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Forest Conecta Startup premia cases vencedores na 5ª Semana Florestal Brasileira

As cinco tecnologias vencedoras do 1º Prêmio Expoforest de Startups no Setor de Florestas Plantadas receberam seus troféus na tarde do dia 8/8, durante o 5º Encontro Brasileiro de Silvicultura e 19º Seminário de Colheita e Transporte de Madeira, eventos da Semana Florestal Brasileira. O prêmio foi realizado pelo Forest Startup Conecta, uma iniciativa da Embrapa Florestas, Ministério da Agricultura e Pecuária e Malinovski com o objetivo de promover ideias inovadoras para a área florestal. 

Na Categoria Geral, as startups vencedoras foram a Quanticum, com a tecnologia “Terrus Floresta”; a Quiron Digital, com a tecnologia “Soluções data-driven Quiron Digital Mapper e Flareless” e a Radaz, com o “Radar de sensoriamento remoto com três bandas (C, L e P) embarcado com drone. Já na categoria Estudantes, as startups vencedoras foram a Peephole, com a tecnologia “Peephone (DANI)” e a Smart Timber, com o “Smart Timber System”. Entre os vencedores, foi entregue ainda uma premiação especial para a startup com uma liderança feminina, sendo selecionada a Radaz, que recebeu da Rede Mulher Florestal o prêmio “Destaque Startup Mulher Florestal”. 

Saiba mais sobre as vencedoras

Entre as cinco tecnologias vencedoras, na categoria Geral, está a startup Quanticum, com a tecnologia “Terrus Floresta”, um sistema de diagnóstico e mapeamento da aptidão natural do solo criado com o apoio da Fapesp e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O sistema converte sinais magnéticos das nanopartículas do solo em um índice capaz de expressar diferentes capacidades agronômicas e ambientais. Isso permite o mapeamento prévio de áreas e possibilita diferentes tomadas de decisão na gestão das florestas.

“Para nós, da Quanticum, conquistar um prêmio pioneiro como esse, mesmo com poucos meses de atuação no setor florestal, mostra que há muito valor e reconhecimento em acreditar na ciência que desenvolvemos para ajudar pessoas e os biomas”, afirma Diego Siqueira, CEO na Quanticum, uma SpinOff da UNESP.

Também entre as vencedoras, está a Quiron Digital, com o case “Soluções data-driven Quiron Digital Mapper e Flareless”. A Quiron desenvolve soluções de geointeligência espacial para o mercado florestal, como é o caso da tecnologia premiada, ao utilizar inteligência artificial com os dados de satélite para criar algoritmos para monitoramento de cortes, mapeamento de uso e cobertura de terra e predição de incêndios.

“Nos sentimos muito honrados pelo prêmio, esse reconhecimento nos motiva a seguir a nossa busca por inovação e excelência, gerando insights valiosos para os tomadores de decisão ao redor do mundo”, afirma Diogo Machado, da Quiron Digital.

Outra startup, duplamente premiada, é a Radaz, com o case “Radar de sensoriamento remoto com três bandas (C, L e P) embarcado em drone”. Este produto inova por conseguir penetrar na vegetação e no solo, gerando, assim, medições de inventário, detecção de formigueiros, umidade do solo, modelo digital do terreno, subsidência (descida lenta sobre uma região extensa), entre outras diversas aplicações.

“Ficamos muito felizes com a notícia do prêmio na categoria geral e também como destaque startup mulher florestal. É um enorme prazer receber estes dois prêmios tão relevantes para o setor e a inovação do país”, diz Shaila Moreira, da Radaz. 

Na categoria Estudantes, duas startups foram vencedoras, uma delas a Smart Timber, com o case “Smart Timber System”, um sistema de rastreabilidade da madeira baseado em inteligência artificial (IA). Combinando tecnologia e conhecimento especializado, a plataforma oferece uma maneira eficiente de rastrear a origem e a identidade das espécies de madeira, seja ela nativa ou plantada.

“Nossa equipe está feliz pelo reconhecimento, receber a premiação da Forest Startup Conecta durante a Expoforest representa um marco para nossa startup e isso nos deixa confiantes para continuar esse trabalho inovador”, diz Paulo Duarte, da Smart Timber. 

Também nesta categoria, está a startup Peephole com o case “Peephone (DANI)”, uma plataforma avançada de monitoramento ambiental em tempo real. Utilizando sensores inteligentes (IoT) e análise de dados, a solução detecta precocemente incêndios florestais, monitora a qualidade do ar e clima, coleta dados sobre a biodiversidade e oferece informações valiosas para a tomada de decisões e relatórios de sustentabilidade das regiões monitoradas.

“Estamos imensamente felizes e gratos por essa premiação! É um importante respaldo para avançarmos como uma startup líder no monitoramento ambiental de precisão”, vibra Hellen Vienna, Cofundadora e CEO da Peephole.

O Prêmio

Segundo Edilson Batista de Oliveira, pesquisador da Embrapa Florestas e um dos responsáveis pela organização do prêmio, esta é uma forma de auxiliar a dar visibilidade às startups participantes. “Tivemos 27 finalistas de altíssimo nível em diferentes áreas técnicas do universo de plantações florestais. Nossa intenção é ajudar a aproximar ainda mais as startups do setor produtivo, e também viabilizar novos negócios que vão beneficiar o setor florestal”, enfatiza.

Também na organização do prêmio, Carolina Saraiva, do Ministério da Agricultura e Pecuária e Jorge Malinovski, idealizador da Expoforest, frisam as possibilidades de parceria e investimentos e destacam o alto nível dos cases selecionados, comentando que “todas as startups selecionadas merecem ser parabenizadas, pela alta qualidade das tecnologias apresentadas”. 

Para premiar o protagonismo no meio florestal e tecnológico, foi criada também a categoria “Destaque Startup Mulher Florestal”, que ranqueia entre as vencedoras uma que possua uma mulher na liderança. Para Bárbara Bomfim, presidente do Conselho Diretor da Rede Mulher Florestal, o prêmio carrega algo muito importante e simbólico.

“Para uma Startup, propriamente, ficar de pé já é super difícil. Com uma mulher como líder responsável é super desafiador. É uma porcentagem minúscula de mulheres que recebe financiamento liderando uma startup e esse prêmio ajuda a dar mais visibilidade, mostrando que as mulheres estão quebrando barreiras, com empreendedorismo e aos poucos ascendendo a cargos de tomada de decisão”, afirma.

