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Empresário baiano participa de nova reunião do Conselho Consultivo do Fundo Comum de Commodities da ONU

O objetivo do conselho é apoiar projetos em commodities que ajudem a criar emprego, aumentar a renda familiar, reduzir a pobreza e melhorar a segurança alimentar em regiões menos desenvolvidas

O empresário e economista Wilson Andrade participa, de 7 a 10/07, de nova reunião do Conselho Consultivo (CC) do Fundo Comum de Commodities (CFC) da Organização das Nações Unidas (ONU), sediado em Amsterdam (Holanda). No encontro, serão analisados 11 novos projetos de commodities como baunilha, cacau, café, caju, além de uma empresa de microfinanciamento, dos países: Camarões, Congo, Costa do Marfim, Estados Unidos, Gana, México, Nigéria, Peru e Uganda.

O CFC (www.common-fund.org) é formado por 104 países-membros com a missão de apoiar o desenvolvimento econômico, social e ambiental, através de incentivos a commodities em todo o mundo. O CC é composto por nove especialistas eleitos pelos países-membros e tem a função de definir prioridades para o Fundo, analisar, aprovar e acompanhar projetos que lhe são apresentados.

Na primeira reunião de 2025 do CC do CFC da ONU, em janeiro, foram examinados e aprovados 10 novos projetos da Colômbia, Egito, Guatemala, Honduras, Paquistão, Quênia, Ruanda, Serra Leoa, Tanzânia e Zâmbia; e envolvem as atividades de: tilápia, castanhas, pimenta, borracha, frutas, café, cacau, vegetais e óleos vegetais, e fundos de investimentos.

Na ocasião, o empresário e economista Wilson Andrade também foi eleito vice-presidente do CC, entidade da qual foi indicado como conselheiro em 2017/2018 e foi presidente em 2019/2020. 

Os projetos terão aporte de US$ 10 milhões do CFC, englobam US$ 60 milhões em investimentos que vão beneficiar as commodities das quais dependem 37 países ao redor do mundo. Segundo a ONU, estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas dependem diretamente do comércio de commodities ao redor do mundo. Isso inclui agricultores, trabalhadores da indústria extrativa e outras pessoas cujos meios de subsistência estão ligados ao setor.

“O agronegócio baseado nas commodities gera, em todo mundo, um bom porcentual da economia total. Todavia, há a preocupação no que diz respeito à melhor distribuição dos resultados da atividade com commodities entre os diferentes elos das cadeias produtivas. É preciso corrigir a distribuição atual de rendimento dos resultados das commodities. Por exemplo, o preço de um quilo de café no mercado consumidor final é exponencial e exageradamente maior que o preço ao produtor na base da cadeia produtiva. Por isso é importante que nos preocupemos em apoiar o financiamento de projetos que favoreçam a verticalização das cadeias produtivas, com inclusão de tecnologias e inovações que permitam a melhor distribuição de rendimentos das atividades”, declarou Andrade que tem forte atuação na área internacional defendendo o agronegócio da Bahia e do Brasil.

Na reunião, Andrade destacou o crescimento de registro e de aprovação desses fundos de investimentos – uma aposta que o empresário já sinalizava desde 2020. “Aprovamos três fundos que provém o fomento direto para os pequenos produtores, além da assistência técnica e comercial. Essa tendência vem aumentando e pode ser um ótimo exemplo para as pequenas propriedades e de agricultura familiar. É preciso aproveitar experiências como essas de projetos financeiros para os negócios e regiões mais necessitadas do Brasil, como é o caso do semiárido nordestino”, disse.

“Tenho especial interesse nos projetos que viabilizam investimentos nas commodities em parceria com outros fundos ou agências de desenvolvimento de menor porte em diversas regiões do mundo. Essas parcerias viabilizam um efeito multiplicador dos investimentos e possibilitam uma troca de experiência desses fundos menores com o CFC no trato com as empresas, cooperativas e produtores demandantes de financiamento”, completou.

Lamentando que nenhum projeto foi apresentado pelo Brasil, o empresário reforça a esperança de que no próximo edital – abril de 2026 – o país esteja representado. “Com isso se amplia a oportunidade de financiamento para pesquisas e projetos de desenvolvimento de commodities na Bahia e no Brasil. Já participamos da aprovação de um projeto da Bahia que recebeu apoio de US$ 1,5 milhão para a área de cítricos no semiárido da Bahia”, informou.

Para Andrade, com a presença de um brasileiro no CC, a Bahia e o Brasil ganham pelo acesso às informações e pela maior interação entre os países no desenvolvimento de commodities. “A Bahia e o Brasil precisam se internacionalizar mais e este esforço tem que ser conjunto entre o Governo e a iniciativa privada. E não apenas pela possibilidade de financiamento do Fundo, mas pelas oportunidades com outras fontes da ONU e de países-membros, aos quais podemos levar as demandas do nosso agronegócio – o setor que mais ajuda o Brasil a crescer”.

Parceria – Desde que se tornou membro do CC do CFC, Andrade firmou parceria com a Unijorge e a Comissão de Comércio Exterior e Relações Internacionais da Associação Comercial da Bahia (Comex-ACB) que visa a divulgação da oportunidade, capacitação de projetistas e acompanhamento e estímulo de projetos locais. O serviço é prestado com o apoio de entidades empresariais (Faeb, Fieb, Fecomércio, ACB, Aiba, Abrapa, ABAF, Assocafé, sindicatos industriais, sindicatos rurais, cooperativas etc.), de agentes de desenvolvimento (bancos, Desenbahia, Sebrae, fórum das pequenas empresas da SDE, câmaras setoriais etc.), de agentes governamentais (Seagri, SDE, SDR etc.), na área nacional (CNI, CNA, CNC, academias, institutos de pesquisas, consultorias especializadas em projetos agro etc.), entre outros. “Este apoio e divulgação são compromissos extra que temos com o CFC”, acrescenta Andrade. 

