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Indústrias de papel e celulose de Mato Grosso do Sul estão com vagas abertas

Vagas abrangem diferentes áreas e níveis de formação

Três indústrias de papel e celulose de Mato Grosso do Sul estão com vagas abertas em dezembro. As oportunidades abrangem diferentes áreas e níveis de formação.

A Eldorado Brasil está com inscrições abertas em Três Lagoas para as funções de mecânico(a), especialista competitivo, analista de cadastro de materiais, monitor(a) florestal, motorista tritem, oficial de cozinha e supervisor(a) de desenvolvimento operacional.

Já nas cidades de Inocência e Água Clara, a empresa tem seleção aberta para o cargo de ajudante florestal. Os interessados podem obter mais detalhes sobre cada vaga e se candidatar pelo link.

A Suzano está em busca de candidatos para ocupar vagas de consultor de qualidade, técnico de segurança do trabalho, supervisor de operações florestais, técnico em logística florestal e técnico em manutenção florestal. Clique aqui para saber mais.

Na Sylvamo, em Três Lagoas, as vagas abertas são para o cargo de técnico(a) em elétrica e instrumentação. Para participar do processo seletivo, é necessário se inscrever por este link.

Informações: Mídia Max

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ESG e contratos comerciais: a nova fronteira do setor de papel e celulose

Por Ana Carolina Lopes Sequeira dos Santos – Diretora Legal LatAm da Valmet

Quem atua no universo dos contratos comerciais sabe que esses instrumentos funcionam, quase como um termômetro, das transformações do mercado e da sociedade. Nos últimos anos, acompanhamos uma sucessão de movimentos que impactaram diretamente as relações contratuais entre empresas. Primeiro, veio o período de adaptação à Lei Geral de Proteção de Dados, que, em seu início, gerou inúmeras dúvidas práticas sobre a aplicação da norma e trouxe desafios à formatação dos contratos. Em seguida, durante a pandemia da covid-19, assistimos à ascensão das cláusulas de força maior, até então muitas vezes deixadas em segundo plano, mas que repentinamente se tornaram protagonistas nos debates jurídicos e negociais.

Agora, a atenção se volta para uma nova pauta que vem redesenhando o cenário contratual: o ESG — Environmental, Social and Governance, ou, em português, Ambiental, Social e Governança. Inicialmente restrito a nichos empresariais específicos, o conceito rapidamente ganhou força e se consolidou como diretriz essencial das práticas corporativas. No setor de papel e celulose, essa influência se faz sentir de maneira particularmente intensa, em razão da relação direta da atividade industrial com temas ambientais, gestão responsável de recursos naturais e impactos sociais nas comunidades locais.

Hoje, é praticamente impensável negociar contratos de fornecimento de tecnologia, insumos ou serviços para essa indústria sem considerar as políticas e práticas ESG envolvidas. Onde antes o avanço tecnológico e as estratégias comerciais ocupavam o centro das discussões, o protagonismo agora é compartilhado com a busca por equilíbrio entre inovação, sustentabilidade e responsabilidade social. O que antes era uma tendência de mercado passou a ser uma exigência de governança.

Dentro dos contratos, as obrigações relacionadas ao ESG se manifestam de forma pulverizada, muitas vezes sem a percepção imediata de que fazem parte desse mesmo conceito. No entanto, quando analisadas sob uma perspectiva mais ampla, revelam clara correlação com os pilares ambiental, social e de governança. Entre essas obrigações, destacam-se: a preferência pela contratação de mão de obra local, acompanhada do dever de qualificação dessas pessoas; o controle e a redução de ruídos e outras formas de poluição sonora; a responsabilidade por danos ambientais e pelo cumprimento da legislação vigente; a vedação ao trabalho infantil e ao trabalho análogo à escravidão, tanto por parte da contratada quanto de seus subcontratados; e a verificação da idoneidade de todos os integrantes da cadeia produtiva, garantindo que os serviços sejam prestados de forma sustentável e em conformidade com a lei.

Essas previsões contratuais, antes vistas como meras formalidades, vêm ganhando relevância real na gestão dos negócios. E não apenas na teoria: observa-se um esforço concreto das principais empresas do setor para adequar suas operações aos compromissos de ESG. A Suzano, por exemplo, declarou ter atingido, em 2023, 88% de energia proveniente de fontes renováveis. A Bracell, em 2024, anunciou ter alcançado 72% de energia limpa em seu processo produtivo. Já a Klabin figura, por cinco anos consecutivos, entre o “top 1%” em práticas ESG, segundo a S&P Global.

Entre os fornecedores, empresas como a Valmet vêm demonstrando comprometimento semelhante, com auditorias e fiscalizações constantes em suas cadeias de suprimentos para assegurar a aderência às políticas de sustentabilidade e eliminar práticas contrárias aos princípios ESG. Tais iniciativas indicam que o tema não se restringe a cláusulas contratuais e se traduz em ações efetivas e mensuráveis, impactando positivamente toda a estrutura produtiva do setor.

Ainda assim, há um longo caminho a ser percorrido. O compromisso assumido pelas empresas, muitas vezes formalizado inicialmente nos contratos comerciais, precisa se traduzir em condutas concretas, capazes de transformar essa tendência em prática permanente. O verdadeiro desafio está em fazer com que o ESG deixe de ser apenas uma exigência formal ou um diferencial competitivo e passe a integrar, de forma autêntica, a cultura empresarial e a estratégia de negócios. No setor de papel e celulose, esse avanço já é visível, mas sua consolidação dependerá da capacidade de manter o equilíbrio entre eficiência econômica, responsabilidade social e sustentabilidade ambiental — elementos que, mais do que cláusulas contratuais, representam hoje os pilares de uma nova maneira de fazer negócios.

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‘Tecido de madeira’: apetite por fibras especiais de celulose movimenta mercado de lyocell no Brasil

País tem limitações na fabricação da fibra têxtil, mas cresceu como exportador do insumo, chegando a 20% da produção mundial; matéria-prima movimenta negociações bilionárias com nomes como Suzano, Lenzing e Dexco

Da mesma madeira que abastece a indústria brasileira de papel é possível dar origem a uma das fibras têxteis especiais mais sustentáveis do mercado: o lyocell, obtido a partir da polpa solúvel da celulose extraída de árvores como o eucalipto. A matéria-prima é reconhecida por proporcionar maciez ao tecido e pelo baixo impacto ambiental em sua produção. No Brasil, ela tem sido impulsionada por marcas de moda e por investimentos bilionários de gigantes da cadeia de celulose.

