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Eldorado Brasil Celulose tem lucro de R$ 444 milhões no 4º trimestre

O desempenho operacional medido pelo Ebitda encerrou o período em R$ 469 milhões

A Eldorado Brasil Celulose teve lucro líquido de R$ 444 milhões no último trimestre do ano passado, avançando sobre o resultado positivo de R$ 24 milhões no período de julho a setembro, informou a companhia em comunicado à imprensa.

O desempenho operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) encerrou o quarto trimestre em R$ 469 milhões, com margem de 35,7%, informou a empresa sem mencionar dados comparáveis.

A companhia, que tem uma fábrica em Três Lagoas (MS) e produz por ano cerca de 1,8 milhão de toneladas de celulose em média, apurou um custo-caixa de produção de R$ 866 por tonelada, 1% inferior aos três meses anteriores, “devido principalmente ao menor consumo de químicos e redução de custos de insumos em geral”.

A rival maior Suzano, que também atua no Mato Grosso do Sul, divulgou em fevereiro um custo-caixa de produção de celulose para o quarto trimestre de R$ 816 por tonelada, uma queda de 5% sobre os três meses imediatamente anteriores.

A Eldorado vendeu 469 mil toneladas de celulose no quarto trimestre e 1,864 milhão de toneladas, no ano, 6% superior à 2022, afirmou a companhia.

Informações: Forbes.

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Governo do Chile ordena evacuação de oito áreas devido a incêndios florestais

O governo do Chile ordenou na quarta-feira (13) a evacuação de oito setores em risco devido aos incêndios florestais que afetam duas colinas da região de Valparaíso.

Além disso, o Ministério do Interior anunciou que, às 23h, no horário local, foi convocada uma reunião de emergência do Comitê de Gestão de Riscos de Desastres (Cogrid) para discutir os incêndios.

Até agora, as autoridades chilenas não informaram se pessoas ficaram feridas ou morreram.

A situação ocorre pouco mais de um mês depois que os incêndios florestais em Valparaíso e outras regiões do país causaram a morte de 134 pessoas e devastaram milhares de hectares e casas, segundo relatório que o Serviço Médico Legal publicou no dia 8 de março.

Os setores que devem ser evacuados são:

  • Chaparro;
  • Chaparro Alto;
  • Santa María;
  • Guillermo Bravo e Calle Cantera, no Cerro Cordillera;
  • Calle Campanilla, Alfredo Vargas Stoller e La Cantera, no Cerro Alegre.

O anúncio da medida foi informada pelo Serviço Nacional de Prevenção e Resposta Contra Desastres (Senapred) em sua conta na rede social X, antigo Twitter.

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Semadesc e Comitê do Fogo/MS promovem Workshop Presencial de Prevenção aos Incêndios Florestais nos dias 9 e 10 de abril

Nos dias 9 e 10 de abril, no auditório do Sebrae/MS, será realizado o 1° Workshop Presencial de Prevenção aos Incêndios Florestais em 2024, promovido pelo Governo do Estado, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia) e o Comitê do Fogo de MS (Comitê Interinstitucional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais de Mato Grosso do Sul. A participação é aberta às instituições parceiras e sociedade em geral. As inscrições podem ser feitas neste link.

O Workshop tem por objetivo apresentar as boas práticas adotadas no monitoramento dos incêndios florestais com renomados especialistas da área de incêndios florestais no país e em Mato Grosso do Sul. Também será ofertado um minicurso prático para instrução dos interessados no uso das plataformas online disponíveis e gratuitas frente às questões afetadas aos incêndios florestais.

Confira abaixo a programação do Workshop.

