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Setor florestal aponta prejuízos causados por falhas nos sistemas e divergências entre órgãos ambientais

Apontamentos foram feitos em reunião realizada com o Ibama no final do mês de junho

O Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) participou, na sexta-feira (27/06), de uma reunião com a Diretoria de Biodiversidade e Florestas DBFlo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para apresentar os entraves que vêm comprometendo a exportação de madeira nativa legal no estado.

Foto: assessoria.

Entre os principais pontos levantados estão a falta de padronização entre os sistemas federal e estadual, divergências na análise técnica dos processos autorizativos de exportação e falhas na integração das Autorizações de Exploração Florestal entre as plataformas eletrônicas dos órgãos ambientais. A reunião foi solicitada pelo Fórum Nacional de Base Florestal (FNBF) que também participou da agenda.

De acordo com o presidente do Cipem, Ednei Blasius, um dos problemas mais graves está relacionado às divergências nos nomes científicos das espécies autorizadas para exportação. Mesmo com Autex (Autorização de Exportação) previamente emitidas e com espécies devidamente autorizadas, cargas estão sendo apreendidas por conterem espécies que, embora listadas, não ocorrem em Mato Grosso segundo a base de dados do Reflora.

“O Reflora não pode ser utilizado como base oficial para justificar apreensões. Há espécies que constam na autorização e não estão sendo exportadas, mas ainda assim as cargas estão sendo barradas, detalhe: a mudança nos atos normativos autorizativos ocorreu recentemente, o que justifica aplicar a regra para espécies já colhidas que estão estocadas nos pátios das fábricas?” .

Outro entrave recorrente apontado pelo setor é a falta de integração entre os sistemas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) e o sistema federal Sinaflor. Isso tem provocado o indeferimento automático de processos no sistema LPCO (Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos), mesmo quando os documentos estão regulares no âmbito estadual.

Também foram citados erros nas análises técnicas, como o indeferimento de autorizações com a justificativa de ausência de Cadastro Ambiental Rural (CAR), mesmo quando a madeira tem origem em concessões florestais – que, por lei, são dispensadas da exigência de CAR.

“Muitos produtores estão com suas mercadorias paradas. Isso gera prejuízos enormes não apenas aos empresários, mas à imagem do setor florestal brasileiro no mercado internacional”, afirmou Blasius.

O presidente do Cipem também apontou a falta de padronização nos critérios de fiscalização, como a medição de cargas fora dos paletes e a subjetividade nas análises de cadeia de custódia. “Existe muita tecnologia nos sistemas, mas estamos reféns da interpretação individual de cada analista. Falta documentação técnica que oriente os pareceres, o que inviabiliza o planejamento das exportações”, acrescentou.

As tratativas continuarão até que uma solução seja encontrada e os processos sigam o rito da normalidade.  

Além da agenda com o Ibama, o Cipem deverá se reunir ainda nesta semana com representantes da Sema-MT para tratar dos problemas que têm impactado o setor também na esfera estadual.

Informações: Leiagora / Foto destaque: divulgação.

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Habilitação de empresa vencedora da Rota da Celulose deve sair na próxima semana

Decisão do STF que devolve BR-393 à K-Infra reacende chances do consórcio vencedor manter contrato

O imbróglio envolvendo a concessão da Rota da Celulose, projeto estratégico para a infraestrutura e logística de Mato Grosso do Sul, pode estar perto do fim. Após semanas de indefinição, o governador Eduardo Riedel (PSDB) declarou nesta terça-feira (8) que a CEL (Comissão Especial de Licitação) tem até a próxima semana para dar uma resposta definitiva sobre a habilitação do Consórcio K&G Rota da Celulose, vencedor do leilão realizado em maio.

“Os prazos estão correndo. Eu acho que semana que vem é o prazo final para a comissão dar retorno para a empresa e para a ANTT, em relação aos questionamentos feitos. Uma vez sendo respondida, vai dar encaminhamento no processo, tá dentro do prazo de resposta”, afirmou o governador, ao ser questionado sobre o andamento do processo.

A Rota da Celulose prevê a concessão de 870 km de rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395, além de trechos das federais BR-262 e BR-267. O trajeto corta municípios importantes como Campo Grande, Três Lagoas, Nova Alvorada do Sul, Água Clara, Ribas do Rio Pardo e Bataguassu todos com forte presença da cadeia produtiva da celulose e do agronegócio.