Além da origem florestal, um dos diferenciais que minimiza impactos da produção da fibra frente a concorrentes fósseis está no seu processamento. O insumo passa por dissolução em solvente orgânico, o NMMO (N-metilmorfolina-N-óxido), que é reutilizado em quase 100% durante a produção. A fibra resultante é biodegradável e compostável, podendo decompor-se em poucos meses, se descartada em ambientes favoráveis.

O mercado em torno dessa fibra ganhou relevância nos últimos anos no Brasil. Uma das negociações mais recentes foi anunciada em 2024 pela brasileira Suzano. A companhia, que já tinha nome consolidado em celulose para papéis e embalagens, investiu € 230 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão) na compra de 15% da participação global no Grupo Lenzing, empresa austríaca que lidera a produção global de celulose para a indústria têxtil e é detentora da marca Tencel (fibra de lyocell desenvolvida pela empresa).

Segundo o vice-presidente executivo de Novos Negócios na Europa da Suzano, Carlos Aníbal, a aquisição fez parte da estratégia da companhia em avançar na cadeia do downstream (produto final para o consumidor), aproveitando o potencial de crescimento das fibras de celulose para consolidar uma posição competitiva. Por causa da participação minoritária, o executivo passou a ocupar a cadeira de vice-presidente do conselho de administração do Grupo Lenzing, na Áustria, de onde falou com o Estadão.

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“Esse mercado abre a oportunidade de avançarmos no downstream, de construirmos uma posição competitiva em um segmento no qual entendemos que há um potencial muito grande de crescimento, devido à busca por fibras mais sustentáveis e que trazem ao consumidor um conforto muito maior”, diz. “Existe uma tendência crescente dessa combinação de conforto e sustentabilidade, e entendemos que atuar nessa cadeia é uma opção de criação de valor.”

A Suzano tem a possibilidade de comprar outra fatia de participação no Grupo Lenzing até o fim de 2028 e se tornar acionista majoritária, o que seria mais um passo para fortalecer a cadeia do lyocell no País. Aníbal não antecipa informações sobre a intenção de avançar na compra, no entanto. “É um negócio diferente sobre o qual estamos buscando entendimento para tomarmos uma decisão ao longo do tempo.”

A brasileira Dexco, consolidada pelos produtos de louças, revestimentos e painéis de madeira, também expandiu o portfólio com a produção de polpa solúvel de celulose para lyocell e outras fibras ao firmar parceria com o Grupo Lenzing em 2018. A estratégia resultou na criação da joint venture LD Celulose, instalada em Minas Gerais, com investimento de US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 7 bilhões). A expansão foi responsável por mais de 75% das receitas globais de fibras especiais do Grupo em 2024.

O vice-presidente da Divisão Madeira da Dexco, Henrique Haddad, explica que a negociação viabilizou a utilização de um maciço florestal de quase 54 mil hectares para outras alternativas em madeira. “Nós achamos bastante interessante o negócio por (resultar em) um produto diferenciado e com uma utilização mais próxima do consumidor, no sentido de estar fazendo uma mudança importante no uso mais sustentável de fibras e tecidos.”

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O acordo representou a ampliação da produção própria de madeira para a celulose solúvel, diminuindo a necessidade de compra de outros fornecedores (o Grupo Lenzing comprava 50% do material antes da joint venture), ressalta o presidente da LD Celulose, Silvio Costa. Segundo ele, foram dez anos estudando outros mercados até que o Brasil se mostrou o local de maior potencial para a industrialização do insumo.

“A Lenzing continua com o tamanho dela em termos de produção de fibras têxteis, na ordem de 1,1 milhão de toneladas por ano. Com a entrada da LD Celulose, ela se tornou autossuficiente ou menos dependente do mercado, com fibra de celulose solúvel produzida a partir de eucalipto no Brasil, com uma vantagem competitiva super importante.”

Concorrente das empresas citadas, a Bracell também mantém uma operação robusta de celulose solúvel no Brasil, com capacidade de produção anual de 2 milhões de toneladas do insumo que origina o lyocell. As plantas fabris que produzem as polpas solúveis ficam na Bahia e em São Paulo.

A companhia não comentou ao Estadão sobre apetite de mercado e investimentos recentes. “Em 2024, 53,5% da celulose produzida pela Bracell na Bahia teve como destino a Ásia, para a fabricação de fibras de viscose e lyocell”, disse a empresa em nota.

Tamanho do mercado

De acordo com a economista Hema Kalathingal, analista de polpas especiais da agência Fastmarkets, os números positivos do lyocell globalmente explicam o apetite das empresas no Brasil pela fibra. Ela diz que as fibras celulósicas produzidas a partir de polpa de madeira cresceram a uma taxa de 6% entre 2021 e 2024, superando o mercado têxtil como um todo. O lyocell apresentou uma taxa média de crescimento anual de cerca de 26% nesse período.

Do ponto de vista do consumo, os números também são atraentes. “O consumo de fibras de celulose sintéticas dobrou nos últimos 15 anos. O lyocell, em particular, apresentou crescimento de dois dígitos nesse período e agora representa cerca de 11% de todas as fibras celulósicas. A busca por fibras têxteis sustentáveis ​​resultou em uma onda de investimentos em capacidade produtiva, especialmente para o lyocell. Consequentemente, o consumo de lyocell continuará crescendo.”

Com o boom, o Brasil emergiu como um fornecedor importante de celulose solúvel nos últimos anos, por causa do aumento da capacidade produtiva da Bracell e da LD Celulose, fazendo com que o País responda hoje por aproximadamente 20% da capacidade de produção global, segundo dados da Fastmarkets divulgados pela economista. A capacidade de produção de celulose solúvel do País passou de aproximadamente 650 mil toneladas em 2019 para cerca de 1,9 milhão de toneladas este ano, e o Brasil exportou 1,1 milhão de toneladas de celulose solúvel em 2024.

No entanto, o volume significativo de produção de celulose solúvel no Brasil, contrasta com as barreiras para a produção da fibra e do tecido de lyocell no País. As empresas instaladas no Brasil ainda precisam enviar os insumos domésticos para fábricas na Ásia e na Europa, que devolvem as fibras e tecidos usados pelas marcas de moda no Brasil. Ao Estadão os representantes de Suzano e LD Celulose disseram não ter, por enquanto, a intenção de ter planta para a produção da fibra no País, mantendo apenas a produção da polpa solúvel.

Para Kalathingal, desenvolver uma indústria de lyocell no Brasil exigirá “investimentos significativos”. “A maior parte da capacidade atual de produção de lyocell está na China ou em outras partes da Ásia, onde a proximidade com uma cadeia de valor têxtil e de vestuário maior proporciona vantagens estratégicas. O Brasil, atualmente, não possui instalações de produção de fibras celulósicas, (porém) o crescimento da indústria têxtil e de vestuário nacional pode criar oportunidades para futuros investimentos em lyocell.”

