PÁGINA BLOG
Featured Image

Nova iniciativa pode destravar mercado de carbono regulado no Brasil

Um relatório inédito do ICC Brasil e WayCarbon lançado recentemente dá subsídio técnico para o governo federal no desenvolvimento de políticas públicas e aponta caminhos para o uso de créditos de carbono

O fim de 2024 foi marcado pela conquista da tão esperada aprovação do mercado de carbono regulado pelo Senado brasileiro, o que já estava em discussão há pelo menos 10 anos. Ainda com muitas indefinições sobre mecanismos e instrumentos, a estimativa é que este comece a comercializar créditos apenas em 2030. Até lá, as expectativas são altas: o setor pode atingir um valor de US$ 50 bilhões até o final da década e o Brasil pode ter posição de liderança pela sua abundância em soluções verdes, segundo a consultoria McKinsey. 

Pensando em alavancar e destravar aspectos da lei, uma iniciativa fruto da parceria do ICC Brasil (Câmara de Comércio Internacional) e da WayCarbon trabalha desde 2023 para coletar e fornecer subsídios técnicos ao governo federal na elaboração dos próximos passos, por meio da análise de um ‘framework’ do mercado nacional. Com financiamento da UK PACT Brasil, o primeiro relatório foi lançado na quinta-feira (13) e aponta caminhos para a utilização de créditos de carbono, além de garantir a adoção de padrões robustos e alinhados com as melhores práticas internacionais. A análise considerou os sistemas de comércio adotados na Califórnia (EUA), Coreia do Sul e China

Entre as principais recomendações do relatório, estão a definição de critérios rigorosos para a aceitação de créditos de carbono no Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), priorizando projetos nacionais e setores estratégicos. Além disso, sugere a adoção de padrões de certificação reconhecidos internacionalmente, como VCS e Gold Standard, para garantir a confiabilidade dos créditos.

Para assegurar a integridade e os benefícios socioambientais dos projetos, há a proposta de criação de mecanismos de monitoramento e verificação.

O relatório apoia diretamente o trabalho da Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) no levantamento de subsídios para a tomada de decisão sobre aspectos da regulamentação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE).

Rodrigo Rollemberg, Secretário de economia verde, descarbonização e bioindústria na MDIC, disse à EXAME que a criação das estruturas institucionais necessárias para a operacionalização e implementação do sistema é o primeiro passo.Neste sentido, uma das recomendações em destaque é a inclusão de créditos compensatórios offsets (de origem no mercado voluntário) dentro do regulado.  

Este é o primeiro relatório fruto da iniciativa, com o objetivo de levantar informações sobre como estes créditos são gerados no mercado. Um segundo está previsto e deve ser publicado ainda no primeiro semestre de 2025, trazendo como foco a infraestrutura e os registros das compensações.

“As atividades garantem que a construção do mercado de carbono seja baseada em um processo participativo e alinhado às melhores práticas, permitindo um ambiente regulatório mais eficiente e funcional”, destacou Rollemberg. 

Gabriela Dorlhiac, diretora executiva da ICC Brasil, destacou que a regulação já era uma demanda forte do setor privado nos últimos anos e que definir as regras não é algo trivial. “Buscamos não apenas apoiar tecnicamente o governo nessa jornada, mas criar essas pontes de diálogo e cooperação público-privada a fim de acelerar a descarbonização da economia”, disse à EXAME. 

Henrique Pereira, COO da WayCarbon, complementa que o documento faz uma avaliação de outros mercados internacionais com o olhar de integridade, entendendo quais projetos são considerados mais robustos e relevantes. “Isso com o olhar da tecnologia para o contexto do Brasil — um país rico em biomassa, renováveis, etanol e mais — e também pensando em volume e custos“, destacou. 

Por fim, o estudo também enfatiza a necessidade de um engajamento contínuo entre governo, setor privado e sociedade civil para o sucesso da regulamentação. 

O que está em jogo

Na prática, há alguns instrumentos primordiais que estabelecem o mercado de carbono brasileiro. O primeiro deverá definir quais empresas vão ter que reportar suas emissões em inventários e comunicá-las no âmbito federal. Aquelas que ultrapassarem as 20 mil toneladas de C02 por ano vão ser obrigadas a compensar, por exemplo.

