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Fazenda no Paraná realiza primeira colheita de cevada em sistema de integração com floresta

A Fazenda Pousada dos Gaúchos, em Tibagi/PR, já conta com uma festa completa: cerveja, carne e lenha para o churrasco, tudo produzido na mesma área. Embora dê para brincar com o assunto, o fato é: o produtor Ivo Carlos Arnt Filho apostou na integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e, em dezembro de 2023, realizou a primeira colheita de cevada na área, que foi plantada intercalada ao plantio de eucalipto. Logo após esta colheita, a área recebeu soja e, agora, vai dar espaço a um pasto de outono, onde serão colocados bezerros para desenvolvimento e engorda. O produtor trabalha com gado angus de elite e dedica bastante atenção à qualidade da produção pecuária.

A cevada foi plantada em duas áreas: uma em monocultivo e outra em integração com eucalipto. As áreas eram uma ao lado da outra, com as mesmas condições de solo, fertilidade e manejo. Ivo conta que, em agosto de 2023, houve uma onda de calor muito forte na região, fora do comum para a época. Isso desencadeou uma grande quebra na produção. No entanto, as perdas foram diferentes em cada área: enquanto no plantio puro de cevada a perda foi total para a produção de cerveja, na área com integração com floresta os grãos de cevada apresentaram classificação para esta finalidade. “Nós sentimos que existe a grande possibilidade de que, no decorrer do tempo, com a presença das árvores, houve um conforto térmico que amenizou o calor para os grãos”, avalia o produtor. 

Mesmo com as perdas, foi possível colher 2.000 kg/hectare de cevada na área com eucalipto, com o grão viável para produzir cerveja. Já na área de plantio puro, foram colhidos 1.400 kg/hectare, e o grão serviu somente para ração. Segundo o pesquisador Vanderley Porfírio-da-Silva, da Embrapa Florestas, que coordena a pesquisa, essa situação será estudada, mas é possível que as árvores tenham modificado as condições microclimáticas ao exercerem um efeito de quebra-ventos e sombreamento, colaborando para que o impacto do calor fosse minimizado.

“Se tivermos El Niño este ano, por exemplo, tudo indica que as árvores vão proteger o plantio”, afirma o pesquisador, que alerta ainda para o fato da fazenda estar situada em região subtropical, com ocorrência de geada, o que torna a adesão à ILPF ainda mais emblemática. “Além disso”, completa o pesquisador, “trabalhar a produtividade com manejo de solo adequado e adoção de tecnologias é fundamental. A ciclagem de nutrientes proporcionada pela presença de árvores por meio da ILPF também é parte do diferencial da tecnologia”.  


Desenho do sistema e manejo florestal

Há cerca de dois anos, a propriedade começou a fazer parte de um trabalho de pesquisa da Embrapa Florestas com a Klabin, dentro do projeto “Modelo silvipastoril para celulose e ‘carne baixo carbono’”, vinculado ao programa de fomento “Plante com a Klabin”. A partir da necessidade de recuperar pastagens degradadas, o produtor aceitou a parceria com o projeto, que está estudando a ILPF com o manejo diferente do que é conhecido até então: enquanto praticamente 100% dos produtores que aderiram à tecnologia manejam o componente florestal para produção de toras, o projeto estuda o manejo florestal para produção de biomassa para atender indústrias como papel e celulose, que é o caso da Klabin.

Porfírio-da-Silva explica que o manejo para toras geralmente pressupõe um desenho do sistema com uma a três linhas de árvores e o produtor realiza práticas silviculturais como desrama, também conhecida como poda, e desbastes, que é a retirada de árvores finas e/ou defeituosas, para favorecer o crescimento das árvores remanescentes e obter toras de maiores diâmetros para serraria. “Já no manejo para biomassa, a quantidade de árvores é maior, não são realizadas desramas e desbastes, pois o objetivo é obter maior volume de biomassa de troncos por área”, esclarece.

Esse é um ponto importante da pesquisa, que o produtor já entendeu: “Nós temos que ver cientificamente a questão do equilíbrio da celulose, hemicelulose, lignina, para poder atender o principal objetivo do nosso cultivo de eucalipto, que é a produção de papel”. Para isso, é importante definir, dentro do desenho do sistema, também a época ideal de corte, quando as árvores estão mais aptas a fornecer os componentes químicos necessários para a indústria. “Já percebemos que isso coincide com o tempo de vida útil das pastagens aqui da região. Ou seja, o corte de árvores e seu replantio, o período de formação da nova pastagem e a entrada do gado são coincidentes, e uma pastagem nova, aerada, tem maior volume de produção e valor nutritivo”, avalia Ivo.

“Ess modelo de  planejamento dentro de uma área de pecuária proporciona uma lotação maior de animais com melhor qualidade de pastagem”, explica. E, a cada seis anos, o produtor terá também o retorno financeiro com a venda de madeira.Ivo Carlos Arnt Filho

No caso da Fazenda Pousada os Gaúchos, já existia o cultivo agrícola e a produção agropecuária. As árvores foram introduzidas depois e isso requer planejamento não só de plantios, cultivos, entrada do gado, entre outros, mas também uma logística que beneficie todas as operações. “A introdução de floresta nesse sistema é para gerar benefícios, e não complicar o sistema”, pondera o pesquisador.

Por conta disso, o planejamento é fundamental para definir distância entre renques, espécies a serem plantadas, níveis de sombreamento, tipos de equipamentos que serão utilizados. Mesmo com tantas variáveis, Ivo já vislumbra que o sistema é válido e, além dos 130 hectares destinados à pesquisa, já planeja implantar mais 70 hectares em sua área de produção.

“Hoje, nós já estamos vendo os resultados: economicidade, receita, melhoria de pastagem nesse sistema, e também uma melhoria da imagem da pecuária”, celebra. E se recomenda a outros produtores? “Planeje a propriedade, desenhe, planeje os talhões, implante aos poucos. É uma tecnologia nova, mas com grande potencial de agregação de valor à propriedade!”, finaliza.

De olho na certificação

A Fazenda Pousada dos Gaúchos tem diversas certificações e trabalha com agricultura regenerativa. Desfazendo o mito de que grandes propriedades não podem trabalhar com estes conceitos, a fazenda tem certificação do Instituto Pro-Terra e busca, agora, a certificação de Carne Carbono Neutro, além de estar participando das pesquisas da criação de protocolo da certificação de “carne de baixo carbono”. “Não podemos nos acomodar. O produtor empreendedor e que quer a sustentabilidade está sempre em busca e só tem a ganhar”, orienta Ivo.