Os apoiadores do Prêmio Expoforest de Startups Conecta são a Abaf (Associação Baiana das Empresas de Base Florestal), Abimci (Associação Brasileira de Indústria de Madeira Processada Mecanicamente), ACR (Associação Catarinense de Empresas Florestais), Ageflor (Associação Gaúcha de Empresas Florestais), Amifi (Associação Mineira da Indústria Florestal), Apre (Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal), Arefloresta (Associação de Reflorestadores de Mato Grosso), Cedagro (Centro de Desenvolvimento do Agronegócio-ES), Cubo Itaú, Florestar SP (Associação Paulista de Produtores, Fornecedores e Consumidores de Florestas Plantadas), Homo Ludens, Radar Agtech, Rede Mulher Florestal, Reflore (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas), SP Ventures e VBio. 

A seleção

O Comitê Técnico que selecionou as startups vencedoras foi formado por profissionais que atuam no setor de plantações florestais, em instituições públicas e privadas. A seleção dos melhores cases se baseou nos quesitos viabilidade técnica, diferencial da tecnologia, potencial de impacto técnico e econômico, fase de desenvolvimento, expectativa de prazos e visão de futuro.

O regulamento previa 26 áreas técnicas voltadas para o setor de plantações florestais (monocultivo e ILPF), nas quais as tecnologias poderiam se enquadrar. “Com base na indicação de seus autores, estas tecnologias destacaram-se com forte amplitude de áreas de atuação, apresentando sinergia com 22 das 26 Áreas Técnicas estabelecidas na tabela”, conta Edilson de Oliveira.

A Forest Startup Conecta constitui um portfólio de tecnologias desenvolvidas por startups para o todo o setor florestal brasileiro. Nos eventos técnicos da Expoforest, apenas o segmento de plantações florestais foi objeto de premiação. Entretanto, na sua continuidade, a Forest Startup Conecta vai envolver startups que desenvolvam tecnologias para os componentes de todas as formações florestais, em todos os biomas, suas restaurações e proteção, seus produtos e serviços ambientais. 

Saiba a diferença entre uma startup e uma empresa

A maioria das pessoas acredita que as startups são pequenas empresas, mas não é isso que as difere de uma empresa comum. Segundo o Sebrae, a principal diferença entre uma empresa tradicional e uma startup é a escalabilidade, ou seja, é quando um negócio consegue atender a uma demanda crescente, sem aumentar os custos e mantendo a qualidade.

Outro diferencial é que sua estrutura conta com uma equipe com foco nas oportunidades e na inovação. As startups estão constantemente em busca de investimentos e passam por várias rodadas de aportes financeiros, para crescerem de maneira sustentável.

O Marco Legal das Startups, sancionado no ano passado pela Lei Complementar n° 182/2021, trouxe importantes mudanças e novas regras para este tipo de empresa, e tem como objetivo aprimorar o empreendedorismo inovador no Brasil e alavancar a modernização do ambiente de negócios, trazendo soluções para problemas reais de outras empresas e organizações.

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Paracel anuncia primeira assinatura do contrato do Programa de Desenvolvimento Florestal

O Programa de Desenvolvimento Florestal nasceu da necessidade de aumentar a disponibilidade de madeira para matéria-prima em nível nacional e com o compromisso social de oferecer uma alternativa de negócio para os produtores das áreas de influência da Paracel.

Esse programa tem como foco a geração de renda e a diversificação das atividades dos produtores, viabilizando sua economia por meio do plantio de eucalipto e garantindo a existência de matéria-prima para a indústria.

Nesse sentido, na manhã de sexta-feira, foi assinado o primeiro contrato com a empresa Ganadera R5 S.R.L para a arborização de 2.800 ha correspondentes a 560.000 m3 de madeira. Esta propriedade está localizada nos distritos de San Alfredo e Paso Barreto, departamento de Concepción.

Agustín Zapag e Per Olofsson participaram como signatários deste evento, representando Paracel e Raúl Doria Cortés pela empresa Ganadera R5 S.R.L. Além disso, acompanharam Rodolfo Vouga, da sociedade de advogados Vouga Abogados e o CEO da Paracel, Flavio Deganutti.

No âmbito do Programa de Desenvolvimento Florestal, a Paracel pretende atingir 100.000 ha ao longo dos anos, e em 2023 atingir 4000 ha plantados, numa área de influência de 200 km do local da planta industrial, localizada no distrito de Paso Horqueta.

Alguns dos benefícios vinculados a este programa são:

  • Fortalecimento da economia florestal local, regional e nacional.
  • Fortalecimento do trabalho no campo.
  • Aumento das oportunidades de trabalho e renda no território.
  • Promoção do empreendedorismo regional.
  • Atendimento à legislação.
  • As superfícies dos plantios florestais realizarão uma importante captura de carbono presente no ar, de modo que o Paracel contribuirá para a mitigação do aumento da concentração de CO2, o principal Gás de Efeito Estufa (GEE) causador do aquecimento global.
  • Diversificação de renda.

Convidamos todas as pessoas e/ou empresas que queiram aderir ao programa, a contactarem a equipa da Fomento Forestal através do seguinte email: fomento.forestal@paracel.com.py

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Último dia do 5º Encontro Brasileiro de Silvicultura é marcado por palestras, premiações e homenagens

O segundo e último dia do 5º Encontro Brasileiro de Silvicultura (EBS), ocorrido em 8 de agosto, contou com uma rica programação composta por três palestras, mesas redondas, entrega de prêmios a startups e homenagens a pesquisadores eméritos. Organizado pela Malinovski e Embrapa Florestas, o Encontro ocorre a cada quatro anos, e vem promovendo a discussão técnico-científica entre profissionais e instituições que atuam na área florestal. Foram ao todo 30 palestrantes que abordaram os mais distintos temas da área de plantação florestal.