Em seguida, entra o mais importante: o chamado plano de alocação. Este ainda precisa estabelecer três regras: uma meta de tempo para a redução das emissões brasileiras, quais empresas deverão participar obrigatoriamente, e em terceiro, em qual proporção cada setor vai contribuir.

Além do volume reportado no inventário, o custo da redução da pegada de carbono por algumas indústrias deverá ser considerado, explicou Henrique Pereira, em entrevista à EXAME. 

“O objetivo do instrumento de mercado é o custo-efetividade. Ao permitir que os agentes regulados comparem custos relativos de redução, ou seja, o valor de reduzir internamente em comparação ao do carbono no mercado, espera-se atingir a meta da maneira mais barata”, disse.Além das empresas obrigadas a reduzir pela lei, o governo também pode optar por aceitar créditos de outras que estão investindo, por exemplo, em reflorestamento ou outros projetos de baixo carbono – esses são chamados de “offsets”, de origem no mercado voluntário

Segundo Henrique, a aceitação de créditos offsets é importante por dois motivos. Primeiro, pois setores como o químico e o siderúrgico, que demandam altos investimentos em infraestrutura e tecnologia, podem encontrar nos offsets uma forma de reduzir o custo efetivo de sua participação no sistema de emissões ao comprar créditos gerados por outros projetos sustentáveis.

Em segundo, por incluir setores não regulados no mercado de carbono, como é o caso do próprio agronegócio, e que ao mesmo tempo podem trazer benefícios ambientais, seja por meio de reflorestamento, conservação de biomas ou energia renovável.

“A lógica é trazer eficiência para o setor industrial. No regulado, o governo não quer saber o que você está fazendo, é mais sobre ter uma meta limite de emissões“, ressaltou Henrique. Enquanto a companhia que for ‘ultrapassar’ este teto poderá optar por comprar créditos no mercado, a que tiver uma ‘sobra’ poderá vender.

No mercado regulado de carbono, os preços dos créditos variam conforme a região e a dinâmica de oferta e procura. No Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia, por exemplo, os preços são significativamente mais altos do que no mercado voluntário. Em fevereiro de 2025, os contratos futuros estavam sendo negociados a aproximadamente € 76,59 por crédito (R$ 460,77).

No Brasil, estes valores ainda não foram definidos, devido às brechas que ainda precisam ser regulamentadas na lei. Mas transações significativas já aconteceram no país: a exemplo do estado do Pará, que vendeu créditos de carbono a US$15 (R$ 86,55), valor acima da média do mercado voluntário.

Impacto na meta climática brasileira

A nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) divulgada pelo governo brasileiro durante a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP29) em Baku, no Azerbaijão, estabeleceu a meta climática de redução entre 59% e 67% das emissões até 2035 – em relação aos níveis de 2005.

A peça-chave para seu cumprimento é alcançar o desmatamento zero, mas o mercado de carbono também pode impulsionar o país de forma mais eficiente e estruturada para agir na mitigação em indústrias altamente emissoras e ao trazer mais projetos verdes.

“Com o compromisso do Código Florestal de zerar o desmatamento ilegal, nós já chegaríamos lá. O plano de energia reduz emissões, mas contribui pouco, assim como outras indústrias”, ressaltou Henrique. 

Práticas internacionais

O relatório destaca que há hoje em torno de 30 mercados de carbono regulados no mundo. Entre os analisados, a China aceita créditos offsets, mas apenas de projetos nacionais.

Já a Europa, maior mercado global regulado, abrange cerca de 40% das emissões totais de gases de efeito estufa da União Europeia e desde 2020, deixou de aceitar os offsets. 

Nos EUA, onde a posse de Trump coloca em xeque políticas de combate à crise climática, não existe um mercado nacional, apenas estaduais. O mais abrangente foi implementado em 2012 na Califórnia e abrange geração de energia, manufatura e distribuição de combustíveis. 

Coreia do Sul adotou o mercado em 2015, e hoje lidera como segundo maior do mundo, contemplando 70% das emissões nacionais. 

Informações: Exame.