PROGRAMAÇÃO

Dia 9 de abril de 2024 – Terça-Feira

8h – Abertura do evento com o Lançamento da Campanha Anual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul
9h – Palestra de Boas Vindas – Secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação Jaime Verruck (SEMADESC)
9h30 – Intervalo
10h – Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Dr. Fabiano Morelli (INPE)
10h20 – Monitoramento da previsão da probabilidade do fogo para áreas protegidas – Dra. Liana Anderson (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais- CEMADEN)
10h40 – Alertas de área queimada por satélite: o sistema ALARMES e a Plataforma SIFAU – Dra. Renata Libonati (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
11h – Análise das condições meteorológicas observadas e Previsão Climática Sazonal – Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (CEMTEC/SEMA/SEMADESC
11h20 – Efeitos do fogo nas áreas inundáveis do Pantanal – Dr. Geraldo Alves Damasceno Junior (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS)

Minicurso – Turno: TARDE
13h30 – Parte teórica dos produtos do CEMADEN – Dr Liana Anderson (CEMADEN)
14h30 – Intervalo
15h – Parte teórica dos produtos da LASA – Dra Renata Libonati (UFRJ)

Dia 10 de abril – Quarta-Feira

8h – Plano de queima prescrita e controlada: Aplicação prática da política pública – Secretário Executivo de Meio Ambiente (SEMA/SEMADESC) – Artur Falcette
8h30 – Corredores Ecológicos da Lei do Pantanal – Julia Boock (WWF Brasil)
8h50 – Intervalo
9h20 – Atuação do Comitê do Fogo – ASBOM da SEMADESC – Tenente Coronel QOBM Leonardo Rodrigues Congro (Presidente do Comitê do Fogo de MS)
9h40 – Ações de prevenção, preparação e resposta aos Incêndios Florestais: Queimas prescritas e controladas e suas autorizações – Bruna Oliveira (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul – IMASUL) e Tenente Coronel QOBM Tatiane Dias de Oliveira Inoue (Diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul – CBMMS)
10h – Ações de prevenção para período dos Incêndios Florestais na costa leste do estado – Fábio Duarte (Reflore/MS)
10h20 – Inteligência Artificial para a predição de fogo no Pantanal – GianLucca Lodron Zuin (Empresa Kunumi)
10h40 – Implicações legais dos Incêndios Florestais de Mato Grosso do Sul – Promotor de Justiça Luciano Loubet (Ministério Público de Mato Grosso do Sul – MPMS) e Tenente Coronel QOPM Cleiton da Silva (Polícia Militar Ambiental da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul)
11h – Plano de Contingência da Energisa e o impacto das queimadas em Mato Grosso do Sul – Coordenador do Centro de Operação Integrado (COI) – Marcelo Santana (ENERGISA)
11h20 Disponibilização de recursos e ações para combate aos incêndios – Defesa Civil do estado de Mato Grosso do Sul (CEPDEC)

Minicurso – Turno: TARDE
13h30 – Parte prática dos produtos do CEMADEN – Dr Liana Anderson (CEMADEN)
14h30 – Intervalo
15h – Parte prática dos produtos da LASA – Dra Renata Libonati (UFRJ)

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Apicultora quilombola se torna a 1ª mulher apta a fazer inseminação instrumental de abelhas na Bahia

Janete Neves, da comunidade de Piaçava, em Esplanada, lidera associação com forte presença de mulheres locais

Pequena no tamanho, mas gigante na importância para a polinização de frutas, legumes e grãos, as abelhas entraram na vida de Janete Neves em 2021, com a criação de espécies com ferrão na comunidade quilombola de Piaçava, no município de Esplanada, no Litoral Norte da Bahia, onde preside, atualmente, a Associação dos Jovens Remanescentes Quilombolas da Bahia (Ajarquiba). Na época, afirma ela, “não tinha os conhecimentos necessários” para desempenhar a atividade como desejava.

Para sanar essa lacuna, buscou se qualificar para adquirir as técnicas e melhorar a produção das colmeias. Um dos treinamentos foi o de inseminação instrumental de abelhas-rainhas, que pode ser usada em abelhas com ferrão, oferecido pela DVM Consultoria Apícola, parceira técnica da Bracell no projeto Polinizadores. Realizado em Ilhéus, o curso teve a participação de oito produtores, apenas Janete era baiana, o que fez com que ela se tornasse a primeira mulher no estado apta para a atividade.

Segundo o professor Ediney Magalhães, que ministrou o curso, a inseminação instrumental de abelhas é um procedimento demorado, muito delicado e difícil de ser realizado, porque depende de equipamentos modernos e de alto custo. A técnica consiste em depositar a abelha-princesa em uma lâmina, anestesiá-la com dióxido de carbono (CO2), abrir sua vulva com pinças e injetar cinco microlitros de sêmen para fecundá-la antes de devolver à colmeia. A técnica permite ao apicultor obter matrizes de alta qualidade para o desenvolvimento de colmeias mais produtivas e com crias livres de doenças. As abelhas utilizadas para a inseminação, tanto fêmeas quanto machos, são selecionadas considerando sua origem e qualidade das colmeias.