“Esta parceria é uma oportunidade importante para que o conhecimento científico alcance aplicabilidade prática e para que os desafios econômicos e sociais inspirem a produção acadêmica”, diz Katiani Zape, coordenadora do curso de Relações Internacionais da Unijorge. “A interdisciplinaridade do conselho, mesclando temáticas relacionadas à economia e gerenciamento de projetos, representa uma grande oportunidade para o fortalecimento das relações entre o meio acadêmico e a sociedade”, disse o estudante Guilherme Dias.

O CFC – Instituição financeira intergovernamental autônoma estabelecida no âmbito da ONU e tem 104 Estados-membros, dentre estes o Brasil. Sua visão e missão incluem: contribuir para o crescimento social e econômico, o desenvolvimento sustentável, o acesso aos alimentos e a integração dos países em desenvolvimento com os mercados internacionais e regionais através da adição de valor sustentável a commodities e cadeias de valor relacionadas, sempre de forma convergente aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU. Espera-se que o CFC seja um parceiro líder na operacionalização de atividades para commodities em países em desenvolvimento.

O CFC seleciona, aprova e apoia cerca de 60 projetos por ano e tem uma média de empréstimo de US$ 75 milhões anuais. São propositores elegíveis: instituições públicas e privadas, instituições de desenvolvimento bilaterais e multilaterais, cooperativas, organizações de produtores, pequenas e médias empresas, empresas de transformação e comercial e instituições financeiras locais.

Os projetos devem ser financeiramente sustentáveis, escaláveis e com amplo impacto no desenvolvimento das partes interessadas nas cadeias de valor das commodities. Devem criar emprego, especialmente para jovens e mulheres; aumentar a renda familiar; reduzir a pobreza; melhorar a segurança alimentar e criar colaboração efetiva e econômica entre produtores, indústrias, governos, organizações da sociedade civil e outros interessados em commodities.


*Wilson Andrade é Diretor Executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) que congrega empresas que utilizam madeira de florestas plantadas. Opera com atividades de trading, investimentos em geral e consultoria nas áreas de recuperação de empresas e implantação de projetos pioneiros para a iniciativa privada e organizações governamentais. É presidente do Conselho de Comércio Exterior da FIEB e a representa na Coalizão Empresarial Brasileira (CEB), da CNI, que acompanha junto ao Governo Federal os acordos internacionais brasileiros, sejam eles bilaterais ou multilaterais. É professor de Economia Internacional, Comércio Exterior e tem colaborado em outras entidades internacionais: membro do Conselho Consultivo (CC) do Fundo Comum de Commodities (CFC) das Nações Unidas desde 2017; Membro nato da Associação Comercial da Bahia (ACB); Presidente e fundador da organização mundial de fibras naturais (International Natural Fibres Organization – INFO) que reúne 16 países produtores de fibras naturais; Cônsul Emérito da Finlândia; Preside o Intergovernmental Group on Hard Fibres (IGGHF/FAO/ONU) e desde 1972 representa o governo brasileiro como Delegado em várias reuniões.

Para mais informações: Wilson Andrade – (71) 3342-6102/ 98801-3000 / wilsonandrade@terra.com.br.

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John Deere apresenta nova Série H de máquinas florestais

Linha conta com sistemas hidráulicos avançados e menor consumo de combustível

A John Deere lançou a nova Série H de máquinas florestais. A linha inclui os harvesters 1270H e 1470H e os forwarders 2010H e 2510H. Os equipamentos prometem elevar a produtividade e reduzir o custo operacional com sistemas hidráulicos aprimorados, automação avançada e melhorias ergonômicas.

Segundo Mikko Borgstrom, gerente global de marketing de produto da John Deere, a Série H marca um avanço significativo. Os novos modelos entregam mais potência, precisão e eficiência no uso de combustível. Os harvesters agora operam com três bombas hidráulicas dedicadas, o que melhora o desempenho dos rolos de alimentação, das unidades de serra e do braço mecânico.

Comparados à Série G, os harvesters H oferecem ciclos mais rápidos e maior eficiência de corte. O consumo de combustível por metro cúbico colhido caiu significativamente. O controle inteligente de braço (IBC 2.0), agora item de série, torna os movimentos mais suaves e precisos, reduzindo o cansaço do operador e aumentando a precisão nas operações.

O sistema Active Frame Lock melhora a estabilidade dos harvesters, inclusive em terrenos inclinados. O operador ganha maior área de atuação e controle ao trabalhar com o braço em posições laterais.

Os forwarders 2010H e 2510H transportam 25% mais carga que os modelos anteriores. Isso diminui o custo por ciclo e aumenta a eficiência no transporte da madeira. Os braços F9 e F10 ampliam o alcance até 10,7 metros e oferecem mais torque de elevação, otimizando o carregamento mesmo em terrenos irregulares. O novo sistema de travamento do chassi aumenta a estabilidade com a carga completa.

A cabine dos modelos da Série H foi redesenhada para favorecer o conforto e a visibilidade. Conta com área envidraçada maior, interior mais silencioso e cabine rotativa com nivelamento automático. Os controles ergonômicos, joysticks programáveis e sistema de som premium melhoram a experiência do operador. A Chave Inteligente da Cabine permite personalizar as configurações ao iniciar o turno.

As soluções digitais também avançaram. O sistema TimberMatic H Automation ganhou interface redesenhada, modos de exibição diurna e noturna, e compartilhamento de dados em tempo real com mapeamento de áreas de corte. O objetivo é facilitar o planejamento e a execução do trabalho.

A manutenção também ficou mais simples com pontos de reabastecimento centralizados, sensor elétrico de nível de óleo e sistema centralizado de lubrificação. O novo cabeçote H216, substituto do H270, trabalha com toras de madeira dura e macia. Equipado com serra superior, motores de alimentação reforçados e sensor a laser para encontrar extremidades, o H216 pode ser instalado nos modelos 1270H e 1470H com diferentes alcances de braço.