Featured Image

Armac avança no mercado florestal com nova operação em um dos principais polos do Brasil

Companhia expande e diversifica atuação em serviços especializados e locação no Centro-Oeste

Barueri, 18 de fevereiro de 2025 – A Armac, referência nacional na prestação de serviços especializados e complexos e locação de equipamentos, iniciou, neste mês, uma nova operação florestal no Mato Grosso do Sul. O acordo marca o avanço da empresa no setor após a consolidação e estruturação de uma área exclusiva para atender às demandas deste mercado.

A companhia irá atender em Três Lagoas (MS), um dos principais polos florestais do País na atualidade, com construção e manutenção de vias e estradas florestais e todo apoio referente a esse serviço, como construção de pontes, bueiros, ‘mata-burros’ etc. A Armac já é presença importante no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com quatro estruturas de manutenção nestes dois estados, que apoiam e dão suporte logístico para todas as operações nas regiões que estão no entorno. Além disso, a empresa tem o maior complexo de manutenção da América Latina, no interior paulista, com mais de 300 mil m².

“Operações na região de Três Lagoas são importantes para todo o setor florestal brasileiro. O mercado reúne boa parte das empresas do segmento em um raio de cerca de 300 km desta área”, afirma Bruno Damazo, gerente sênior da Unidade de Negócios Florestais da Armac. Engenheiro florestal formado pela USP, tem mais 15 anos de experiência no setor e assumiu a cadeira na empresa há seis meses.

Mais três estruturas da Armac no estado de São Paulo estão próximas deste núcleo, uma delas em Araçatuba, distante apenas 170 km de Três Lagoas. “É fundamental um suporte de manutenção próximo, para atender com agilidade e eficiência e manter os equipamentos rodando para garantir alta produtividade às operações florestais”, analisa Damazo.

Experiência em serviços especializados e portfólio multimarcas

A entrada em um mercado importante logo no início do ano faz parte da estratégia de uma empresa com um portfólio de soluções para diversas fases importantes das operações florestais. Com especialistas nas equipes comerciais e operacionais (mecânicos, operadores e encarregados), a companhia oferece ao segmento os serviços de abertura e manutenção de vias e estradas, movimentação de eucalipto, toras de madeira e cavaco (biomassa proveniente dos resíduos de madeira), preparo de solo, carregamento e descarregamento de caminhões e combate a incêndios florestais.

Com mais de três anos de experiência em importantes operações florestais no Brasil, como em Guaíba e Pinheiro Machado, ambas no Rio Grande do Sul, a Armac fechou 2024 atuando em 13 grandes projetos do setor, espalhados por cinco estados, mobilizando mais de 100 equipamentos e 125 colaboradores. O mercado está em expansão no Brasil: só no ano passado, foram plantadas mais de 10,2 milhões de hectares de florestas em todo o País, segundo o relatório da IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores).

“Estamos prontos para atender um setor que se mostra cada vez mais importante para a economia brasileira. Temos expertise para trabalhar com excelência e segurança em todo o mercado florestal, com serviços essenciais para o bom funcionamento das operações. Trabalhar em APPs (áreas de preservação permanente) exige conhecimento técnico e uma frota de equipamentos em excelentes condições e com a manutenção em dia”, salienta Damazo.

A companhia coloca à disposição do segmento a maior frota de equipamentos multimarcas do Brasil, com mais de 11,2 mil ativos em Linha Amarela (escavadeiras, retroescavadeiras, pás-carregadeiras, rolos compactadores, motoniveladoras, tratores de esteira, linha de compactos, entre outros) e os principais implementos para operações florestais, além de caminhões e empilhadeiras. A frota de caminhões conta com basculantes, de 14, 16 e 20m³, caminhões-pipas de 20 mil litros, modelos muncks, de 25, 33 e 45 toneladas, e comboios, de 6 e 10 mil litros. 

Sobre a Armac

Fundada há 30 anos, a Armac é referência na prestação de serviços especializados e complexos e na locação de equipamentos. Com mais de 11,2 mil ativos de Linha Amarela, caminhões, empilhadeiras e plataformas elevatórias, apoia setores estratégicos da economia brasileira, em operações de mineração, siderurgia, portos e terminais ferroviários, fertilizantes, florestais, agroindústria, indústria, infraestrutura e construção. 

