impactos do “tarifaço”

O Governo do Paraná encaminhou, nesta segunda-feira (8), projeto de lei à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) que prevê auxílio financeiro a empresas do setor florestal, após o “tarifaço” dos Estados Unidos contra as exportações brasileiras.

“O Paraná é o principal Estado do País em produção de madeira. Somente esse setor representa 40% das exportações paranaenses para os Estados Unidos, sendo o produto líder da nossa balança comercial com os norte-americanos”, ressaltou o secretário da Fazenda, Norberto Ortigara.

O projeto prevê a aquisição de té R$ 150 milhões em créditos tributários próprios habilitados no Sistema de Controle da Transferência e Utilização de Créditos Acumulados (Siscred) dessas empresas, além da redução da alíquota interna de 19,5% para 12% para os produtos da indústria madeireira.

Anteriormente, Governo do Paraná, por meio da Secretaria da Fazenda, havia liberado R$ 300 milhões em créditos de ICMS homologados para auxiliar empresas do setor madeireiro e de outros segmentos impactados.

O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) também liberou R$ 200 milhões para empresas e cooperativas paranaenses exportadoras para financiamento de capital de giro, com prazo de 5 anos, sendo um ano de carência, e taxa de juros de IPCA + 4%.

Segundo o Governo do Paraná, os principais destinos das exportações paranaenses, em geral, ao longo de 2025 (janeiro a outubro) foram China, com 23,3% de participação, Argentina (8,2%), Estados Unidos (5,4%) e México (4%).

De acordo com dados da APRE Florestas, os Estados Unidos são o maior importador de serrado de pinus do Brasil (37,15%), e o segundo maior importador do Paraná do mesmo produto (30,79%).

Além disso, entre os produtos do agronegócio mais vendidos pelo Brasil aos Estados Unidos, o setor florestal lidera em receitas com US$ 3,7 bilhões, seguido de cafés (US$ 2 bilhões), carnes (US$ 1,4 bilhão), sucos (US$ 1,1 bilhão) e complexo sucroalcooleiro (US$ 791 milhões).

Em 2024, somente os três estados do Sul do Brasil – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, responderam por 86,5% das exportações brasileiras de produtos de madeira para os Estados Unidos, totalizando US$ 1,37 bilhão.

O Paraná lidera esse indicador nacional em produtos como compensados, madeira serrada, molduras, portas, painéis e móveis – todos de maior valor agregado do que a celulose.

Os dados da Pesquisa da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) do IBGE comprovam esse status do setor florestal paranaense. O estado é responsável por 15,6% da produção nacional, atrás apenas de Minas Gerais (19,4%).

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Açaí sem desmatamento: Embrapa apresenta modelo que multiplica produção preservando a mata

Em meio à agenda global da COP 30, a Embrapa inaugurou o Centro de Referência Manejaí Salvaterra, na Ilha do Marajó. A unidade, instalada na comunidade de Monsarás, consolida uma tecnologia social capaz de elevar a produtividade do açaí nativo de uma para até seis toneladas por hectare ao ano, sem a necessidade de desmatamento. O lançamento contou com a presença de representantes do Sebrae, da União Europeia e dos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Meio Ambiente (MMA), além do chefe-geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF), Ricardo Alamino. O projeto também integrou a programação da AgriZone, espaço de vitrine tecnológica da Embrapa na conferência do clima, como uma unidade demonstrativa na Fazenda Álvaro Adolpho, da Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA). 

A inauguração do espaço em Salvaterra marca a expansão da rede Manejaí, que já beneficia cerca de 300 famílias e 3 mil pessoas no arquipélago, incluindo ribeirinhos e quilombolas. O projeto ataca um dos principais gargalos ambientais da região: a “monocultura disfarçada”, prática em que produtores derrubam outras espécies da floresta de várzea para deixar apenas o açaizeiro, o que empobrece a biodiversidade e, a longo prazo, prejudica a própria produção de frutos.

Para Ricardo Alamino, problemas complexos exigem soluções mais elaboradas e integradas para atingir resultados impactantes. Ele reforça que o projeto traz exatamente estas soluções, pois através das Unidades de Referência, como as que já estão operando nos municípios de Portel, Muaná, Bagre, Breves e Salvaterra, diversas ações são articuladas em sistemas agroflorestais manejados pelas comunidades contempladas. “Estas ações de inclusão socioprodutiva integram conhecimento científico ao tradicional, envolvendo fontes de financiamento rural e ambiental, conservação e manejo sustentável e regenerativo de espécies e áreas ligadas à produção de açaí e outras espécies, manejo de polinizadoras (meliponicultura de abelhas sem ferrão), preservação da biodiversidade local, organização social e cultural, inserção no Programa Nacional de Alimento Escolar, além de unidade de saneamento básico de dejetos humanos”, reforça.

Tecnologia de Mínimo Impacto 

O diferencial do projeto reside na técnica de Manejo de Mínimo Impacto de Açaizais Nativos. Desenvolvida pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia juntamente com a Embrapa Amazônia Oriental, a metodologia organiza a competição entre as plantas na floresta. Ao invés de suprimir a vegetação nativa, o produtor aprende a selecionar e manejar as árvores, garantindo a entrada de luz e nutrientes necessários para o açaizeiro, mantendo a floresta funcional e biodiversa.