Informações: Revista Cultivar.

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Melhoramentos investe R$ 40 milhões em fábrica de embalagens sustentáveis 68% mais limpas em carbono

Inovação, focada no setor de alimentos, se decompõe em 75 dias e resiste a temperaturas de até 220 ºC

Melhoramentos – companhia de capital aberto que atua nos setores editorial, florestal e imobiliário – inaugurou nesta quarta-feira sua nova fábrica de embalagens sustentáveis Biona, em Camanducaia (MG).

A nova fábrica conta com investimento inicial de R$ 40 milhões, gerando uma capacidade de produção de 60 milhões a 80 milhões de embalagens ao ano. A indústria deve ser focada em atender o setor de alimentos, com foco em resistir a gordura, umidade e temperaturas extremas. O objetivo é substituir de forma sustentável as embalagens de plástico de uso único.

O novo material é compostável e tem sua decomposição completa em cerca de 75 dias. O diferencial não está apenas na origem renovável das embalagens – feitas de fibra de celulose –, mas nos números que emergem de um estudo inédito sobre pegada de carbono. A pesquisa, conduzida pela consultoria Planton, revelou que a Biona emite apenas 22,37 gramas de CO₂ equivalente por unidade, índice 68% menor que embalagens de polietileno convencionais.

“Esperávamos um bom desempenho, mas um índice de apenas 22,37 gCO₂e coloca a Biona como uma inovação que ajudará as indústrias em suas metas de redução de CO₂”, avalia Carolina Alcoforado, diretora de Inovação e Novos Negócios da Melhoramentos.

A substituição de 1 milhão de embalagens plásticas tradicionais por Biona economizaria 17,4 toneladas de CO₂ anualmente – equivalente ao consumo energético de 145 residências por um ano inteiro.

Tecnologia sustentável

Rafael Gibini, CEO da Melhoramentos, vê na integração vertical da empresa – que vai da produção de madeira à celulose – o elemento que viabiliza custos competitivos. “Estamos unindo nossa experiência em base florestal renovável a tecnologias inovadoras para oferecer uma solução zero plástico”, explica.

A operação gerará 40 empregos diretos na região sul de Minas, onde a Melhoramentos já mantém há oito décadas suas operações florestais.

A escolha da localização não foi casual. Camanducaia fica no coração da região onde a empresa extrai fibras de celulose de alto rendimento, garantindo integração logística e redução de custos de transporte – fatores que contribuem para manter a pegada de carbono baixa.

Um dos trunfos da Biona está no fim da linha. Diferentemente do plástico convencional, que pode levar séculos para se decompor, a nova embalagem oferece duas rotas de descarte: pode ir para a composteira ou para a reciclagem tradicional de papel.

A Planton, empresa B certificada responsável pela pesquisa, comparou a Biona com seis tipos diferentes de embalagens: polietileno (PEAD), polpa moldada chinesa, PET, polipropileno e papel-cartão com revestimento plástico. Em todos os cenários, a embalagem brasileira apresentou desempenho superior.

Para o mercado brasileiro, que busca alternativas sustentáveis sem abrir mão da funcionalidade, a Biona representa uma guinada na direção certa. A questão agora é se conseguirá conquistar os players do setor alimentício e, principalmente, se o consumidor final abraçará mais essa mudança em seus hábitos de consumo.

Informações: Exame.

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Nunca antes neste País a Amazônia queimou tanto

Pela primeira vez, a vegetação florestal da Amazônia foi a mais atingida

A Amazônia registrou em 2024 a maior área queimada desde o início do monitoramento em 1985, segundo o Relatório Anual do Fogo (RAF) do MapBiomas. Foram cerca de 15,6 milhões de hectares afetados pelo fogo, um aumento de 117% em relação à média histórica do bioma, representando 52% de toda a área queimada no Brasil no ano passado.

Pela primeira vez na série histórica, a vegetação florestal da Amazônia foi a mais atingida pelo fogo, com 6,7 milhões de hectares queimados — superando as pastagens, que somaram 5,2 milhões de hectares. Esse fenômeno reflete a intensificação dos incêndios em áreas florestais, agravada por dois anos consecutivos de seca severa e pela ação humana.

O fogo não é natural nas florestas amazônicas e causa graves impactos ambientais, como perda da biodiversidade e degradação dos serviços ecossistêmicos. A combinação de vegetação inflamável, baixa umidade e uso do fogo levou a esse recorde, alertam os pesquisadores do MapBiomas.

“O fogo não é um elemento natural da dinâmica ecológica das florestas amazônicas. As áreas queimadas que marcaram o bioma em 2024 são resultado da ação humana, especialmente em um cenário agravado por dois anos consecutivos de seca severa. A combinação entre vegetação altamente inflamável, baixa umidade e o uso do fogo  criou as condições perfeitas para a propagação do mesmo em larga escala, levando a um recorde histórico de área queimada na região.” afirma Felipe Martenexen, coordenador de mapeamento do bioma Amazônia do MapBiomas.

Juntos, Amazônia e Cerrado concentram 86% da área queimada no Brasil, mas a Amazônia se destaca pelo crescimento significativo em 2024, chamando atenção para a necessidade urgente de políticas eficazes de prevenção e combate aos incêndios.

Informações: AgroLink.

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Formações promovidas pela Suzano geram oportunidades para mulheres no setor florestal em Ribas do Rio Pardo (MS)

Vanuza Souza Pereira, de 29 anos, e Isabela Ribeiro da Silva, de 31, são exemplos de mulheres que encontraram nos cursos de formação de operadores(as) de máquinas florestais uma oportunidade real de reescrever suas trajetórias profissionais em um setor ainda predominantemente masculino. Desenvolvidos pela Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos a partir do eucalipto, em parceria com o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), as formações têm colaborado para promover o desenvolvimento sustentável por meio da equidade de oportunidades na região.

