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Rede ILPF amplia para cinco estados programa de estímulo à expansão do Sistema de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta

Sistema ILPF chega hoje a aproximadamente 17,4 milhões de hectares, e seu potencial de expansão é enorme porque estima-se que o Brasil tenha cerca de 160 milhões de hectares de pastagens que podem ser convertidos para ILPF

A partir da trajetória de sucesso em curso já há três anos em São Paulo, a Associação Rede ILPF ampliou, neste primeiro quadrimestre de 2025, para mais cinco estados – Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro – o programa Integra destinado a estimular a expansão do Sistema de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) no agro brasileiro.

Ancorado em acordos assinados com as secretarias estaduais de Agricultura, bem como com entidades, como, por exemplo, a ABCZ, a iniciativa contempla uma extensa agenda de atividades de difusão de conhecimento e de transferência de tecnologias, entre técnicos, produtores e instituições parceiras, por meio de dias de campo, palestras, treinamentos, encontros técnicos, mentorias etc. pautada nas oportunidades socioeconômicas e ambientais da adoção do Sistema ILPF.

O programa prevê também a articulação junto a instituições financeiras e parceiros estratégicos, com o intuito de viabilizar o acesso a linhas de financiamento, com condições mais atrativas de crédito e alinhadas a práticas sustentáveis, para o produtor rural que implantar o Sistema ILPF, assim como irá fomentar o acesso a mercados diferenciados, como, por exemplo, de carne de baixo carbono.

“A integração lavoura-pecuária-floresta significa a emancipação do produtor. De que forma? Porque tem uma renda de curto prazo, que são as lavouras de grãos e cereais. Tem o gado no médio prazo e o componente florestal no longo prazo”, ressalta o presidente-executivo da Rede ILPF, Francisco Matturro, que acrescenta: “o Sistema ILPF chega hoje a aproximadamente 17,4 milhões de hectares, e seu potencial de expansão é enorme porque estima-se que o Brasil tenha cerca de 160 milhões de hectares de pastagens que podem ser convertidos para ILPF”.

O gerente técnico da Rede ILPF, Gabriel Martins, menciona ainda que o Integra utiliza ainda ferramentas digitais, como o ILPF Digital, para apoiar o diagnóstico, o mapeamento de práticas e o acompanhamento das propriedades envolvidas. “O fortalecimento das Unidades de Referência Tecnológica também compõe a agenda, com foco em capacitação prática e demonstração de modelos integrados”.

:: ILPF, benefícios socioeconômicos e ambientais

A ILPF é uma estratégia de produção que combina diferentes sistemas produtivos: agrícolas, pecuários e florestais em uma mesma área, seja em consórcio, sucessão ou em rotação de culturas, gerando benefícios para todas as atividades.

A prática intensifica de modo sustentável o uso da terra, protege e fertiliza o solo, promove a economia de insumos e consequente redução de custos, e simultaneamente eleva a produtividade em uma mesma área, diversificando produção e fontes de receita. Ao mesmo tempo, o Sistema é ambientalmente correto, com baixa emissão de gases de efeito estufa e permite o sequestro de carbono, tornando a atividade mais resiliente às mudanças climáticas.

Culturas agrícolas como grãos [soja e milho] e produção de fibras [algodão] podem ser utilizadas na ILPF. A modalidade pecuária contempla, sobretudo a bovinocultura de corte ou leite e a parte florestal envolve a silvicultura, com destaque, por exemplo, para o plantio de eucaliptos. Diferentemente do senso comum, a ILPF pode ser adaptada para pequenas, médias e grandes propriedades, em todos os biomas brasileiros.

:: Rede ILPF

A Associação Rede ILPF é uma parceria público-privada formada pela Embrapa, a cooperativa Cocamar e as empresas Bradesco, John Deere, Soesp, Suzano, Syngenta e Timac Agro e tem como objetivo intensificar a sustentabilidade da agropecuária brasileira, por meio da adoção das tecnologias de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).