Projeto Modelo silvipastoril para celulose e ‘carne baixo carbono

Os sistemas tradicionais de produção, tanto da floresta plantada para a produção de madeira para celulose, quanto o da bovinocultura de corte, se caracterizam pelo monocultivo. Há, atualmente, uma crescente pressão para que tais sistemas modifiquem sua forma atual de produção, na busca de atender aos objetivos de sustentabilidade dos negócios vinculados com a produção de celulose e de carne bovina no Brasil.

Esse projeto visa estabelecer as diretrizes para um sistema de produção (integração pecuária-floresta) que integre a produção de madeira para celulose e a produção de carne bovina na mesma área e ao mesmo tempo. Os sistemas de integração pecuária-floresta (sistemas silvipastoris) podem ser usados para mitigar ou neutralizar os gases de efeito estufa emitidos pelo gado. Espera-se proporcionar base científica para que os produtores rurais possam atender ao mercado da ‘carne baixo carbono’ ao mesmo tempo em que comercializam os plantios florestais para a indústria de celulose e papel, obtendo assim uma renda diferenciada nas áreas atualmente destinadas somente para pastagens.

Informações: Embrapa Florestas.

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Com 1,3 milhão de floresta plantada em MS, Governo Federal abre chamada pública

Edital visa fomentar a inovação na produção de sementes e mudas florestais e incentivar práticas sustentáveis

Está aberto o edital de Chamada Pública para seleção de pessoas jurídicas interessadas em celebrar Acordos de Cooperação Técnica no âmbito do projeto Rede Floresta+ Iniciativa Conexão Florestal. O objetivo é fomentar a inovação na produção de sementes e mudas florestais e incentivar práticas sustentáveis.

O chamamento foi feito na quinta-feira (21), pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Na oportunidade, outras ações que vão contribuir no desenvolvimento da cadeia produtiva de florestas plantadas e na consolidação da política agrícola florestal brasileira foram divulgadas.

A silvicultura é o setor que mais cresce em Mato Grosso do Sul. O governador Eduardo Riedel (PSDB) participou do evento e ressaltou que o Estado tem interesse em ampliar a área de floresta plantada que já chega a 1,3 milhão de hectares.

“O lançamento desse plano é importante, tem um simbolismo de passar a mensagem de que a floresta plantada, além de toda consequência econômica, social e de desenvolvimento, ela também é altamente sustentável no processo de captura de carbono, de contribuição para o balanço de carbono que Mato Grosso do Sul tanto almeja chegar até 2030, com o carbono neutro”, disse Riedel.

O governador ainda seguiu destacando que parte do crescimento de 6,6% do PIB (Produto Interno Bruto) sul-mato-grossense em 2023 ocorre pelo desenvolvimento do setor florestal. “Temos o terceiro maior crescimento do país, taxa de desemprego baixa, a segunda menor taxa de pobreza. Isso é consequência não só de vários investimentos, mas dessa contribuição”.

Também foi atualizada a Política Agrícola de Florestas Plantadas para contribuir com o aumento da produtividade e a utilização do potencial produtivo de bens e serviços da economia de base florestal.

As iniciativas vão auxiliar na diminuição da pressão sobre as florestas nativas, na melhoria da renda, na qualidade de vida do meio rural e na integração entre produtores rurais e agroindústrias, que utilizam madeira como matéria-prima.

E ainda houve a apresentação do Painel Floresta+. A ferramenta de acesso público contém dados atualizados, verificáveis e universais do setor de árvores cultivadas em todos os biomas do Brasil, mapeando a extensão, produção e economia florestal brasileira.

As entregas visam a expansão da silvicultura de forma estratégica e responsável atendendo os ONFs (Objetivos Nacionais Florestais), as metas do Plano ABC+ (Plano de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agricultura) e os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas).

Informações: Campo Grande News.

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Ibá participa de lançamento do Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas 2024

A Ibá | Indústria Brasileira de Árvores esteve presente no lançamento do Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas 2024, da Chamada Pública para Projetos Florestais e do Painel da Floresta+, em evento com o Ministro Carlos Fávaro e a Ministra Marina Silva.

O Embaixador José Carlos da Fonseca, representando a Indústria Brasileira de Árvores, participou da cerimônia no Ministerio Da Agricultura Pecuaria E Abastecimento (MAPA), realizada em comemoração ao Dia Internacional das Florestas, que se observou na quinta-feira (21).

Ministro Carlos Fávaro e Embaixador Ibá José Carlos da Fonseca.

Na ocasião, foi lançada a versão atualizada do Plano de Desenvolvimento de Florestas Plantadas 2024, que apresenta adequação das estratégias de sustentabilidade para a silvicultura brasileira, trabalho realizado com o apoio de diferentes atores, incluindo o setor produtivo. Também foram oficializados o Painel Floresta+ para acesso público aos dados do setor florestal brasileiro.

Durante o evento, o Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reforçou a importância das Câmaras Técnicas Setoriais no processo de direcionamento das políticas públicas, ecoando o interesse da sociedade brasileira pela agropecuária. O Ministro destacou também que o setor de florestas plantadas é a evidência mais explicita da responsabilidade ambiental dos brasileiros e dos setores econômicos, com aproximadamente 7 milhões de hectares de áreas conservadas.

Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, que também participou da solenidade, ressaltou a importância da restauração em áreas antropizadas, tanto com florestas nativas quanto destinadas à produção, considerando-as modalidades complementares. Marina enfatizou que as florestas são essenciais para o equilíbrio hídrico, climático e para a economia nacional, sendo a proteção dessas florestas um trabalho compartilhado entre todos os ministérios de governo.

Também estiveram presentes outras autoridades, como o Governador do Mato Grosso do Sul, @Eduardo Riedel, a Secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Renata Miranda, a presidente da Câmara Setorial de Florestas Plantadas, Adriana Maugeri, que é a Presidente da AMIF – Associação Mineira da Indústria Florestal e integra o Conselho Deliberativo da Ibá, além do Coordenador de Sustentabilidade da @CNA, @Nelson Ananias, e do diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Garo Batmanian. Em sua apresentação, o Governador Eduardo Riedel, registrou que o Estado em parte deve seu avanço como nova fronteira de desenvolvimento da agroindústria de base florestal a Paulo Hartung, que reiteradamente divulga oportunidades que lá se apresentam. De igual modo, mencionou que representantes do MS haviam participado de missão do setor à União Europeia.