Vicunha, uma das maiores fabricantes de jeans do Brasil, começou a usar lyocell na composição das peças desde 2018, mas vê dificuldades na falta de produção da fibra no País. O diretor executivo comercial da empresa, Alejandro Silva, avalia que a fibra veio para somar positivamente na produção junto ao algodão, mas, se houvesse a confecção do tecido na indústria brasileira, o lyocell poderia crescer proporcionalmente ao potencial que tem.

“O crescimento está muito abaixo do que se espera para essa fibra. Nós não temos produção dentro do Brasil, então se paga impostos trazendo de fora. Nós acreditamos e acompanhamos (o crescimento do lyocell), mas temos esses problemas. (As fábricas) não dispõem de matéria-prima para entrega em 48 horas, como algodão, lycra, poliéster.”

Mesmo assim, a Vicunha tem buscado ampliar portfólio com a fibra. Em 2025, foram lançados dois produtos. Para a coleção de 2026, os lançamentos devem chegar a sete confecções compostas por lyocell: cinco em brim e duas em denim. O nosso portfólio vai triplicar, mas, honestamente, quando olhamos o consumo como um todo, o lyocell é uma parte muito pequena. Ele pode crescer a dois dígitos. Mas, para que isso faça uma diferença, tem que crescer a três. E ele tem condição de crescer três dígitos. Precisamos viabilizar isso.”

Demandas atuais e futuras

Enquanto a fibra aguarda uma produção nacional, as demandas pelo tecido continuam vindo de diferentes segmentos. A gerente de Desenvolvimento e Novos Negócios na América do Sul do Grupo Lenzing, Juliana Jabour, comenta que, no Brasil, os pedidos para o uso do lyocell da companhia (o Tencel) estão vindo dos fabricantes de jeans e de malharia para aplicações diversas, como no segmento esportivo, e do segmento de luxo, que busca fibras premium.

“É uma tendência”, diz, avaliando os últimos cinco anos. “Mesmo os fabricantes aqui (no Brasil) ou as marcas, quando viajam para fora, trazem muitas peças feitas de Tencel. As marcas estão cada vez mais estabelecendo metas de sustentabilidade mais agressivas e convertendo parte do portfólio para produtos mais sustentáveis, e isso começa na escolha da matéria-prima.”

As fibras de lyocell licenciadas pelo Grupo Lenzing estão disponíveis para venda no Brasil em segmentos de nichos diversos e com preços variados. Em setembro, por exemplo, a grife Neriage lançou a coleção autoral Autobiografia usando a fibra, com peças de até R$ 8,8 mil com 70% de lyocell e adição de seda. Já a marca de roupas essenciais Insider lançou em outubro a coleção Nextech, com camisetas em torno de R$199, contendo 92% de lyocell.

Ao Estadão ambas as marcas ressaltaram os atributos de sustentabilidade e a qualidade do tecido final como critério de escolha do material, indicando que a fibra continuará sendo usada em novas coleções. “Produto que não derruba ilegalmente a floresta” e “fibra do futuro” estiveram entre as justificativas. “Temos diversas novas tecnologias mapeadas para os nossos lançamentos, e o lyocell, com certeza, é uma delas”, projeta a líder de P&D da Insider, Karen Prado.

Informações: Shagaly Ferreira / Estadão

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Arauco e Senac lançam exposição fotográfica e anunciam agenda de cursos em Inocência

Iniciativas promovem qualificação profissional e valorizam a cultura local, reforçando o compromisso com o desenvolvimento sustentável da comunidade

A Arauco lançou, na última quinta-feira (27), a exposição fotográfica “Sabores, Histórias e Memórias” e anunciou o calendário 2026 de cursos profissionalizantes. O evento aconteceu na Casa Arauco, no centro de Inocência, e conta com a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e da Prefeitura Municipal. 

As ações têm como objetivo ampliar o acesso à qualificação para o mercado de trabalho e valorizar a identidade cultural da região, reafirmando o compromisso da Companhia com o desenvolvimento social e econômico local.

Exposição Fotográfica

A mostra reúne trabalhos produzidos pelos alunos do curso “Fotografia de Bolso: fotografe, edite e compartilhe com celular”, realizado em parceria com o Senac e direcionado a estudantes das escolas municipais de Inocência e do distrito de São Pedro. A iniciativa estimulou a criatividade e o olhar artístico dos jovens para a fotografia.

A exposição estará aberta ao público até 5 de dezembro, na Casa Arauco, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h30. Durante esse período, os visitantes poderão votar na sua foto favorita entre as 22 imagens participantes. Quem não puder comparecer, poderá acessar as fotos e votar online pelo link divulgado nas redes socias entre os dias 28 de novembro e 5 de dezembro.

Cada pessoa poderá votar apenas uma vez. Os dois autores das fotos mais votadas receberão um iPhone 16 como prêmio. A entrega acontecerá no dia 6 de dezembro, durante a festa de lançamento do projeto Natal dos Sonhos, na Casa Arauco (Av. Três Lagoas, nº 199, Centro, Inocência).

Agenda de Cursos Profissionalizantes

Desde setembro, a Arauco, em parceria com o Senac, vem oferecendo cursos gratuitos para moradores de Inocência e do distrito de São Pedro, com foco na qualificação profissional e no estímulo ao empreendedorismo. Até agora, além do curso de fotografia, foram realizados treinamentos como “Atendimento e Recepção em Hospitalidade”, “Camareira – Técnicas de Limpeza e Arrumação” e  Higiene e Manipulação de Alimentos.

•        Os cursos acontecerão até junho de 2026

•        Cursos voltados para Inocência e o distrito de São Pedro

•        Total de vagas: 1.260

•        Carga horária total: 10.091 horas

Para 2026, está programado mais de 20 cursos, distribuídos em seis áreas:

•        Gastronomia: produção de salgados, pizzas e marmitas gourmet

•        Beleza: cabeleireiro, design de sobrancelha, manicure e pedicure

•        Saúde e Segurança: cuidador de idosos

•        Gestão e Comércio: operador de caixa

•        Turismo e Hospitalidade: técnicas de recepção, atendimento e camareira

•        Tecnologia: informática, Excel e Business Intelligence com Power BI

Todos os cursos são gratuitos e com objetivo de rápida formação, com carga horária de até 96 horas, e abertos para diversas idades. Caso não atinjam o número de inscrições, os cursos podem sofrer alterações. 