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Sistema com árvores neutraliza emissões de metano de mais de dois bovinos por hectare

Um estudo realizado na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), investigou a capacidade de um sistema silvipastoril (SSP) em neutralizar as emissões de metano entérico de bovinos de corte pela fixação de carbono pelas árvores. Os resultados, publicados na revista internacional Agricultural Systems, revelam que o sistema compensou a emissão de metano de mais de dois bovinos adultos (um bovino adulto corresponde a 450 kg de peso vivo). A pesquisa considerou apenas o carbono armazenado na parte do tronco das árvores destinada a produtos de maior valor agregado e mobiliário.

A média nacional é de apenas um animal adulto por hectare no Brasil. Porém, a integração da pecuária com componente arbóreo permite mais do que o dobro da lotação padrão brasileira, o que torna o modelo sustentável e mais produtivo por unidade de área.

Comparou-se uma área composta por pastagem de capim-piatã sombreada por eucaliptos com um sistema a pleno sol de manejo intensivo. Os pesquisadores avaliaram a emissão de metano utilizando a metodologia do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e a fixação de carbono pelas árvores por meio de medições de altura e diâmetro dos eucaliptos.

Papel das árvores na pecuária

O metano, liberado durante a digestão dos bovinos, é um dos principais gases de efeito estufa (GEE), contribuindo com 65% das emissões agropecuárias em equivalente de CO2. Apesar de ter uma vida útil menor na atmosfera em comparação ao CO2, o metano possui um potencial de aquecimento global 27 vezes maior.

Nesse contexto, a integração de pecuária com eucaliptos surge como uma solução climática inteligente. As árvores presentes no sistema realizam a fotossíntese, absorvendo o dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e armazenando-o em sua biomassa. Os cientistas consideraram a parcela do carbono acumulada no tronco, que possui maior estabilidade a longo prazo, como a madeira utilizada na indústria moveleira, seguindo as diretrizes do protocolo Neutral Carbon Brazilian Beef (NCBB).

Sequestra CO2 e ainda proporciona conforto animal

Mesmo em um sistema intensivo, com uma taxa de lotação 256% maior que a média brasileira, o componente florestal apresentou potencial significativo de neutralização das emissões de metano. De acordo com o pesquisador da Embrapa José Ricardo Pezzopane, ao considerar todo o carbono fixado no tronco das árvores, o balanço líquido foi negativo em -14,28 Mg CO2 eq. por hectare ao ano. “Ou seja, se considerarmos todo o carbono fixado no tronco das árvores, além de neutralizar a emissão de metano pelos animais, o sistema silvipastoril ainda sequestra grande quantidade de carbono”, explica o cientista.

Além da significativa redução do metano e do CO2, a pesquisa constatou que o SSP proporcionou maior conforto térmico aos animais em comparação com o sistema a pleno sol. A presença das árvores oferece sombra, reduzindo o calor no ambiente, o que pode impactar positivamente o bem-estar animal e, potencialmente, a produtividade. “Os sistemas silvipastoris têm dupla função no combate às mudanças climáticas. Por um lado, é uma estratégia de mitigação por sequestrar carbono da atmosfera. Por outro, é uma estratégia de adaptação, pois aumenta o conforto térmico em um cenário cada vez maior de aumento de temperaturas”, destaca o pesquisador.

Implicações para a agropecuária brasileira

Os resultados demonstram o grande potencial do modelo silvipastoril como uma estratégia eficaz para mitigar as emissões de gases de efeito estufa na pecuária brasileira, ao mesmo tempo em que promove o bem-estar animal. A adoção pode contribuir significativamente para as metas de redução de emissões do Brasil e para o desenvolvimento de uma produção de carne bovina mais sustentável e alinhada com as demandas de consumidores cada vez mais preocupados com as questões ambientais.

Segundo Pezzopane, embora o SSP possa apresentar uma menor massa de forragem em algumas estações devido ao sombreamento promovido pelas árvores, a suplementação permitiu manter um desempenho animal semelhante ao do sistema a pleno sol. 

Foto: Juliana Sussai

Experimento

O sistema estudado foi estabelecido com eucalipto em 2011, inicialmente com um espaçamento de 15 por 2 metros (15m x 2m), resultando em uma densidade populacional de 333 árvores por hectare. Em julho de 2016, as árvores foram desbastadas para um espaçamento de 15 m x 4 m, resultando em uma densidade de 167 árvores por hectare.