Prestigiando o evento, também compareceram vários dirigentes de Associações Florestais Estaduais, assim como dirigentes e lideranças de empresas associadas à Ibá.

Informações: Ibá/LinkedIn.

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Novo presidente à frente da APRE

Em 2024, a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) conta com um novo presidente: Fábio Brun, diretor executivo da RMS para a América do Sul. Engenheiro florestal formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e mestre em Recursos Florestais pela Universidade de São Paulo (USP), o profissional traz na bagagem 30 anos de experiência, tendo ajudado a desenvolver o setor florestal no Brasil, e promete somar esforços para buscar ainda mais avanços para o segmento, as empresas e a sociedade.

Para ele, a APRE é uma entidade representativa forte e reconhecida por todos os diferentes atores que se relacionam com o setor florestal. Por isso, assumir a presidência da Associação é um desafio, ainda mais em um estado como o Paraná, que é uma potência em termos de florestas plantadas.

“A APRE representa não apenas o setor no estado, mas também é a voz do setor florestal paranaense em todo o Brasil. Considerando o valor total gerado pela produção florestal, o Paraná se destaca como um dos principais protagonistas nacionalmente. Até o momento, o trabalho realizado tem sido excelente, e pretendo dar continuidade a esse sucesso. Manterei uma comunicação próxima com os diversos agentes envolvidos para fortalecer ainda mais a entidade e garantir que as melhores decisões para o setor sejam tomadas, seja no âmbito político, legal, judicial, legislativo, entre outros”, destaca.

O engenheiro florestal reconhece que cada empresa associada tem seu próprio modelo de negócios, objetivos e metas específicas. No entanto, também acredita na existência de interesses comuns entre elas. Por essa razão, é fundamental para o crescimento e prosperidade das empresas fazer parte de uma associação ou grupo que tenham uma capacidade ampliada de representar os interesses coletivos. Portanto, um dos objetivos dele é garantir o reconhecimento da influência da APRE em diversas esferas, visando atrair mais marcas para se associarem à causa e, consequentemente, contribuírem para a união de esforços nas ações.

“Em síntese, o associativismo é essencial para sustentar o trabalho coletivo e possibilitar a contínua busca por melhores condições. Ao mesmo tempo, representa uma oportunidade valiosa para compartilhar conhecimento, experiências e encontrar soluções eficazes para os diversos problemas que partilhamos. Todo esse processo contribui significativamente para o fortalecimento do setor e o atendimento de nossas demandas. Além disso, vai além ao projetar uma imagem positiva da nossa comunidade na sociedade, demonstrando organização, proatividade e valor agregado para as pessoas”, afirma o novo presidente da APRE.

Adicionalmente, Brun destaca que, além do esforço para assegurar melhores condições para a atividade, a Associação deve ser capaz de realizar tudo isso em conformidade com as expectativas da sociedade. Afinal, ela coexiste com o setor e consome os produtos dele. Portanto, é também responsabilidade da entidade fornecer informações de qualidade, e “a APRE tem desempenhado muito bem esse papel”, ele avalia. “É um serviço que oferecemos à população, demonstrando que as operações de nossas empresas são guiadas pelo compromisso com o meio ambiente e com as pessoas. A campanha de prevenção e combate a incêndios, liderada pela APRE e que envolve diversas instituições, é um excelente exemplo disso. Precisamos continuar nessa trajetória e promover cada vez mais iniciativas como essa”, conclui.

Mercado florestal nos próximos anos

Além de liderar a APRE, Fábio Brun também ocupa o cargo de diretor em uma renomada e tradicional empresa na América do Sul, classificada entre as quatro maiores TIMOs (Organizações de Gestão de Investimentos Florestais) do mundo atualmente. Por isso, está constantemente atento ao cenário, planejando as próximas estratégias. Em sua análise, o setor florestal está emergindo de um período completamente atípico devido aos impactos extraordinários da pandemia e do período pós-pandemia na economia. Sob a perspectiva de mercado, o engenheiro florestal vislumbra um futuro desafiador.

“Um exemplo disso é a inflação. Apesar das medidas adotadas pelo Brasil para contê-la, os impactos posteriores à pandemia continuam sendo sentidos globalmente e, quando há inflação, é necessário reduzir a atividade econômica para controlá-la. Em 2024, espera-se que o crescimento econômico brasileiro se mantenha moderado e próximo de uma média mundial modesta. Portanto, é razoável esperar que tenhamos um crescimento também moderado no setor florestal, especialmente em comparação com os anos imediatamente anteriores. No entanto, supondo que a inflação se mantenha sob certo controle, há também expectativas de uma redução nas taxas de juros de curto prazo, o que nos levaria a vislumbrar a possibilidade de uma melhora no mercado de crédito a partir do segundo semestre de 2024. Além disso, existem as tradicionais incertezas sobre como o câmbio irá se comportar, o que é um fator crucial para um mercado exportador como o paranaense. Por esses motivos, consideramos que o cenário será mais desafiador. É possível melhorar? Sim, é possível! Mas, atualmente, estamos observando o mercado com cautela”, enfatiza.

Apesar dessa observação mais atenta, Brun ressalta que, neste ano, os norte-americanos irão às urnas para eleger um novo presidente, e teremos eleições municipais no Brasil. Historicamente, esses períodos tendem a trazer reflexos adicionais para a economia, o que aumenta a ansiedade do mercado como um todo.

“Falamos em cenário econômico, mas, como o próprio nome sugere, é apenas um cenário. É importante ressaltar que a APRE estará, como sempre esteve, vigilante e atenta, pronta para agir rapidamente e atender às demandas do setor e da sociedade. Esta é a minha primeira experiência como presidente de uma associação. Anteriormente, fiz parte da diretoria da Associação Catarinense de Empresas Florestais, a ACR, também já participei da diretoria da APRE e sou membro do Comitê Diretor Florestal da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ) desde 2010. É uma experiência nova e desafiadora, e estou motivado para contribuir para o avanço desse importante setor”, finaliza.

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Pantanal terá plano de combate a incêndios florestais

Proposta deve ser apresentada em 90 dias pela União

Na última quarta-feira (20), o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a União deve apresentar em 90 dias um plano de combate a incêndios florestais no Pantanal e na Amazônia.