Vanuza trocou a rotina como empregada doméstica por uma cabine de forwarder – máquina usada para facilitar a movimentação e carregamento do eucalipto nas áreas de colheita. Ela faz parte da primeira turma do curso de formação florestal oferecido em 2021. “Foi a primeira vez que vi uma empresa reservar vagas pensando nas mulheres aqui em Ribas do Rio Pardo”, lembra. Hoje, divide-se entre o trabalho no módulo de colheita e o curso técnico em Logística, buscando novos horizontes dentro da própria empresa. “A Suzano mudou minha vida e me fez enxergar um futuro que antes parecia impossível”, completa.

Vanuza Pereira

Já Isabella, que conciliava dois empregos para sustentar a filha, de 12 anos, viu no curso gratuito oferecido pela Suzano em parceria com o SENAI, em 2024, a chance de sair da informalidade e conquistar uma nova profissão. Ela acreditou no seu potencial e, pouco tempo depois, foi contratada como operadora de harvester – máquina responsável pelo corte dos eucaliptos em toras que serão posteriormente carregadas nas carretas para transporte até a unidade da empresa em Ribas do Rio Pardo. Hoje, celebra com orgulho o primeiro ano de carteira assinada e o desejo de crescer ainda mais. “Tem gente que duvidou, mas eu fui. Cada dia na Suzano é um aprendizado e uma conquista”, enfatiza.

Mulheres que abrem caminhos

Vanuza fez parte de um grupo pioneiro de mulheres em Mato Grosso do Sul que participou da primeira turma do curso de formação de operadores(as) de máquinas florestais promovido pela Suzano. Das 80 pessoas da turma, cerca 20 eram mulheres. Para muitas, assim como para ela, aquela foi a primeira oportunidade de entrar em um setor ainda predominantemente masculino.

“Algumas vinham do trabalho doméstico, outras eram costureiras ou atendentes de padaria. A maioria nunca imaginou operar uma máquina florestal. Foi transformador, tanto para nós como para a cidade”, conta Vanuza. Ela destaca que a política de diversidade da Suzano foi um fator que a motivou desde o início: “A gente viu que era uma empresa que dá espaço para a mulher e isso fez toda a diferença”.

Isabela também enfrentou resistência. Ao se inscrever no curso em 2024, ouviu comentários desmotivadores de pessoas próximas, mas manteve-se firme. “Teve gente que disse que não era lugar para mulher, mas era uma área que eu sempre quis entrar. Fui e tentei”, diz. Com o apoio da família e a vontade de construir um futuro melhor para si e para a filha, ela concluiu a formação na quinta turma de operadores(as), em Água Clara, e foi contratada logo em seguida.

Isabella Ribeiro

Para ela, a experiência representa não só estabilidade financeira e qualidade de vida, mas também crescimento profissional. Ela já considera investir em uma graduação ou curso técnico para continuar evoluindo na carreira. “É puxado, mas vale a pena. Cada dia a gente aprende algo novo”, afirma.

Inspirada pela própria trajetória, Isabella agora sonha em ver outras mulheres – inclusive sua esposa – aproveitando as mesmas oportunidades. “Estar em uma empresa do porte da Suzano traz muitas conquistas: conhecimento, remuneração digna, qualidade de vida e a chance de crescer. Isso é muito gratificante. Qualquer mulher que me pedir um conselho, eu incentivaria a fazer o curso, com certeza”, conclui.

Nova turma com 74 vagas

A nova turma do curso de Operador(a) de Máquinas Florestais em Ribas do Rio Pardo (MS), que será ofertado em parceria com o SENAI, segue com as inscrições abertas até o dia 29 de junho, pela página bit.ly/operador-florestal-ribas. Ao todo, são 74 vagas disponíveis, das quais 40% são destinadas exclusivamente a mulheres e a pessoas com deficiência, reforçando o compromisso da Suzano com a inclusão e a diversidade.

A formação é voltada a moradores da região e oferece bolsa-auxílio de R$ 1.400,00, além de alimentação, transporte, seguro de vida, camisetas e EPIs. Para participar, é necessário ter mais de 18 anos, Ensino Fundamental completo, carteira de habilitação categoria “B” e residir em Ribas do Rio Pardo. O curso inclui aulas teóricas e práticas, com conteúdo ministrado pelo SENAI e atividades em campo nas áreas operacionais da Suzano. Ao final, os(as) formandos(as) receberão certificado profissionalizante, validando a qualificação adquirida.

De acordo com Rodrigo Zagonel, diretor de Operações Florestais da Suzano em Ribas do Rio Pardo, a qualificação profissional é uma das ferramentas mais potentes para transformar realidades. “Mais do que formar profissionais, os cursos promovem inclusão, diversidade e desenvolvimento. Em linha com o nosso direcionador que diz que ‘só é bom para nós se for bom para o mundo’, seguimos investindo em formação e na criação de oportunidades reais para que as pessoas cresçam junto com a nossa operação, construindo um legado positivo para as comunidades onde estamos presentes”, afirma.

Mais informações sobre a formação podem ser obtidas pelo telefone (67) 3509-1026. Já informações sobre processos seletivos da empresa estão disponíveis na Plataforma de Oportunidades da Suzano: https://suzano.gupy.io/. Na página, é possível acessar ainda todos os processos seletivos da Suzano abertos em Mato Grosso do Sul e nas regiões onde a empresa atua.

