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Eucalyptus benthamii gera impacto econômico de R$ 6 milhões anuais no Sul do Brasil

A adoção do Eucalyptus benthamii, espécie de eucalipto tolerante a geadas severas, resultou em impactos econômicos expressivos no Sul do Brasil, na ordem de R$ 6 milhões, em especial pelo fator incremento de produtividade e também pela área de adoção. O estudo foi realizado em 2024 pela Embrapa Florestas, e mostra que a área plantada com a espécie alcançou 15.600 hectares, envolvendo empresas, pequenos e médios produtores rurais nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A produtividade da espécie é um dos principais fatores de impacto: enquanto outras espécies de eucalipto rendem cerca de 30 a 35,3 metros cúbicos de madeira por hectare ao ano, o E. benthamii atinge 43 m³/ha/ano. Este desempenho representa um ganho de produtividade de cerca de 30% em relação às demais espécies usadas em regiões frias.

A tecnologia beneficia empresas florestais, cooperativas agrícolas – que utilizam a biomassa para geração de energia para secagem de grãos – e produtores rurais de diferentes portes, servindo como alternativa de diversificação de renda e agregação de valor, inclusive em sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).  

Ambientalmente, o cultivo contribui para reduzir a pressão sobre florestas nativas, sequestrar carbono e pode ser usado na recuperação de áreas degradadas. A avaliação também registrou impactos positivos na manutenção de empregos, além de fortalecer a rede de pesquisa e transferência de tecnologia.

O estudo ressalta que, apesar das vantagens, a madeira ainda é predominantemente usada para energia, havendo potencial para desenvolvimento de usos múltiplos, como serraria. A adoção da tecnologia, iniciada em 1999, representa uma alternativa viável para a produção florestal sustentável em regiões frias do Brasil.

Segundo Emiliano Santarosa, supervisor do Setor de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia da Embrapa Florestas e um dos responsáveis pela análise,  “atualmente o E. benthammii é o material genético de eucalipto com maior tolerância às geadas, sendo uma alternativa para produção de madeira em regiões com clima frio. Além do material genético, é importante destacar que a qualidade das mudas e os fatores associados ao planejamento e ao manejo florestal são essenciais para garantir a produtividade de madeira. Em plantios florestais puros ou em sistemas integrados de produção, como o sistema ILPF, o E. cpode ser uma alternativa para os produtores”.   

Balanço Social

O Balanço Social de 2024 revela um lucro social de R$ 107,24 bilhões, o que representa um aumento de 17% em relação ao ano anterior. Este valor é resultado da avaliação de 166 tecnologias desenvolvidas pela empresa, refletindo seu compromisso com a inovação e o desenvolvimento sustentável no setor agropecuário.

Um dos indicadores mais significativos do desempenho da Embrapa é a relação entre o lucro social e a receita operacional líquida, que passou de 21,23 em 2023 para 25,35 em 2024. Isso significa que, para cada real investido na Embrapa, o retorno para a sociedade foi multiplicado em 25 vezes.

O Balanço Social é uma publicação anual da Embrapa que apresenta alguns dos principais resultados alcançados pela Empresa no ano anterior. Isso é feito por meio do levantamento das ações sociais realizadas, dos casos de sucesso, dos prêmios e reconhecimentos recebidos e da adoção e impactos econômicos, sociais, ambientais e institucionais de soluções tecnológicas geradas e adotadas pela sociedade. A partir dos impactos econômicos dessa amostra de soluções tecnológicas é calculado o lucro social devolvido pela Empresa à sociedade brasileira. 

Saiba mais em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/100294708/embrapa-retorna-a-sociedade-r-2537-para-cada-r-1-investido-na-empresa 

Acesse o Balanço Social da Embrapa aqui!

Informações: Embrapa Florestas.

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Engenheiros florestais são homenageados na Assembleia Legislativa do Paraná

Sessão solene marca os 65 anos da Engenharia Florestal e reforça papel estratégico da profissão para a sustentabilidade

Em uma noite marcada por reconhecimento e reflexão sobre o futuro da sustentabilidade no Brasil, a Assembleia Legislativa do Paraná promoveu, nesta terça-feira (8), uma sessão solene em homenagem ao Dia do Engenheiro Florestal, celebrado em 12 de julho. A cerimônia, proposta pelo deputado Ney Leprevost (União), também celebrou os 65 anos da criação do curso de Engenharia Florestal no país.

Durante o evento, profissionais da área receberam certificados de Menção Honrosa em reconhecimento à sua contribuição para o desenvolvimento sustentável, o uso consciente dos recursos naturais e a preservação ambiental.

“Esses profissionais são essenciais para orientar o progresso de forma responsável, garantindo que o crescimento econômico não destrua o meio ambiente”, destacou Leprevost. Ele ressaltou que os engenheiros florestais atuam desde o campo até a formulação de políticas públicas, conciliando produtividade com conservação.