Inicialmente, a decisão foi proferida em 2020, durante o julgamento de três ações protocoladas pelo PT e a Rede Sustentabilidade para contestar a condução da política ambiental do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Também havia sido determinado que o governo federal deveria recuperar a capacidade operacional do Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais e do Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Apesar das decisões da Corte, havia sido negado o pedido de reconhecimento de que medidas tomadas pelo Brasil eram inconstitucionais e justificavam a intervenção do Judiciário. Essa ideia foi defendida durante o governo Bolsonaro.

O STF determinou, na semana passada, que o governo terá um prazo para cumprir metas de desmatamento da Amazônia e do Pantanal, a partir da quinta fase do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm). O plano, reativado no ano passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, determina que até 2027, o desmatamento deverá ser reduzido em 80%, e zerado até 2030.

Informações: Capital News.

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Espécies alternativas potenciais para produção florestal

Descubra as espécies alternativas promissoras para a produção florestal e explore novas oportunidades no setor

O setor florestal move bilhões de dólares anualmente no mundo e o Brasil é um dos principais players nesse mercado, destacando-se tanto pelos seus plantios de espécies exóticas de ciclo curto como pinus e eucalipto (contando com programas de melhoramento genético e práticas silviculturais avançadas), como pelas suas espécies nativas e muito apreciadas no mercado madeireiro internacional.

O mogno está entre as espécies exóticas mais promissoras. Crédito: Everton Regatieri.

Neste mercado já existem grupos de espécies nativas brasileiras bem estabelecidas e com demanda contínua provenientes principalmente das florestas naturais. Outras espécies exóticas, como o mogno africano, a teca e a acácia são também destaques na produção de madeira e produtos não madeireiros.

Espécies alternativas

Devido à intensidade histórica de extração de florestas nativas e da saturação do mercado, a busca de espécies alternativas se mostra necessária para atender à crescente demanda por madeiras, tanto em qualidade como em quantidade, algo que os poucos plantios de nativas já implantados não atendem plenamente.

Mesmo incipientes, esses plantios possuem grande potencial, e necessitam de mais investimentos e estudos.

Vantagens

A introdução de novas espécies e a consequente diversificação dos plantios florestais pode contribuir de maneira significativa para o aumento do fornecimento de madeira de maneira mais estável.

Ao mesmo tempo, essa diversificação das espécies cultivadas pode melhorar a resiliência e a produtividade do sistema enquanto promove a biodiversidade e conserva os recursos naturais.

Diferentes espécies têm variadas necessidades nutricionais, bem como ciclos de crescimento, exigências hídricas e interações com o solo, o que pode resultar na utilização mais eficiente dos recursos disponíveis, quando em consórcio, assim como uma maior produtividade ao longo do tempo, potencialmente prolongando a temporada de produção.

Diferentes espécies podem extrair nutrientes em camadas distintas do solo, evitando a perda dos elementos após a fertilização, enquanto outras espécies podem fixar nutrientes, como o nitrogênio, melhorando a fertilidade do solo para outras culturas, algo com eficácia comprovada na implantação de consórcios.

Por exemplo, já é reportado o sucesso do consórcio entre espécies da família das leguminosas (Fabaceae, como angico e paricá) e espécies de Meliaceae que obtiveram maior produtividade e ciclagem de nutrientes adequados.

Somado a isso, as diferentes características das plantas, como sistemas radiculares profundos, folhas largas ou cobertura do solo, ajudam a reduzir a erosão do solo, protegendo-o contra a perda de nutrientes e a compactação.

Por último, cultivar uma variedade de espécies, especialmente locais, contribui para a conservação da diversidade genética, o que é fundamental para garantir que as espécies e variedades adaptadas às condições locais estejam disponíveis para futuras gerações, contribuindo para a segurança alimentar e a resiliência dos sistemas agrícolas.

Mudas de teca. Crédito: TRC. 

Identificação e avaliação de espécies alternativas

O primeiro passo para a inserção de novas espécies é a identificação e avaliação dessas espécies potenciais de maneira criteriosa e multidisciplinar. Deve-se considerar a adaptabilidade ambiental, ou seja, a tolerância a variações de temperatura, precipitação, umidade e altitude, assim como a resistência a pragas e doenças, o que reduz a necessidade de aplicação de pesticidas e minimiza os riscos associados a surtos de doenças.

Também é necessário analisar a tolerância à competição e capacidade de regeneração, taxa de crescimento e rendimento, visando maximizar a produtividade da área de cultivo e reduzir o tempo necessário para a colheita, a qualidade da madeira (resistência, durabilidade, densidade e outras características desejáveis) e produtos não madeireiros (frutas, óleos essenciais, resinas).

É imprescindível a realização de estudos sobre a viabilidade econômica (avaliar os custos de estabelecimento e manutenção, o potencial de mercado para os produtos produzidos e a rentabilidade geral do empreendimento), impactos ambientais (considerações sobre o potencial de invasão, alterações nos ecossistemas nativos, efeitos sobre a biodiversidade, água e solo) e sociais (incluindo, aqui, impactos nas comunidades locais e culturas tradicionais, geração de emprego, difusão de conhecimentos tradicionais e tantos outros) em diferentes escalas.

Portanto, nestes estudos é de suma importância a participação de especialistas e a valorização de conhecimentos tradicionais locais para garantir que as decisões sejam feitas de maneira informada e sustentáveis a longo prazo.

Além disso, é indispensável o conhecimento a respeito de aspectos como condições edafoclimáticas (destacando-se aqui o zoneamento ambiental) e práticas silviculturais ótimas para seu desenvolvimento, assim como os materiais genéticos disponíveis.

Adaptação a condições climáticas

A realização do zoneamento edafoclimático objetiva identificar faixas de temperatura, pluviosidade, umidade e condições de solo ótimas para o melhor desenvolvimento dos indivíduos.

Essa prática é indispensável para determinar a compatibilidade entre as espécies de interesse e o ambiente a ser implementado, caracterizando e delimitando as regiões com maior ou menor aptidão para o desenvolvimento ótimo da espécie.

É uma ferramenta essencial para um cultivo bem planejado e executado, priorizando a utilização racional dos recursos naturais disponíveis e a otimização de investimentos, especialmente no tocante à correção e fertilização do solo, e irrigação.