Sobre a Suzano 

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Nossos produtos e soluções estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, abastecem mais de 100 países e incluem celulose; papéis para imprimir e escrever; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis sanitários e produtos absorventes; além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender a demanda global. A inovação e a sustentabilidade orientam nosso propósito de “Renovar a vida a partir da árvore” e nosso trabalho no enfrentamento dos desafios da sociedade e do planeta. Com mais de 100 anos de história, temos ações nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais na página: www.suzano.com.br 

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Abrace este Projeto: iniciativa Arauco oferece cursos técnicos profissionalizantes

Em parceria com o SENAI, a ação abre oportunidades de formação profissional com bolsas de até R$ 1.500 para Inocência, Paranaíba e Três Lagoas

O programa “Abrace este Projeto” vai oferecer 560 vagas em cursos técnicos gratuitos para as cidades de Inocência, Paranaíba e Três Lagoas, que ganham com uma oportunidade de capacitação gratuita voltada para o setor industrial que mais cresce em Mato Grosso do Sul, a indústria de celulose. A iniciativa é do Projeto Sucuriú, da Arauco, em parceria com o SENAI-MS. Os cursos oferecidos abrangem as áreas de Automação, Celulose & Papel, Eletrotécnica, Logística, Mecânica e Química, e serão ministrados em turmas nos períodos integral e noturno.

Além da formação gratuita, os alunos poderão contar com bolsas mensais de até R$ 1.500, um incentivo para que possam se dedicar ao aprendizado durante o período de estudos.

Conforme Arnaldo Milan de Souza, gerente de Pessoas do Projeto Sucuriú, a ação é parte das iniciativas voltadas ao desenvolvimento regional e que vão além da construção da nova fábrica. “Esta etapa é essencial ao Projeto Sucuriú, um investimento em gente, em educação, em futuro”, avalia, acrescentando: “o programa foi pensado para trazer formação e elevar o nível da educacional das pessoas criando oportunidades, tanto na operação Arauco quanto nas empresas envolvidas na implantação do Projeto”, destaca o gerente.

Já o Senai detém papel estratégico na formação dos profissionais necessários para cada etapa do processo produtivo da nova fábrica. “Temos tempo hábil para preparar, divulgar e executar todas as etapas da qualificação profissional, garantindo que, no momento do início das atividades da planta, todas as vagas estejam preenchidas e não haja déficit de mão de obra”, explica Rodolpho Caesar Mangialardo, diretor-regional do SENAI. “Temos orgulho desta parceria e em contribuir com a Arauco desde o início aqui em Mato Grosso do Sul”.

Com o “Abrace este Projeto”, Arauco e SENAI reforçam o compromisso de fortalecimento da economia local por meio da educação profissional e do acesso a novas oportunidades. O programa está alinhado à estratégia da Arauco em promover o desenvolvimento sustentável nas regiões onde atua, unindo capacitação técnica à geração de emprego e renda. Para tanto, conta com a ampla experiência do Senai no setor de celulose, ajudando centenas de pessoas a muda de vida, a partir da transferência de conhecimentos.

SERVICO: As aulas começam a partir do dia 18 de agosto. Para participar é necessário ter 18 anos ou mais e ensino médio completo. As inscrições vão até o dia 22 de julho e podem ser feitas pelo site: sistemafiems.ms.senai.br/abrace-este-projeto.

Sobre o Projeto Sucuriú

O Projeto Sucuriú marca a entrada da divisão de celulose da Arauco no Brasil. O investimento de US$4.6 bilhões inclui a construção de uma planta com capacidade de produção de 3,5 milhões de toneladas de fibra curta de celulose/ano. Está localizado em uma área de 3.500 hectares, a 50 quilômetros do centro da cidade de Inocência (MS) e ao lado do Rio Sucuriú. A etapa de terraplanagem começou em 2024 e a previsão de entrada em operação é no final de 2027.

Em todas as fases desenvolvimento do Projeto, e de maneira contínua, monitora e respeita a biodiversidade local, identificando espécies de flora e fauna nativas da região, além de fazer o mapeamento das áreas prioritárias para conservação.

Durante as obras, a Arauco vai oferecer capacitação e gerar mais de 14 mil oportunidades de trabalho. Depois do start up, o Projeto Sucuriú empregará cerca de 6 mil pessoas nas unidades Industrial, Florestal e operações de Logística. O propósito é impulsionar o desenvolvimento social e econômico para toda região, fomentando um aumento na geração de renda e na arrecadação de impostos, além de contribuir para atrair investimentos.

Sobre a Arauco Brasil

No país desde 2002, a Arauco atua nos segmentos Florestal e de Madeiras com o propósito de, a partir da natureza e de fontes renováveis, contribuir com as pessoas e o planeta. Emprega mais de 3000 colaboradores próprios e conta com 5 unidades industriais brasileiras.

As plantas estão distribuídas entre a produção de painéis, em três fábricas localizadas nas cidades de Jaguariaíva (PR), Ponta Grossa (PR) e Montenegro (RS); painéis e molduras, na planta localizada em Piên (PR); resinas e químicos, na unidade de Araucária (PR) e, em 2027, prepara-se para inaugurar sua primeira fábrica de celulose brasileira em Inocência (MS).

Com atuação orientada por práticas ESG, a Arauco possui certificação FSC® (Forest Stewardship Council®) em suas florestas, que reconhece o manejo ambientalmente responsável, socialmente justo e economicamente viável. A companhia também foi a primeira do mundo a receber a certificação Carbono Neutro, em 2020, emitida pela Delloite e auditada pela Price Waterhouse. Globalmente e no país, opera primando pela gestão responsável da água, a conservação da biodiversidade e a retirada de gás carbônico da atmosfera.

Sobre o Senai

Maior complexo de educação profissional da América Latina e um dos cinco maiores do mundo, o Senai é referência nacional no apoio à tecnologia e inovação em empresas industriais de todos os portes e segmentos e na oferta de curso de iniciação profissional, graduação e pós-graduação tecnológica para trabalhadores da indústria.

