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Construtech vai lançar três prédios de madeira em São Paulo; veja projetos

Os prédios espelhados que hoje dominam a Faria Lima vão ganhar uma companhia mais rústica ainda neste ano. A construtech Noah anunciou a construção de três prédios feitos de madeira na região de São Paulo que é o centro financeiro do Brasil.

“A madeira engenheirada traz a possibilidade de você industrializar parte do processo produtivo, tirando processos do canteiro de obras para e colocando em uma unidade fabril, aliada com sustentabilidade e um design diferenciado para os produtos”, explicou o CEO da empresa Nicolaos Theodorakis.

O executivo afirma que o processo permite a substituição de grande parte do aço e concreto usado nessas construções pela madeira. As construções são majoritariamente feitas de pinus. Ao contrário da maioria dos prédios de região, as novas construções terão poucos andares. Os locais exatos dos prédios ainda não foram anunciados.

A Noah é a primeira empresa do país especializada na construção de prédios a partir de madeira engenheirada. Uma das construções da startup foi um McDonalds na região da Avenida Paulista. A companhia também já construiu o prédio de uma vinícola no Rio Grande do Sul.

A madeira engenheirada é proveniente de florestas plantadas e passa por um processo de tratamento e classificação, para na sequência entrar em uma linha de produção onde as lamelas são coladas e prensadas, formando peças estruturais que no final são usinadas de acordo com o projeto e encaminhadas para montagem na obra.

Os prédios que vão ser erguidos no bairro de Pinheiros serão os primeiros empreendimentos da companhia no ramo de escritórios. A companhia informou que conseguiu um investimento de R$ 190 milhões do Fundo Imobiliário gerido pela Engeform Gestão de Recursos para financiar os projetos.

Previstos para serem entregues entre o fim de 2025 e começo de 2026, dois deles serão ocupados por uma empresa só e já possuem inquilinos. Já no terceiro ainda há a possibilidade de locação.

A empresa se denomina uma construtech por combinar tecnologia, design, sustentabilidade e inovação construtiva.

Novas possibilidades de arquitetura

A técnica também possibilita que a construção conte com formas e soluções diferentes do ponto de vista arquitetônico. A Noah conta com parcerias com fábricas que trabalham com esse tipo de madeira e já envia todas as peças que serão usadas na construção para a fabricação. Theodorakis explica que o processo é semelhante ao de um Lego.

“Assim como você pode fazer várias formas diferentes com um Lego, é nesse sentido que a a gente trabalha com a madeira, industrializando o processo construtivo e não o produto em si. Esse processo permite que a gente industrialize a construção como um todo sem que a gente perca os projetos autorais dos arquitetos”, apontou.

Quanto ao custo de construção, o executivo afirma que os três novos empreendimentos terão custo semelhante ao dos prédios convencionais e que o método desenvolvido pela companhia permite que o prazo de entrega seja menor.

Na questão da segurança, há tratamentos contra fogo, fungos e cupim que deixam a madeira segura para grandes construções.

Prédios com menos emissões de gases

A sustentabilidade é outro pilar das construções. Com empresas cada vez mais interessadas no conceito de ESG, que aborda questões ambientais, sociais e de governança, a preocupação com projetos mais ecologicamente corretas cresce cada vez mais.

O executivo explica que as madeiras são provenientes de florestas cultivadas e que as árvores são replantadas logo após a derrubada e que o objetivo é fazer com que as construções dos prédios de madeira cheguem a emissão zero de carbono. “Você troca um material poluente por outro que retira carbono do ambiente, já que a madeira estoca carbono”, encerrou.

Projetos terão poucos andares. Foto: Divulgação/ Noah
Madeira permite projetos arquitetônicos mais autênticos. Foto: Divulgação/ Noah

Informações: IstoÉ Dinheiro.

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Rede ILPF amplia para cinco estados programa de estímulo à expansão do Sistema de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta

Sistema ILPF chega hoje a aproximadamente 17,4 milhões de hectares, e seu potencial de expansão é enorme porque estima-se que o Brasil tenha cerca de 160 milhões de hectares de pastagens que podem ser convertidos para ILPF

A partir da trajetória de sucesso em curso já há três anos em São Paulo, a Associação Rede ILPF ampliou, neste primeiro quadrimestre de 2025, para mais cinco estados – Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro – o programa Integra destinado a estimular a expansão do Sistema de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) no agro brasileiro.