História e desafios da profissão no Paraná

A presidente da Associação Paranaense de Engenheiros Florestais (Apef), Lella Regina Curt Bettega, lembrou que o curso de Engenharia Florestal foi transferido para o Paraná após um incêndio de grandes proporções em 1963. Essa mudança impulsionou o setor no estado e fortaleceu a base técnica da profissão.

Apesar das conquistas, Lella alertou para a queda no interesse dos jovens pelas engenharias e defendeu maior aproximação com o Legislativo. “Celebrar a data com essa agenda institucional reforça a importância da profissão no debate sobre políticas públicas”, afirmou.

Sustentabilidade em foco

Clodomir Ascari, presidente do Crea-PR, ressaltou que temas como carbono, madeira engenheirada e mudanças climáticas colocam a Engenharia Florestal em evidência. Ele defendeu o fortalecimento da parceria entre os conselhos profissionais e o poder público para a formulação de políticas mais eficazes.

Já o engenheiro florestal Eleandro José Brun, coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Florestal (Ceef), lembrou que a profissão está presente em setores como reflorestamento, arborização urbana e indústrias de base florestal. “É uma profissão estratégica para o desenvolvimento sustentável do país”, afirmou.

Engenharia Florestal: 65 anos de contribuição ao Brasil

O curso de Engenharia Florestal foi criado em Minas Gerais, em 1960, e transferido para Curitiba (PR) em 1963, passando a integrar a Universidade Federal do Paraná. A regulamentação da profissão ocorreu em 1965, pela Lei nº 4.643.

Atualmente, o Brasil conta com mais de 10 mil engenheiros florestais registrados. A profissão tem papel decisivo no manejo de florestas, na produção de madeira, energia renovável e na formulação de políticas públicas. O setor florestal brasileiro movimenta cerca de R$ 260 bilhões por ano e gera mais de 800 mil empregos formais.

Reconhecimento e valorização

No encerramento da cerimônia, foram entregues menções honrosas a profissionais, universidades e entidades representativas, destacando a importância da categoria na construção de um país mais sustentável. A Câmara Especializada de Engenharia Florestal, instalada em 2024 no Crea-PR, vem atuando para ampliar a representatividade da profissão no Paraná.

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Primeiro semestre é marcado por oscilações nas exportações de madeira

Análise da WoodFlow aponta crescimento de 5% em volume e 5,6% em valor, mesmo com quedas mensais sucessivas

O volume das exportações brasileiras de madeira registrou crescimento de 5% no primeiro semestre de 2025, na comparação com o mesmo período de 2024. Em termos de valor, o avanço foi de 5,6%. Os dados são de uma análise realizada pela WoodFlow, que acompanha os principais indicadores de comércio exterior de dez produtos do setor.

Apesar do resultado positivo no acumulado do semestre, o mês de junho apresentou queda de 5% no volume exportado e retração de 3% em valor, em relação a maio. Essa foi a terceira queda mensal consecutiva do ano, após um aumento expressivo de 14% registrado em março. Com isso, o segundo trimestre fechou com crescimento modesto de apenas 2% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Fonte: WoodFlow, com dados Comex Stat

Segundo o CEO da WoodFlow, Gustavo Milazzo, as oscilações refletem as incertezas do cenário internacional. “Em fevereiro, foi anunciado que o mercado de madeira nos EUA poderia ser alvo de novas tarifas de importação. Isso gerou uma corrida para antecipar embarques antes da vigência das taxas. Embora o setor ainda esteja sob investigação e sem aplicação efetiva das tarifas, o clima de incerteza já impactou o volume de pedidos”, explica.

Gustavo também destaca que os conflitos geopolíticos em curso — especialmente na Ucrânia e no Oriente Médio — têm influenciado o comportamento dos compradores internacionais, que estão mais cautelosos e reduzindo volumes diante do cenário global instável.

Destaques de junho

Em junho, os principais produtos exportados foram a madeira serrada de pinus, responsável por 45% do volume total, e o compensado de pinus, com 35%. Em valores, a ordem se inverte: o compensado de pinus lidera, com US$ 64,2 milhões, seguido pela madeira serrada, que somou US$ 56,8 milhões.

Os Estados Unidos seguem como o principal destino do compensado de pinus, com compras que somaram US$ 27 milhões apenas em junho, acumulando US$ 151 milhões no semestre. O mesmo padrão se repete para a madeira serrada, cujas exportações ao mercado norte-americano alcançaram US$ 24,3 milhões em junho e totalizam US$ 143,3 milhões no ano.

Perspectivas para o segundo semestre

Para Gustavo Milazzo, o segundo semestre será desafiador. “O setor industrial está cauteloso, segurando investimentos e voltando a atenção para ajustes internos nas fábricas. A expectativa é de um período de retração”, afirma.

A orientação para os empresários, segundo ele, é clara: “É hora de buscar eficiência produtiva, reduzir custos e diversificar mercados”.