Segundo Edilson de Oliveira, pesquisador da Embrapa Florestas e um dos organizadores do evento, os resultados superaram as expectativas. “As startups vencedoras não pouparam elogios ao evento. Tivemos inclusive a presença de outras startups finalistas muito satisfeitas com a repercussão e com a visibilidade que estão tendo, graças às divulgações por parte dos organizadores Embrapa, Malinovski e Mapa. Destaque especial à última sessão do evento, quando foram homenageados os cientistas Paulo Ernani Ramalho Carvalho e Harri Lorenzi, que receberam troféus pelo histórico de contribuições ao setor florestal, por meio de um caloroso aplauso de pé por parte do público presente”, declara.

O primeiro painel do dia, denominado “Desafios para a produção florestal”, teve a moderação de Adriana Maugeri, presidente/CEO da AMIF – Associação Mineira da Indústria Florestal. Eduardo Ciriello, diretor florestal da Futuro Florestal, abriu as discussões com o tema “Overview das Espécies Alternativas Potenciais para Produção Florestal no Brasil”. As espécies alternativas buscam atender ao mercado de madeira serrada tropical, proveniente quase que exclusivamente da exploração de florestas naturais.

“Há atualmente uma maior gama de espécies entrando no mercado, seja para a produção de madeiras de longo prazo, sejam como espécies de ciclo curto para diferentes usos industriais”, diz. Entre as espécies exóticas, com mais investimentos, destacam-se a teca, os mognos-africanos e o cedro-australiano. Já entre as nativas, há o Paricá e Guanandi e outras espécies que têm ganhado espaço, como o Jequitibá-rosa, Louro-pardo e Ipê-felpudo.

“Estas vêm trazendo inovações ao sistema de cultivo, com a implementação de plantios mistos como alternativa aos plantios homogêneos, e a inserção do conceito Close-to-Nature que tem sido muito experimentado em diversos países”, diz. Ciriello também ressaltou a influência da agenda de mitigação das Mudanças Climáticas, e a alta demanda por Créditos de Carbono que tem direcionado grandes investimentos a esta área.

Em seguida, foi a vez de Vanderley Porfírio-Da-Silva, pesquisador da Embrapa Florestas, que abordou o assunto “ILPF na década de 2020”, começando com um histórico da atividade desde as décadas de 1970-1980, quando o enfoque era no produto da silvicultura, até meados dos anos 2000, quando os produtos das árvores começavam a ser percebidos. 

Segundo Porfírio, a evolução das percepções e o acúmulo das experiências proporcionou significativos avanços, na década de 2010, com a implementação do Plano ABC – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, em que figurou pela primeira vez a tecnologia agrossilvipastoril como uma das estratégias para a “Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura”.

“A partir de então, a estratégia ILPF começa a considerada uma inovação, sendo criada a Rede ILPF, uma associação cofinanciada por empresas que objetiva acelerar a adoção das tecnologias agrossilvipastoris para a intensificação sustentável da agricultura brasileira”, explica. Porfírio também destacou outros avanços, como a instituição da Política Nacional de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), o estabelecimento do primeiro protocolo para descarbonização da bovinocultura de corte, gerando, em 2015, a marca-conceito “Carne Carbono Neutro” (CCN) e a prorrogação até 2030 do Plano ABC, com versão ABC+.

Recuperação de áreas degradadas com foco econômico” foi o tema que encerrou os painéis de palestras, abordado por Alan Batista, diretor financeiro e operacional da Symbiosis, e Bruno Mariani, diretor da Symbiosis. Eles contaram como e porque desenvolveram um plano de negócio que permitiu o surgimento de uma indústria florestal focada na produção de madeira serrada por meio da silvicultura com árvores nativas.

“O desafio posto foi produzir madeira de alta qualidade com árvores nativas e, ao mesmo tempo, restaurar as reservas legais e áreas de proteção permanente, tão importantes para a produção de serviços ambientais”, conta Alan Batista. Segundo ele, o sucesso da indústria de papel e celulose indicava o caminho que era investir em melhoramento florestal, entender a silvicultura, domesticar as espécies nativas, e encontrar a melhor forma de combiná-las em consórcios, não se esquecendo das especificidades de cada espécie para se desenvolverem plenamente.

Outro foco é a produção com a biodiversidade. “Nos últimos 12 anos, temos feito inventários regulares de vertebrados e invertebrados que comprovam a grande diversidade da fauna em nossas áreas e confirmam a nossa missão, que é atender à necessidade da sociedade por produtos madeireiros sem alterar os mecanismos pelos quais os ecossistemas se sustentam”, conta Batista. O modelo foi implantado em escala piloto um grande laboratório a céu aberto de 1.500 hectares.

Após o primeiro painel foi realizada uma mesa redonda com o tema “Planejamento do orçamento versus riscos para a produtividade”, com a moderação de José Maria de Arruda Mendes Filho, sócio-diretor da Lacan Florestal e participação de Fabiano Antonio Rodrigues, diretor Florestal & Suprimentos da Sylvamo e de Julio César Tôrres Ribeiro, diretor industrial e Florestal da Cenibra.

Para começar a parte final do Encontro, uma mesa redonda unificou o público do Encontro de Silvicultura ao da 19ª Seminário de Colheita e Transporte de Madeira. A moderação foi de Erich Schaitza, chefe geral da Embrapa Florestas, com participação de Moacir Reis, presidente da Comissão Nacional de Agrossilvicultura da CNA; Paulo Roberto Pupo, superintendente da Abimci – Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente; Pedro Alves Corrêa Neto, diretor do Departamento de Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas, do MAPA, e José Carlos da Fonseca Júnior, diretor executivo da IBA (Indústria Brasileira de Árvores).

No bloco final do evento, foram entregues premiações às cinco startups vencedoras do 1º prêmio Startup Expoforest, e também realizada a entrega de homenagens aos pesquisadores Paulo Ernani Ramalho Carvalho, da Embrapa Florestas, e Harri Lorenzi, diretor do Instituto Plantarum, que se destacam pelas inúmeras contribuições à área florestal.

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Florestas cultivadas no Brasil são destaque na 5ª Semana Florestal Brasileira

O primeiro dia de evento do 5º Encontro Brasileiro de Silvicultura (EBS), ocorrido no dia 07 de agosto, reuniu cerca de 600 empresários e profissionais da área florestal. A programação foi composta por seis palestras, divididas em dois painéis, seguidos por perguntas e debates. Após cada painel houve uma mesa redonda, abordando temas distintos, com outros palestrantes especialistas da área florestal. Organizado pela Malinovski e Embrapa Florestas, o Encontro buscou promover o principal palco de discussões sobre silvicultura de florestas cultivadas do Brasil.