Para Janete, o aprendizado “abriu um grande leque para a atividade, porque dá maior autonomia no desenvolvimento das abelhas, uma vez que podemos ter colmeias monitoradas e de boa genética. Sem contar que, com a inseminação, podemos ter a certeza de ter a rainha dentro da colmeia, sem os riscos de ela ser predada durante o voo nupcial”.

Geração de renda e oportunidades para as mulheres

A criação de abelhas tem sido uma fonte de renda para os membros da Ajarquiba. No local, eles vêm desenvolvendo produtos à base de mel e seus derivados, como hidromel, biscoitos, pimenta com mel, licuri caramelizado, cerveja, própolis, pólen e cera. Além disso, segundo a presidente da associação, a atividade tem despertado um interesse cada vez maior em mulheres empreendedoras da comunidade, que estão se especializando na apicultura (abelhas com ferrão), na meliponicultura (abelhas sem ferrão) e na comercialização de seus derivados.

A atividade de apicultura da entidade conta com 25 apicultores, sendo 14 mulheres. Dessas, 10 atuam também na meliponicultura, inclusive a própria Janete, a partir da cultura da espécie uruçu nordestina. As atividades contam com o apoio técnico da Bracell, por meio das ações do projeto Polinizadores e do Programa Fomento a Negócio de Impacto, desenvolvidos pela empresa em comunidades situadas em sua área de influência.

Juntas, as iniciativas contribuem com o aprimoramento da produção e a geração de renda em comunidades como a de Piaçava, a partir de distribuição de abelhas-rainhas, fornecimento de capacitações, assistência técnica, além de suporte para o aprimoramento, regularização de produtos, prospecção de oportunidades de escoamento e comercialização, atuando também na interlocução com o Governo da Bahia e outras instituições.

De acordo com Janete, a parceria com a Bracell e seus projetos têm contribuído para a qualidade de vida da comunidade e aguçado a atenção com a preservação ambiental. “Essa qualificação ajuda a melhorar a atividade e beneficia especialmente as mulheres da comunidade. Muitas delas têm uma vida difícil e, com o trabalho coletivo, elas se sentem mais acolhidas”, destaca ela, anunciando que, “para ampliar a ação na comunidade, iniciaremos trabalhos nas escolas para mostrar a importância das abelhas e orientar sobre a importância de preservar a natureza”.

Mulheres da comunidade de Piaçava durante formação/ Foto: Arquivo pessoal.
Alguns dos produtos comercializados pela Ajarquiba/ Foto: Arquivo pessoal.

Projeto Polinizadores

Milena Oliveira, especialista em Responsabilidade Social da Bracell Bahia, pontua que a contribuição para a geração de renda e autonomia de mulheres, incluindo o fomento ao desenvolvimento de lideranças femininas, é uma das estratégias prioritárias do pilar de “Empoderamento” do Bracell Social, programa de investimento social da empresa. Este ano, o projeto iniciou uma atividade de destaque, direcionada exclusivamente à meliponicultura, em parceria técnica com Ediney Magalhães.

Trata-se do curso “Criação de Abelhas Sem Ferrão”, realizado em Alagoinhas, que já capacitou mais de 50 pessoas. Ao final, 30 mulheres receberam caixas com enxames produtivos da espécie uruçu nordestina, que terão acompanhamento técnico durante todo o ciclo do projeto para multiplicação e aumento de produtividade das colmeias.

O projeto Polinizadores é também desenvolvido no estado de São Paulo, dando suporte para os apicultores na área de influência da empresa na região.

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Mato Grosso do Sul ‘surfa’ na economia da celulose que deve exportar R$ 67,4 bilhões até 2028

Em 2023, foram produzidas 24,2 milhões de toneladas de celulose, das quais 18,1 milhões foram exportadas. Desse montante, 49% foram destinados à China, 24% à Europa, e 15% à América do Norte

Mato Grosso do Sul é exemplo mundial quando o assunto é celulose. Três Lagoas, pioneira no setor no Estado, abriga duas indústrias Eldorado Brasil e a Suzano, que possui duas linhas de produção, e, isso o município acabou se tornando ‘a professora’ de Ribas do Rio Pardo e Inocência que em breve, também terão fábricas operando.