Outro ponto de atenção para o setor é a entrada em vigor do EUDR (Regulamento da União Europeia contra o Desmatamento), marcada para 30 de dezembro de 2025. A nova legislação exigirá a comprovação da origem da madeira, garantindo que ela não esteja associada a áreas desmatadas após 31 de dezembro de 2020.

“Empresários que pretendem manter suas exportações para a Europa devem se antecipar, adequar seus processos e organizar toda a documentação da cadeia de fornecimento de cada produto”, finaliza o CEO da WoodFlow.

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Celulose dispara e exportações de MS somam US$ 5,28 bi no semestre

Produto lidera com US$ 1,73 bi; soja cai 25% e Porto Murtinho triplica volume exportado

As exportações de Mato Grosso do Sul somaram US$ 5,28 bilhões no primeiro semestre deste ano, alta de 1,8% em relação ao mesmo período de 2024, informa a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), em carta de conjuntura do comércio exterior. Entre os produtos produzidos no estado, a celulose puxou o resultado, liderando a pauta com US$ 1,73 bilhão exportados, crescimento de 65,2% no volume, que saltou de 2 milhões para 3,5 milhões de toneladas.

Apesar do avanço geral, a soja, segundo item mais exportado, teve queda de 25,6% tanto em volume, com 3,77 milhões de toneladas, quanto em valor, fechando o semestre com US$ 1,47 bilhão contra US$ 1,98 bilhão no ano passado.

Já a carne bovina fresca registrou aumento de 39% no volume exportado, alcançando participação de 14,37% no total das exportações estaduais. O minério de ferro também se destacou, com alta de 11,1% em valor e 63,7% em volume.

No recorte por setores, “outros produtos” como resíduos vegetais, sucata de metais e desperdícios de papel apresentaram crescimento expressivo: 970,21% em valor e 1.471,46% em volume exportado. A indústria extrativa cresceu 63,21% em volume e 15,57% em valor, enquanto a indústria de transformação avançou 28,49% em volume e 24,77% em valor. Em contrapartida, a agropecuária teve retração de 30,05% no valor exportado e 26,26% no volume.

Entre os compradores, a China manteve-se como principal destino, absorvendo 47,05% das exportações, seguida por Estados Unidos (5,97%), Argentina (4,11%), Itália (3,91%) e Holanda (3,81%).

Já entre os municípios, Três Lagoas liderou com 19,43% do total exportado, à frente de Ribas do Rio Pardo (13,12%) e Dourados (8,58%). Em relação à logística, o Porto de Santos foi responsável por 41,67% das exportações, seguido pelos portos de Paranaguá (30,55%) e São Francisco do Sul (10,8%).

Os portos de Corumbá cresceram 39,10% em volume exportado, passando de 2,2 milhões para 4 milhões de toneladas. Em Porto Murtinho, o volume escoado triplicou, com alta de 180,64%, chegando a 370 mil toneladas no semestre.

No comparativo mensal, junho registrou alta de 8,62% no valor exportado em relação a maio, totalizando US$ 977,28 milhões em vendas ao exterior. O superávit do comércio exterior estadual no semestre atingiu US$ 4 bilhões, aumento de 6,06% frente ao ano passado.

Informações: Campo Grande News.

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Silvicultura gaúcha mantém ritmo com foco no eucalipto

Madeira de eucalipto mantém alta demanda

A atividade florestal no Rio Grande do Sul segue impulsionada pela produção de eucalipto, mesmo diante de entraves causados pelas condições climáticas. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na última quinta-feira (3), a silvicultura continua sendo um setor relevante em várias regiões do estado, com destaque para o uso de cultivares clonais e crescente interesse no reflorestamento.

Na região administrativa de Frederico Westphalen, produtores realizaram tratos culturais como plantio de mudas, adubação e controle de formigas cortadeiras. Em áreas mais jovens, com até três anos de idade, a principal prática é a poda de formação, enquanto os povoamentos com seis a sete anos passam por desbaste para melhorar a qualidade da madeira. “Essas práticas são fundamentais para garantir o aproveitamento comercial do cultivo”, aponta o boletim.

Em Lajeado, o cultivo de eucalipto se consolida como a principal atividade agropecuária em municípios como Taquari e Tabaí. A produtividade varia entre 350 e 450 m³/ha, em ciclos de seis anos. Entretanto, o excesso de chuvas comprometeu o preparo do solo e pode atrasar os plantios previstos para a primavera. “Mesmo com viveiros protegidos, o desenvolvimento das mudas tem sido limitado”, informa a publicação.

Apesar das dificuldades logísticas, como o escoamento da produção em estradas danificadas, a colheita e a comercialização seguem ativas. O boletim também destaca o aumento da procura por reflorestamento, inclusive por produtores de grãos afetados por perdas climáticas. A produção de carvão vegetal, voltada principalmente à Região Metropolitana e aos vales do Taquari, Caí e Rio Pardo, permanece estável. Um exemplo da diversificação do setor é a fábrica de cavacos em Paverama, que amplia a demanda regional por madeira.