Segundo Edilson de Oliveira, pesquisador da Embrapa Florestas e um dos organizadores do evento, o alto nível dos palestrantes tem proporcionado boas reflexões. “Selecionamos os melhores profissionais das áreas demandadas e o resultado sempre é muito positivo, pois fomenta discussões, além de trazer muita informação para quem atua no setor de plantação florestal”.

O primeiro painel, denominado “Desafios para a Produção Florestal”, contou com três palestrantes, sob a moderação de Junior Ramires, sócio diretor das Empresas Ramires, Reflortec S/A e Presidente da REFLORE/MS-Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas.

O primeiro a palestrar foi José Luiz Stape, professor de Pós-Graduação da UNESP Botucatu, abordando o tema “Avanços nos estudos de clima e produtividade florestal”. O professor fez um breve histórico sobre as mudanças na produtividade experimentadas pelo setor florestal brasileiro, e mostrou estudos sobre a relação entre clima e genética dos clones e a variabilidade de produtividade.

Stape frisou a importância dos estudos e programas cooperativos visando à busca real dos controles de crescimento da floresta, seus recursos disponíveis, fatores bióticos e abióticos. Assim como também, enfatizou a importância de uma “Rede Experimental” para compreender como os fenômenos ambientais afetam os clones, agora mapeados até nível genômico, e também do implemento do manejo orbital, que é o rastreamento contínuo sob diferentes canais óticos do dossel das florestas brasileiras. “Temos que ter delineamentos robustos e coletas de dados robustos. Se queremos produção de madeira em um ambiente com mudança climática temos que nos preocupar com tudo o que ela pode trazer”, frisa.

Em seguida, Cristiane Aparecida Fioravante Reis, pesquisadora da Embrapa Florestas, abordou o tema “Plantações florestais nas novas fronteiras do território brasileiro” e os desafios para a produção florestal com o avanço para novas áreas. A pesquisadora usou como base os mapas de distribuição espacial do IBGE (desde a década de 1980) das produções de carvão vegetal, lenha, madeira em tora para celulose e outras finalidades e látex coagulado, por municípios brasileiros.

“O intuito da palestra foi apresentar o tanto que o eucalipto tem sido importante para suprir as demandas por madeira. Ao longo dos anos, observa-se que a distribuição espacial das plantações florestais, especialmente de eucalipto, seringueira, teca e mogno-africano tem se expandido rumo às ditas ‘novas fronteiras’ do território brasileiro”, aponta. Estas têm-se referido às diversas localidades nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte e extremo Sul do Brasil, especialmente, a partir do início do século 21. 

Reis citou as contribuições da Embrapa para estas novas fronteiras, bem como os programas de melhoramento genético de espécies de Eucalyptus e, também, de Corymbia, de empresas privadas, que são referências na geração de clones/cultivares de elevada produtividade de madeira e tolerância a fatores bióticos e abióticos. Ressaltou ainda as projeções do agronegócio para a próxima década que projetam um crescimento de 24,1% na produção nacional de grãos nos próximos 10 anos, com destaque maior para o MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia) , em que o crescimento deve alcançar 37,1%. Bem como o aumento na produção nacional da carne bovina (12,4%), suína (23,2%) e frango (28,1%), e leite (18,5%) “indicando forte tendência de ampliação da demanda e, consequentemente, no consumo de lenha também nos próximos 10 anos”. 

A pesquisadora também enfatizou a importância da lenha para a pujança do agronegócio, que tem sido usada nos fornos de indústrias; na secagem e beneficiamento de grãos; nas caldeiras de frigoríficos, laticínios, dentre outras indústrias alimentícias. E, ao final, a pesquisadora fez menção aos livros da Embrapa sobre o eucalipto, o mogno-africano e a teca, todos com bastante número de downloads

A terceira palestra do dia foi sobre “Estratégias para utilização de compostos clonais”, abordada por Gabriel Dehon Rezende, head corporativo de P&D Florestal da Bracell. Rezende falou sobre a importância de haver variabilidade genética disponível no gênero eucalipto, que possibilita sua exploração por meio de programas de melhoramento bem estruturados e eficientes, viabilizando a realização de novos ganhos genéticos.

Após buscar algumas soluções alternativas associadas aos plantios monoclonais, Rezende destacou a solução chamada de Compostos Clonais, que visa eliminar riscos de perdas de investimentos ao nível do talhão e sem que haja perda de produtividade. Inspirada em um jogo de basquete, com jogadores de genótipos distintos e fenótipos semelhantes.

“Não se tratava mais de misturar clones, e sim de misturar os clones de melhor performance em auto e alo-competição, viabilizando plantios igualmente uniformes aos monoclonais, porém com maior diversidade genética”, conta. Os resultados preliminares, segundo Rezende, já apontam para desempenho superior dos Compostos Clonais em relação aos melhores clones individualmente, havendo não só a segurança, mas o aumento da produtividade.

Após o primeiro painel foi realizada uma mesa redonda com o tema “Silvicultura Digital”, que teve como moderador Luiz Carlos Estraviz Rodriguez, professor titular e chefe do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ-USP e os componentes Marcos Paulo Rossi Sacco, gerente sênior de Operações Florestais da Bracell Bahia; André Dezanet, general manager da Vallourec Florestal e Jozébio Esteves Gomes, coordenador de Competitividade e Projetos Florestais da Eldorado Brasil e Eduardo Moré de Mattos, cofundador e diretor de Sustentabilidade da Geplant.

No painel vespertino, o tema foi “Operações silviculturais: cases de inovação e tecnologias”. Abrindo a sessão de palestras, Diego Cezana,coordenador de Planejamento Florestal da Veracel, falou sobre “Recomendação clonal integrada e otimizada”. Cezana contou como a Veracel Celulose desenvolveu com sucesso uma ferramenta e um processo integrado de alocação clonal e planejamento de viveiro para lidar com desafios como escolha de clone, preparo de viveiro, levando em consideração variáveis climáticas, interação entre clone-sítio e suscetibilidade a doenças.