Investimento no Potencial de Inocência

Para Theófilo Militão, diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da Arauco, a chegada da companhia à região vai muito além da construção da fábrica. “A Arauco tem um compromisso de longo prazo com o desenvolvimento social sustentável da comunidade. Esta parceria com o Senac é a materialização desse compromisso. Queremos oferecer ferramentas concretas para que a população se capacite, diversifique sua renda e tenha novas oportunidades no futuro. Investir em educação é investir no potencial de Inocência.”

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MS avança na geração de empregos e cidades do “Vale da Celulose” se destacam no cenário de recuperação econômica

O desempenho de Ribas do Rio Pardo, que vive um ciclo de expansão impulsionado pela industrialização florestal e pelos investimentos decorrentes de grandes plantas de celulose, evidencia a consolidação do município como um dos mais dinâmicos mercados de trabalho do estado

Mato Grosso do Sul voltou a registrar desempenho positivo na geração de empregos formais em outubro, abrindo 880 novos postos de trabalho, e consolidando um saldo de 31.820 vagas criadas somente em 2025. Os números, divulgados pelo Novo Caged, reforçam o dinamismo econômico do estado — especialmente nas cidades impulsionadas pelo setor florestal e industrial, que compõem o chamado Vale da Celulose, com destaque para Ribas do Rio Pardo, Três Lagoas e Inocência.

Comércio lidera e construção mantém ritmo forte

Três dos cinco grandes setores econômicos do MS fecharam outubro no azul. O Comércio foi o protagonista, responsável por 432 novas vagas, refletindo a expansão do varejo e a antecipação das contratações de fim de ano. A Construção Civil, aquecida por grandes obras estruturais e projetos industriais, somou 412 postos, seguida pela Indústria, que abriu 203 vagas.

Agropecuária (-72) e Serviços (-95) tiveram desempenho negativo — comportamento típico de períodos de entressafra e ajustes sazonais.

Mulheres, jovens e profissionais com ensino médio são protagonistas

O perfil das contratações também chama atenção: as mulheres ocuparam a maioria das vagas, com 468 novos vínculos, enquanto os homens ficaram com 412.

A força de trabalho com ensino médio completo segue como a mais demandada no estado, respondendo por 1.146 admissões. Já os jovens entre 18 e 24 anos lideraram o ingresso no mercado, com 912 vagas — um indicativo de renovação e formação de mão de obra para os setores que mais crescem no MS.

Cidades do Vale da Celulose entre os melhores desempenhos — Ribas do Rio Pardo se firma como polo emergente

No ranking municipal, Dourados ocupou a liderança com 338 novas vagas em outubro. Logo atrás, cidades estratégicas do Vale da Celulose tiveram papel decisivo para o saldo positivo do mês:

  • Três Lagoas — +327 vagas
  • Inocência — +172 vagas
  • Nova Alvorada do Sul — +112 vagas
  • Ribas do Rio Pardo — +108 vagas

O desempenho de Ribas do Rio Pardo, que vive um ciclo de expansão impulsionado pela industrialização florestal e pelos investimentos decorrentes de grandes plantas de celulose, evidencia a consolidação do município como um dos mais dinâmicos mercados de trabalho do estado.

A região, historicamente ligada ao setor florestal, passa por um processo de adensamento produtivo que tem ampliado oportunidades não apenas na indústria, mas também na construção civil, comércio e serviços.

Brasil ultrapassa 1,8 milhão de novas vagas no ano

No cenário nacional, o Brasil gerou 85.147 empregos com carteira assinada em outubro, acumulando mais de 1,8 milhão de novos postos formais entre janeiro e outubro de 2025. O país chegou ao recorde de 48,99 milhões de vínculos ativos.

O setor de Serviços segue como o principal motor da economia brasileira, com 82.436 vagas no mês, seguido pelo Comércio, que adicionou 25.592 empregos. O salário médio real de admissão ficou em R$ 2.304,31.

Perspectivas

Com a retomada acelerada nos polos industriais e a consolidação do Vale da Celulose como eixo estratégico de desenvolvimento, a tendência é de que Mato Grosso do Sul encerre 2025 com novo patamar de empregabilidade. Para cidades como Ribas do Rio Pardo, o avanço confirma um ciclo de transformação socioeconômica que vem redesenhando o mapa do trabalho no estado.

Informações: Notícias do Cerrado

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Produção de celulose impulsiona crescimento do setor de árvores cultivadas no terceiro trimestre

Setor florestal mantém desempenho positivo em 2025

O setor brasileiro de árvores cultivadas para fins industriais e de restauração manteve trajetória de crescimento no terceiro trimestre de 2025, impulsionado principalmente pela alta na produção e exportação de celulose. Os dados foram divulgados na nova edição do Boletim Mosaico, publicação trimestral da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), que reúne indicadores econômicos do segmento entre janeiro e setembro deste ano.

Produção de celulose cresce mais de 16%

De acordo com o boletim, a produção de celulose atingiu 21,7 milhões de toneladas nos nove primeiros meses de 2025 — um avanço de 16,1% em relação ao mesmo período de 2024. As exportações também registraram alta expressiva, com crescimento de 14,2%, totalizando 15,7 milhões de toneladas enviadas ao exterior.

Segundo o Portal do Agronegócio, desempenho reforça a posição do Brasil como maior exportador mundial de celulose, com forte competitividade e foco em práticas sustentáveis.

Papel mantém estabilidade e painéis de madeira enfrentam desafios

Já a produção de papel permaneceu estável, somando 8,5 milhões de toneladas. Mesmo com a estabilidade na produção, o segmento apresentou avanços: as vendas domésticas cresceram 1,9%, as exportações subiram 4,2%, e as importações tiveram alta de 7,1%.

No caso dos painéis de madeira, as exportações recuaram 4,5%, enquanto as vendas internas tiveram leve alta de 1,8%. A Ibá destacou que tanto o papel quanto os painéis de madeira ainda sofrem impactos das tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, o que afetou o desempenho das exportações nesses segmentos.

Em valores, as exportações totais do setor somaram US$ 11,3 bilhões entre janeiro e setembro, o que representa uma queda de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

China lidera compras de produtos florestais brasileiros

A China continua sendo o principal destino das exportações do setor, especialmente no caso da celulose. As vendas para o país cresceram 11,8% em comparação a 2024. Na sequência, figuram como principais mercados a Europa, a América do Norte e a América Latina, embora esses destinos tenham registrado uma leve retração nas importações.

Mesmo em meio às incertezas do comércio internacional, o setor de árvores cultivadas segue contribuindo fortemente para a economia brasileira, representando 4,4% das exportações totais do país e 8,9% das exportações do agronegócio.