Segundo um dos coordenadores da iniciativa, o pesquisador Anderson Sevilha, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, o Manejaí não é apenas uma técnica agrícola, é um modelo de bioeconomia inclusiva. Para ele, a pesquisa conseguiu provar que a floresta em pé, quando bem manejada com ciência, garante maior produtividade ao produtor do que a derrubada.

Parceria Internacional e Legado 

A implementação dos centros Manejaí é fruto do projeto Sustenta & Inova. A iniciativa herdou e ampliou as bases do antigo projeto Bem Diverso, criando uma rede de unidades demonstrativas que funcionam como “escolas a céu aberto” para os extrativistas.

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SADA Reflorestamento expande área de florestas plantadas em quase 43%

A expansão deve representar um aumento de 10% a 15% na geração de empregos nessas operações.

Empresa do Grupo SADA dedicada à recuperação florestal e à produção sustentável de madeira e derivados, a SADA Reflorestamento vai expandir as áreas de florestas plantadas em Minas Gerais e Goiás em 42,9%. Com as novas aquisições de terrenos, o total plantado vai chegar a 14.730 hectares.

Em Minas Gerais, o foco é o plantio de eucalipto, dedicado às indústrias de energia e celulose, enquanto em Goiás predominam cedro e mogno africano, destinados à indústria moveleira. A expansão deve representar um aumento de 10% a 15% na geração de empregos nessas operações. 

O investimento também beneficia o meio ambiente. Até 2024, a SADA Reflorestamento sequestrou um total de 2,3 milhões de toneladas de CO₂. O cálculo será atualizado no final do ano.

“A expansão reafirma nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável e com o crescimento das regiões onde atuamos. Além do impacto ambiental positivo, as aquisições vão ampliar nossa capacidade de geração de empregos. Nosso compromisso é crescer junto com as regiões onde estamos presentes, contribuindo para o fortalecimento da economia e da qualidade de vida da população”, afirma Luisa Medioli, diretora de Sustentabilidade do Grupo SADA.

Fundada em 2003 em Minas Gerais, a SADA Reflorestamento se destaca pela capacidade de inovar e contribuir para a preservação do meio ambiente, enquanto fornece produtos de qualidade para diversos setores. A sede central está localizada em Carbonita (MG), na região do Vale do Jequitinhonha, com unidades operacionais em Itamarandiba, Montes Claros. Sete Lagoas e Taiobeiras. Em Goiás, a operação está localizada no município de Jussara, no Noroeste do estado.

Informações: O Tempo

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Resina de pinus pode ser tão rentável quanto a madeira

Resina não é apenas um produto florestal secundário – ela pode valer tanto quanto a madeira.

A extração de resina das árvores de pinus pode ser tão rentável quanto o aproveitamento da madeira, constatou uma equipe de pesquisadores do Brasil e da Espanha.

O pinus é cultivado principalmente para fornecer matéria-prima para a indústria de papel e celulose, mas Martin Rodriguez e colegas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) e das universidades Politécnica de Madri e Santiago de Compostela analisaram três serviços ecossistêmicos oferecidos por essas florestas plantadas: A madeira, a resina e o sequestro de carbono.

As árvores do gênero Pinus apresentam um fenômeno de exudação que gera uma resina de grande valor industrial. Uma vez destilada, essa resina fornece uma fração volátil, chamada terebentina, e uma fração fixa, o breu. A terebentina é usada como solvente de tintas e como matéria-prima nas indústrias química e farmacêutica, enquanto o breu é usado em tintas, vernizes, plásticos, lubrificantes, adesivos e várias outras aplicações.

Os pesquisadores criaram então um modelo para analisar a melhor forma de combinar a produção dos três elementos (madeira, resina e carbono) e determinar a idade ideal para o corte das árvores, de modo a alcançar a máxima rentabilidade.

Para não criar nenhum empecilho à exploração atual, os pesquisadores basearam inicialmente seus modelos no pressuposto de que a extração de resina ocorre apenas durante os três anos anteriores à colheita final para extração da madeira. Além disso, eles exploraram a existência de condições em que a produção de resina possa ser considerada complementar ou subordinada à produção de madeira.

Vale tanto quanto a madeira

Os resultados dos modelos indicam que a incorporação dos serviços de resina e carbono à extração da madeira não altera substancialmente a idade ideal de colheita nas plantações, considerando as condições tanto para o Brasil quanto para a Espanha.

No entanto, a rentabilidade econômica das plantações melhora significativamente quando esses dois serviços adicionais são considerados. “Em particular, a produção de resina contribui significativamente para o aumento da renda que o proprietário pode receber, reformulando a visão tradicional que a considerava um produto secundário ou complementar à madeira,” observou o professor Luis Balteiro.

E o resultado econômico pode ser ainda melhor, mas para isso será necessário coletar dados mais detalhados sobre a quantidade da resina produzida pelas árvores de acordo com sua idade e com o tipo de manejo, a fim de alcançar um planejamento florestal ideal – os dados disponíveis cobrem apenas a prática atual, de extração da resina nos três anos anteriores ao corte.

“Na verdade, observa-se que, em alguns cenários, a produção de resina tem um valor econômico comparável ao da madeira, o que sugere que sua gestão deva receber maior prioridade,” destacou o professor Balteiro.

Informações: Site Inovação Tecnológica

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