A empresa criou uma ferramenta de análise preditiva, denominada Verótima, que uniu vários elementos em um processo integrado. Para tanto, desenvolveu um otimizador de recomendação clonal e de planejamento de viveiros. O passo seguinte foi fornecer o potencial produtivo para cada interação clone e sítio da empresa.

“Ao estabelecer um processo integrado, várias vantagens foram alcançadas, como a maior interação entre as partes envolvidas, considerando diferentes perspectivas na tomada de decisão. Além disso, incluíram-se informações de sanidade, histórico de doenças e susceptibilidade de cada clone. Definimos indicadores-chave, simplificando o processo decisório”, conta Cezana.

Na sequência, Luis Augusto dos Santos Saldanha, gerente de Silvicultura da Klabin-PR abordou o tema “Microplanejamento para potencializar plantio em áreas declivosas”. E frisou a necessidade de se montar previamente um plano de reconhecimento de uma área com suas necessidades, seguido de uma estratégia das operações necessárias à execução das atividades com segurança no local, com qualidade e com o menor custo possível.

“O manejo de florestas na Klabin é referência internacional em plantio em mosaico, que consiste no cultivo de Pinus e eucalipto entremeados por florestas nativas preservadas. Na Klabin, 41% das florestas nativas são preservadas”, afirma. De acordo com Saldanha, o microplanejamento, além da redução de risco aos colaboradores por meio da mecanização, visa proporcionar a preparação antecipada da área no período correto para executar o plantio.

Um exemplo citado é que na Klabin, 90% do preparo do solo é mecanizado. Saldanha frisou a importância do constante acompanhamento das tarefas, detalhamento fotográfico de todos os talhões presentes, treinamento de pessoal com definição de critério e o, planejamento das operações silviculturais com o intuito de sinalizar toda e qualquer situação ou divergência que possa oferecer risco às atividades.

A última palestra do primeiro dia do Encontro Brasileiro de Silvicultura, de Bruno Morales, gerente de Operações Florestais da CMPC, tratou o tema “Revolução do uso de drones em tratos culturais”. Para ele, o futuro da silvicultura 100% mecanizada e automatizada está acontecendo à medida em que a tecnologia avança e as regulamentações se ajustam.

“A incorporação de novas tecnologias, como o uso dos drones, apresenta-se como uma ferramenta estratégica e de fundamental importância, ao substituir algumas atividades manuais e mecanizadas, principalmente as aplicações de herbicidas, que reduzem a exposição de pessoas a produtos químicos, minimizando riscos de segurança e melhor consumo de água, operação acima de obstáculos”, diz.

No caso do drone, há oportunidades de coevolução em diversos aspectos que podem e devem potencializar o emprego da ferramenta no curto prazo, “como o desenvolvimento de produtos que permitem sua aplicação e efetividade com restrições de consumo de água; produtos com seletividade ao eucalipto; maior espectro de controle das diversas ervas daninhas existentes; com aprimoramento das pontas de pulverização, permitindo aumento de faixas e cobertura; baterias com maior capacidade e velocidade de recarga, drones que retornam à base para autoabastecimento e autorrecarga de forma a reduzir o número de pessoas envolvidas na operação”, bem como outras inovações citadas.

Para encerrar o primeiro dia do encontro foi relada a última mesa redonda com o tema “Rumos da mecanização X escassez de mão-de-obra”, moderada por Edimar de Melo Cardoso, diretor de Operações da Aperam BioEnergia e presidente do Conselho da AMIF – Associaçao Mineira da Industria Florestal, com a participação de Anderson Lins, diretor Florestal da Dexco; Fabian Fernandes Bruzon, diretor de Operações Florestais da Suzano e Fernando dos Santos Gomes, diretor Florestal da Arauco-MS

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Expoforest celebra a importância do setor florestal brasileiro

“Bom dia, mundo florestal!” Com esta saudação, Ricardo Malinovski, CEO do Grupo Malinovski, deu a largada para os três dias da maior feira dinâmica florestal do mundo, a Expoforest, em sua 5ª edição. A Feira, realizada em uma área de 200 hectares de plantio de eucalipto da empresa Sylvamo, contou com uma trilha de quase 5 km, com 235 estandes e áreas dinâmicas. E o “mundo florestal” esteve presente mesmo: participaram da feira cerca de 36 mil visitantes, de todos os estados da Federação e de 42 países. 

“Celebramos a pujança e a tecnologia do setor florestal brasileiro. Somos líderes em produtividade, são 10 milhões de hectares de florestas plantadas e estamos aqui para comemorar”, disse Ricardo Malinovski. Para Tatiana Kalman, vice-presidente sênior e gerente geral para a América Latina da Sylvamo, sediar um evento deste porte permite a conexão de empresas. “É uma grande honra para nós estarmos juntos a este evento de silvicultura no Brasil, um segmento extremamente importante, uma referência para o mundo. Nós temos tecnologia, temos inovação e aqui conseguimos conectar as empresas e fazer a diferença”, afirmou Kalman.

Para Erich Schaitza, Chefe Geral da Embrapa Florestas, o evento é um espaço para estabelecer e fortalecer relações entre a pesquisa e o setor florestal. “A Embrapa é uma rede brasileira com 43 centros de pesquisa em agricultura, pecuária e florestas. Nos integramos ao setor florestal de diferentes maneiras. Ao longo do tempo, temos percebido que a Expoforest e a Semana Florestal Brasileira são um dos principais canais de transferência de inovação e de ligação com o mundo”, disse Schaitza.

A participação da Embrapa na Expoforest contou com estande e uma área demonstrativa de um hectare de integração lavoura-pecuária-floresta – ILPF. Neste local, buscou-se mostrar o sistema silvipastoril com gado, pastagem e eucalipto, com manejo florestal para produção de biomassa. A área apresentou informações de tecnologias da Embrapa Florestas, Embrapa Gado de Corte, Embrapa Pecuária Sudeste e foi montada com apoio da Rede ILPF; e parceria da Soesp, Ouro Fino Genética Animal, Datamars Speedrite e Tryber. 

O estande da Embrapa também foi uma vitrine: parte construído em madeira engenheirada, com tecnologia de alto desempenho termoacústico, em parceria com a startup Lagom e Rede ILPF; e parte construído em madeira de nativas, fruto de manejo florestal sustentável, em parceria com o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso/Cipem, Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal/FNBF e Casacerta. Dentro do estande foram mostradas diversas tecnologias e pesquisas voltadas ao setor de base florestal: sistemas de produção de eucalipto e pinus, controle de pragas, mudança climática, ILPF, biotecnologia, manejo florestal sustentável, entre outros. 