Benefícios associados à produção florestal

A introdução de espécies alternativas na produção florestal proporciona benefícios significativos, contribuindo para a diversificação e a sustentabilidade dos sistemas florestais, como melhoria na capacidade de fornecer serviços ecossistêmicos essenciais, regulação do ciclo hidrológico, sequestro de carbono e proteção do solo.

Ademais, a introdução de novas espécies pode aumentar a diversidade genética nos ecossistemas, reduzir o risco de perda genética e fortalecer a capacidade de adaptação das florestas às futuras mudanças ambientais.

Por exemplo, essas espécies podem ser mais adaptáveis a diversas condições, o que ajuda a aumentar a resiliência dos ecossistemas florestais a variações climáticas. Por exemplo, é interessante analisar as espécies não convencionais em sua área de ocorrência natural para compreender melhor as condições ótimas de seu desenvolvimento e garantir o sucesso de seu potencial em um plantio florestal (por exemplo, araucária e cambará no sul do Brasil).

Diversificação

Ao diversificar as espécies cultivadas, os agricultores reduzem o risco de perdas em razão de pragas ou doenças que afetam especificamente ou possuem preferência por uma determinada espécie.

Se em um plantio uma espécie for mais suscetível que a outra, a primeira atuará como uma barreira para o controle de uma praga ou doença, assim como outras espécies podem ser menos suscetíveis, auxiliando na manutenção da produtividade global da área.

Este tipo de arranjo auxilia no controle de pragas, como o consórcio entre Toona ciliata e Swietenia macrophylla para o controle de Hypsipyla grandella, algo que diminui os gastos com defensivos agrícolas, o que, por sua vez, reduz o impacto negativo no ambiente.

Este consórcio influenciará enormemente no sucesso do plantio e beneficiará a flora e a fauna locais, ao fornecer habitats e alimentos para uma ampla gama de organismos, promovendo a saúde e a resiliência do ecossistema como um todo.

Acácia mangium é destaque na produção de madeira. Crédito: Flávio Pereira.

A possibilidade de diversificação econômica através de um policultivo pode expandir as opções de produtos madeireiros e não madeireiros, além de proporcionar oportunidades adicionais de renda para os proprietários de terras e comunidades locais.

Somado a isso, os produtos provenientes desse tipo de floresta podem possuir melhor qualidade em comparação com plantios homogêneos, visto que a aplicação de técnicas de melhoramento genético e de silvicultura possibilitam manejar de forma mais eficiente o produto final, resultando em madeira com menor quantidade de defeitos e com características atrativas para o mercado.

Portanto, a introdução de espécies alternativas na produção florestal tem o potencial de trazer renovação e inovação ao mercado, alterar padrões de consumo, descentralizar a produção e diversificar sua oferta e as possibilidades de investimento.

Este cenário estimula o avanço da ciência, ao pesquisar espécies menos tradicionais, investir em seu melhoramento genético, expandindo a literatura a seu respeito e com a possibilidade da descoberta de novos compostos e mecanismos.

Ademais, incentiva a inovação em processos e desenvolvimento de produtos, especialmente no tocante a espécies de uso múltiplo, estimulando, principalmente, mas não unicamente o setor florestal, podendo inclusive impactar no aproveitamento de áreas sem destinação.

Demandas

A introdução de variedades menos convencionais na produção florestal descentralizaria as demandas dos segmentos de mercado com padrões de qualidade e espécies bem estabelecidas, pulverizando a oferta que antes estava majoritariamente focada em uma determinada espécie ou grupo de espécies.

Portanto, a diversificação, tanto das espécies como dos produtos delas provenientes, reduziriam a pressão em espécies já tradicionalmente bem estabelecidas e intensivamente exploradas, ao diminuir a dependência de algumas espécies específicas para fornecer determinados produtos, distribuindo a pressão de colheita entre uma variedade de recursos.

Preocupações

A adoção de espécies alternativas na produção florestal pode apresentar desafios e preocupações que precisam ser cuidadosamente considerados. Os desafios para sua implantação são:

– Tradicionalismo e resistência, especialmente dos pequenos produtores, à adoção de novas tecnologias;

– Tempo de retorno, principalmente no componente florestal, que é de médio a longo prazo, o que dificulta a adoção em casos de recursos financeiros mais limitados por parte do produtor;

– Por ser um sistema produtivo complexo, acarreta mais riscos, especialmente ao componente agrícola;

– Ademais, há resistência do mercado consumidor para a aceitação de novas espécies e produtos.

Os dois lados da moeda

Existe, ainda, a possibilidade de espécies exóticas se tornarem invasoras (competição e riscos às espécies nativas), acarretando possível alteração do equilíbrio ecológico, ao afetar a dinâmica ecossistêmica, resultando em mudanças imprevisíveis na estrutura e função do ecossistema e na perda de diversidade genética e resiliência a longo prazo (substituição ou diminuição das espécies nativas por invasoras).

Somam-se a isso os desafios de gestão, como a exigência de novas práticas de manejo e monitoramento para garantir o cultivo de maneira sustentável e evitar impactos adversos, além de interações imprevisíveis, conjunto que pode aumentar a complexidade e os custos da gestão florestal.

Esta problemática está profundamente vinculada à falta de informações detalhadas sobre as características ecológicas, comportamentais e de manejo de espécies alternativas, o que pode dificultar a tomada de decisões informadas e a implementação de práticas adequadas.

Destacamos, também, a possibilidade de impactos socioeconômicos negativos, especialmente em comunidades que dependem das espécies tradicionais para sua subsistência, sendo importante considerar os efeitos sobre o emprego, a cultura e os sistemas de conhecimento tradicionais das comunidades locais.

Monitoramento é essencial

De forma geral, é importante realizar avaliações cuidadosas dos potenciais impactos ecológicos, sociais e econômicos antes de introduzir espécies alternativas, garantindo que essas mudanças sejam feitas de maneira sustentável, responsável, bem fundamentada e gradual, levando em consideração as características específicas do ecossistema e as necessidades das comunidades locais.

A diversificação de espécies, quando realizada de maneira criteriosa e bem planejada, contribui para a diminuição da pressão sobre florestas nativas, reaproveitamento de terras degradadas, proteção do solo e da água, sequestro e estocagem de carbono, promoção de interações ecológicas benéficas, como facilitação mútua, compartilhamento de recursos e proteção contra predadores, especialmente quando em consórcio.