Brasil reforça posição de liderança e sustentabilidade

Para o presidente da Ibá, Paulo Hartung, o desempenho do setor reflete resiliência e compromisso com a sustentabilidade.

“O setor chega ao terceiro trimestre com aumento consistente na produção de celulose, estabilidade no papel e recuperação nas vendas domésticas. Ainda enfrentamos um cenário global de incertezas, mas o Brasil, como maior exportador mundial de celulose, segue firme em sua missão de oferecer soluções sustentáveis, competitivas e de origem renovável para o mundo”, afirmou.

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Silvicultura de precisão: da muda à colheita, a tecnologia como eixo central da nova era florestal

Por Ailson Loper

A silvicultura brasileira vive uma transformação silenciosa, porém profunda. A combinação entre genética avançada, sensoriamento remoto, automação e inteligência artificial está redefinindo o modo como se planeja, implanta, conduz e colhe uma floresta.

Essa integração tecnológica, que abrange desde a origem da muda até a entrega final da madeira à indústria, constitui o que hoje denominamos silvicultura de precisão, um conceito que alia ciência, dados e sustentabilidade à eficiência produtiva.

silvicultura de precisão é o uso coordenado de todas as tecnologias disponíveis, desde o melhoramento genético até o sensoriamento remoto, para maximizar a produtividade e garantir a sustentabilidade. Trabalhamos com unidades cada vez menores, chegando ao nível da árvore individual, o que nos permite um controle inédito sobre o crescimento e o manejo das florestas plantadas.

Ela representa a convergência entre biotecnologia, engenharia e ciência de dados. O setor florestal brasileiro, especialmente o paranaense, tem sido protagonista nessa transformação, desenvolvendo soluções próprias, adaptadas à realidade local, consolidando-se como referência mundial em produtividade e sustentabilidade.

Da semente à colheita, cada decisão é guiada por tecnologia e inteligência. Esse é o novo paradigma das empresas de base florestal. Somos capazes de produzir mais, com menor impacto e utilizando ao máximo de conhecimento técnico possível.

Esse processo tem início muito antes do plantio, nos viveiros clonais e pomares de sementes, onde a base genética das florestas plantadas é definida com muita tecnologia. A produção de mudas envolve polinização e cruzamentos controlados  embriogênese somática, hibridação sexual e técnicas de clonagem,  técnicas que garantem maior vigor, sanidade e adaptabilidade das árvores.

Nesses ambientes, a automação é realidade por meio de sistemas de controle de irrigação, nutrição e temperatura que monitoram continuamente o desenvolvimento das plantas. Além disso, o uso de bioinsumos e inimigos naturais substitui defensivos convencionais, reduzindo impactos ambientais e promovendo um equilíbrio ecológico entre viveiro e floresta.

Cada muda é resultado de um planejamento preciso, que considera dados de solo, clima, relevo e material genético. Essa base científica é o alicerce de uma floresta mais produtiva e resiliente.

Plantio guiado por dados

Ao sair do viveiro, a muda entra em um processo de implantação altamente planejado. Antes mesmo do plantio começar, mapas de produtividade, análises de solo, modelos altimétricos e dados climáticos são cruzados para definir qual espécie e qual clone são mais adequados a cada área.

A silvicultura de precisão rompe com o paradigma da escala por hectare, porque o planejamento passa a ser feito em micro talhões. Isso permite ajustar práticas de manejo dentro do mesmo talhão conforme a variabilidade do terreno e das condições climáticas.

Sensores, estações meteorológicas e softwares de planejamento espacial são utilizados para decidir onde, quando e como plantar, maximizando a eficiência do uso de insumos, água e fertilizantes.

aplicação de géis hidroabsorventes e adubos de liberação lenta garante maior retenção hídrica e nutrição contínua da muda, reduzindo perdas e melhorando o índice de sobrevivência no campo.

Monitoramento aéreo e gestão inteligente da floresta

Após o plantio, inicia-se outra fase, a de monitoramento e manejo florestal de precisão, sustentada por tecnologias de sensoriamento remoto e coleta massiva de dados.

O uso de drones equipados com sensores multiespectrais, câmeras térmicas e radares de alta resolução permite acompanhar, em tempo real, o desenvolvimento das árvores e a sanidade das áreas cultivadas. Essas ferramentas possibilitam identificar falhas de plantio, mortalidade, manchas de baixa produtividade e até ninhos de formigas com precisão centimétrica.

As informações coletadas pelos drones são integradas a plataformas digitais, onde passam por processamento de imagens, modelagem 3D e análises estatísticas automatizadas. O cruzamento desses dados gera mapas de vigor vegetativo, índices de biomassa e alertas de pragas e deficiências nutricionais, subsidiando intervenções rápidas e eu diria até cirúrgicas.

A inteligência artificial e a análise de dados desempenham papel crescente nesse processo. Hoje, as empresas florestais já aplicam modelos preditivos capazes de antecipar impactos de mudanças climáticas, variações hídricas e ciclos de pragas.

Essas ferramentas correlacionam variáveis históricas e ambientais, permitindo decisões mais assertivas, como ajustar o momento do controle da vespa-da-madeira ou redefinir áreas de plantio do pinus, conforme projeções de temperatura e regime de chuvas.

Condução e tratos silviculturais de alta precisão

Durante o ciclo de crescimento, o manejo florestal segue princípios de eficiência e sustentabilidade. As operações de poda, desbaste e combate a incêndios são definidas com base em dados de produtividade, prognoses de crescimento e variáveis ambientais

A etapa de desbaste, por exemplo, é planejada por softwares que indicam intensidade e localização ideais, considerando o desenvolvimento das árvores e as metas definidas. As máquinas florestais adaptadas com gruas de longo alcance e controle automatizado permitem executar essas operações com mínima compactação do solo e máxima segurança e assertividade.

O manejo integrado de pragas continua sendo uma frente estratégica. Em parceria com instituições de pesquisa, as empresas utilizam inimigos naturais e bioagentes em substituição a defensivos químicos, preservando a biodiversidade e garantindo conformidade ambiental.

Além da floresta, a logística operacional de campo também passou por transformação tecnológica. Procedimentos padronizados, que vão da alimentação ao transporte de equipes e insumos, foram sistematizados e digitalizados, garantindo segurança, conforto e rastreabilidade em todas as etapas da operação.

Colheita mecanizada e logística inteligente

Na fase final, a colheita florestal representa a síntese da automação e da engenharia aplicada ao campo. As operações são controladas a partir de centros de comando integrados, que determinam rotas, cronogramas e sequência de corte com base em dados de produtividade, relevo e umidade do solo.