Ancorado em acordos assinados com as secretarias estaduais de Agricultura, bem como com entidades, como, por exemplo, a ABCZ, a iniciativa contempla uma extensa agenda de atividades de difusão de conhecimento e de transferência de tecnologias, entre técnicos, produtores e instituições parceiras, por meio de dias de campo, palestras, treinamentos, encontros técnicos, mentorias etc. pautada nas oportunidades socioeconômicas e ambientais da adoção do Sistema ILPF.

O programa prevê também a articulação junto a instituições financeiras e parceiros estratégicos, com o intuito de viabilizar o acesso a linhas de financiamento, com condições mais atrativas de crédito e alinhadas a práticas sustentáveis, para o produtor rural que implantar o Sistema ILPF, assim como irá fomentar o acesso a mercados diferenciados, como, por exemplo, de carne de baixo carbono.

“A integração lavoura-pecuária-floresta significa a emancipação do produtor. De que forma? Porque tem uma renda de curto prazo, que são as lavouras de grãos e cereais. Tem o gado no médio prazo e o componente florestal no longo prazo”, ressalta o presidente-executivo da Rede ILPF, Francisco Matturro, que acrescenta: “o Sistema ILPF chega hoje a aproximadamente 17,4 milhões de hectares, e seu potencial de expansão é enorme porque estima-se que o Brasil tenha cerca de 160 milhões de hectares de pastagens que podem ser convertidos para ILPF”.

O gerente técnico da Rede ILPF, Gabriel Martins, menciona ainda que o Integra utiliza ainda ferramentas digitais, como o ILPF Digital, para apoiar o diagnóstico, o mapeamento de práticas e o acompanhamento das propriedades envolvidas. “O fortalecimento das Unidades de Referência Tecnológica também compõe a agenda, com foco em capacitação prática e demonstração de modelos integrados”.

:: ILPF, benefícios socioeconômicos e ambientais

A ILPF é uma estratégia de produção que combina diferentes sistemas produtivos: agrícolas, pecuários e florestais em uma mesma área, seja em consórcio, sucessão ou em rotação de culturas, gerando benefícios para todas as atividades.

A prática intensifica de modo sustentável o uso da terra, protege e fertiliza o solo, promove a economia de insumos e consequente redução de custos, e simultaneamente eleva a produtividade em uma mesma área, diversificando produção e fontes de receita. Ao mesmo tempo, o Sistema é ambientalmente correto, com baixa emissão de gases de efeito estufa e permite o sequestro de carbono, tornando a atividade mais resiliente às mudanças climáticas.

Culturas agrícolas como grãos [soja e milho] e produção de fibras [algodão] podem ser utilizadas na ILPF. A modalidade pecuária contempla, sobretudo a bovinocultura de corte ou leite e a parte florestal envolve a silvicultura, com destaque, por exemplo, para o plantio de eucaliptos. Diferentemente do senso comum, a ILPF pode ser adaptada para pequenas, médias e grandes propriedades, em todos os biomas brasileiros.

:: Rede ILPF

A Associação Rede ILPF é uma parceria público-privada formada pela Embrapa, a cooperativa Cocamar e as empresas Bradesco, John Deere, Soesp, Suzano, Syngenta e Timac Agro e tem como objetivo intensificar a sustentabilidade da agropecuária brasileira, por meio da adoção das tecnologias de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).

Informações: Rede ILPF.

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Sistema com árvores neutraliza emissões de metano de mais de dois bovinos por hectare

Um estudo realizado na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), investigou a capacidade de um sistema silvipastoril (SSP) em neutralizar as emissões de metano entérico de bovinos de corte pela fixação de carbono pelas árvores. Os resultados, publicados na revista internacional Agricultural Systems, revelam que o sistema compensou a emissão de metano de mais de dois bovinos adultos (um bovino adulto corresponde a 450 kg de peso vivo). A pesquisa considerou apenas o carbono armazenado na parte do tronco das árvores destinada a produtos de maior valor agregado e mobiliário.