Essas interações podem aumentar a produtividade e a saúde geral do ecossistema florestal, criando um ambiente mais resiliente e sustentável (Figura 1).

Figura 1. Diversificação das espécies cultivadas e seus desafios para sustentabilidade dos ecossistemas florestais.

Informações: Campo & Negócios / Imagem em destaque: Futuro Florestal.
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Celulose a ser produzida em Ribas seguirá até Inocência e para o Porto de Santos em vagões de trem

Para garantir que toda a madeira necessária para a produção de celulose chegue à fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo, o time de especialistas da Operação Florestal planeja o trabalho com muita antecedência, levando em conta indicadores como a produtividade local, tipo de manejo, fertilização e outros fatores para definir a hora certa colher o eucalipto.

Quando chega o momento, a colheita é executada com o uso de duas máquinas: harvesters, colheitadeiras que derrubam, desgalham, descascam e cortam as toras em tamanhos certos para o transporte; e os forwaders, que organizam e transportam a madeira para a beira das estradas rurais. Lá as toras ficam esperando por cerca de 45 dias para perder umidade e, então, são carregadas nos tritrens e hexatrens que as levam para a fábrica, onde se inicia o ciclo da celulose.

Última parada antes de Santos

Após o enfardamento e carregamento da celulose produzida na fábrica, os caminhões carregados seguem de Ribas do Rio Pardo pela BR-262 e MS-377 até o Terminal Intermodal de Inocência, atualmente em construção naquele município.

Lá, profissionais capacitados serão responsáveis por acomodar os fardos nos 21 mil m² do grande complexo intermodal, onde ficarão armazenados até serem carregados nos vagões de trem. Em apoio à diversidade e ao aprimoramento dos(as) colaboradores(as), a Suzano apoia o programa Mulheres na Direção, realizado pela empresa JSL, que visa ter 70% da mão de obra de operadores de empilhadeira do terminal compostos por mulheres.

Quando a operação ferroviária da Suzano em Inocência for iniciada, será uma das mais eficientes da empresa. Os vagões terão cerca de 10% a mais de capacidade em comparação com aqueles que transportam a celulose de Três Lagoas, garantindo uma operação mais eficiente e sustentável ao permitir o transporte de mais carga em menos tempo.

Você sabia?

Após ser embarcada nos trens em Inocência e atravessar todo o estado de São Paulo pela ferrovia Malha Norte, a celulose produzida em Ribas do Rio Pardo será finalmente descarregada em dois grandes terminais portuários, o DPW e T32, em Santos (SP), que estão sendo reformados e ampliados pela Suzano para atender à nova fábrica. Esse trabalho é realizado com o auxílio de pórticos e pontes rolantes, estruturas essenciais para a movimentação segura da carga de alto peso, e empilhadeiras para o armazenamento.

A partir desses terminais, os fardos serão carregados em grandes navios cargueiros com destino ao exterior. Um desses navios é o Green Santos, o maior dessa categoria no mundo para transporte de celulose, com capacidade para acomodar 77 mil toneladas, que vai operar para Suzano pela empresa chinesa Cosco Shopping, e ficou pronto no final de 2023. A maior capacidade da embarcação resulta em menor emissão de carbono por tonelada transportada, tornando o modelo mais ecologicamente sustentável.

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Plano de Florestas Plantadas é destaque na agenda dos Ministros de Agricultura e Meio Ambiente

Ocorreu na quinta-feira (21), em Brasília, o evento de lançamento da atualização do Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas (PNDF). A cerimônia foi realizada no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) com a participação do Ministro Carlos Fávaro e da Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

A data foi escolhida em função da comemoração do Dia Internacional das Florestas. Na cerimônia também foram lançados a Chamada Pública para Projetos Florestais; e o Painel Floresta + Sustentável, ferramenta de acesso público que disponibiliza informações sobre o setor florestal brasileiro.

No palco estiveram presentes, além dos dois Ministros, a Presidente da AMIF e da Câmara Setorial de Florestas Plantadas, Adriana Maugeri; o Governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel; a Secretária de Inovação do Mapa, Renata Miranda; e o Coordenador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias.

O ministro Carlos Fávaro sublinhou a relevância das Câmaras Técnicas Setoriais no encaminhamento e na execução de políticas públicas. Também, ressaltou que o setor de florestas plantadas exerce claramente uma responsabilidade não apenas ambiental, mas social, no combate à desigualdade no Brasil.

“Se trata de um plano nacional de florestas plantadas em áreas antropizadas, com um viés econômico, social e ambiental. Tudo isso com base na transversalidade para que possamos fazer juntos do Brasil um país com produções gigantescas, mas também com preservações gigantescas, como deve ser”, explicou o ministro Fávaro. “Vamos mostrar para o mundo que é possível produzir e preservar. Faremos esse trabalho de forma integrada com outras pastas do governo e com a sociedade, sempre de forma inovadora e transparente”, completou.

A Ministra Marina Silva ressaltou a importância de dados confiáveis para a elaboração de políticas públicas eficazes, papel desempenhado com maestria pelo setor florestal. Além disso, destacou a necessidade de restauração em áreas alteradas pela ação humana, tanto com florestas plantadas quanto com florestas nativas.

“Estamos trabalhando juntos. Estamos há um ano e três meses juntos e superando as contradições. Vamos fortalecer ações de desenvolvimento sustentável, esse é o novo ciclo de prosperidade. Esse ciclo combate à desigualdade, gera emprego, gera renda e melhora a qualidade de vida das pessoas”, destacou.

Adriana Maugeri enfatizou o papel da agroindústria florestal na produção de bioprodutos e na inclusão social. Também, destacou a importância do eucalipto nos plantios brasileiros e o potencial de crescimento do setor rumo à consolidação do Brasil como líder mundial na economia verde.

“Nós temos um  país com o nome de árvore. Vejam a vocação florestal do Brasil! O setor florestal traz dignidade para o produtor rural, renda e fixação de trabalhadores no campo. Creio que essa também é a missão de todos nós aqui: trabalharmos para combater a miséria e a fome nesse país. A Indústria Florestal consegue trazer essa dignidade”, finalizou Adriana.

https://youtube.com/watch?v=sp9TBv-HYVw%3Ffeature%3Doembed

Lançamentos oficiais

A primeira atividade do evento foi o lançamento do Plano de Desenvolvimento de Florestas Plantadas 2024 (PNDF), que traz a atualização da Política Agrícola de Florestas Plantadas para contribuir com o aumento da produtividade e a utilização do potencial produtivo de bens e serviços da economia de base florestal. As iniciativas vão auxiliar na diminuição da pressão sobre as florestas nativas, na melhoria da renda, na qualidade de vida do meio rural e na integração entre produtores rurais e agroindústrias, que utilizam madeira como matéria-prima.