A empresa se destaca pela excelência operacional, eficiência em produtividade e compromisso com a segurança. Conta com uma equipe de mais de 6 mil colaboradores, entre eles mais de mil mecânicos e 2,8 mil operadores e motoristas. Com cerca de 200 operações de longo prazo em todo o Brasil, movimenta anualmente mais de 140 milhões de toneladas de materiais, entre minérios, fertilizantes, biomassa, açúcar, sal, grãos, enxofre, metais, madeira, produtos industrializados, alimentos, bebidas, peças automotivas, entre outros.

Com um complexo de manutenção de 300 mil m² em Vargem Grande Paulista (SP), o maior da América Latina, e um estoque de R$ 65 milhões em peças e componentes, é referência em serviços de manutenção, com 30 estruturas próprias em todo País, entre oficinas, filiais e apoio logístico. Além disso, a companhia possui lojas de seminovos Cotia (SP), Betim (MG), Rondonópolis (MT), Feira de Santana (BA) e, em breve, São José dos Pinhais (PR), além de outras unidades que serão abertas ao longo de 2025.

Listada no Novo Mercado da B3, a companhia adota as melhores práticas de governança corporativa e continua expandindo suas operações para apoiar as pessoas que constroem o Brasil.

Saiba mais na página de notícias: www.armac.com.br/noticias

Featured Image

Silvicultura sustentável: inovações tecnológicas melhoram a eficiência e sustentabilidade no setor

Produtos que aprimoram a retenção de água e favorecem o desenvolvimento das mudas florestais têm transformado as práticas no manejo de florestas plantadas

A silvicultura, que se dedica ao manejo e cultivo de florestas plantadas, é essencial não apenas para a economia, mas também para a preservação ambiental. Ela é responsável pela produção de matérias-primas imprescindíveis, como papel, celulose e madeira, além de ser um setor em expansão, com inovações como bioplásticos e alternativas aos derivados do petróleo. As florestas desempenham ainda um papel crucial na captura de carbono, na redução das emissões de gases de efeito estufa e na preservação da biodiversidade.

O Brasil se destaca mundialmente pela produtividade florestal, resultado de um conjunto de fatores como o clima favorável, as práticas de manejo eficientes e os investimentos em novas tecnologias que visam aumentar a eficiência do cultivo e a responsabilidade ambiental, especialmente no uso de recursos hídricos.

A retenção de água no solo é um dos principais fatores que influenciam o desenvolvimento saudável das mudas, sobretudo em solos degradados ou com baixa capacidade de retenção. Para atender a essa necessidade, novas metodologias vêm sendo empregadas, como os produtos que estabilizam o solo e evitam a lixiviação de nutrientes, contribuindo para a melhoria do manejo florestal.

O HB10 PLUS, produto exclusivo da Hydroplan-EB, é um exemplo de inovação que se destaca nesse contexto. Trata-se de um gel agrícola único no mercado, que não só potencializa a retenção de água no solo, como também otimiza o uso de fertilizantes essenciais para o desenvolvimento das árvores. Sua fórmula enriquecida com aminoácidos e alto conteúdo nutricional favorece o crescimento do sistema radicular e diminui o estresse hídrico nas plantas.

Diferente dos polímeros tradicionais, que atuam apenas na retenção de água, o HB10 PLUS também oferece nutrição, fortalecendo as mudas de forma mais equilibrada. “Com a utilização do produto, é possível reduzir significativamente o consumo de água e aumentar a produtividade nas áreas de plantio. É uma solução prática e sustentável para os desafios da silvicultura, especialmente em solos arenosos ou inclinados”, afirma João Quirino, Coordenador Técnico de Silvicultura e gel agrícola da Hydroplan-EB.

Os benefícios de seu uso incluem a redução de até 50% no consumo de água na irrigação, a manutenção da estrutura do solo e a melhoria na absorção de nutrientes pelas mudas, promovendo um manejo florestal mais sustentável. Ao contrário das soluções convencionais, tecnologias como o HB10 PLUS não apenas promovem o desenvolvimento das mudas de forma mais eficiente, mas também reduzem os custos operacionais e o impacto ambiental do setor, alinhando-se às práticas de sustentabilidade e ESG (Environmental, Social and Governance).

Informações: Portal do Agronegócio.

Anúncios aleatórios

+55 67 99227-8719
contato@maisfloresta.com.br

Copyright 2023 - Mais Floresta © Todos os direitos Reservados
Desenvolvimento: Agência W3S