A média nacional é de apenas um animal adulto por hectare no Brasil. Porém, a integração da pecuária com componente arbóreo permite mais do que o dobro da lotação padrão brasileira, o que torna o modelo sustentável e mais produtivo por unidade de área.

Comparou-se uma área composta por pastagem de capim-piatã sombreada por eucaliptos com um sistema a pleno sol de manejo intensivo. Os pesquisadores avaliaram a emissão de metano utilizando a metodologia do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e a fixação de carbono pelas árvores por meio de medições de altura e diâmetro dos eucaliptos.

Papel das árvores na pecuária

O metano, liberado durante a digestão dos bovinos, é um dos principais gases de efeito estufa (GEE), contribuindo com 65% das emissões agropecuárias em equivalente de CO2. Apesar de ter uma vida útil menor na atmosfera em comparação ao CO2, o metano possui um potencial de aquecimento global 27 vezes maior.

Nesse contexto, a integração de pecuária com eucaliptos surge como uma solução climática inteligente. As árvores presentes no sistema realizam a fotossíntese, absorvendo o dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e armazenando-o em sua biomassa. Os cientistas consideraram a parcela do carbono acumulada no tronco, que possui maior estabilidade a longo prazo, como a madeira utilizada na indústria moveleira, seguindo as diretrizes do protocolo Neutral Carbon Brazilian Beef (NCBB).

Sequestra CO2 e ainda proporciona conforto animal

Mesmo em um sistema intensivo, com uma taxa de lotação 256% maior que a média brasileira, o componente florestal apresentou potencial significativo de neutralização das emissões de metano. De acordo com o pesquisador da Embrapa José Ricardo Pezzopane, ao considerar todo o carbono fixado no tronco das árvores, o balanço líquido foi negativo em -14,28 Mg CO2 eq. por hectare ao ano. “Ou seja, se considerarmos todo o carbono fixado no tronco das árvores, além de neutralizar a emissão de metano pelos animais, o sistema silvipastoril ainda sequestra grande quantidade de carbono”, explica o cientista.

Além da significativa redução do metano e do CO2, a pesquisa constatou que o SSP proporcionou maior conforto térmico aos animais em comparação com o sistema a pleno sol. A presença das árvores oferece sombra, reduzindo o calor no ambiente, o que pode impactar positivamente o bem-estar animal e, potencialmente, a produtividade. “Os sistemas silvipastoris têm dupla função no combate às mudanças climáticas. Por um lado, é uma estratégia de mitigação por sequestrar carbono da atmosfera. Por outro, é uma estratégia de adaptação, pois aumenta o conforto térmico em um cenário cada vez maior de aumento de temperaturas”, destaca o pesquisador.

Implicações para a agropecuária brasileira

Os resultados demonstram o grande potencial do modelo silvipastoril como uma estratégia eficaz para mitigar as emissões de gases de efeito estufa na pecuária brasileira, ao mesmo tempo em que promove o bem-estar animal. A adoção pode contribuir significativamente para as metas de redução de emissões do Brasil e para o desenvolvimento de uma produção de carne bovina mais sustentável e alinhada com as demandas de consumidores cada vez mais preocupados com as questões ambientais.

Segundo Pezzopane, embora o SSP possa apresentar uma menor massa de forragem em algumas estações devido ao sombreamento promovido pelas árvores, a suplementação permitiu manter um desempenho animal semelhante ao do sistema a pleno sol. 

Foto: Juliana Sussai

Experimento

O sistema estudado foi estabelecido com eucalipto em 2011, inicialmente com um espaçamento de 15 por 2 metros (15m x 2m), resultando em uma densidade populacional de 333 árvores por hectare. Em julho de 2016, as árvores foram desbastadas para um espaçamento de 15 m x 4 m, resultando em uma densidade de 167 árvores por hectare.