Num segundo momento, a secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Renata Miranda, apresentou o Painel Floresta+. A ferramenta de acesso público contém dados atualizados, verificáveis e universais do setor de árvores cultivadas em todos os biomas do Brasil, mapeando a extensão, produção e economia florestal brasileira.

Além de promover a transparência, o Painel Floresta+ vai fortalecer a colaboração entre os diversos atores envolvidos no setor por meio da Rede Floresta+, com projetos que permitam investimentos na silvicultura sustentável a partir da integração entre empreendedores, apoiadores institucionais, empresas e investidores, impulsionando seu crescimento de forma responsável e integrada.

A secretária Renata Miranda destacou a importância das entregas, feitas hoje pelo Mapa. “O que trazemos aqui representa uma fatia muito significativa do crescimento econômico do país, que trabalha não somente para gerar riqueza, mas com a redução desigualdades, trazendo ao pequeno agricultor mais opções de renda e emprego.” 

Adriana Maugeri viu com muita satisfação as entregas para o setor florestal. “As perceptivas são as melhores possíveis, porque pela primeira vez, historicamente, nós teremos uma publicação e diversas ações do governo brasileiro que destacam a importância e a relevância do setor de florestas plantadas para o Brasil, valorizando uma cultura agrícola que possui alta escala e capacidade de produção e conservação ambiental”.

Ao final, o ministro Fávaro lançou o edital para a Chamada Pública Para Projetos Florestais, que visa fomentar a inovação na produção de sementes e mudas florestais e incentivar práticas sustentáveis no setor, como os sistemas agroflorestais e a recuperação de áreas de pastagens degradadas, a partir de parcerias entre detentores de projetos florestais e investidores.

Informações: Amif.

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Eldorado Brasil recebe o Selo Mais Integridade do Ministério da Agricultura

Reconhecimento reforça compromisso da empresa com práticas éticas e sustentáveis

Três Lagoas, 21 de março de 2024 – Eldorado Brasil Celulose, referência global em sustentabilidade e eficiência no setor, foi reconhecida com o Selo Mais Integridade, concedido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por suas boas práticas em ESG e ética nos negócios. Este é um marco significativo para a companhia, destacando seu compromisso com a integridade e as melhores práticas de compliance.

“Conquistar o selo significa que atendemos às rigorosas premissas de avaliação do Comitê Gestor, demonstrando a seriedade em nossa forma de fazer negócios e a transparência de nossas atividades”, afirma André Tourinho, head de Compliance da Eldorado Brasil. “Ao longo dos anos, avançamos, acumulando sucessivos recordes em produção, competitividade, investimentos e controle ambiental, e a ética e a conduta que nos trouxeram até o atual patamar continuarão permeando nossos passos no futuro.”

Na companhia, o Programa de Compliance é o carro-chefe para disseminar os valores, a cultura de ética, a integridade e a conformidade, bem como para prevenir, detectar e corrigir eventuais irregularidades que possam ocorrer em meio às atividades empresariais. A Eldorado Brasil também promove treinamentos regulares para seus colaboradores e conta com o programa Multiplicadores de Ética, formado, atualmente, por 54 colaboradores eleitos das mais diversas áreas que se dedicam a disseminar as boas práticas e condutas.

Os compromissos da empresa são reforçados por meio da participação em importantes movimentos. É signatária do Pacto Global da ONU, do Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção e do Movimento Empresarial pela Integridade e Transparência, ambas iniciativas do Instituto Ethos, além do Cadastro Agroíntegro, outra iniciativa do Ministério da Agricultura.

Assim, o reconhecimento demonstra que Eldorado Brasil está no caminho certo para promover um ambiente de negócios sustentável e ético. “A transparência e a responsabilidade são mais do que uma obrigação, são a única forma de construir uma relação duradoura e de confiança com nossos públicos. Por isso, o selo vai além de nossas operações, beneficiando também investidores, fornecedores, colaboradores e as comunidades onde estamos inseridos”, diz Tourinho.

Sobre a Eldorado Brasil

A Eldorado Brasil Celulose é reconhecida globalmente por sua excelência operacional e seu compromisso com a sustentabilidade, resultado do trabalho de uma equipe qualificada de mais de 5 mil colaboradores. Inovadora no manejo florestal e na fabricação de celulose, produz, em média, 1,8 milhão de toneladas de celulose de alta qualidade por ano, atendendo aos mais exigentes padrões e certificações do mercado internacional. Seu complexo industrial em Três Lagoas (MS) também tem capacidade para gerar energia limpa para abastecer uma cidade de 1,2 milhão de habitantes. Em Santos (SP), opera a EBLog, um dos mais modernos terminais portuários da América Latina, exportando o produto para mais de 40 países. A companhia mantém um forte compromisso com a sustentabilidade, inovação, competitividade e valorização das pessoas.

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Dia Internacional da Floresta (21/03) – Produção de madeira legal na Amazônia ajuda proteger a floresta para o futuro

Março de 2024 – Nos últimos meses, a proteção da floresta Amazônica ganhou ainda mais a atenção mundial após a divulgação de um estudo da revista científica Nature sobre a exposição a fatores de degradação que pode levar a um ponto de não retorno em quase metade de sua área, desencadeando uma transformação no ecossistema. Outro documento, do Instituto Potsdam, aponta para a perda de reservas de umidade da floresta, que potencializará o aumento das secas nas próximas décadas. Proteger a maior floresta do mundo nunca foi tão importante para o planeta.

Muito além do conhecido título de pulmão do mundo, a Amazônia desempenha um papel fundamental na regulação do clima e das chuvas, na manutenção da biodiversidade, no armazenamento de carbono e para o equilíbrio da temperatura do planeta, o que a torna protagonista no combate às mudanças climáticas.