O processo de licitação, conduzido pelo EPE (Escritório de Parcerias Estratégicas), foi arrematado pelo Consórcio K&G Rota da Celulose, formado pelas empresas K-Infra Concessões e Galápagos Participações. O grupo apresentou a proposta mais agressiva do certame: um desconto de 9% na tarifa-teto dos pedágios (R$ 0,19 por km para pista simples e R$ 0,26 para pista dupla), além de um aporte financeiro de R$ 217,3 milhões, superando concorrentes como Rotas do Brasil, BTG Pactual e o Consórcio Caminhos da Celulose (liderado pela XP Investimentos).

No entanto, o avanço do contrato foi interrompido no início de junho, quando a CEL suspendeu os prazos do processo após a anulação, por parte do governo federal, da concessão da BR-393/RJ, conhecida como Rodovia do Aço, operada pela K-Infra. O contrato com essa rodovia era justamente o principal comprovante de experiência técnica apresentado pela empresa no leilão.

A anulação gerou uma disputa administrativa intensa. O consórcio liderado pela XP, segundo colocado, entrou com recurso pedindo a inabilitação da K&G, alegando que o grupo não preenchia mais os requisitos técnicos exigidos pelo edital.

A situação sofreu uma reviravolta em 3 de julho, quando o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu liminar determinando que a K-Infra reassuma temporariamente a concessão da BR-393. Segundo a decisão, o governo federal violou o direito ao contraditório e à ampla defesa ao romper o contrato sem antes calcular a indenização devida à empresa e sem estabelecer um plano de transição para o trecho.

A liminar restabelece, ainda que de forma provisória, a qualificação técnica da K-Infra, reforçando sua posição no processo da Rota da Celulose. Com isso, a CEL poderá retomar a análise técnica e jurídica da habilitação do consórcio, como confirmou o governador.

Com a decisão do STF em vigor, a CEL deve encerrar nos próximos dias a análise do recurso da XP e avaliar se o consórcio K&G mantém sua habilitação. Se for considerado tecnicamente habilitado, o contrato poderá ser homologado e o projeto, finalmente, iniciado. Caso contrário, a CEL poderá convocar o segundo colocado, o Consórcio Caminhos da Celulose, o que demandaria nova rodada de análise documental e de viabilidade, gerando mais atrasos.

Informações: Campo Grande News.

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Eucalyptus benthamii gera impacto econômico de R$ 6 milhões anuais no Sul do Brasil

A adoção do Eucalyptus benthamii, espécie de eucalipto tolerante a geadas severas, resultou em impactos econômicos expressivos no Sul do Brasil, na ordem de R$ 6 milhões, em especial pelo fator incremento de produtividade e também pela área de adoção. O estudo foi realizado em 2024 pela Embrapa Florestas, e mostra que a área plantada com a espécie alcançou 15.600 hectares, envolvendo empresas, pequenos e médios produtores rurais nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A produtividade da espécie é um dos principais fatores de impacto: enquanto outras espécies de eucalipto rendem cerca de 30 a 35,3 metros cúbicos de madeira por hectare ao ano, o E. benthamii atinge 43 m³/ha/ano. Este desempenho representa um ganho de produtividade de cerca de 30% em relação às demais espécies usadas em regiões frias.

A tecnologia beneficia empresas florestais, cooperativas agrícolas – que utilizam a biomassa para geração de energia para secagem de grãos – e produtores rurais de diferentes portes, servindo como alternativa de diversificação de renda e agregação de valor, inclusive em sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).  

Ambientalmente, o cultivo contribui para reduzir a pressão sobre florestas nativas, sequestrar carbono e pode ser usado na recuperação de áreas degradadas. A avaliação também registrou impactos positivos na manutenção de empregos, além de fortalecer a rede de pesquisa e transferência de tecnologia.

O estudo ressalta que, apesar das vantagens, a madeira ainda é predominantemente usada para energia, havendo potencial para desenvolvimento de usos múltiplos, como serraria. A adoção da tecnologia, iniciada em 1999, representa uma alternativa viável para a produção florestal sustentável em regiões frias do Brasil.