Com essa configuração, concluiu-se que o modelo compensou 77% da emissão de metano, considerando o Carbono estocado nos troncos destinados a produtos de maior valor agregado e mobiliário. Essa compensação correspondeu à emissão de 2,3 bovinos adultos por hectare, enquanto a taxa de lotação real no experimento foi de 3,01 bovinos adultos por hectare.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

A principal contribuição do estudo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é reforçar as práticas de mitigação às mudanças climáticas e promover sistemas de produção mais sustentáveis. Também alinhada ao ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima, a pesquisa demonstra que o sistema integrado com árvores é uma alternativa inteligente para a produção de carne bovina, capaz de reduzir significativamente as emissões de GEE no setor agropecuário brasileiro. O Consumo e Produção Responsáveis (ODS 12) é atendido ao propor um sistema com menor pegada de carbono e maior atenção ao bem-estar animal, o estudo estimula práticas de produção mais responsáveis e com adaptação às Mudanças Climáticas Globais. Por fim, o ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável também está contemplado, uma vez que a pesquisa explora uma via para uma produção de carne mais sustentável, essencial para sistemas alimentares a longo prazo.

As mudanças climáticas, principalmente o aumento das temperaturas, podem diminuir o conforto térmico e o desempenho animal e, consequentemente, aumentar a idade de abate e a emissão de carbono por produto animal. Estratégias que promovam alternativas para aumentar o conforto térmico animal serão cruciais. A presença de árvores tem se mostrado uma alternativa interessante para fornecer sombra aos animais em regiões tropicais, principalmente durante as horas mais quentes do dia.

Sobre a pesquisa

O trabalho completo pode ser acessado em: Silvopastoral system as a climate-smart alternative for beef production: Enteric methane emission neutralization and animal thermal comfort increase – ScienceDirect

Os autores são Henrique B. Brunetti, Patrícia Anchão Oliveira, José Ricardo Pezzopane, Alberto Bernardi, Alexandre Rossetto Garcia, Alexandre Berndt, André Pedroso e Sergio Raposo Medeiros, da Embrapa Pecuária Sudeste, além de Ana Lelis, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp).

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J&F ‘desengaveta’ projeto de R$ 25 bilhões para ampliar megafábrica

Projeto da segunda linha de produção da Eldorado, em Três Lagoas, está parado faz uma década e agora tudo indica que voltou a andar

Um mês depois do fim da disputa judicial bilionária que se arrastou durante quase oito anos com os indonésios da Paper Excellence, nesta segunda-feira (23) veio a público a informação de que Eldorado Celulose desengavetou um projeto bilionário e retomou as tratativas para aumentar em mais de 140% sua capacidade de produção na fábrica de Três Lagoas. 

Publicação do diário oficial do Governo do Estado revela que a empresa solicitou autorização ambiental para poder investir R$ 1,9 bilhão a mais na ampliação da capacidade de produção da fábrica que desde 2012 funciona em Três Lagoas. 

Ainda de acordo com esta publicação, a empresa está sendo autorizada a ampliar de 2,3 milhões para 2,6 milhões de toneladas a capacidade de produção de celulose de sua segunda linha de produção. A primeira tem capacidade para produzir 1,8 milhão de toneladas por ano. 

Conforme a Eldorado, o pedido de licenciamento foi encaminhado ainda em 2024, antes do fechamento do acordo no qual os irmãos Batista pagaram R$ 15 bilhões à Paper para recomprar quase 50% das ações da fábrica que haviam sido vendidas em 2017. 

Ou seja, conforme a empresa, a duplicação da linha de produção estava andando independentemente da disputa pelo controle da empresa.

E, caso realmente todos os investimentos saírem do papel, a empresa terá capacidade para produzir 4,4 milhões de toneladas de celulose por ano em um único endereço, superando inclusive a produção da Arauco, que em Inocência pretende produzir 3,5 milhões de toneladas por ano, mas em linha única. 

E por conta da previsão de investimento de R$ 1,9 bilhão no aumento da capacidade desta segunda linha, a empresa terá de repassar, a título de compensação ambiental, R$ 13,3 milhões ao governo de Mato Grosso do Sul, o que equivale a 0,7% do total,  para investimento em projetos de conservação ambiental

Este  valor de R$ 1,9 bilhão é somente uma parcela daquilo que será investido. Conforme anúncio feito em abril de 2023 por um dos sócios da Eldorado, Wesley Batista, a pretensão é investir em torno de R$ R$ 25 bilhões nesta segunda linha de produção. Se isto se concretizar, os repasses para compensações ambientais terão de totalizar R$ 175 milhões.