Com essa configuração, concluiu-se que o modelo compensou 77% da emissão de metano, considerando o Carbono estocado nos troncos destinados a produtos de maior valor agregado e mobiliário. Essa compensação correspondeu à emissão de 2,3 bovinos adultos por hectare, enquanto a taxa de lotação real no experimento foi de 3,01 bovinos adultos por hectare.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

A principal contribuição do estudo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é reforçar as práticas de mitigação às mudanças climáticas e promover sistemas de produção mais sustentáveis. Também alinhada ao ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima, a pesquisa demonstra que o sistema integrado com árvores é uma alternativa inteligente para a produção de carne bovina, capaz de reduzir significativamente as emissões de GEE no setor agropecuário brasileiro. O Consumo e Produção Responsáveis (ODS 12) é atendido ao propor um sistema com menor pegada de carbono e maior atenção ao bem-estar animal, o estudo estimula práticas de produção mais responsáveis e com adaptação às Mudanças Climáticas Globais. Por fim, o ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável também está contemplado, uma vez que a pesquisa explora uma via para uma produção de carne mais sustentável, essencial para sistemas alimentares a longo prazo.

As mudanças climáticas, principalmente o aumento das temperaturas, podem diminuir o conforto térmico e o desempenho animal e, consequentemente, aumentar a idade de abate e a emissão de carbono por produto animal. Estratégias que promovam alternativas para aumentar o conforto térmico animal serão cruciais. A presença de árvores tem se mostrado uma alternativa interessante para fornecer sombra aos animais em regiões tropicais, principalmente durante as horas mais quentes do dia.

Sobre a pesquisa

O trabalho completo pode ser acessado em: Silvopastoral system as a climate-smart alternative for beef production: Enteric methane emission neutralization and animal thermal comfort increase – ScienceDirectOs autores são Henrique B. Brunetti, Patrícia Anchão Oliveira, José Ricardo Pezzopane, Alberto Bernardi, Alexandre Rossetto Garcia, Alexandre Berndt, André Pedroso e Sergio Raposo Medeiros, da Embrapa Pecuária Sudeste, além de Ana Lelis, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp). 

Informações: Embrapa.

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Três Lagoas registra crescimento de quase 870% no PIB em duas décadas

PIB saltou de R$ 1,34 bilhão em 2002 para R$ 13,05 bilhões em 2021, impulsionado pela indústria, agronegócio e infraestrutura estratégica

O município de Três Lagoas, no Leste de Mato Grosso do Sul, viveu uma verdadeira transformação econômica nas últimas duas décadas. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o Produto Interno Bruto (PIB) da cidade saltou de R$ 1,34 bilhão em 2002 para R$ 13,05 bilhões em 2021 — um crescimento de impressionantes 870% no período.

Essa expansão coloca Três Lagoas entre os maiores polos de desenvolvimento do estado, graças a uma combinação de fatores como industrialização acelerada, atração de grandes empreendimentos nacionais e internacionais, investimentos em infraestrutura e diversificação da economia.

De economia média à liderança regional

Em 2002, com um PIB de pouco mais de R$ 1,3 bilhão, Três Lagoas ainda apresentava um perfil econômico fortemente ligado a pecuária, comércio e serviços locais. A virada começou a se desenhar com os investimentos do setor de papel e celulose, a partir de meados da década de 2000. Em 2009, o PIB já havia mais que dobrado, atingindo R$ 2,82 bilhões.

O salto mais significativo, no entanto, ocorreu entre 2010 e 2013, quando o município viu seu PIB crescer de R$ 3,91 bilhões para R$ 6,49 bilhões — alta de quase 66% em apenas três anos. Esse avanço coincide com a instalação de grandes indústrias, como a Fibria (hoje Suzano), que impactaram diretamente a geração de emprego, renda e arrecadação de impostos.

Crescimento contínuo

Mesmo em períodos de crise econômica nacional, como em 2015 e 2016, Três Lagoas manteve sua trajetória ascendente. Em 2015, o PIB local foi de R$ 7,86 bilhões e, em 2016, ultrapassou R$ 9,2 bilhões. Em 2018, a economia da cidade atingiu R$ 11,5 bilhões — mais de oito vezes o valor registrado em 2002.