Segundo Emiliano Santarosa, supervisor do Setor de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia da Embrapa Florestas e um dos responsáveis pela análise,  “atualmente o E. benthammii é o material genético de eucalipto com maior tolerância às geadas, sendo uma alternativa para produção de madeira em regiões com clima frio. Além do material genético, é importante destacar que a qualidade das mudas e os fatores associados ao planejamento e ao manejo florestal são essenciais para garantir a produtividade de madeira. Em plantios florestais puros ou em sistemas integrados de produção, como o sistema ILPF, o E. cpode ser uma alternativa para os produtores”.   

Balanço Social

O Balanço Social de 2024 revela um lucro social de R$ 107,24 bilhões, o que representa um aumento de 17% em relação ao ano anterior. Este valor é resultado da avaliação de 166 tecnologias desenvolvidas pela empresa, refletindo seu compromisso com a inovação e o desenvolvimento sustentável no setor agropecuário.

Um dos indicadores mais significativos do desempenho da Embrapa é a relação entre o lucro social e a receita operacional líquida, que passou de 21,23 em 2023 para 25,35 em 2024. Isso significa que, para cada real investido na Embrapa, o retorno para a sociedade foi multiplicado em 25 vezes.

O Balanço Social é uma publicação anual da Embrapa que apresenta alguns dos principais resultados alcançados pela Empresa no ano anterior. Isso é feito por meio do levantamento das ações sociais realizadas, dos casos de sucesso, dos prêmios e reconhecimentos recebidos e da adoção e impactos econômicos, sociais, ambientais e institucionais de soluções tecnológicas geradas e adotadas pela sociedade. A partir dos impactos econômicos dessa amostra de soluções tecnológicas é calculado o lucro social devolvido pela Empresa à sociedade brasileira. 

Saiba mais em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/100294708/embrapa-retorna-a-sociedade-r-2537-para-cada-r-1-investido-na-empresa 

Acesse o Balanço Social da Embrapa aqui!

Informações: Embrapa Florestas.

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Engenheiros florestais são homenageados na Assembleia Legislativa do Paraná

Sessão solene marca os 65 anos da Engenharia Florestal e reforça papel estratégico da profissão para a sustentabilidade

Em uma noite marcada por reconhecimento e reflexão sobre o futuro da sustentabilidade no Brasil, a Assembleia Legislativa do Paraná promoveu, nesta terça-feira (8), uma sessão solene em homenagem ao Dia do Engenheiro Florestal, celebrado em 12 de julho. A cerimônia, proposta pelo deputado Ney Leprevost (União), também celebrou os 65 anos da criação do curso de Engenharia Florestal no país.

Durante o evento, profissionais da área receberam certificados de Menção Honrosa em reconhecimento à sua contribuição para o desenvolvimento sustentável, o uso consciente dos recursos naturais e a preservação ambiental.

“Esses profissionais são essenciais para orientar o progresso de forma responsável, garantindo que o crescimento econômico não destrua o meio ambiente”, destacou Leprevost. Ele ressaltou que os engenheiros florestais atuam desde o campo até a formulação de políticas públicas, conciliando produtividade com conservação.

História e desafios da profissão no Paraná

A presidente da Associação Paranaense de Engenheiros Florestais (Apef), Lella Regina Curt Bettega, lembrou que o curso de Engenharia Florestal foi transferido para o Paraná após um incêndio de grandes proporções em 1963. Essa mudança impulsionou o setor no estado e fortaleceu a base técnica da profissão.

Apesar das conquistas, Lella alertou para a queda no interesse dos jovens pelas engenharias e defendeu maior aproximação com o Legislativo. “Celebrar a data com essa agenda institucional reforça a importância da profissão no debate sobre políticas públicas”, afirmou.

Sustentabilidade em foco

Clodomir Ascari, presidente do Crea-PR, ressaltou que temas como carbono, madeira engenheirada e mudanças climáticas colocam a Engenharia Florestal em evidência. Ele defendeu o fortalecimento da parceria entre os conselhos profissionais e o poder público para a formulação de políticas mais eficazes.

Já o engenheiro florestal Eleandro José Brun, coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Florestal (Ceef), lembrou que a profissão está presente em setores como reflorestamento, arborização urbana e indústrias de base florestal. “É uma profissão estratégica para o desenvolvimento sustentável do país”, afirmou.