DESENGAVETAMENTO

A promessa de duplicação da indústria é algo antigo. Há exatos dez anos, em junho de 2015, chegou a ser lançada a pedra fundamental para construção desta segunda linha. Um evento na fábrica reuniu o então governador, Reinaldo Azambuja, a senadora Simone Tebet, políticos locais e representantes do comando do grupo J&F. Até agora, porém, o projeto está parado. 

Boa parcela dos R$ 25 bilhões será destina à ampliação da base florestal, que hoje já se estende por cerca de 250 mil hectares de plantações de eucaliptos em Três Lagoas e outros municípios da região leste de Mato Grosso do Sul. 

A previsão é de que no pico das obras, cuja data ainda não foi anunciada, sejam gerados até dez mil empregos diretos em Três Lagoas. Depois da conclusão da obra, serão gerados em torno de 1,5 mil empregos diretos. 

Além da fábrica e da base florestal, a empresa planeja a construção de um ramal ferroviário de 90 quilômetros de Três Lagoas a Aparecida do Taboado, por onde passa a ferronorte, pela qual a celulose é levada até o porto de Santos. Somente para construção deste ramal seriam necessários em torno de R$ 1,5 bilhão. 

VALE DA CELULOSE

Se a Eldorado realmente tirar do papel o projeto de elevar em mais de 140% sua capacidade de produção em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul atingirá a impressionante marca de produzir 16,5 milhões de toneladas de celulose por ano, o que superaria inclusive o volume de soja produzida no Estado.

O máximo que o Estado já produziu foi de 15 milhões de toneladas na colheita de 2023, quando pouco mais de 4 milhões de hectares foram ocupados pela leguminosa. As plantações de eucaliptos vão atingir em torno de 2,5 milhõe de hectares se todos os projetos virarem realidade.

Atualmente, a Suzano já tem capacidade para produzir 5,8 milhões de toneladas em Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo. A Arauco está investindo US$ 4,6 bilhões em Inocência a promete 3,5 milhões de toneladas anuais a partir do fim de 2027.

A Bracell prepara investimento de R$ 16 bilhões em Bataguassu numa fábrica com capacidade para 2,8 milhões de toneladas ao ano. A Eldorado, por sua vez, passaria a produzir 4,4 milhões de toneladas anuais. 

Informações: Correio do Estado.

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Como o Canopy Insight apoia o Suprimento sustentável de biomassa para o etanol de milho no Brasil

Integração da biomassa florestal no etanol de milho

A integração da biomassa florestal, especialmente do eucalipto, na produção de etanol de milho tem avançado rapidamente no Brasil. Usinas estão utilizando essa fonte renovável tanto para cogeração de energia quanto para o próprio processo produtivo do etanol, abrindo novas frentes para o setor florestal e exigindo maior inteligência no planejamento de suprimento.

Com a rápida expansão da produção de etanol de milho, a demanda por biomassa proveniente de florestas plantadas aumentou significativamente. Isso tornou o planejamento do abastecimento um desafio logístico e estratégico. Nesse contexto, informações precisas sobre a disponibilidade de plantios florestais próximos às usinas se tornaram fundamentais.

Avaliação da base florestal no entorno das usinas

Para apoiar esse desafio, a Canopy avaliou a área plantada e a disponibilidade de biomassa florestal no entorno de 47 usinas de etanol de milho no Brasil — incluindo unidades em operação, construção e planejamento. A análise foi baseada nos dados do Canopy Insight, nosso levantamento detalhado e continuamente atualizado das florestas plantadas, que hoje é referência no setor florestal.

Os resultados mostram que 28,8% da área total de florestas plantadas no Brasil em 2023 — cerca de 3 milhões de hectares dos 10,3 milhões mapeados — está localizada a até 150 km das usinas de etanol de milho. No entanto, ao considerar apenas os plantios não verticalizados e localizados em pequenas (≤ 4 módulos fiscais) e médias (4–15 módulos fiscais) propriedades rurais — que possuem maior potencial de comercialização para fins energéticos — essa proporção cai para 8% (823 mil hectares). Dentro desse universo, o eucalipto responde pela maior parte (59,8%), seguido de pinus (34,8%) e outros gêneros florestais (5,4%). A maior concentração dessa oferta está nas regiões Sul (68,4%) e Centro-Oeste (15,0%), totalizando cerca de 686 mil hectares.