Em Passo Fundo, a silvicultura é limitada e baseada em bosques antigos, com colheita em fase final. “A baixa renovação de áreas florestais pode provocar escassez de matéria-prima nos próximos anos”, adverte o informe. A região já importa madeira para suprir sua demanda energética. Os preços médios apontados são de R$ 300,00 por metro cúbico para madeira em pé voltada à serraria e R$ 120,00/m³ estéreo para lenha entregue na indústria.

Quanto ao Pinus spp., os preços variam conforme o diâmetro das toras. Já o cultivo de acácia-negra segue em queda na região de Lajeado, com produtores optando por substituí-la pelo eucalipto, em razão da maior rentabilidade e da demanda crescente.

Informações: AgroLink.

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Setor madeireiro registra estabilidade nas exportações no primeiro semestre de 2025  

Setor madeireiro registra estabilidade nas exportações no primeiro semestre de 2025  Na análise realizada pela Abimci, são considerados os volumes exportados e os principais destinos de cada segmento industrial madeireiro

Com base no fechamento dos volumes de exportação do primeiro semestre, a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), analisou o volume exportado dos principais segmentos do setor representados pela entidade. Os dados apurados revelam o comportamento das exportações brasileiras de produtos de madeira em meio a um ambiente global desafiador, que inclui desde tarifações adicionais e regras de origem mais rígidas, até os impactos de guerras como a Ucrânia-Rússia, que afetam rotas de comércio e custos.

Apesar das dificuldades impostas pelas barreiras tarifárias dos Estados Unidos e pelas medidas protecionistas da União Europeia — dois dos principais destinos da madeira processada mecanicamente —, alguns produtos mantiveram estabilidade nos primeiros seis meses de 2025. 

“Observamos que, mesmo diante de um cenário complexo, com a abertura de investigações que geram imprevisibilidade e impactam na decisão de compra dos clientes internacionais, como a da Seção 232 do Trade Expansion Act americano, que avalia se as importações de madeira ameaçam a segurança nacional dos EUA, e os processos de Dumping e Dano movidos pela UE contra o compensado brasileiro de pinus, alguns segmentos registraram crescimento. Poucos apresentaram queda no volume”, destaca Paulo Pupo, superintendente da Abimci.

Entre alguns dos principais produtos madeireiros embarcados, em se tratando de volume e na comparação com o primeiro semestre de 2024, a madeira serrada de pinus apresentou evolução de  aproximadamente 6% no volume embarcado no período. O segmento de compensado de pinus teve uma pequena queda de 4% e o de molduras praticamente ficou estável.

Outros produtos como pellets apresentaram crescimento nas exportações nessa primeira metade do ano. Pupo acrescenta que “do ponto de vista logístico, houve uma melhora aparente no fluxo de mercadorias nos terminais de contêineres do Sul do Brasil no primeiro semestre, com a retomada das operações no Porto de Itajaí, a ampliação da retroárea do Porto Itapoá e novas áreas em Navegantes. Esses fatores contribuíram para a diminuição do volume de mercadorias acumuladas nos portos e a transferências de bookings, que tanto problemas causam as empresas exportadora”.

Segundo Pupo, o setor precisa ficar atento para os próximos meses. “Esse cenário é muito dinâmico e pode ser alterado quando competimos com embarques de produtos de outros segmentos industriais”, aponta o superintendente da Abimci.

A Abimci entende que, com a possibilidade de avanço nas negociações tarifárias no segundo semestre poderemos ter uma melhor previsibilidade para os negócios, o que poderá estimular a recomposição de estoques pelos mercados consumidores, contribuindo, assim, para uma normalização dos fluxos de mercado.

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Fundação Araucária apresenta a instituto francês pesquisas da madeira na construção civil

Técnicos do Instituto Tecnológico de Celulose Florestal e Mobiliário para Construção em Madeira (FCBA), da França, conheceram os estudos e iniciativas no setor de madeira

A Fundação Araucária, junto com a Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), apresentou segunda-feira (7) a membros do Institut Technologique Forêt Cellulose Bois-construction Ameublement (do francês, Instituto Tecnológico de Celulose Florestal e Mobiliário para Construção em Madeira – FCBA), entidade francesa voltada a estudos tecnológicos relacionados ao uso da madeira na construção civil, pesquisas e iniciativas do Paraná no setor.

A troca de experiência aconteceu durante evento no Câmpus da Indústria da Fiep em Curitiba. O evento contou com a participação de pesquisadores da área de madeira engenheirada (wood tech, do inglês) e também representantes do setor empresarial. Em 2024, a Fundação Araucária firmou convênio com o FCBA, com intuito da troca de conhecimentos e a intenção de fazer recepção e envio de técnicos especialistas da área.