PROJETO CERRADO

Ainda neste semestre, entra em operação mais uma indústria da Suzano em MS, a conhecida como ‘Projeto Cerrado’ (veja vídeo abaixo) que começa os trabalhos em junho deste ano. Inocência também terá uma fábrica de celulose, do grupo chileno Arauco. As obras da unidade terão início em 2025.

Ao todo, em 2028, Mato Grosso do Sul, estará operando com quatro fábricas de celulose e tem de tudo para se tornar a maior potência do setor no mundo. Com as indústrias, também vemos o crescimento do plantio de eucalipto que é a matéria-prima do setor e um negócio que está em alta no Brasil.

Ao todo, somando as plantações de eucalipto e de pinus, também utilizado para a produção de celulose no Brasil, são 9,9 milhões de hectares de área plantada no país. Temos hoje em média 1,8 milhão de árvores plantadas para fins industriais por dia.

ÁREAS ANTROPIZADAS

Importante ressaltar que as áreas de cultivo acontecem principalmente em áreas previamente antropizadas, substituindo pastos de baixa produtividade por florestas cultivadas, manejadas com as mais modernas técnicas e amplamente apoiadas pela ciência. Para além das áreas produtivas, o setor conserva outros 6,7 milhões de hectares de mata nativa, o que equivale ao território do estado do Rio de Janeiro.

O setor vem se consolidando há décadas como um modelo de bioeconomia em larga escala, se submetendo voluntariamente a rigorosas certificações internacionais. Atua ao lado da sociedade para gerar valor compartilhado e crescimento mútuo, comprovando, todos os dias, a compatibilidade entre produzir e preservar.

PRODUÇÃO NACIONAL E MACIÇO FLORESTAL

Em 2023, foram produzidas 24,2 milhões de toneladas de celulose, das quais 18,1 milhões foram exportadas. Desse montante, 49% foram destinados à China, 24% à Europa, e 15% à América do Norte. O setor foi o quinto item da balança de exportação do agro.

De acordo com o IBA (Instituto Brasileiro de Atuária), os plantios de eucalipto estão localizados, principalmente, nas regiões sudeste e centro-oeste do país, com destaque para Minas Gerais (29%), Mato Grosso do Sul (15%) e São Paulo (13%).

A região sul do Brasil se destaca como principal fornecedor de madeira pinus, representando 89% do total. O Paraná lidera com a maior área plantada, uma extensão de 713 mil hectares, seguido por Santa Catarina, com 701 mil hectares.

GERAÇÃO DE EMPREGOS

O setor da celulose gerou 2,6 milhões de empregos diretos e indiretos em 2022 nos mais de mil municípios presentes, segundo a Rais (Relação Anual de Informações Sociais).

As exportações de celulose em 2023 geraram divisas no valor de US$ 7,9 bilhões. Os investimentos previstos somam R$ 67,4 bilhões até 2028.

INVESTIMENTOS

Os recursos investidos do setor já são destinados para novas plantas, expansão das áreas cultivadas, pesquisa, desenvolvimento e inovação. Hoje, é aberta em média uma fábrica a cada ano e meio.

É o caso do Projeto Cerrado, que dará origem à nova unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo. A fábrica terá capacidade de produção de 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano. No total, a empresa está investindo R$ 22,2 bilhões no projeto, um dos maiores aportes da história da Suzano, que está em plena celebração de seu centenário.

O Projeto Figueira, a ser concluído este ano pela Klabin em Piracicaba–SP, dará origem a uma fábrica com capacidade de produção de até 240 mil toneladas de papel ondulado por ano. A fábrica contará com geração de energia solar, empilhadeiras elétricas e reaproveitamento de água da chuva.

EXPANSÃO DA KLABIN

Além do Figueira, a Klabin inaugurou a segunda fase do projeto de expansão da unidade Puma, em Ortigueira–PR. Com investimento de R$ 12,9 bilhões, o maior já recebido pelo Paraná nos últimos anos, a conclusão das duas fases da unidade somou 910 mil toneladas à capacidade de produção anual de papel para embalagem da empresa.