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Demanda e oferta atual e projetada

Em 2024, as usinas da região Centro-Oeste — principal polo de produção de etanol de milho no país — produziram aproximadamente 5,9 bilhões de litros. Considerando um consumo médio de 800 kg de biomassa para cada 1.000 litros de etanol, a demanda estimada foi de 4,7 milhões de toneladas de biomassa. Por outro lado, avaliando somente os plantios de eucalipto com 6 anos ou mais no entorno dessas usinas, dentro do mesmo recorte de pequenas e médias propriedades não verticalizadas (30,8 mil hectares), as estimativas da Canopy apontam uma disponibilidade de 6,6 milhões de toneladas de biomassa florestal, o que indica um cenário de oferta suficiente, ainda que temporário.

A oferta futura de biomassa já dá sinais de pressão. Em 2025, os plantios de eucalipto com 6 anos, idade mínima considerada comercial para fins energéticos, somaram apenas 4,1 mil hectares, com um estoque estimado de 0,8 Mt. Mesmo considerando volumes remanescentes, a disponibilidade total não deve ultrapassar 1,9 Mt. Com uma produção estimada de 6,94 bilhões de litros de etanol de milho no Centro-Oeste, a demanda total por biomassa em 2025 pode chegar a 5,6 Mt. Embora o setor utilize uma combinação de fontes de biomassa, o exercício com base apenas no eucalipto revela um gap expressivo de 3,7 Mt. Esse cenário reforça a importância de se antecipar à escassez por meio de planejamento territorial e da expansão de plantios florestais, principalmente diante do ritmo de crescimento do setor e da perspectiva de aumento contínuo da demanda por biomassa.

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A solução Canopy Insight

Além da análise apresentada, o Canopy Insight oferece uma base robusta de dados geoespaciais que apoia empresas na prospecção de madeira, em estudos de mercado e no planejamento estratégico de suprimento. A plataforma cobre com alto grau de precisão as áreas de florestas plantadas no Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, permitindo avaliar a oferta de biomassa para atender às demandas das indústrias de etanol, cogeração de energia e outras aplicações energéticas.

O Canopy Insight também permite realizar análises de aptidão de terras para expansão florestal, integrando camadas de informação como uso e cobertura da terra, relevo, clima, solos, infraestrutura logística, além de dados sobre desmatamento e embargos ambientais. Essa inteligência territorial é essencial para otimizar o suprimento, reduzir custos logísticos e garantir o abastecimento contínuo das empresas do setor de bioenergia.

Entre em contato

Quer entender como o Canopy Insight pode apoiar a sua estratégia de suprimento de biomassa e expansão florestal? Entre em contato com o time da empresa e agende uma conversa: comercial@canopyrss.tech.

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Nosso diamante raro se chama madeira

*Artigo por Adriana Maugeri.

Vivemos (ou sobrevivemos) em um mundo saturado de dados, responsabilidades e compromissos “inadiáveis”, em que a beleza de simplesmente estar vivo passa, muitas vezes, despercebida. No entanto, a vida exuberante pulsa perto dos nossos olhos de uma forma tão exclusiva que penso que somos ingratos na maior parte do tempo. E talvez não haja exemplo melhor dessa dádiva do que a madeira.

Sim, a madeira. A composição e a formação da madeira é uma resultante da vida que a Terra esbanja, ainda até o momento, de forma exclusiva no Universo conhecido e até aqui explorado. Esta combinação de átomos e moléculas arranjadas sob a maestria do carbono, em uma sintonia perfeita com a água e a luz, produz a vida vegetal e torna este material nobre e singular, uma raridade em nosso universo.

Mais rara que o próprio diamante! Enquanto o diamante pode ser encontrado em outros corpos celestes, resultado de uma combinação específica entre carbono, pressão e temperatura, a madeira é fruto exclusivo da vida, algo que, até onde sabemos, só existe na Terra.

Por isso, sua raridade é ainda maior. E se não cuidarmos desse patrimônio, podemos simplesmente perdê-lo. Já imaginou um mundo sem madeira?