Engenharia Florestal: 65 anos de contribuição ao Brasil

O curso de Engenharia Florestal foi criado em Minas Gerais, em 1960, e transferido para Curitiba (PR) em 1963, passando a integrar a Universidade Federal do Paraná. A regulamentação da profissão ocorreu em 1965, pela Lei nº 4.643.

Atualmente, o Brasil conta com mais de 10 mil engenheiros florestais registrados. A profissão tem papel decisivo no manejo de florestas, na produção de madeira, energia renovável e na formulação de políticas públicas. O setor florestal brasileiro movimenta cerca de R$ 260 bilhões por ano e gera mais de 800 mil empregos formais.

Reconhecimento e valorização

No encerramento da cerimônia, foram entregues menções honrosas a profissionais, universidades e entidades representativas, destacando a importância da categoria na construção de um país mais sustentável. A Câmara Especializada de Engenharia Florestal, instalada em 2024 no Crea-PR, vem atuando para ampliar a representatividade da profissão no Paraná.

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Primeiro semestre é marcado por oscilações nas exportações de madeira

Análise da WoodFlow aponta crescimento de 5% em volume e 5,6% em valor, mesmo com quedas mensais sucessivas

O volume das exportações brasileiras de madeira registrou crescimento de 5% no primeiro semestre de 2025, na comparação com o mesmo período de 2024. Em termos de valor, o avanço foi de 5,6%. Os dados são de uma análise realizada pela WoodFlow, que acompanha os principais indicadores de comércio exterior de dez produtos do setor.

Apesar do resultado positivo no acumulado do semestre, o mês de junho apresentou queda de 5% no volume exportado e retração de 3% em valor, em relação a maio. Essa foi a terceira queda mensal consecutiva do ano, após um aumento expressivo de 14% registrado em março. Com isso, o segundo trimestre fechou com crescimento modesto de apenas 2% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Fonte: WoodFlow, com dados Comex Stat

Segundo o CEO da WoodFlow, Gustavo Milazzo, as oscilações refletem as incertezas do cenário internacional. “Em fevereiro, foi anunciado que o mercado de madeira nos EUA poderia ser alvo de novas tarifas de importação. Isso gerou uma corrida para antecipar embarques antes da vigência das taxas. Embora o setor ainda esteja sob investigação e sem aplicação efetiva das tarifas, o clima de incerteza já impactou o volume de pedidos”, explica.

Gustavo também destaca que os conflitos geopolíticos em curso — especialmente na Ucrânia e no Oriente Médio — têm influenciado o comportamento dos compradores internacionais, que estão mais cautelosos e reduzindo volumes diante do cenário global instável.

Destaques de junho

Em junho, os principais produtos exportados foram a madeira serrada de pinus, responsável por 45% do volume total, e o compensado de pinus, com 35%. Em valores, a ordem se inverte: o compensado de pinus lidera, com US$ 64,2 milhões, seguido pela madeira serrada, que somou US$ 56,8 milhões.

Os Estados Unidos seguem como o principal destino do compensado de pinus, com compras que somaram US$ 27 milhões apenas em junho, acumulando US$ 151 milhões no semestre. O mesmo padrão se repete para a madeira serrada, cujas exportações ao mercado norte-americano alcançaram US$ 24,3 milhões em junho e totalizam US$ 143,3 milhões no ano.

Perspectivas para o segundo semestre

Para Gustavo Milazzo, o segundo semestre será desafiador. “O setor industrial está cauteloso, segurando investimentos e voltando a atenção para ajustes internos nas fábricas. A expectativa é de um período de retração”, afirma.

A orientação para os empresários, segundo ele, é clara: “É hora de buscar eficiência produtiva, reduzir custos e diversificar mercados”.

Outro ponto de atenção para o setor é a entrada em vigor do EUDR (Regulamento da União Europeia contra o Desmatamento), marcada para 30 de dezembro de 2025. A nova legislação exigirá a comprovação da origem da madeira, garantindo que ela não esteja associada a áreas desmatadas após 31 de dezembro de 2020.

“Empresários que pretendem manter suas exportações para a Europa devem se antecipar, adequar seus processos e organizar toda a documentação da cadeia de fornecimento de cada produto”, finaliza o CEO da WoodFlow.

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