Em Mato Grosso do Sul, o Senai está presente em 11 municípios do Estado com unidades fixas, localizadas nas cidades de Aparecida do Taboado, Campo Grande, Corumbá, Dourados, Maracaju, Naviraí, Nova Andradina, Sidrolândia, Sonora, Rio Verde e Três Lagoas e conta com três complexos laboratoriais de alta tecnologia.

A instituição também se faz presente em todo o Estado, com unidades móveis que levam cursos de qualificação profissional para todas as regiões, contribuindo com o desenvolvimento do setor industrial.

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Com crescimento impulsionado pela celulose, Inocência anuncia obras de infraestrutura com apoio do Governo do Estado

Pavimentação e drenagem do Loteamento Zé Dias da Silva e do distrito São Pedro são prioridades para 2025

Diante dos bilionários investimentos no setor de celulose, o município de Inocência apresentou nesta terça-feira (24) os projetos de infraestrutura previstos para 2025, que contarão com o apoio e parceria do Governo do Estado. De forma imediata, ficou definido que serão realizadas obras de pavimentação e drenagem no Loteamento Zé Dias da Silva e no distrito São Pedro.

A definição ocorreu durante reunião com o governador Eduardo Riedel, por meio do programa MS Ativo. “Inocência recebe grandes investimentos privados, mas está sentindo na pele o processo acelerado deste crescimento. Chegou o momento de ouvir o prefeito e vereadores sobre as novas demandas, para definirmos os projetos principais. Vamos fazer por ordem de prioridade”, declarou o governador.

O prefeito Antônio Ângelo Garcia, o Toninho da Cofapi, apresentou os principais projetos e obras que o município necessita para acompanhar o novo ritmo de desenvolvimento. “Inocência só tem a agradecer tudo que o Estado está fazendo pela cidade. São investimentos importantes que levam resultados para a população. Com esta nova realidade, a cidade precisa de uma atenção especial”, afirmou.

O distrito São Pedro, um dos focos do plano de pavimentação, será atendido por meio de parceria direta entre Estado e Prefeitura.

A reunião contou ainda com a presença da senadora Tereza Cristina, dos deputados federais Geraldo Resende e Beto Pereira, dos deputados estaduais Paulo Corrêa, Rinaldo Modesto, Junior Mochi, Pedro Caravina, Jamilson Name, Zé Teixeira e Mara Caseiro, além do vice-governador Barbosinha e dos secretários estaduais Jaime Verruck (Semadesc), Guilherme Alcântara (Seilog) e Eduardo Rocha (Casa Civil).

Com os novos projetos, Inocência busca alinhar sua estrutura urbana ao desenvolvimento acelerado, garantindo qualidade de vida à população e suporte adequado aos empreendimentos que vêm transformando a realidade econômica da cidade.

Informações: MS Todo Dia.

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Agronegócio fornece 29% de toda a energia renovável do país, revela estudo do Observatório de Bioeconomia da FGV

Setores como alimentos e bebidas, papel e celulose, cerâmica e ferroligas já usam majoritariamente energia derivada da biomassa agropecuária. Em alguns casos, ela supera 70% da matriz energética industrial

O agronegócio não é apenas um consumidor de energia, mas, sim, um dos principais fornecedores de energia renovável do país. O setor responde por cerca de 29% de toda a energia usada no Brasil – e, dentro do grupo das fontes renováveis, sua contribuição chega a impressionantes 60%, É o que revela o estudo inédito “Dinâmicas de Demanda e Oferta de Energia pelo Agronegócio” do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV).

De acordo com o coordenador do núcleo de bioenergia do Observatório da FGV, Luciano Rodrigues, o agronegócio brasileiro sempre foi sinônimo de produtividade, exportações recordes e segurança alimentar. O estudo evidencia que uma nova dimensão se impõe desse setor: sua relevância estratégica na transição energética do Brasil.

“Esse protagonismo não se restringe à quantidade de energia limpa ofertada no País ou a presença dos biocombustíveis no setor de transporte – ele também se reflete nos destinos da bioenergia do agro, que se coloca como principal origem da matriz energética de vários setores industriais”, concluiu Rodrigues.

Sob a ótica da demanda, apesar de não figurar entre os países com maior intensidade energética, o consumo de energia pelo agro brasileiro requer alguma atenção, sobretudo pelo uso do diesel.

“O agronegócio no Brasil possui diversas características favoráveis para a utilização de energia limpa em toda sua cadeia produtiva: o clima tropical, a produção extensiva com menos irrigação, a elevada produtividade por hectare, mais de uma safra por ano, tecnologia e manejo adaptados às condições edafoclimáticas do país. No entanto, essa vantagem convive com uma vulnerabilidade: a dependência do diesel. Em 2022, 73% da energia usada diretamente na agropecuária brasileira veio de combustíveis fósseis, em especial o diesel. Isso torna o setor sensível a choques externos, como variações no preço do petróleo ou crises geopolíticas”, explica o pesquisador.

 Uso de energia por valor da produção agropecuária (GJ/USD1000)

O consumo de energia por valor da produção agropecuária é um indicador consolidado mundialmente para mensurar a eficiência energética e econômica do setor agropecuário, permitindo avaliar quanto de energia é requerido para gerar cada mil dólares (USD) de valor bruto da produção agropecuária.

Em 2022, o Brasil apresentou uma intensidade de uso de energia na agropecuária de 1,9 GJ por mil dólares de valor bruto da produção, patamar próximo à média mundial, estimada em 1,7 GJ/USD1000.

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No caso brasileiro, os resultados evidenciam uma vantagem competitiva moderada em termos de eficiência energética econômica, reforçando que o país consegue gerar valor agrícola com consumo energético relativamente eficiente ante países desenvolvidos. Contudo, permanecem desafios associados à melhoria da eficiência dos sistemas produtivos, especialmente em segmentos agroindustriais de menor valor agregado por tonelada produzida.

 Brasil fornecedor global de alimentos

Outro indicador analisado foi o de consumo de energia por valor da produção de alimentos, que mede a intensidade energética associada exclusivamente às cadeias agropecuárias voltadas à produção de alimentos.