E se a madeira é rara, é também histórica. Nobre, resistente e de fácil manuseio, acompanhou todas as civilizações. Ofereceu infinitas possibilidades para construir, abrigar, transportar e aquecer. No entanto, seu uso ao longo do tempo foi marcado por práticas desequilibradas de exploração. As consequências estão à vista: basta observar o que restou das florestas naturais no Velho Mundo. Diante da escassez, os olhos se voltaram para novas fronteiras.

É nesse contexto que o Brasil entra em cena, a partir de 1500. Fomos batizados, afinal, com o nome de uma de suas espécies. Trata-se de um capital vegetal nobre e raro no Universo (e, ouso dizer, raro até mesmo em alguns continentes), mas que aqui se mostra abundante, graças às nossas terras tropicais. Fomos agraciados com clima, solo, recursos hídricos e uma biodiversidade que convivem em harmonia. E, felizmente, soubemos reconhecer a tempo que esse tesouro natural não deveria ser apenas explorado, mas manejado com responsabilidade.

Nesse cenário, brilha a agroindústria florestal brasileira, um exemplo luminoso de como é possível aliar produção e conservação. Fruto da combinação entre condições naturais excepcionais e ciência aplicada, o setor nos projeta como referência mundial em competitividade econômica com responsabilidade ambiental, um equilíbrio que tantas outras atividades ainda buscam alcançar.

Contamos, no Brasil, com mais de dez milhões de hectares de florestas plantadas e mais de seis milhões de hectares conservados, uma marca impressionante. Nenhuma outra atividade consegue unir, em tamanha escala, produtividade e cuidado com a vida.

Afinal, lidamos com árvores cultivadas para entregar madeira de forma sustentável a uma sociedade que, mesmo com hábitos em transformação, segue demandando esse recurso como matéria-prima para mais de cinco mil bioprodutos que substituem insumos de origem fóssil e não renovável.

Enquanto em muitos países a madeira manejada com responsabilidade e respeito só é vista em quadros, retratos e fotos, aqui, no Brasil, ela pode ser vista ao ar livre, por meio das janelas das casas (de madeira) e em escala real. Essa é a nossa orgulhosa vantagem competitiva nacional. Fornecer madeira de florestas que se renovam em ciclos curtos, que simbolizam respeito à vida das árvores e das comunidades que ali se avizinham é nosso motivo de orgulho e deve ser de todos os brasileiros.

Agora imagine se todos os brasileiros soubessem que a madeira manejada de forma legal e sustentável permite ao Brasil abastecer o mundo?

São produtos e subprodutos com origem rastreada que chegam aos quatro cantos do planeta: papéis para imprimir, escrever, higienizar; pisos, painéis, móveis; carvão vegetal que impulsiona uma metalurgia verde; madeira para estruturas; além de cosméticos, tecidos, alimentos, medicamentos, perfumes e uma infinidade de bioprodutos que, sem dúvida, estão destinados a substituir os materiais de origem fóssil nas páginas do passado. Que orgulho imenso para toda uma nação!

Agora imagine se todos os brasileiros soubessem, também, que a agroindústria florestal é uma das maiores aliadas no combate ao desmatamento ilegal no país? Quanto mais madeira oriunda de florestas plantadas e manejadas estiver disponível no mercado, menor será a pressão sobre as matas nativas. Porque madeira é vida, é prosperidade, desde que venha de origem legal e seja fruto da ciência e da técnica aplicadas com responsabilidade ambiental.

Caro(a) leitor(a), pense bem: e se o futuro que tanto buscamos já estiver enraizado em soluções que a natureza nos oferece, desde que bem cuidadas, bem manejadas, bem pensadas?

É isso que fazem, com excelência, as nossas Florestas Pensadas: produzem com consciência, cuidam com intenção. Um exemplo para o mundo.


*Adriana Maugeri, é Presidente Executiva da AMIF – Associação Mineira da Indústria Florestal.

Uma versão reduzida deste texto foi publicada na edição 2025 da Revista GlobalFert .

Publicação original: https://www.linkedin.com/pulse/nosso-diamante-raro-se-chama-madeira-amif-org-moo4f/

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