Em Lençóis Paulista–SP a Bracell está colocando de pé uma nova unidade para produção de papel sanitário, com previsão de conclusão este ano. Na mesma área, a empresa inaugurou em 2021 a planta construída a partir do Projeto Star, resultante de investimento de R$ 15 bilhões da companhia. Trata-se de uma fábrica referência na produção de kraft e celulose solúvel.

Já a LD Celulose, joint venture entre a brasileira Dexco e a austríaca Lenzing, iniciou as operações de sua unidade no Triângulo Mineiro em 2022. Com capacidade para produzir 500 mil toneladas de celulose solúvel por ano, a fábrica já vendeu toda sua produção ao mercado externo em contratos de 25 anos.

INVESTIMENTO CHILENO

Outra que anunciou novos investimentos no país é a Arauco em uma nova fábrica de celulose em Inocência, com início das obras previsto para 2025.

Para além das novas fábricas, o setor investe consistentemente na modernização das plantas existentes, além de ampliação de áreas plantadas e ciência e tecnologia.

Informações: Perfil News.

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Oito espécies de abelhas-sem-ferrão são identificadas em refúgio biológico no Paraná

Um levantamento conjunto entre a Embrapa Florestas (PR), a Itaipu Binacional, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) identificou oito espécies de abelhas-sem-ferrão no Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), da Itaipu Binacional, sendo uma delas inédita no Brasil (veja quadro abaixo). Elas são nativas do Paraná, de outras regiões do Brasil e de países da América do Sul. Também conhecidas como meliponíneos e abelhas nativas, possuem papel fundamental na manutenção dos ecossistemas, pois fazem a polinização das plantas. Esses dados contribuem para a conservação da biodiversidade local, uma vez que apontam as espécies mais adaptadas à região, além de apoiar políticas públicas para a criação de abelhas nativas no estado.

O levantamento foi desenvolvido entre 2021 e 2023, dentro do projeto Diagnóstico e conservação da fauna de Hymenoptera em áreas naturais da Itaipu Binacional, com ênfase em espécies da tribo Meliponini”.  O supervisor da iniciativa pela Itaipu, Edson Zanlorensi, explica que as equipes estabeleceram protocolos de avaliação, identificação e registro de todas as espécies de abelhas inventariadas em campo na área do Refúgio. “Amostras de todas as espécies encontradas nos ninhos naturais, nas colônias capturadas, nas iscas artificiais e nas colônias instaladas em caixas térmicas foram coletadas, organizadas e identificadas conforme a taxonomia”, diz.

Segundo Guilherme Schühli, pesquisador da Embrapa Florestas, responsável pelo projeto e sua composição, esse estudo pode permitir também que sejam feitas considerações sobre a área, e como repercutem as iniciativas de conservação para a região. “Além disso, o Paraná tem iniciativas pioneiras de políticas públicas para a criação de abelhas nativas e esse diagnóstico contribui com o direcionamento adequado dos esforços de conservação, em especial para o oeste do estado”, ressalta. 

A analista ambiental do PTI Flavia Rodriguez destaca a sinergia entre as instituições envolvidas e lembra que esse tipo de iniciativa contribui com a consolidação da missão do Parque, que busca “transformar conhecimento e inovação em bem-estar social e, nesse caso, contribuir com o entendimento das espécies que compõem uma parte do território e seus serviços ecossistêmicos”.

Levantamento

Para dar início ao levantamento, conforme explica o pesquisador da Embrapa Florestas, foi necessário, primeiramente, realizar um diagnóstico das espécies de abelhas-sem-ferrão presentes. A área estudada compreende cerca de 2 hectares, e é onde se encontra a Itaipu Binacional e o Refúgio Biológico Bela Vista. Essa região, localizada no oeste do Paraná, apresenta vegetações naturais e áreas de intervenção humana, como, por exemplo, de reflorestamento implantadas pela Embrapa Florestas, há 30 anos, onde também foram amostrados meliponíneos.