Essa métrica é particularmente relevante no contexto das discussões internacionais sobre segurança alimentar e sustentabilidade, pois permite aferir a eficiência energética relativa ao fornecimento de alimentos para a sociedade.

Em 2022, o Brasil apresentou um consumo de 2,0 GJ de energia por mil dólares de valor da produção de alimentos, valor ligeiramente superior à média global (1,7 GJ/USD1000), mas inferior a diversos países produtores relevantes, como: Argentina (8,2 GJ/USD1000); Canadá (4,3 GJ/USD1000); Espanha (2,4 GJ/USD1000); e França (2,2 GJ/USD1000).

Esse resultado reforça o posicionamento do Brasil como fornecedor global de alimentos com eficiência energética relativamente competitiva, especialmente frente a países com sistemas produtivos altamente intensivos em insumos energéticos, como os países europeus.

O papel da Bioenergia na transição energética

A pesquisa revela ainda que o agronegócio é responsável por mais da metade da energia renovável usada no Brasil. Isso inclui o etanol da cana, o biodiesel da soja, o biogás de resíduos agropecuários, a lenha de florestas plantadas, a lixívia e outros subprodutos.

Sem essa contribuição, a matriz brasileira de energia renovável cairia de 49% para cerca de 20% – muito mais próxima da média global, que hoje gira em torno de 15%. A presença do agro diferencia o país das demais potências agroindustriais no quesito sustentabilidade energética.

No início dos anos 1970, a contribuição agropecuária à oferta energética apresentava elevada participação da lenha e carvão vegetal, que respondiam por mais de 40% da bioenergia do setor. Essa configuração começou a se alterar a partir dos anos 1980, quando a produção de derivados da biomassa da cana-de-açúcar se intensificou, impulsionada pela implementação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool).

Entre 1988 e 2003, a participação da bioenergia do agronegócio na matriz nacional permaneceu relativamente estagnada, oscilando em torno de 20%. Houve, entretanto, crescimento expressivo da oferta de lixívia, que passou de 1,2 milhão para 3,7 milhões de TEP. Por outro lado, o desempenho da cana-de-açúcar foi impactado negativamente pela crise do etanol no final dos anos 1980 e pela oscilação da produção no período de desregulamentação do setor.

A partir de 2003, essa tendência foi amplamente revertida. As duas décadas seguintes foram marcadas por forte expansão e diversificação da agroenergia. A oferta de energia proveniente da cana quase triplicou, impulsionada pela popularização dos veículos flex-fuel e pela expansão da bioeletricidade gerada com bagaço de cana-de-açúcar. A produção de lenha e carvão vegetal também duplicou no período, refletindo o fortalecimento da silvicultura energética como atividade comercial. A lixívia, por sua vez, teve crescimento próximo a 300%, acompanhando a expansão da indústria de papel e celulose.

Em síntese, a trajetória da bioenergia agropecuária foi um dos pilares da transição energética brasileira. Esse protagonismo também se reflete nos destinos da utilização dessa energia limpa. Setores como alimentos e bebidas, papel e celulose, cerâmica e ferroligas já usam majoritariamente energia derivada da biomassa agropecuária. Em alguns casos, ela supera 70% da matriz energética industrial.

Consumo de bioenergia do agro por setores

O estudo também analisou, no período de 1970 a 2023, quais setores econômicos utilizam a bioenergia do agronegócio.

Historicamente, o setor industrial se consolidou como o principal consumidor da bioenergia vinculada ao agronegócio. No início da série, esse setor absorvia mais de 70% da oferta total dessas fontes, tendência que se estabilizou em cerca de 50% nas últimas décadas. Essa dominância reflete a intensa utilização de biomassa sólida (como lenha e carvão vegetal) e de subprodutos industriais (como lixívia) nos processos industriais térmicos, particularmente nos subsetores de alimentos e bebidas, papel e celulose, cerâmica e ferroligas.

O setor de transportes desponta como o segundo maior consumidor da bioenergia do agro, com expansão significativa a partir da década de 1980, impulsionada pela introdução do etanol hidratado no contexto do Proálcool. Posteriormente, na década de 2000, observa-se uma nova inflexão ascendente com a institucionalização do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) e o crescimento da frota flex-fuel. Esses movimentos estruturais consolidaram o etanol e o biodiesel como pilares da matriz energética do setor de transportes brasileiro.

Já o setor energético, responsável por autoprodução e cogeração de energia elétrica e térmica, apresentou um aumento importante na participação relativa da bioenergia do agro entre os anos 1980 e início dos anos 2000. Essa trajetória reflete a ampliação da geração elétrica a partir da queima de bagaço de cana nas usinas sucroenergéticas e da lixívia nas plantas de celulose.

A conclusão é que a bioenergia vinculada ao agronegócio não apenas contribui significativamente para a diversificação da matriz energética brasileira, mas está estrategicamente posicionada nos setores com maior consumo e impacto econômico. A centralidade da indústria, pautada especialmente pela presença das agroindústrias, e dos transportes como destinos principais dessas fontes evidencia que políticas públicas voltadas à expansão e à eficiência dessas rotas bioenergéticas podem ter impactos multiplicadores relevantes.

Metodologia

A análise no estudo teve como base empírica os dados disponibilizados pelo Balanço Energético Nacional (BEN), principal instrumento oficial de monitoramento da evolução da matriz energética brasileira. Além disso, foram utilizadas base de dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e as modelagens globais como o GTAP-Power (expansão da base de dados GTAP – Global Trade Analysis Project – com foco na eletricidade).

Informações: Notícias Agrícolas / Imagem destaque: divulgação.