“Uma das nossas prioridades é promover parcerias que contribuam para o crescimento da ciência, tecnologia e inovação do Paraná. E o trabalho que estamos realizando com o FCBA reforça essas iniciativas”, ressaltou o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig.

O diretor de Administração e Finanças da Fundação Araucária, Gerson Koch, esponsável pela mobilização das iniciativas referentes à madeira engenheirada dentro da Instituição, destaca que as técnicas modernas de construção incorporam cada vez mais a madeira em seus projetos, principalmente nos países desenvolvidos, como na Europa e América do Norte. “Na Fundação Araucária, procuramos implantar tudo que possa trazer melhoria da qualidade de vida, que possa agregar valor, e que possa fazer com que as pessoas vivam melhor dentro do Paraná. E nessa nossa busca constante, o nosso radar detectou a expressão madeira engenheirada”, aponta Koch. “ Com isso, conhecemos o FCBA e resolvemos estabelecer parcerias que impulsionarão os países envolvidos”, completou.

O diretor da divisão da Indústria da Madeira e da Construção da FCBA, Frédéric Staat, avalia que o Paraná possui boas estratégias, tem objetivos claros e know-how para reunir os atores do setor. “O Estado está pronto para fornecer os meios necessários para atingir seus objetivos. Possuímos objetivos comuns, tanto para uma melhor relação com os recursos naturais, como para o uso quantificado de produtos de origem renovável. Com isso, temos a certeza do sucesso da parceria que assinamos”, enfatizou Staat.

 Durante toda a semana, a delegação da FCBA visitará instalações paranaenses voltadas à madeira engenheirada. As visitas incluem locais como o Centro de Estudos da Floresta e da Madeira na Universidade Federal do Paraná (UFPR), o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), o Cilla Techpark, a Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro) e a prefeitura de Irati.

“A secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e a Fundação Araucária trabalham pensando no melhor do Estado. E isso tem refletido em toda a política que temos aplicado no Paraná. Destaco ainda, a nossa política de internacionalização que é realmente é diferenciada, pois temos  buscado parceiros para aquilo que é de interesse da nossa região e que tem promovido cada vez o desenvolvimento do nosso Estado”, salientou o diretor de Ciência e Tecnologia da secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Marcos Aurélio Pelegrina.

O conselheiro especialista da FIEP, Patrick Reydams, destaca as conexões que vêm sendo consolidadas pelo Paraná no setor. “Todas as iniciativas, programas, projetos e ações que desenvolvemos só possuem êxito por meio das conexões. A possibilidade de estabelecermos parcerias e de desenvolvermos futuras pesquisas só é possível por meio do trabalho conjunto entre governo, setor empresarial, sociedade e academia”, afirmou o conselheiro especialista da FIEP, Patrick Reydams.

NAPI WOOD TECH – o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Wood Tech é mais uma iniciativa que o Paraná possui na área. Ele propõe um olhar renovado para a madeira, reconhecendo-a como um recurso de alto valor agregado capaz de impulsionar o desenvolvimento socioeconômico do Paraná. Priorizando a madeira engenheirada, que oferece benefícios ambientais e potencial inovador na construção, o Arranjo investe em pesquisas para poder se utilizar desse recurso.

O Paraná, com sua densidade de empresas ligadas à madeira, traz um impulso para a realização dessas atividades. O projeto estabelece parcerias entre cursos de engenharia, arquitetura, empresas e órgãos públicos, com o objetivo de promover a inovação nessa área. Assim, o NAPI Wood Tech quer desenvolver e implementar novos produtos de madeira engenheirada para a construção civil, integrando e agregando valor à sociedade paranaense.

Wood Camp FCBA refere-se a um workshop de construção em madeira organizado por um consórcio de parceiros, liderado pelo Institut Technologique FCBA e outros, com foco no aprendizado prático em construção com madeira e materiais bio-baseados.

WOOD CAMP – O Wood Camp é uma iniciativa que visa promover o aprendizado prático e a colaboração em projetos de construção com madeira. O workshop envolve equipes multidisciplinares de estudantes de diferentes áreas e países, trabalhando em projetos de construção em madeira do conceito à execução.

O FCBA é um dos membros do Wood Camp Academy, que organiza esses workshops. E a Fundação Araucária é parceria desta iniciativa, sendo que a Instituição enviará em agosto deste ano, alunos de arquitetura, engenharia florestal e ambiental para a França para participarem deste workshop.

Informações: Preto no Branco.

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Alerta nas florestas: a chegada da vespa-da-madeira ameaça os pinus brasileiros

A chegada da vespa-da-madeira Sirex obesus às plantações paulistas acende um alerta nacional: mortalidade acelerada de pinus, risco de colapso econômico e corrida contra o tempo para encontrar soluções de controle eficaz, antes que avance pelo país

O Brasil acaba de ganhar uma visita indesejada: a vespa-da-madeira Sirex obesus, praga originária do sudoeste dos Estados Unidos e do México, foi detectada pela primeira vez em plantações de pinus no interior paulista. Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP) e da Universidade Estadual Paulista (UNESP), com apoio do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF), confirmaram a identificação por meio de análises morfológicas e sequenciamento de DNA.