“Para a amostragem, foram desenhadas linhas, chamadas de transectos, onde coletamos insetos, em todas as estações do ano, buscando compreender todas as formações vegetais presentes na área de Itaipu e do RBV. Para garantir que estávamos abrangendo toda a diversidade de abelhas, houve coletas também fora dos transectos, quando se verificavam movimentos dos insetos, plantas em floração ou até mesmo relatos de funcionários sobre a presença delas”, conta Schühli. Redes de mão e iscas-ninho contendo uma mistura de cera de abelhas como atrativo foram usadas para atrair e capturar as abelhas na área desenhada da amostragem.

Além das coletas, os pesquisadores buscaram registros sobre abelhas-sem-ferrão em fontes bibliográficas internacionais e em coleções de insetos. “Fizemos um levantamento do histórico das abelhas que já foram coletadas na região, em outras iniciativas. No geral, coleções biológicas fazem o tombamento (registro de exemplares) de informações, o que possibilita verificar o que foi coletado de fato e que foi identificado por um especialista”, explica. “O cuidado no desenho do protocolo levou a um levantamento amplo das espécies de abelhas na região oeste do Paraná, ainda pouco estudada, diferentemente da região metropolitana de Curitiba, que é referência no estudo das abelhas-sem-ferrão”, complementa.

Resultados

Com esse trabalho de pesquisa, duas coleções de abelhas-sem-ferrão foram formadas. A coleção viva, com os insetos criados em caixas racionais, está localizada no Refúgio Biológico Bela Vista. Já a coleção de referência, com amostras do que foi coletado e identificado, contendo as abelhas conservadas, está armazenada na coleção entomológica Danúncia Urban (foto à esquerda), da Unila, situada dentro do Parque Tecnológico de Itaipu. O professor pesquisador da Unila Fernando Zanella ressalta que a pesquisa viabiliza o inventário da diversidade de abelhas-sem-ferrão e sua distribuição no espaço do RBV, possibilitando reconhecer o valor da área como abrigo para essas abelhas. “O esforço de amostragem, especialmente de ninhos, permitiu ampliar o plantel do meliponário de Itaipu, que tem por finalidade a educação ambiental e o turismo, e serve de referência para a amostragem em outras áreas da região”, comenta Zanella.

Outro aspecto importante destacado pelo pesquisador da Embrapa Florestas é a possibilidade de estudos moleculares futuros. “Essa pesquisa é uma fotografia muito boa, para depois verificarmos a progressão das abelhas-sem-ferrão na região. Além disso, as abelhas depositadas na coleção contêm outras informações biológicas importantes, como os grãos de pólen que carregam no corpo quando capturadas. Isso fica registrado, possibilitando o levantamento de quais árvores oferecem esse alimento, e de onde se pode estimar o número de indivíduos naquele período”, explica Schühli. Isso é possível porque parte dos animais fica conservada em coleção úmida, em álcool 70%, o que permite a realização de futuras análises moleculares, com extração de DNA das abelhas.

Produção e conservação da biodiversidade

Atualmente, mais de 100 colônias de abelhas estão instaladas na área do Refúgio Biológico Bela Vista. Esse acervo é fruto da aquisição de abelhas por parte da Itaipu e da divisão de colônias feita com a supervisão da Embrapa Florestas e pela equipe do projeto. “A divisão é uma técnica de ampliação, e é feita a partir de uma colônia-matriz que, com o manejo correto, permite produzir outras colônias. Cada espécie tem seu protocolo de divisão, que deve ser acompanhado pelos técnicos para garantir que as colmeias estejam saudáveis”, observa Schühli.Diferente da apicultura, as caixas de abelha-sem-ferrão se mantêm ao longo de muitos anos, se bem manejadas. E a cada ciclo de produção, elas cedem colônias para o ambiente. “Por isso foi fundamental sabermos quais espécies eram pertinentes para aquele espaço, evitando trazer de fora, que podem contaminar a área.

O Projeto sugere que uma das alternativas de encaminhamento para o excedente de caixas pode ser a cessão para uma associação de meliponicultores local, podendo também ser direcionado, por exemplo, como subsídio para ações de programas como o Poliniza Paraná, que instala abelhas-sem-ferrão em praças e escolas. Tivemos um grande número de capturas dentro dos nossos ninhos-iscas, como, por exemplo, das abelhas Borá. Insetos dessa espécie podem contribuir muito com esse tipo de programa, uma vez que têm um interesse produtivo para o mel, um produto que chega a alcançar um preço de venda de cinco a dez vezes maior que o do mel tradicional das abelhas Apis”, conta o pesquisador da Embrapa Florestas.