Pandemia não freou avanço

Durante a pandemia de Covid-19, muitos municípios brasileiros enfrentaram retração econômica. Três Lagoas, no entanto, seguiu na contramão. Em 2020, o PIB saltou para R$ 11,6 bilhões e, em 2021, bateu recorde: R$ 13,05 bilhões.

Esse desempenho confirma a resiliência da economia local, impulsionada não apenas pela indústria, mas também pelo agronegócio e por uma crescente base de serviços e comércio.

Modelo de desenvolvimento

A história recente do PIB de Três Lagoas comprova como políticas de atração de investimentos, aliadas à vocação logística e estratégica da cidade, podem transformar um município de médio porte em uma potência econômica regional.

Os números do IBGE mostram mais do que crescimento: revelam uma cidade que se reinventou e hoje é vitrine de desenvolvimento em Mato Grosso do Sul.

Para o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, Três Lagoas representa hoje o maior símbolo do avanço industrial no estado. “Três Lagoas, na verdade, é a nossa principal cidade industrial. O município adquiriu uma capacidade de geração de serviços impressionante. Às vezes, o pessoal comenta que está se montando a Arauco em Inocência, mas todos os serviços estão sendo concentrados em Três Lagoas, que adquiriu uma competência extremamente significativa na prestação de serviços industriais”, destaca Verruck.

Segundo o secretário, a cidade é referência para a continuidade da expansão industrial em Mato Grosso do Sul. “Três Lagoas é, para nós, a capital desse processo global da celulose. É um polo industrial que se consolida cada vez mais e que influencia diretamente o desenvolvimento de toda a região Leste do estado”, acrescenta o executivo.

Informações: RCN67.

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Coalizão Brasil celebra 10 anos de fundação com avanços na agenda agroambiental e fomento ao diálogo entre setores

Rede multissetorial destaca conquistas históricas na promoção do uso sustentável da terra, combate ao desmatamento e construção de políticas públicas integradas

Criada meses antes da histórica Conferência do Clima de Paris (COP 21), a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura completa dez anos neste mês com uma trajetória de influência em políticas públicas para o combate ao desmatamento, o fomento à agricultura sustentável e geração de emprego e renda no campo. O marco vem em um ano simbólico: o da realização da COP 30, em Belém, que deve alçar o Brasil ao protagonismo das negociações climáticas globais.
 

A Coalizão antecipou discussões fundamentais ao reunir atores com posicionamentos distintos — e por vezes antagônicos — em torno de uma pauta comum: o desenvolvimento sustentável do uso da terra. Dez anos atrás, o desmatamento já era um dos grandes vetores das emissões brasileiras de gases de efeito estufa, e a construção de pontes entre setores era vista como uma condição essencial para mudar este cenário.
 

“Não há um fórum multissetorial no Brasil tão abrangente e ambicioso com uma agenda semelhante à da Coalizão”, destaca Carolle Alarcon, gerente executiva da rede. “É emblemático comemorarmos os dez anos do movimento juntamente com a realização da COP no país. Este é um momento único para reafirmarmos nossa missão de unir diferentes setores e interesses em torno da defesa dos nossos biomas, da agricultura sustentável e do combate às mudanças climáticas.”
 

História do movimento reflete avanços e desafios do cenário socioambiental brasileiro
 

A atuação da rede ganhou ainda mais relevância no atual cenário global, marcado tanto pelo agravamento da crise climática quanto pelo avanço do negacionismo em relação à ação humana sobre os eventos extremos. A falsa dicotomia entre produtividade econômica e conservação ambiental reforça a urgência de agendas voltadas à geração de emprego e renda por meio de práticas e atividades sustentáveis, justas e competitivas. 

Por meio de contribuições técnicas de seus membros, de parcerias institucionais e ações de advocacy, a Coalizão Brasil vem influenciando debates essenciais para a agenda agroambiental do país. “O grande legado da Coalizão é criar uma convergência entre diferentes setores da sociedade interessados na agenda de clima e uso da terra”, ressalta Fernando Sampaio, cofacilitador do movimento e diretor de Sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). “Ao longo dos anos, propomos cada vez mais medidas para o desenvolvimento sustentável do país, enviadas e implementadas por diferentes esferas do governo.”
 