Entre as principais ações para mudar esse caminho que se desenha para a floresta Amazônica está o combate ao desmatamento ilegal e a sua degradação, além do aumento de ações de restauração. Governos estaduais, federal e de outros países, cientistas e especialistas, iniciativa privada e ONGs, fundos, entre outros agentes, atuam para mudar esse cenário.

O papel e a conscientização do consumidor

Mas esse trabalho não pode apenas ser tratado nas esferas executivas. Esse é um assunto em que todos podem ajudar. Os consumidores, por exemplo, também tem papel fundamental na preservação da floresta. Atitudes como praticar o consumo consciente, usando produtos onde a matéria-prima seja comprovadamente de empresas que garantam que a origem não seja de desmatamento ilegal, é um bom começo.

Outra boa conduta está na decisão dos materiais para construir a casa. O aço e o concreto usam minérios na sua composição, que além de não serem renováveis, geram impactos ambientais quando removidos do solo, como o desmatamento. O plástico também tem, em sua maioria, origem ligada à poluição ambiental, além de gerar impactos no seu descarte.

Por outro lado, a madeira legal, material muito usado na construção de casas e na decoração dos interiores, traz inúmeros benefícios, como a própria preservação da floresta, essencial para a sua recuperação. Inicialmente, isso soa contraditório, mas não é. Quando o consumidor compra um produto de madeira certificada de manejo florestal legal ele está contribuindo para proteger a floresta amazônica.

Existem alguns diferenciais importantes que o consumidor precisa ter em mente para fugir dos mitos do uso da madeira. Quando a extração é feita de forma legal e certificada:

  • Não destrói a floresta – o corte é realizado apenas em áreas e nas quantidades autorizadas pelos órgãos responsáveis que indicam quais árvores poderão ser utilizadas comercialmente. A extração é dividida em áreas com dezenas de ciclos anuais, respeitando a maturação da natureza e dando tempo para a mata se recompor.
  • Promove a renovação florestal – normalmente são retiradas as espécies mais antigas, proporcionando espaço para mais novas crescerem, respeitando os ciclos naturais da floresta e a fase de crescimento das árvores. Uma prova dessa ação acontece, depois de vários anos, quando a operação volta na primeira área certificada, e verifica que as estradas construídas desapareceram.
  • Combate os efeitos das mudanças climáticas – as árvores mais novas que ganham espaço para crescer absorvem mais carbono da atmosfera que as antigas.
  • Protege a floresta do desmatamento – apenas uma pequena fração da área é usada para esse trabalho autorizado, sendo que a maior parte continua protegida. A atividade é boa para a manutenção da floresta em pé, uma vez que as áreas de manejo florestal sustentável atuam como barreiras naturais contra o avanço do desmatamento ilegal e predatório, ajudando a proteger ecossistemas vulneráveis e a conservar a biodiversidade.
  • É socialmente justa, pois cria empregos e contribui na geração de renda de milhares de famílias das comunidades florestais. A atividade madeireira legal pode ajudar a combater a pobreza na região, promovendo o desenvolvimento socioeconômico e a melhoria da qualidade de vida. Vale lembrar que a Amazônia Legal é composta por nove estados brasileiros, onde a maioria dos 28 milhões de habitantes vive em baixo índice de desenvolvimento humano. No Brasil, estima-se que a produção de madeira legal emprega cerca de 1 milhão de pessoas e movimenta mais de US$ 3 bilhões por ano.

Um bom exemplo dessa contribuição acontece em um distrito de Belém. A CRAS Madeira, empresa brasileira que comercializa espécies nativas como ipê, Maçaranduba, Jatobá, Cumaru, Tauari, Angelim-Pedra, retira a madeira de uma área autorizada de aproximadamente 10 mil hectares no estado, que acaba incentivando a proteção de mais de 250 mil hectares de floresta em pé, impedindo o desmatamento da Amazônia. E esse volume vem aumentando, o número é 25% maior que o apresentado no ano anterior. Para ilustrar o tamanho da contribuição, a área contemplada daria para cobrir de verde duas cidades inteiras do tamanho do Rio de Janeiro.

No caso da CRAS Madeira, a indústria é certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council) e todas as operações são monitoradas pelo IBAMA, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS). O produto final conta com a certificação de cadeia de custódia, que garante que a matéria-prima vem de florestas certificadas ou de origem controlada e que a extração é realizada por um empreendimento florestal também certificado. Todo o percurso da madeira é rastreado até chegar ao consumidor, controlando toda a cadeia produtiva.

E é exatamente no final da cadeira que está outra ação importante do consumidor para ajudar a proteger a floresta, mesmo estando quilômetros de distância dela. Em toda compra de produtos de madeira, é fundamental solicitar os documentos que indicam a rastreabilidade e comprovam a origem da madeira, garantindo que o produto foi gerado através de práticas sustentáveis do ponto de vista ambiental, social e econômico. No varejo ou no atacado, tanto consumidor final pessoa física quanto jurídica – como arquitetos e empresas de construção civil – precisam exigir que a nota fiscal traga o DOF (documento de origem florestal) ou o GF (guia florestal). O consumidor que não solicita essa informação pode estar comprando um produto que tem origem duvidosa, contribuindo para o desmatamento ilegal.

Sobre a CRAS Brasil

Fundada em 2011, a CRAS BRASIL atua na originação, industrialização e comercialização de commodities agrícolas: agronegócio (processamento de amendoim), madeiras beneficiadas e certificadas e trading (soja, milho, glicerina). Atualmente, possui quatro unidades de negócios: CRAS Agro, CRAS Madeira, CRAS Energia e CRAS Trading.

A CRAS Agro é líder brasileira na exportação de óleo de amendoim e possui destacada participação na venda de farelo de amendoim para nutrição animal no mercado interno, além de atuar com farelo e óleo de soja. A CRAS Madeira opera com madeiras provenientes de manejo sustentável e certificadas FSC®, exportando e comercializando no varejo nacional diversas espécies, como: Ipê, Garapa, Tauari, Itaúba, Jatobá, Maçaranduba. A CRAS Brasil ainda possui unidades de energia e venda de glicerina bruta, refinada e sebo bovino.

Sua matriz está localizada em Petrópolis (RJ) e possui empresas nas cidades de São Paulo (SP), Itaju (SP), Belém (PA), Cascavel (PR), Rio Verde (GO), Pequim (China) e Miami (FL, EUA). A loja da CRAS Madeira voltada para o varejo e o centro de distribuição nacional estão localizados em Itaipava (RJ).

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