O alerta mobiliza silvicultores, universidades e órgãos de defesa vegetal, pois a espécie já causa mortalidade expressiva em árvores jovens e maduras.

Embora o Brasil conviva há décadas com Sirex noctilio, outro inseto da mesma família, a chegada de S. obesus amplia o desafio sanitário. Diferente de sua “parente”, que prefere Pinus taeda, a recém chegada ataca espécies caribenhas e híbridos valorizados para madeira e resina. Entender quem é esse invasor, como ele se espalha e quais medidas podem conter sua expansão tornou-se prioridade para proteger um setor que movimenta mais de R$ 100 bilhões por ano e gera milhares de empregos no país.

Quem é a nova inimiga? Origem e modo de vida

Apesar do nome pouco conhecido, Sirex obesus compartilha o mesmo estilo de vida das demais vespas-da-madeira: a fêmea perfura o tronco, inocula um fungo simbionte e deposita ovos. O fungo bloqueia o fluxo de seiva e produz toxinas que enfraquecem a árvore; as larvas, por sua vez, escavam galerias no lenho e completam seu desenvolvimento em até três gerações por ano no clima tropical. Isso significa danos rápidos e cumulativos.

sirex, praga
Troncos escurecidos, resina escorrendo e galerias larvais revelam o avanço silencioso dos danos causados por Sirex obesus nas plantações de pinus.

A descoberta em Itatinga (SP), em julho de 2023, surpreendeu pesquisadores, pois a espécie nunca havia sido registrada fora da América do Norte. Sequências de DNA mostraram quase 100 % de similaridade com populações do Arizona, indicando provável entrada por embalagens de madeira sem tratamento térmico (pallets), prática proibida, mas ainda frequente no comércio internacional. Poucos meses depois, novos focos apareceram em Buri e em outros 12 municípios paulistas, evidenciando sua capacidade de dispersão.

Sinais de ataque e prejuízos nas plantações

A presença da vespa é, à primeira vista, silenciosa. No entanto, basta um olhar atento para perceber: troncos pingando resina, orifícios circulares de saída dos adultos e manchas azuladas de fungo no lenho são indícios claros. Em levantamentos preliminares, áreas de Pinus caribaea hondurensis apresentaram até 43% de árvores mortas, número que pode subir a 73% quando as árvores com sintomas recentes sucumbirem. Já em P. taeda, a mortalidade média estimada é de 11%, mas pode quadruplicar sem controle adequado.

Principais sinais para identificar a infestação:

  • Gotejamento de resina ao longo do tronco.
  • Pequenos furos redondos (3–6 mm) deixados pelos adultos emergentes.
  • Amarelecimento e queda prematura de agulhas.
  • Madeira com manchas azul-esverdeadas devido ao fungo simbionte.
  • Mortalidade de copas em “bolsões”, indicando focos localizados.

E agora? Impactos econômicos e caminhos para conter a invasão

A expansão de S. obesus coloca em risco cerca de dois milhões de hectares de pinus cultivados no Sul e Sudeste. Para além da perda de madeira, há impacto direto sobre a produção de resina, celulose e painéis de madeira engenheirada, setores que sustentam economias municipais inteiras.

A médio prazo, a praga pode atravessar fronteiras naturais e atingir plantações no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de países vizinhos, elevando custos com manejo e replantio.

Contenção rápida é fundamental. Pesquisadores testam o uso do nematoide Deladenus siricidicola, eficaz contra S. noctilio, mas ainda não encontrado em troncos infestados. Vespas parasitas nativas, como Ibalia leucospoides, já emergiram de toras coletadas, sugerindo algum potencial de controle biológico natural.

Paralelamente empresas e órgãos de fiscalização intensificam vistorias em serrarias e portos, exigindo o selo ISPM 15 em todos os pallets. Ações coordenadas entre academia, setor florestal e governo serão determinantes para evitar que a praga se espalhe pelo país, preservando empregos, renda e o equilíbrio dos ecossistemas plantados.


Referência da notícia

Sirex obesus (Hymenoptera: Siricidae) as invasive pest in pine plantations in Brazil. 2 de julho, 2025. Wilcken, C.F., da Mota, T.A., de Oliveira, C.H. et al.

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Conheça a bioindústria florestal de Portugal que exporta para 130 países

Conheça a Bioindústria Florestal de Portugal Que Exporta para 130 PaísesGonçalo Almeida Simões, da Biond, representante do setor em Portugal, diz que a floresta é responsável por 13,5 mil milhões de euros em volume de negócios no país

A Floresta Portuguesa ocupa 3,2 milhões de hectares, o que corresponde a 36% do território luso. Esse setor é responsável por 13,5 mil milhões de euros em volume de negócios no país, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE). Empresas de papel e bioenergia, como Altri, DS Smith, Renova e The Navigator Company fazem parte da Biond, uma associação que representa essa bioindústria. Em entrevista à Forbes Portugal, Gonçalo Almeida Simões, diretor-geral da Biond, destaca o papel da entidade.