Em 2025, a rede ultrapassou 430 membros, consolidando-se como espaço de construção coletiva de soluções para os desafios do clima, florestas e agricultura, e ampliando sua voz em fóruns nacionais e internacionais. A Coalizão, assim, viu a importância de ampliar sua participação em debates sobre mecanismos de financiamento da transição: 
 

“A destinação de recursos para o combate à crise climática é fundamental para viabilizar a transição energética”, avalia a cofacilitadora Karen Oliveira, que também é diretora para Políticas Públicas e Relações Governamentais da The Nature Conservancy Brasil (TNC). “A Coalizão entendeu a necessidade de acompanhar de perto os instrumentos para atingirmos este objetivo de forma justa e equitativa, como os mercados de carbono, crédito rural e o Fundo Florestas Tropicais para Sempre.”

Sete marcos da Coalizão Brasil

Em uma década de atuação, a Coalizão lançou cerca de 60 estudos e publicou mais de 150 manifestações públicas, enviadas para o governo federal, parlamentares, membros do Judiciário e embaixadas. Veja abaixo os principais marcos:

1. A primeira meta climática do Brasil:

A Coalizão envolveu-se na construção da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) apresentada pelo Brasil em 2015, no contexto do Acordo de Paris. Dois anos depois, a rede divulgou uma carta aberta que sintetizou sua visão sobre as oportunidades associadas à implementação da NDC. O documento foi entregue em mãos ao então presidente Michel Temer

2. Ações contra o desmatamento

Diante da escalada da devastação da Amazônia, a Coalizão publicou, em 2020, o documento “Ações para a queda rápida do desmatamento“, entregue ao então vice-presidente Hamilton Mourão. Em 2025, diante do compromisso do Brasil em zerar o desmate em cinco anos, a rede lançou a publicação “Brasil sem desmatamento“, com 12 propostas para erradicar a derrubada ilegal da vegetação e desestimular aquela passível de autorização. Pela primeira vez, o movimento abordou com destaque a gravidade das queimadas em todo o país e a conexão entre o crime organizado e o desmatamento ilegal na Amazônia.

3. Observatório da Restauração

Em 2021, a Coalizão e organizações parceiras criaram o Observatório da Restauração e Reflorestamento, uma plataforma de monitoramento da recuperação da vegetação no país. Desde então, a ferramenta tem influenciado políticas públicas, como o Planaveg, e mostrado o progresso do Brasil em restaurar áreas conforme acordos nacionais e internacionais. Segundo dados de 2024, o Brasil conta com 150 mil hectares em restauração, uma área 90% maior do que a registrada três anos antes.

4. Programa de Silvicultura de Nativas

Também em 2021, a Coalizão lançou, com apoio de organizações da sociedade civil, o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento em Silvicultura de Espécies Nativas. A iniciativa tem como objetivo estudar ao menos 30 espécies da Amazônia e da Mata Atlântica, com foco em aumentar seu retorno econômico nos mercados nacional e internacional, além de contribuir para a restauração de milhões de hectares de áreas degradadas. Em 2023, o projeto ganhou uma doação de US$ 2,5 milhões do Bezos Earth Fund, instituto do empresário Jeff Bezos.

5. Carta para Joe Biden

Em 2022, a Coalizão enviou uma carta ao então presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em apoio à aprovação do projeto de lei Amazon 21 Act, que previa um fundo de US$ 9 bilhões para a proteção de florestas tropicais em países em desenvolvimento. A rede coletou assinaturas e contribuições para o texto, que foi endossado por 22 organizações da sociedade civil, empresas e representantes de povos indígenas.

6. O Brasil que Vem

Em novembro de 2022, a Coalizão lançou o documento “O Brasil que vem“, com propostas direcionadas ao governo federal e a parlamentares recém-eleitos. Entre as medidas consideradas urgentes pela rede estavam a restauração do Fundo Amazônia, a retomada da homologação de Terras Indígenas e a criação de grupo de trabalho para elaborar novos planos de prevenção e controle do desmatamento na Amazônia e no Cerrado – todas atendidas no início da nova gestão.