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Parcerias contribuem para levar soluções inovadoras durante Expoforest

Pesquisas e tecnologias relacionadas aos sistemas integrados de produção foram apresentadas aos visitantes da Expoforest 2023, em Guatapará (SP), de 09 a 11 de agosto. Estudos desenvolvidos pela Embrapa mostram que a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta promove uma agropecuária mais eficiente, economicamente viável, com bem-estar animal, mitigação de Gases de Efeito Estufa (GEE) e conservação do meio ambiente.

Para apresentar um pouco sobre as possibilidades desses modelos de produção, três Unidades da Embrapa (Embrapa Florestas, Embrapa Gado de Corte e Embrapa Pecuária Sudeste), a convite da Malinovski, organizadora do evento, montaram uma área demonstrativa com um hectare de ILPF. O trabalho contou com diversos parceiros públicos e privados, além da Associação Rede ILPF.

Para a diretora executiva da Rede, Isabel Ferreira, a ideia é não só ampliar os hectares de sistemas integrados, mas aumentar os modelos no país com o componente florestal. Segundo ela, dos mais de 17 milhões de hectares de integração, menos de 10% integram árvores. “A Expoforest foi uma oportunidade para tentar reduzir as barreiras e os mitos existentes em relação ao componente florestal para ampliar a inclusão do ‘F’ nesses sistemas”, destacou Isabel.

A Sementes SOESP, integrante da Rede desde 2018, contribuiu com o plantio de diferentes capins em quatro áreas da feira. O diretor executivo da empresa, Itamar de Oliveira Junior, ressaltou a importância de cuidar do solo, que é o bem maior dos produtores.  Oliveira ainda falou do potencial de aumento da produtividade com a ILPF. “A produtividade é multiplicada por três, além de ser sustentável. Coloca Carbono no solo, conserva o meio ambiente e, ainda, gera renda maior para os produtores”, afirmou.

Ítalo Gentil, gerente de áreas da Datamars, conta que a empresa preocupa-se em ajudar os produtores por meio de soluções simples, integradas e conectadas. A cerca elétrica móvel é uma dessas tecnologias, e foi apresentada durante a feira para melhorar a infraestrutura dos sistemas integrados. De acordo com Gentil, “a cerca possibilita praticidade na instalação, mobilidade e custo baixo ao pecuarista que pensa em introduzir a integração na fazenda”.

Cochos de alimentação e bebedouros portáteis para dar mais praticidade no manejo das áreas com animais de propriedades que adotam sistemas integrados. Essa foi a estratégia da Tryber Tecnologia, parceira da Embrapa na Expoforest. De acordo com Fernando Custódio, a empresa desenvolve equipamentos que melhoram o manejo dos animais. Os produtos tornam a alimentação mais eficiente, diminuindo o custo com mão de obra e pensado para facilitar o deslocamento entre piquetes.

Para Gustavo Ribeiro, diretor de pecuária da Ouro Fino Genética Animal, que colaborou com a presença de bovinos da raça Nelore na área, “um dos elementos importantes para o sucesso da pecuária é a genética animal. Isso, aliado a sistemas sustentáveis de produção, garantem uma pecuária com cada vez mais qualidade e que atende a um mercado consumidor cada vez mais exigente”.

Segundo Carlos Henrique de Paula e Silva, diretor técnico da CATI Regional Ribeirão Preto, “no trabalho de extensão, levamos aos produtores as melhores práticas para suas propriedades, e a ILPF hoje é uma das tecnologias sustentáveis que temos incentivado”. Para o engenheiro agrônomo, Julio Takaki, da prefeitura de Guatapará e que atua junto a CATI, “estimular a adoção da ILPF entre os produtores da região é essencial para melhorar a qualidade do solo, aumentar a produtividade e a renda, além de elevar a biodiversidade local”.

Durante toda a feira, pesquisadores e especialistas da Embrapa participaram com palestras e dinâmicas sobre sistemas de integração, focados, principalmente, na redução de emissão de GEE e sequestro de Carbono pelas árvores e pelo solo, tanto na pecuária leiteira, como na pecuária de corte.

A Embrapa tem soluções que possibilitam uma agropecuária com mais tecnologias, eficiência, sustentabilidade e responsabilidade com os consumidores.

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Pesquisadores da Embrapa recebem homenagens pelos 50 anos de contribuição à área florestal

Durante a 5ª Semana Florestal Brasileira, que aconteceu de 07 a 11 de agosto, na região de Ribeirão Preto/SP, além de seminários técnicos e da realização da maior feira florestal dinâmica, foram entregues homenagens a dois dos maiores pesquisadores brasileiros que se destacam pelas inúmeras contribuições à área florestal: o pesquisador emérito da Embrapa Florestas, Paulo Ernani Carvalho, e o pesquisador e diretor do Instituto Plantarum, Harri Lorenzi.

Ambos foram homenageados pelo trabalho de mais de meio século dedicado ao estudo e divulgação de conhecimentos sobre espécies florestais de ocorrência no Brasil. Os dois pesquisadores são responsáveis por séries de livros resultantes de extensa pesquisa bibliográfica, estudos e observações de campo nas ocorrências naturais das espécies.

Paulo Ernani Ramalho Carvalho se dedicou ao estudo e divulgação de conhecimentos sobre espécies florestais de ocorrência no Brasil e em outros países. Autor da série “Espécies Arbóreas Brasileiras”, com cinco volumes que reúnem informações de 340 espécies, também é conhecido pelo público infanto-juvenil com o livro “A Viagem das Sementes”, lançada em 1994. Em sua trajetória, destacam-se diversas outras obras. Os conhecimentos silviculturais disponibilizados em suas obras proporcionam orientação sobre preservação, conservação e uso dessas espécies, como integrantes de soluções ambientais e de promoção do agronegócio florestal. Paulo Ernani é o cientista mais citado na silvicultura brasileira e suas contribuições, além de atenderem a pesquisadores, docentes e estudantes, têm servido de base para programas de Educação Ambiental para diferentes públicos (crianças, adolescentes, professores, e grupos de terceira idade), disseminando a importância das florestas na contribuição para a continuidade do ciclo de vida da natureza. As publicações são didáticas e atendem, com orientações técnicas, produtores rurais e todos aqueles que querem plantar árvores nativas, buscando os mais diferentes serviços ambientais. “Como Engenheiro Florestal há 52 anos, sinto-me honrado em receber essa homenagem, que reconhece e coroa o trabalho que desenvolvi na pesquisa, como Dr. Paulo, e na educação, como Tio Paulo. O meu agradecimento a todos vocês”, disse em mensagem de vídeo.