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Incêndios destruíram 30 milhões de hectares de florestas em 2024

Pelo menos 30 milhões de hectares foram destruídos pelo fogo no Brasil, em 2024, uma área 62% acima da média histórica, que é de 18,5 milhões por ano. O dado está no MapBiomas Fogo, lançado nesta segunda-feira (23) e parte da primeira edição do Relatório Anual do Fogo (RAF), com números relativos ao período de 1985 a 2024.

O aumento das áreas queimadas em relação à média histórica ocorreu na maioria dos biomas. A Amazônia registrou a maior área queimada de toda a série histórica e foi o bioma que mais queimou: foram 15,6 milhões de hectares, um valor 117% acima da média.

No Pantanal, a extensão da destruição ficou 157% acima da média e, no Cerrado, 10%. As exceções ficaram por conta da Caatinga e dos Pampas, onde foram registrados decréscimos de 16% e 48%, respectivamente. No caso da Mata Atlântica, o ano de 2024 bateu recorde de destruição: a área afetada pelo fogo foi 261% acima da média histórica. Não por acaso, no ano passado, São Paulo concentrou quatro dos dez municípios com maior proporção de área queimada, todos no entorno do município de Ribeirão Preto, uma região predominantemente agrícola. São eles: Barrinha, Dumont, Pontal e Pontes Gestal.

Obtidos a partir do mapeamento das cicatrizes de fogo por imagens de satélite, os dados traçam o mais completo retrato da ação do fogo em todo o território nacional e revelam alguns padrões. Os incêndios são concentrados em um período curto do ano, em determinados biomas e, recorrentemente, nos mesmos lugares. O período de agosto a outubro responde por 72% da área queimada no país.

Série histórica

O Cerrado e a Amazônia são os biomas com maior ocorrência de queimadas nos últimos 40 anos, o equivalente a 86% da área incendiada pelo menos uma vez. De forma geral, 64% da área afetada queimou mais de uma vez entre 1985 e 2024.

“Essa primeira edição do RAF é uma ferramenta fundamental para apoiar políticas públicas e ações de gestão territorial do fogo”, diz a coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar. “Ao identificar os locais e períodos mais críticos, o relatório permite apoiar o planejamento de medidas preventivas e direcionar de forma mais eficaz os esforços de combate aos incêndios”.

Ao longo dos últimos 40 anos, 69,5% das queimadas no Brasil ocorreram em áreas de vegetação nativa, em um total de 514 milhões de hectares. No ano passado essa porcentagem foi ainda mais alta: 72%. Foram registradas mudanças na vegetação nativa mais afetada. Historicamente, a maior área de vegetação nativa queimada era de savana, com média anual de 6,3 milhões de hectares. Em 2024, no entanto, predominaram os incêndios em áreas de floresta, com 7,7 milhões de hectares – uma extensão 287% superior à média.

Os biomas com maior proporção de vegetação nativa afetada pelo fogo entre 1985 e 2024 foram Caatinga, Cerrado, Pampa e Pantanal, todos com mais de 80% da extensão afetada. Em Amazônia e Mata Atlântica, o fogo ocorreu principalmente em áreas antrópicas (mais de 55%). No caso de Amazônia, pastagens respondem por 53,2% da área queimada no período; na Mata Atlântica, 28,9% da extensão queimada eram de pastagem e 11,4% de agricultura.

Informações: Amazonas Atual.

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Entidades promovem lançamento oficial da Campanha de Prevenção a Incêndios Florestais

Foi lançada no dia 12 de junho a campanha 2025 de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, idealizada pela Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas), em parceria com diversas instituições e órgãos de entidades públicas e privadas.

“A campanha começa no período de seca no Paraná, que ocorre de junho a outubro, mas é uma preocupação contínua. Para o setor florestal, a prevenção a incêndios florestais exige a maior atenção, porque nosso patrimônio chega a 1,17 milhões de hectares de florestas plantadas, e envolve riscos não só às florestas, mas também aos animais e vidas humanas”, assinala Fabio Brun, presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas).

Cartilhas serão divulgadas nas escolas

A edição 2025 da campanha traz como foco o protagonismo infantil como ferramenta de transformação social e ambiental. A ideia é trabalhar a conscientização desde a escola, formando crianças e adolescentes como multiplicadores de atitudes responsáveis.

“Educação é o que faz a diferença na campanha e estaremos divulgando a cartilha pelas escolas, explicando ao público jovem sobre o uso do fogo, onde qualquer descuido pode fugir do controle”, alerta Brun.

Dados do Corpo de Bombeiros mostram que houve uma queda de 40% nos primeiros quatro meses deste ano nos focos de incêndio no estado, reforçando o alerta para o período crítico, especialmente nos meses de agosto e setembro, quando a vegetação seca os eventos de geada ocorrem e a propagação do fogo é favorecida. O comandante do Corpo de Bombeiros Militar, Antonio Hiller, afirma que as regiões Norte e Centro-Sul do Paraná são as regiões mais críticas. “A região Norte pela temperatura elevada, propícia à ocorrência de focos de incêndio, e a região Centro-Sul que sofre em função da geada, a qual transforma-se em material seco e com mais perigo”, orienta.

Fogueiras em acampamento está entre os riscos de incêndio

Ele afirma que cerca de 90% dos incêndios têm origem humana. Por isso, é fundamental investir em campanhas educativas e em mudanças culturais duradouras. “O descuido das pessoas fazendo fogueiras em acampamentos, jogando bituca na beira da estrada, ou queimando lixo é algo que pode ser evitado e minimizado com a conscientização da população”, destaca Hiller.

A campanha é idealizada pela APRE Florestas com o apoio do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Embrapa Florestas, FAEP, Ibama/Prevfogo, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), Instituto Água e Terra (IAT), Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Paraná, Governo do Paraná, Universidade Federal do Paraná (UFPR), ABIMCI, APEF, FUPEF, Associação Paranaense de Medicina de Animais Selvagens, Rede Nacional de Brigadas Voluntárias e Simepar.

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