As máquinas colheitadeiras (harvesters e forwarders) possuem sistemas embarcados de georreferenciamento, controle de corte e otimização de sortimentos. Cada árvore pode ser identificada e processada com precisão, reduzindo perdas e melhorando o rendimento industrial.

A ergonomia e o conforto dos operadores também fazem parte dessa revolução tecnológica: cabines climatizadas, comandos automatizados e sensores de segurança refletem o alto nível de profissionalização das operações florestais.

O futuro da silvicultura

O volume de dados gerado ao longo do ciclo florestal é hoje exponencial. As empresas utilizam sistemas de data mining, modelagem preditiva e inteligência artificial para transformar dados brutos em informação e essa informação em inteligência para a tomada de decisão.

Essas análises são capazes de prever produtividade futura, antecipar riscos climáticos e otimizar a alocação de recursos. A tomada de decisão torna-se cada vez mais orientada por evidências, substituindo a experiência empírica pela gestão baseada em dados científicos. Esse é o futuro da silvicultura e que já está presente nas empresas de base florestal do estado.

Ailson Loper é diretor executivo da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas).

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Portaria viabiliza isenção de R$ 91 milhões para linha férrea da Arauco

Benefício foi enquadrado em regime de incentivos especiais do Ministério dos Transportes

O Ministério dos Transportes publicou, na edição desta quinta-feira (27) do Diário Oficial da União, portaria que classifica como viável um benefício fiscal de R$ 91.703.584,86 pedido pela chilena Arauco, que ergue uma fábrica de celulose em Inocência, na região leste de Mato Grosso do Sul.

O Ministério dos Transportes classificou como viável a isenção fiscal de R$ 91,7 milhões solicitada pela empresa chilena Arauco para a construção de uma malha ferroviária em Mato Grosso do Sul. O projeto, que integra o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (REIDI), prevê 56,8 km de extensão total. A estrutura ferroviária conectará a nova fábrica de celulose da Arauco em Inocência à Malha Norte, facilitando o escoamento da produção. O investimento no ramal está estimado em R$ 991 milhões, parte do aporte total de US$ 4,6 bilhões no Projeto Sucuriú, com início das operações previsto para 2027.LEIA AQUI

A empresa vai construir uma malha ferroviária com o total de 56,8 km — sendo 45,4 km em linha férrea, 2,6 km em pátio de cruzamento e 8,8 km em pera ferroviária, que permite que os trens façam manobra. O investimento estimado é de R$ 991.390.106,55 só no projeto, sendo que o total de US$ 4,6 bilhões está sendo injetado nas operações no município sul-mato-grossense.

O ramal vai ligar a futura fábrica diretamente à Malha Norte, que se estende por cerca de 755 km entre Santa Fé do Sul (SP) e Rondonópolis (MT). O objetivo é escoar a produção de celulose por esses canais.

A portaria enquadra o projeto no REIDI (Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura) do Ministério dos Transportes, que permite a isenção fiscal a pessoas jurídicas que tenham projeto aprovado para implantação de obras de infraestrutura nos setores de transportes, portos, energia, saneamento básico e irrigação.

A Arauco já obteve a autorização para tocar o projeto da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e a licença ambiental do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), órgão do governo estadual.

O ramal faz parte do Projeto Sucuriú, que marca a entrada da divisão de celulose da Arauco no Brasil. A planta industrial será construída a 50 km de Inocência, na margem esquerda do rio que dá nome ao projeto. Ficará a 100 km do Rio Paraná, próxima da MS-377. A previsão é que as operações iniciem no último trimestre de 2027, com capacidade estimada de 3,5 milhões de toneladas de celulose.

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A melhor do agronegócio em Reflorestamento, Celulose e Papel: Suzano

Maior produtora mundial de celulose e uma das maiores fabricantes de papel da América Latina, a Suzano lançou um projeto de legado cujos investimentos somaram US$ 100 milhões

Por: Rosangela Capozoli 

REFLORESTAMENTO, CELULOSE E PAPEL

Em 2024, a Suzano celebrou um século exibindo uma lista extensa de ganhos alinhados a uma trajetória de eficiência operacional, crescimento e consolidação de mercado. Foi um ano marcado por alta de 8% no volume de vendas, maior ciclo de investimentos de sua história, avanços na área de inovação e inauguração da fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo (MS).

A conclusão da aquisição de ativos nos Estados Unidos pertencentes à empresa Pactiv Evergreen e de uma participação acionária de 15% na empresa austríaca Lenzing, além do anúncio de uma joint venture com a Kimberly-Clark, foram outros passos importantes dados no ano passado.

“A fábrica de Ribas do Rio Pardo foi o maior investimento já realizado pela Suzano”, afirma Douglas Lazzarini, vice-presidente executivo florestal. Com capacidade instalada de 2,55 milhões de toneladas por ano, transformou-se na maior linha única de produção de celulose do mundo.

O aumento do volume de vendas da companhia foi impulsionado, entre outros fatores, pela entrada em operação da nova planta. Na outra ponta, o câmbio favoreceu as exportações, resultando numa receita líquida de R$ 47,4 bilhões, alta de 19% em relação ao ano anterior. Após interpretações favoráveis, das quais representantes da Suzano também participaram, o setor de papel e celulose foi excluído da lista dos produtos afetados pela tarifa de Donald Trump.

Fábrica de Ribas do Rio Pardo – Suzano – A maior em linha única do mundo.

O Ebitda ajustado cresceu 31%, para R$ 23,1 bilhões, e a geração de caixa operacional aumentou 44%, atingindo R$ 14,7 bilhões. A fábrica de Ribas do Rio Pardo exigiu aportes financeiros da ordem de R$ 14,6 bilhões. “Dos investimentos totais realizados no ano passado, foram de R$ 17,1 bilhões, e que mostram claramente a visão de longo prazo da companhia”, destaca Lazzarini.

Maior produtora mundial de celulose e uma das maiores fabricantes de papel da América Latina, a Suzano lançou um projeto de liquidez cujos investimentos somaram US$ 100 milhões em parceria com instituições renomadas, visando impulsionar a formação de líderes em sustentabilidade e pesquisas para a conservação da natureza, mudanças climáticas e gestão de recursos hídricos, entre outros focos ambientais.

Nas operações de silvicultura, a companhia acelerou a mecanização e automação, chegando a marcar 58% das operações mecanizadas com o objetivo de atingir 88% até 2030. “Hoje, praticamente 100% das nossas atividades contam com sistemas tecnológicos avançados, como pilotos automáticos para plantio, controle preciso de fertilizantes e computadores de bordo nas máquinas de colheita.”