Harri Lorenzi, engenheiro agrônomo e botânico brasileiro, é autor de dezenas de artigos e livros sobre plantas e fundador do Instituto Plantarum de Estudos da Flora que, além de uma editora, conta com uma vasta biblioteca; laboratório; jardim botânico com mais de cinco mil espécies vegetais, sobretudo espécies nativas do Brasil; herbário com 20 mil exsicatas; e carpoteca. Lorenzi trabalhou como pesquisador no Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), no Centro de Tecnologia Copersucar e, em 1998, foi pesquisador convidado da Universidade Harvard. O pesquisador realizou várias expedições de identificação e coleta de sementes, além de material para herbários e fotos das várias regiões do Brasil, incluindo todos os ecossistemas. Nestas viagens, encontrou várias espécies desconhecidas para a ciência e outras tantas ameaçadas, inclusive algumas que já eram consideradas extintas. As viagens incluem idas à Amazônia, ao Brasil Central, à Zona da Mata Mineira, ao sertão da Bahia e à Serra do Espinhaço. “Sinto-me agradecido e lisonjeado pela deferência. Tenho recebido várias homenagens internacionais de Instituições do primeiro mundo, mas jamais havia recebido ou visto coisa similar de uma Instituição Brasileira. Isto demonstra um alto grau de maturidade no País no reconhecimento de méritos de pessoas ligadas às ciências”, declarou Lorenzi.

Entre seus livros estão “Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil”, com 3 volumes, também editados em inglês; “Plantas Ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras”; “Plantas Daninhas no Brasil: Terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas”; “Plantas Medicinais no Brasil: Nativas e exóticas”; “Árvores Exóticas no Brasil: Madeiras, ornamentais e aromáticas”; “Botânica Sistemática: Guia ilustrado para identificação das famílias de Fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG II”; “Manual de Identificação e Controle de Plantas Daninhas: plantio direto e convencional”; “Morfologia Vegetal: Organografia e Dicionário Ilustrado de Morfologia das Plantas Vasculares”; “Palmeiras Brasileiras e Exóticas Cultivadas”; “As Plantas Tropicais de R. Burle-Marx”; “Flora Brasileira: Arecaceae (Palmeiras)”, entre outras obras.

A Semana Florestal Brasileira é uma realização da Malinovski e conta com a parceria da Embrapa Florestas na organização do Encontro Brasileiro de Silvicultura.

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Veracel se manifesta diante de ação civil do MPF na Bahia

Em nota divulgada, a fabricante de celulose negou as acusações feitas pelo Ministério Público Federal de que opera em terras indígenas e quilombolas no sul do estado

Nesta semana, a Procuradoria da República na Bahia pediu à Justiça Federal para interromper, em caráter de urgência, todas as atividades de cultivo de eucalipto realizadas pela Veracel Celulose.

Segundo o órgão, o pedido foi feito devido a impactos socioambientais causados pelo avanço da prática nas comunidades quilombolas e indígenas no sul da Bahia.

Nesse contexto, a diretoria da Veracel se posicionou diante da ação civil pública, movida pelo Ministério Público Federal, emitindo um comunicado.

Leia na íntegra a nota de esclarecimento da Veracel Celulose:

Em relação às informações divulgadas sobre uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal, a Veracel Celulose informa que até o momento não foi notificada sobre o tema.

A empresa destaca que suas operações são realizadas de acordo com a legislação vigente e que mantém diálogo e parceria com toda a comunidade na sua área de atuação. Reforça, ainda, que não opera em terras indígenas e quilombolas.

A companhia tem como premissa o respeito ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável de seu território, mantendo canais de comunicação à disposição de todas as comunidades, primando pela transparência, compromisso ético e pelo respeito integral às leis brasileiras e às convenções internacionais, sendo certificada por instituições de credibilidade no setor.

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Suzano, a maior produtora de celulose de eucalipto, demonstra interesse na chinesa Vinda

Suzano Celulose busca expansão estratégica por meio de investimentos na empresa asiática de higiene Vinda International.

A Suzano Celulose recentemente esteve em destaque ao expressar interesse na Vinda International Holdings Limited, uma empresa asiática de grande relevância no setor de higiene. A Suzano está tomando passos para diversificar suas fontes de receita ao explorar possíveis investimentos em novos mercados.

Esta jogada estratégica acontece enquanto a empresa tem em vista reforçar sua posição como a maior produtora de celulose de eucalipto do mundo e expandir sua atuação para além das fronteiras tradicionais.

Os primeiros passos da Suzano

Em resposta a questionamentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Brasil sobre especulações da mídia a respeito de uma potencial aquisição da Vinda, a Suzano Celulose confirmou que teve interações com indivíduos e informações vinculadas à fabricante chinesa de tecidos.

A Suzano esclareceu que nenhum documento ou acordo legalmente vinculante foi estabelecido durante essas discussões preliminares. A companhia mantém uma postura cautelosa, enfatizando que seu envolvimento ainda não resultou em compromissos ou obrigações nesta fase inicial.

Mirando na diversificação

Com sede em Salvador e base administrativa em São Paulo, a Suzano há muito tempo é uma força dominante na indústria de papel e celulose. Como a principal produtora global de celulose de eucalipto, a empresa tem consistentemente demonstrado seu compromisso com a inovação e a expansão.

O interesse da Suzano Celulose na Vinda sinaliza um esforço estratégico para diversificar suas fontes de renda e investir no setor de tecidos, um campo caracterizado por produtos de baixa gramatura e aplicações variadas, incluindo papel tissue, toalhas de cozinha, lenços faciais e outros.