Manejo e proteção

Além disso, a iniciativa estabeleceu protocolos de manejo dos meliponíneos e desenvolveu um módulo protetor de caixas, para permitir a instalação de colônias em áreas abertas. Esses módulos protegem as abelhas da ação de predadores, como macacos, quatis, gambás e teiús, entre outros.  De acordo com Schühli, essa iniciativa também beneficia as comunidades próximas, uma vez que contribui para a manutenção dessas espécies na área de entorno. “Existe grande interesse na criação das abelhas e o Refúgio Biológico tem um grande potencial para ser um espaço de referência e difusão não apenas de técnica, como também de material vivo, sendo mantido no ambiente da Itaipu”, acrescenta o pesquisador.

Espécies de abelhas identificadas

  • Borá (Tetragona clavipes)
  • Jataí (Tetragonisca fiebrigi)
  • Guiruçu (Schwarziana quadripunctata)
  • Canudo (Scaptotrigona depilis)
  • Arapuá (Trigona spinipes)
  • Mirim Droryana (Plebia droryana)
  • Mirim Nigriceps  (Plebeia nigriceps)
  • Abelha Limão (Lestrimelitta chacoana), registrada pela primeira vez no Brasil.

Educação Ambiental: Abelhas contribuem para saúde de ave gigante

Entre os resultados do trabalho, destaca-se a educação ambiental sobre o tema “Abelhas-sem-ferrão”, entregue ao Refúgio Biológico. Dentro da linha de trabalho realizada no RVB, a Embrapa buscou encontrar algumas associações de abelhas com a manutenção de outras espécies.

No levantamento bibliográfico, foi observada uma curiosa relação entre a harpia e as abelhas-sem-ferrão. “Notamos que as abelhas são capazes de limpar as narinas da harpia, fato que promove melhora da infecção nasal. Existem abelhas-sem-ferrão que vão buscar o muco dentro da narina da águia e ela permite essa limpeza. Isso é interessante porque mostra as interações tão complexas da floresta, onde as espécies são necessárias como um conjunto. E a abelha nativa mostra-se relevante até na manutenção da saúde da águia. Ainda não conhecemos totalmente o mecanismo, mas sabemos que as propriedades antimicrobianas e mesmo a limpeza mecânica que a abelha promove garantem a saúde da harpia”, relata Schühli.

Os indícios do pólen

Além de gerar mel, própolis e cera, a caixa de abelhas permite registrar uma linha cronológica das espécies vegetais e florestais do entorno. “Isso porque o inseto carrega para dentro da caixa, néctar das flores e materiais como o pólen, terra e água. Ao trazer esses materiais, oferece um retrato do ambiente naquele momento, favorecendo um panorama amplo da contaminação em diferentes períodos. É possível verificar, por exemplo, a presença de traços de inseticidas como os organofosforados dentro da caixa. O pólen coletado mostra ainda a quantidade e as espécies de árvores presentes no local. Ou seja, pela análise de pólen, vários aspectos podem ser explicitados, o que embasa até mesmo uma vertente forense, documentando a derrubada de áreas florestais”, conclui Schuhli. 

Informações: Embrapa.

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Indústria de celulose no MS vivencia as ‘dores do crescimento’

Por: Carlos Ornellas*

O estado do Mato Grosso do Sul está ganhando a atenção do mundo. Reforçando a sua forte vocação para o agronegócio, a região vem se sobressaindo na produção de celulose. O estado já se destaca como um grande produtor, com três unidades em operação em Três Lagoas, duas da Suzano e uma da Eldorado, totalizando 5 milhões de toneladas anuais. Em 2024, a nova fábrica da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, com capacidade de 2,5 milhões de toneladas, elevará a produção da região para 7,5 milhões, superando a Bahia (atual líder nacional) e consolidando o MS como o maior produtor do país.