Segundo Simões, além da importância econômica, essa cadeia se posiciona como estratégica para a coesão territorial em regiões do interior e áreas rurais. Ele completa que, por meio das empresas que integram a entidade, são transferidos, por ano, cerca de 325 milhões de euros (R$ 1,7 bilhão) diretamente para a economia rural dos 18 distritos do continente, evitando o êxodo rural e contribuindo para a geração de empregos e desenvolvimento local.

Qual é o papel da Biond na representação das empresas da cadeia da fibra e celulose florestal?

A Biond é um porta-voz do setor das bioindústrias de base florestal, que representa cerca de 5% do PIB nacional e 10% das exportações portuguesas. Só por esses números, percebemos o papel central do setor, ao evidenciar sua relevância não apenas como motor econômico, mas como um pilar estrutural da balança comercial do país.

Junto a tomadores de decisão empresariais e políticos temos o objetivo de demonstrar que a cadeia do eucalipto, por exemplo, tem sido responsável pela fixação de comunidades e pela criação de emprego e riqueza em regiões particularmente desfavorecidas, o que resulta em elevado impacto na coesão territorial.

Além da dimensão econômica e social, também buscamos transmitir uma visão mais abrangente, que mostre a importância das florestas no contexto ambiental, ao sequestrar carbono da atmosfera e mitigar os impactos das mudanças climáticas. Uma gestão sustentável das florestas evita desastres, desde os incêndios florestais à erosão do solo e à escassez hídrica.

Como a Biond avalia a importância da bioindústria florestal no panorama nacional?

Nossa avaliação é muito positiva. Em 2023, o setor de celulose, papel e papelão alcançou um volume de exportações de 3,1 bilhões de euros (R$ 16,7 bilhões), diante de importações no valor de 1,4 bilhão de euros (R$ 7,8 bilhões). Ou seja, exportamos mais que o dobro do que importamos, mantendo um saldo comercial altamente positivo, com as exportações sendo 2,1 vezes superiores às importações. Esse desempenho continua sendo essencial para mitigar o tradicional déficit da balança de bens portuguesa.

E o impacto é apenas econômico?

Não. Essa é uma cadeia estratégica para a coesão territorial. Por meio das empresas que a integram, são transferidos anualmente milhões de euros diretamente para a economia rural dos distritos do continente. Esses resultados confirmam a importância do setor como uma bioindústria do futuro, sustentável, exportadora e enraizada no território.

Leila Melhado/Getty Images
Em 2023, o setor florestal alcançou um volume de exportações de 3,1 bilhões de euros

Quais são os principais desafios e oportunidades que essa indústria enfrenta hoje em Portugal?

Existem oportunidades de crescimento em termos de produtos de nova geração, mas o grande desafio, no momento, é a matéria-prima. Não porque não tenham áreas suficientes em Portugal, mas porque ela está limitada, do ponto de vista legislativo. Isso diz respeito a novas plantações, porque o desmatamento que está sendo realizado não está sendo compensado por novas áreas que permitam à indústria depender exclusivamente da matéria-prima nacional. Há muitas áreas florestais abandonadas e sem sinais de manejo em Portugal, que precisam de incentivos públicos. Do ponto de oportunidades, o setor florestal deve continuar a gerar empregos e a fomentar a bioeconomia.

Qual o volume de investimento realizado no setor?

A Biond, entre 2019 e 2025, já investiu 20 milhões de euros (R$ 108,2 milhões), beneficiando quase 100 mil hectares e 10 mil produtores florestais. Mas, para ampliar esse esforço em escala nacional, replicando o sucesso desses programas, é necessária a intervenção do Estado. O governo tem declarado considerar fundamentais os serviços de ecossistema gerados pela floresta, identificando o bom manejo como peça essencial para a resiliência aos incêndios.

Para isso, é preciso trazer mais valor econômico para a floresta, por meio da gestão ativa de proprietários que muitas vezes abandonaram suas terras. O potencial de uma floresta com três milhões de hectares em Portugal, mas em que apenas uma pequena parte apresenta sinais de manejo, requer sinergia entre o setor público e privado.

A Biond já apresentou diversas propostas nesse sentido. Essa é uma das nossas principais motivações, que nos faz trabalhar de norte a sul do país, durante todo o ano, para demonstrar a tomadores de decisão e proprietários que é possível avançar, bastando replicar o que já é feito pelos programas operacionais. Esses são exemplos comprovados de boa gestão, com operações florestais que vão desde a limpeza à adubação, correção de densidade e reflorestamento. Sem políticas públicas eficazes, a floresta não poderá continuar sendo um motor de desenvolvimento sustentável.