Segundo Lazzarini, todo ano a Suzano injeta mais de 1% da receita da nova planta.
O núcleo de negócios florestais da empresa também avançou significativamente, com aumento de 31%, para mais de 23,1 bilhões, e geração de caixa operacional de R$ 14,7 bilhões. A fábrica de Ribas do Rio Pardo recebeu aportes da ordem de R$ 14,6 bilhões e foi acompanhada de investimentos totais que somaram R$ 17,1 bilhões no ano.

TOP 10 DAS MELHORES POR SETOR – REFLORESTAMENTO, CELULOSE E PAPEL
(Quadro com ranking e números — transcrição dos nomes das empresas)

  1. Suzano Papel e Celulose S/A
  2. Klabin
  3. Cenibra
  4. Itamarati
  5. Amata Brasil
  6. Mil Madeiras
  7. Amata Florestal
  8. Valor Florestal
  9. Refloresta Brasil
  10. Sartori

Douglas Lazaretti – Vice-presidente executivo florestal

A receita líquida em inovação, sendo que R$ 150 milhões, em 2023, foram destinados a frentes como biotecnologia, melhoramento genético e tecnologia. “Ampliamos o nosso uso de inteligência artificial generativa em nossas fábricas. Inovação é parte da nossa estratégia de longo prazo para garantir sustentabilidade e competitividade”. diz. Na área ambiental, a inovação também soma uma alçada fundamental da companhia, que em 2023 conseguiu reduzir em quase 60% a emissão de indicadores florestais, mesmo diante de um cenário nacional de alta climática.

No front externo, o setor acena com um mercado cada vez mais promissor. Estudo feito pela Rabobank prevê que a celulose do Brasil no mercado global deve se manter aquecida por anos, por causa do crescimento de produtos sustentáveis, como relação aos plásticos e ao crescimento das novas fibras de madeira para embalagem e de outros bens de consumo.

De acordo com Andrés Padilla, analista da Rabobank, a “China segue como principal destino da celulose brasileira, mas a expansão de sua produção interna deverá reduzir as importações a médio prazo”. Ao mesmo tempo, há espaço para fortalecimento das exportações brasileiras para os Estados Unidos, hoje o segundo maior comprador.”

TABELAS 

Receita Líquida (R$ milhões)

Classificação por setor / variação da receita líquida anual

  1. Klabin – 24.742,10
  2. International Paper – 8.526,96
  3. Suzano Papel e Celulose – 7.316,41
  4. Papirus – 3.774,60
  5. Ibema – 3.374,20
  6. Orsa – 3.100,61
  7. Embalagens Bandeirantes – 2.744,28
  8. Renova – 2.710,12
  9. Hermape – 2.693,72
  10. Melhoramentos – 2.654,81
  11. Santa Maria – 2.590,47

Mediana do setor: 2.677,20

Market Toal (R$ milhões)

Valor de mercado / médio do setor

  1. Suzano Papel e Celulose – 164.270,17
  2. Klabin – 44.754,79
  3. International Paper – 28.937,44
  4. Ibema – 6.312,33
  5. Orsa – 4.127,22
  6. Melhoramentos – 2.937,88
  7. Renova – 2.802,01
  8. Amata Florestal – 2.715,87
  9. Valor Florestal – 2.399,39
  10. Sartori – 2.372,28

Mediana do setor: 2.814,00

Índice de Alavancagem (dívida líquida/ebitda ajustado)

  1. Orsa – 2,89
  2. Klabin – 2,56
  3. International Paper – 2,36
  4. Ibema – 2,12
  5. Papirus – 1,84
  6. Suzano Papel e Celulose – 1,75
  7. Santa Maria – 1,67
  8. Embalagens Bandeirantes – 1,45
  9. Renova – 1,39
  10. Hermape – 1,06

Mediana do setor: 1,75

Margem Líquida (%)

  1. Itamarati – 27,92
  2. Melhoramentos – 22,91
  3. Valor Florestal – 21,28
  4. Amata Florestal – 19,84
  5. Orsa – 17,42
  6. Ibema – 15,97
  7. Papirus – 15,72
  8. Renova – 15,51
  9. Santa Maria – 15,40
  10. International Paper – 14,87

Mediana do setor: 15,8

Rentabilidade do PL (%)

Lucro líquido / patrimônio líquido

  1. Suzano – 71,33
  2. Klabin – 69,19
  3. Ripasa – 59,44
  4. Votorantim – 56,94
  5. Melhoramentos – 56,72
  6. Renova – 45,81
  7. Celulose Irani – 44,60
  8. Itapira – 40,28
  9. Nita Carioca – 39,73
  10. Santa Maria – 35,27

Mediana do setor: 41,57

Liquidez Corrente (índice)

Ativo circulante / passivo circulante

  1. Valor Florestal – 9,65
  2. Sartori – 8,51
  3. Renova – 7,24
  4. Amata Florestal – 7,14
  5. Embalagens Bandeirantes – 6,31
  6. Hermape – 5,31
  7. Santa Maria – 4,97
  8. Suzano – 4,14
  9. Melhoramentos – 3,91
  10. Papirus – 3,71

Mediana do setor: 4,58

Margem da Atividade (%)

Ebitda/receita líquida

  1. Suzano Papel e Celulose – 71,33
  2. Klabin – 69,19
  3. Ripasa – 59,44
  4. Votorantim – 56,94
  5. Melhoramentos – 56,72
  6. Renova – 45,81
  7. Celulose Irani – 44,60
  8. Itapira – 40,28
  9. Nita Carioca – 39,73
  10. Santa Maria – 35,27

Mediana do setor: 41,57

Informações: Globo Rural.

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Eldorado vai dobrar o ritmo de plantio de eucalipto a partir de 2026

Com ampliação da fábrica de celulose em Três Lagoas em análise, empresa do grupo J&F vai passar de 25 mil para até 50 mil hectares de florestas plantadas por ano

No embalo do crescimento do Vale da Celulose, a Eldorado vai dobrar a área de plantio de florestas a partir do ano que vem, chegando a até 50 mil hectares de eucalipto no Mato Grosso do Sul.

“Uma ampliação da fábrica está em análise. Não temos nada cravado em relação a datas. Mas, a floresta leva sete anos para crescer, a fábrica se constrói em três”, afirmou Carlos Justo, gerente-geral florestal da Eldorado, ao The AgriBiz.

Inaugurada em 2012, a planta produz 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano, o que já é 20% mais do que a fábrica foi projetada para entregar, há 13 anos. Esse aumento vem principalmente de eficiências capturadas no processo produtivo, além de melhorias e modernizações no manejo florestal.