7. Contribuições para políticas públicas

Há sete anos, a Coalizão envia contribuições ao Plano Safra, que destina bilhões de reais à política agrícola brasileira. A rede também tem atuado, por meio de diálogos com ministérios e frentes parlamentares, na construção de projetos de lei, decretos, políticas nacionais e regulamentações sobre temas como bioeconomiaconcessões florestaismercado de carbonopagamento por serviços ambientais e rastreabilidade de commodities, entre outros. 

Sobre a Coalizão 

Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura é um movimento composto por mais de 400 organizações, entre entidades do agronegócio, empresas, organizações da sociedade civil, setor financeiro e academia. A rede atua por meio de debates, análises de políticas públicas, articulação entre diferentes setores e promoção de iniciativas que contribuam para a conservação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico do Brasil.

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Criadores de abelhas são formados por projeto da Bracell para potencializar a meliponicultura em Mata de São João

Iniciativa profissionaliza apicultores e meliponicultores em sete cidades na Bahia, gerando renda e postos de trabalho nas comunidades

Com foco no desenvolvimento e no fortalecimento da meliponicultura, visando à geração de renda de forma sustentável com a atividade, a Bracell promoveu nesta segunda-feira, 16, mais uma atividade formativa para criadores de abelhas em Mata de São João, no Litoral Norte da Bahia. A iniciativa é parte do projeto Polinizadores, que integra Bracell Social, o programa de investimento social privado da empresa. O projeto busca monitorar e impulsionar a produção de mel por meio de oficinas, cursos, suporte técnico e fornecimento de áreas de vegetação nativa da empresa como pasto apícola, onde os apiários dos produtores inscritos no projeto são instalados.

O treinamento foi ministrado pelo agrônomo Ediney Magalhães, parceiro técnico da empresa na implementação do Projeto Polinizadores. “O foco inicial dos trabalhos com os criadores de abelhas de Mata de São João foi profissionalizar os envolvidos, a fim de promover a geração de renda por meio de uma atividade estruturada, técnica, economicamente viável e que contribua para a preservação das espécies de abelhas sem ferrão”, informa Magalhães. Segundo ele, durante o encontro, os profissionais aprenderam sobre as estratégias de alimentação de abelhas, inclusive suplementação à base de carboidratos e proteínas, de forma a garantir a nutrição adequada das colônias em períodos críticos de escassez floral.

“Por meio da transferência de tecnologias apropriadas, os produtores aprendem, aplicam e aperfeiçoam técnicas modernas de manejo, o que reflete diretamente no fortalecimento da cadeia produtiva local”, salienta o agrônomo. Ele acrescenta que a iniciativa conta com a parceria institucional da Secretaria Municipal de Agricultura de Mata de São João.

O Polinizadores está presente ativamente nos municípios de Araçás, Alagoinhas, Entre Rios, Esplanada, Itanagra, Inhambupe e Mata de São João, mas conta também com a participação de produtores de outros municípios da região, sempre de forma gratuita. Todas as atividades do projeto, com exceção da assistência técnica, são abertas ao público.

Fábio Sento Sé Oliveira, coordenador de Relações Institucionais da Bracell, salienta que o projeto alcançou, direta e indiretamente, mais de 3 mil pessoas em diversas comunidades onde a Bracell atua na Bahia. “O objetivo de investirmos em iniciativas como essa é tornar o conhecimento em apicultura e meliponicultura acessível, fortalecendo as produções de pequenos produtores do Litoral Norte e Agreste Baiano e, consequentemente, contribuir para o desenvolvimento sustentável das comunidades onde atuamos”, afirma.

Sobre a Bracell

A Bracell é uma das líderes globais na produção de celulose solúvel e especial, com expertise no cultivo sustentável de eucalipto, base para a fabricação de celulose de alta qualidade. Com operações no Brasil desde 2003, a empresa integra o grupo Royal Golden Eagle (RGE), com sede em Singapura. Conta com mais de 11 mil colaboradores e duas unidades industriais no país — em Camaçari (BA) e Lençóis Paulista (SP) — além de escritório administrativo em Singapura e estruturas comerciais na Ásia, Europa e Estados Unidos. Para mais informações, acesse: www.bracell.com 

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