Estamos assistindo essa evolução a olho nu nos últimos anos, com a chegada de novos investimentos de empresas gigantes que integram a cadeia do setor, como as já citadas Suzano e Eldorado, além da chilena Arauco, que construirá a sua primeira fábrica de celulose no Brasil no município de Inocência. A Arauco prevê um investimento de cerca de R$15 bilhões para uma fábrica com capacidade produtiva de 2,5 milhões de toneladas. Em 2028, ano que a unidade fabril da Arauco entrará em operação, o estado do Mato Grosso do Sul começará a produzir mais de 10 milhões de toneladas do insumo por ano.

A silvicultura também é destaque no estado. A área destinada para eucaliptos já ultrapassa 1,18 milhão de hectares e o cultivo serve de matéria prima para abastecer as fábricas da região. Quatro dos cinco maiores municípios no Brasil que cultivam eucalipto estão na chamada Costa Leste Florestal do MS. Até 2030, as florestas plantadas deverão superar 2 milhões de hectares na região.

A explosão do setor de celulose no Mato Grosso do Sul traz uma série de benefícios para as localidades, sob a ótica do desenvolvimento econômico e social, mas também vários desafios quando o assunto é a mão de obra especializada e executiva. Esse problema é histórico – acompanho esse mercado há anos e já participei, em outros momentos, ao longo da minha carreira, da busca de talentos para diversas empresas do segmento.

A dificuldade de encontrar profissionais capacitados se estende para todas as áreas. Isso ocorre porque a mão de obra, em sua grande parte, é extremamente técnica. A formação profissional ainda é limitada fora dos grandes centros, e a alta concorrência no mercado intensifica o problema de oferta – demanda. As empresas disputam os talentos gerando a “dança das cadeiras” e uma alta rotatividade nas empresas.

Os desafios abrangem desde profissionais na área florestal capazes de lidar com o modelo da silvicultura 4.0 até a busca por especialistas e executivos capazes de liderar projetos de engenharia complexos, envolvendo investimentos bilionários. Além disso, há a necessidade de gestores habilidosos para conduzir diversas áreas fabris, incluindo produção, processos, manutenção, recuperação, caustificação, utilidades e qualidade.

Outra área sensível é a cadeia de supply chain. A carteira de compras, usualmente, possui negociações na ordem de alguns milhares de dólares. A estrutura de demand planning e supply planning precisam estar em completo alinhamento e sinergia com a área comercial. A complexa operação logística, muitas vezes multimodal, demanda profissionais que compreendam essa dinâmica e façam a ligação entre os diferentes tipos de transporte – rodoviário, ferroviário, hidroviário e marítimo. Diante disso, é crucial contar com executivos experientes à frente de cada uma dessas áreas.

Por todas essas especificidades – e muitas mais – é difícil encontrar pessoas que atendam as demandas e exigências existentes no setor. O processo de entendimento do segmento e das suas particularidades é trabalhoso e a adaptação técnica e cultural nem sempre é fácil. Para nós, enquanto profissionais que trabalham na contratação de executivos e lideranças, isso traz uma série de dificuldades. Na fase de prospecção de candidatos, por exemplo, precisamos pensar fora da caixa, porém, nem sempre dá para inovar nessa busca de talentos. Muitas vezes, ficamos restritos ao setor de celulose ou segmentos correlatos e que estejam dentro de um contexto agroindustrial.

Com isso, o mercado de celulose se tornou extremamente inflacionado em termos de salários e remunerações. As empresas ainda enfrentam um déficit de mão de obra especializada e executiva, pois os profissionais em formação – em parte, resultado da parceria entre as companhias do setor e instituições educacionais – ainda não estão prontos para ingressar em grande escala no mercado nos próximos cinco ou dez anos.

Acredito que, com a dificuldade de encontrar mão de obra especializada e executiva no segmento de celulose – cenário que deve persistir nos próximos anos – terei muitos desafios, junto com toda equipe da EXEC no Mato Grosso do Sul. Nosso trabalho irá além da busca, atração, retenção e engajamento de profissionais experientes. Também auxiliaremos as empresas na preparação de novas lideranças, capazes de fazer a diferença nesse momento de crescimento.

*Carlos Ornellas é sócio da EXEC, empresa de seleção e desenvolvimento de altos executivos e conselheiros.

Informações: AgroRevenda.

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