Hoje, a Eldorado, uma empresa do grupo J&F, colhe 25 mil hectares por ano e, ao todo, administra um total de 300 mil hectares de florestas no Mato Grosso do Sul. As fazendas têm 670 hectares em média, um número que vem subindo ao longo dos últimos quatro anos.

Uma das maiores propriedades, que veio nesse momento mais agitado para o setor de celulose no Mato Grosso do Sul, é a fazenda Debrasa, com cerca de 3 mil hectares, localizada em Brasilândia (MS), a 65 quilômetros de Três Lagoas.

“Havia muita desconfiança se o eucalipto iria se consolidar da forma como aconteceu no Mato Grosso do Sul. Por isso, começamos com propriedades menores e só agora têm aparecido as maiores”, explicou Justo. “A celulose sempre pagou um pouco mais que a pecuária e, agora, essa diferença ficou ainda mais marcada.”

Mesmo com a valorização pela qual as terras para silvicultura passaram nos últimos anos, os retornos ainda são bastante atrativos para quem arrenda. Nas contas da Acres, consultoria voltada ao mercado de terras, o rendimento anual é de 6,8% — bastante superior aos padrões da agricultura e pecuária.

Mesmo com a vinda de diferentes empresas para o Mato Grosso do Sul, cada uma ainda consegue áreas para plantar sem tanta sobreposição, segundo o executivo, dada a baixa densidade populacional do estado e, principalmente, a quantidade de terras a serem convertidas da pecuária.

Num exemplo prático desse momento, a Eldorado já conseguiu arrendar 15 mil hectares (dos 25 mil adicionais que vai precisar para o plantio de eucalipto a ser realizado a partir do ano que vem).

Arrendar, ainda assim, é só primeiro passo (um passo em que, inclusive, a Eldorado foi pioneira no setor). A diferença para conseguir manejar as florestas de forma adequada depende cada vez mais de tecnologia, que vai da semente até a colheita.

A genética do eucalipto

Produzir árvores altas, resistentes à escassez hídrica e com o máximo de aproveitamento para a produção de celulose é uma equação complexa. E que depende de um esforço intenso de pesquisa para descobrir as melhores variedades de eucalipto — ainda levando em consideração a adaptação ao solo do Mato Grosso do Sul.

Nesse sentido, a Eldorado mantém um laboratório, o Eldtech, em que são conduzidos diferentes testes para descobrir as melhores variedades genéticas de eucalipto, os clones usados na plantação. É um processo longo. A média do setor para descobrir um novo clone é de 15 anos, prazo que a Eldorado já baixou para 12 anos.

O processo envolve, de forma resumida, três etapas. Primeiro, são selecionadas as árvores “matrizes” (que já tenham um bom desempenho em campo). Em seguida, são feitas polinizações em diferentes cruzamentos dessas árvores, que vão resultar em várias sementes.

As sementes viram mudas que, ao longo do tempo, são testadas tanto em um ambiente com vários clones juntos como em um ambiente somente formado por clones iguais. Além disso, no meio desse processo, amostras das árvores são levadas para as fábricas, a fim de avaliar o potencial de produção de celulose.

Diferentemente de outros segmentos, a Eldorado não faz trabalhos com transgênicos nem com edição gênica nos materiais.

“Nós fazemos parte de um selo, chamado FSC, que não permite o trabalho com transgênicos e que ainda está analisando o trabalho da edição gênica. Mas, dentro da área de biotecnologia, acompanhamos o tema de perto”, diz Brigidà Valente, gerente de Pesquisa e Tecnologia Florestal.

Depois que o material foi selecionado (passou em todos os testes, em outras palavras), ele vai para um viveiro, localizado em Andradina (SP) para ser produzido em escala. Hoje, a Eldorado tem 180 mil matrizes no viveiro. Cada matriz produz em média 12 cepas (brotos) por mês, segundo Valdemir Brunheroto, gerente de silvicultura da Eldorado.

Esses brotos, por sua vez, levam entre 90 e 120 dias para ficarem no tamanho ideal e, então, saem do viveiro para serem plantados nas fazendas e começarem o processo de sete anos até serem colhidos.

A maior parte do cuidado com as árvores acontece nos seis primeiros meses. Daí para frente, são acompanhadas principalmente para o combate de formigas — e para assegurar que outras pragas, como o percevejo bronzeado, seguem sob controle no manejo integrado de químicos e biológicos. Os defensivos biológicos também são desenvolvidos no Eldtech.

Ao final dos sete anos, vem o processo de colheita, realizado todos os dias dentro da Eldorado, exigindo também um esforço de gestão de times e de atenção à tecnologia. Por dia, a empresa transporta o equivalente a 60 hectares de árvores.

A colheita é totalmente mecanizada, com dois tipos de máquinas, as harvesters (que derrubam as árvores no campo e tiram a casca delas) e as forwarders, que pegam esses troncos e transportam de um ponto a outro nas fazendas.

“Trabalhamos com 60 máquinas, aproximadamente, e 20% desse total é renovado a cada ano. Cada máquina dura 25 mil horas, ou cinco anos”, explica Anderson Bobko, gerente de colheita da Eldorado.

O processo industrial

Depois que as árvores são transportadas elas chegam, enfim, à fábrica. Por lá, são divididas entre as que são aptas para a produção de celulose e as que serão usadas apenas como biomassa — são árvores que, por algum motivo, perderam as características suficientes para produzirem celulose.

As que são selecionadas passam por um processo de serem transformadas em cavaco, em seguida a celulose é separada da lignina — a lignina é usada para produzir energia — e, então, a celulose passa por um processo de cozimento em pressão, depois por processos de branqueamento.

Em seguida, a celulose é seca e cortada em formatos padronizados, que são embalados em fardos de 250 quilos.

“Nós temos uma disponibilidade de 99% nessa fábrica. Ou seja, em 1% do tempo a gente teve problemas de produção no ano passado”, diz Marcelo Martins, gerente-geral Industrial.

A fábrica é autossuficiente na produção de energia, gerando ainda um excedente que é jogado na rede elétrica. A Eldorado ainda tem, anexa à fábrica, uma usina termelétrica também movida a biomassa. Aqui, são usadas principalmente raízes e tocos provenientes da produção.

Com uma capacidade de 50 MW/hora, a usina é acionada para atender às necessidades de consumo da rede elétrica, acionada pelo ONS (o Operador do Sistema Nacional, o órgão que coordena a geração e transmissão de energia no País). “Esse ano, estamos acionados desde abril, direto”, destaca Martins.

Informações: The Agri Biz.

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