O destaque da empresa chinesa Vinda International

A Vinda International Holdings Limited, sediada em Huicheng, Guangdong, conquistou um espaço de destaque como empresa de higiene na Ásia. A marca “Vinda” é sinônimo de qualidade e foi reconhecida como uma “Marca Famosa da China”.

Atuando em segmentos que incluem produtos de higiene feminina, cuidados para bebês e produtos de uso profissional, a Vinda possui uma extensa rede de produção com 13 bases, principalmente concentradas na China — um mercado vital para os produtos de celulose da Suzano.

Um mundo de tecidos: Compreendendo os fundamentos

Para compreender a importância do interesse da Suzano na Vinda, é essencial entender o mundo dos produtos de tecido. “Tecido” refere-se a produtos fabricados com baixa gramatura, incluindo papel crepado e alguns papéis não crepados.

Esses produtos, como papel higiênico, toalhas de cozinha, lenços faciais e mais, são partes integrantes de nosso cotidiano. Os papéis de tecido podem ser fabricados a partir de fibras virgens ou recicladas, cada uma com qualidades distintas que contribuem para sua utilização em várias aplicações.

A indústria de tecidos atende a uma vasta gama de produtos, cada um com requisitos únicos determinados pelas expectativas do consumidor.

Suzano comprometida com o crescimento

A possível incursão da Suzano no setor de tecidos demonstra seu compromisso com a inovação e o crescimento. A empresa, que já lidera o mercado em termos de produção de celulose de eucalipto, está direcionando seus esforços para territórios inexplorados com a esperança de expandir sua presença no mercado.

À medida que a Suzano se esforça para manter sua posição como líder global da indústria, sua exploração de oportunidades com a Vinda reflete uma estratégia mais ampla voltada para garantir um portfólio de negócios mais diversificado e resiliente.

Suzano irá divulgar detalhes do acordo

Embora o envolvimento da Suzano com a Vinda ainda esteja em estágios preliminares, observadores da indústria estão acompanhando atentamente o desenvolvimento.

Caso as duas empresas decidam formalizar sua colaboração por meio de acordos ou contratos, a Suzano se compromete a divulgar os detalhes conforme as regulamentações aplicáveis.

Essa abordagem transparente demonstra o compromisso da companhia com a governança corporativa responsável e em manter seus stakeholders informados.

Fonte: Petrosoldas

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Paracel anuncia obras da nova fábrica de celulose no Paraguai para 2024

Mesmo após anunciar adiamento do início das obras de uma fábrica de celulose que ficará a 200 km da fronteira com MS, a Paracel deve começar a construção da estrutura já em 2024, conforme declarou na última semana Per Olofsson, presidente do Conselho de Administração da Paracel.

A declaração ocorreu durante a 18ª conferência latino-americana da Fastmarkets Forest Products, voltada a indústria florestal, realizado em São Paulo, no último dia 8 de agosto.

A empresa, que prevê investimento de cerca de US$ 4 bilhões para a empreitada, já iniciou a primeira fase do projeto – a qual consiste no plantio de florestas de eucalipto. A expectativa é que a Paracel possa gerar 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano após o início das atividades, agora, previsto para 2027, 28 meses após eventual início das obras.

A planta ficará na cidade de Concepción, no Paraguai, onde além das florestas de celulose, ficará a fábrica de celulose kraft de eucalipto. O principal comprador seria o mercado europeu, fazendo da celulose uma commoditie paraguaia, aos moldes do que já ocorre no Brasil.

Crise nos investimentos

A expectativa era que o primeiro contrato de entrega de celulose paraguaia ocorresse já em 2027, tendo o mercado europeu como cliente. Contudo, a empresa deverá enfrentar atrasos significativos. Isso porque a emissão de título públicos para financiamento da fábrica deve atrasar o início das obras, após o MIC (Ministério da Indústria e Comércio) paraguaio adiar a concessão.

A decisão foi tomada com base no parecer de investidores acerca do empréstimo – a estimativa é de que aproximadamente US$ 3 bilhões sejam usados para a construção da primeira fábrica de celulose do país. O maior temor seria pelas taxas de juros nos Estados Unidos, que causariam alto endividamento internacional. Com isso, a decisão dos investidores foi por ter cautela e aguardar queda dos juros, conforme relatou o Portal da Celulose.

Contudo, a declaração do CEO interino da Paracel devolve a concorrente paraguaia ao jogo. Em 2021, quando foi anunciada, a fábrica da Paracel foi prevista para ter capacidade inicial de produzir até 1,5 milhão de toneladas por ano de celulose branqueada de eucalipto. Além da fábrica, a corporação contará com área de 180 mil hectares para o plantio de 140 milhões de eucaliptos, que refletiriam investimento aproximado de US$ 4 bilhões.

Atualmente, a empresa paraguaia dispõe de florestas de eucalipto nos departamentos de Concepción e Amambay – este, vizinho a MS, atualmente, um dos celeiros da celulose no Brasil.

A empresa afirma que a nova fábrica será construída “com mais altos padrões de sustentabilidade global”, além de ser uma das produtoras de celulose mais competitivos do mundo, “dos quais quase 100% são adequados para o plantio, localizados a uma distância média de 130 km da fábrica”.

Concorrência para MS

A primeira fábrica de celulose no Paraguai pode ser pedra no sapato para Mato Grosso do Sul? A depender dos números absolutos, a fábrica paraguaia pode ser apenas um relance.

Isso porque, além do atraso na construção da fábrica da Paracel, Mato Grosso do Sul já produz 5 milhões de toneladas de celulose por ano, segundo dados da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), ficando atrás apenas da Bahia, onde a produção alcança 5,5 milhões de toneladas anuais.

Contudo, o Estado deverá tornar-se ainda mais competitivo. Atualmente, com três fábricas – duas da Suzano e uma da Eldorado -, a produção de matéria-prima para papel deve dobrar em médio prazo, considerando a nova unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo, esperada para o ano que vem, e a unidade da chilena Arauco, prevista para ser implantada em Inocência em 2028.

Atualmente, celulose é um dos principais commodities de Mato Grosso do Sul. Em 2022, a expectativa do Governo de MS era de que, a longo prazo, os investimentos no setor resultem numa alta de aproximadamente 5% no PIB (Produto Interno Bruto) estadual, colocando MS na dianteira da celulose em todo o país.

Fonte: Midiamax

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