De que forma a cadeia da fibra e celulose florestal contribui para o desenvolvimento das comunidades locais?

Essa indústria gera uma cadeia de valor completa, que abrange desde o plantio de árvores até a exportação do produto final. Trata-se de uma cadeia bastante integrada que, ao longo dos anos, tem abastecido Portugal com produtos renováveis, além de exportar para mais de 130 países.

A cadeia é um pilar fundamental da nossa bioeconomia. Quando os recursos da floresta são devidamente manejados, gera valor econômico e ambiental. O crescimento sustentado do setor é a prova concreta do trabalho de excelência das empresas nacionais, com foco em inovação e sustentabilidade.

Há um impacto social importante, certo?

Sim. Uma economia rural, local, formada por inúmeras comunidades, produtores, madeireiros e agricultores, depende diretamente dos recursos florestais para sua subsistência e cultura. E, ao promover um manejo sustentável, garante-se a essas populações meios de vida dignos.

Existem estratégias específicas para reforçar o emprego e a qualificação profissional no setor?

Temos o compromisso de unir esforços e iniciativas entre associadas, parceiros e demais interessados em impulsionar a bioindústria florestal. Desde já, cabe a nós divulgar as áreas profissionais nas quais o setor tem mais carência. Dou como exemplo a engenharia florestal, uma profissão que raramente é destacada, mas que oferece desafios extraordinários.

Em março, participamos da Futurália, evento de referência para sensibilizar o público nesse sentido. E percebemos grande interesse e adesão, com preocupação em buscar alternativas às áreas tradicionais, que já estão sobrecarregadas.

Outro projeto que vale destacar é o Advance Forest, uma iniciativa dedicada a capacitar operadores de máquinas florestais, de diferentes regiões, para qualificar e atualizar competências que lhes permitam atender às demandas do setor.

Esse projeto tem dois pilares principais: tecnologias avançadas nas operações florestais e boas práticas na gestão de uma floresta sustentável. Estudantes que buscam oportunidades de emprego garantidas e especialistas que querem novos desafios têm nas bioindústrias uma escolha certa, já que atualmente a oferta de vagas supera a demanda, sendo que a tecnologia e a sustentabilidade são componentes essenciais dessas carreiras.

Como a Biond promove práticas sustentáveis na gestão florestal?

O futuro do país depende de como tratamos nossos recursos naturais hoje. Esse é um dos grandes desafios que assumimos. A floresta é um ativo essencial para garantir um futuro próspero e equilibrado. Em Portugal, onde os biomas florestais representam 36% do território nacional, enquanto as cidades ocupam apenas 5%, o manejo inteligente desses recursos pode impulsionar a economia e garantir bem-estar às próximas gerações.

Queremos transmitir a mensagem de que a floresta é um ativo estratégico que, quando gerido com responsabilidade, pode garantir prosperidade econômica, equilíbrio ambiental e justiça social. Dito isso, é necessário que o compromisso com a sustentabilidade seja, de fato, incentivo para a implementação de políticas públicas eficazes, por meio do estímulo à bioeconomia e da promoção de uma cultura de preservação e uso consciente da floresta.

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A floresta fornece matéria-prima de origem natural e renovável

O setor enfrenta desafios relacionados a incêndios florestais e à biodiversidade. Quais medidas estão sendo adotadas para garantir a resiliência das florestas?

Reconhecemos plenamente os desafios cada vez maiores impostos pelos incêndios rurais e pela necessidade de preservar a biodiversidade. Diante dessa realidade, nossos associados vêm implementando uma estratégia integrada para aumentar a resiliência das florestas. Uma floresta plantada e manejada tem resistência muito maior ao fogo. Sabemos que essa área, beneficiada pelos programas operacionais, é quatro vezes mais resistente ao fogo do que uma floresta sem intervenção.

Em primeiro lugar, investimos em um manejo baseado em dados científicos e tecnologias digitais, que nos permite monitorar em tempo real o estado das áreas florestais e antecipar riscos. Por meio de sistemas de alerta precoce e do uso de inteligência artificial, conseguimos agir preventivamente contra incêndios.

Em segundo lugar, há investimento na diversificação das espécies e no aprimoramento das variedades mais adaptadas às novas condições climáticas. Como essa já é uma realidade e as secas se tornaram constantes, e considerando nossa proximidade com o continente africano, é fundamental termos florestas adaptadas aos desafios climáticos.

Além disso, existe uma colaboração estreita com comunidades locais, órgãos públicos, associações e centros de pesquisa. Apenas uma abordagem conjunta permite enfrentar ameaças complexas como as mudanças climáticas. Nossa visão é clara: florestas saudáveis e produtivas são essenciais não apenas para o setor, mas para o bem-estar ambiental e social de todo o país. A floresta gera bens públicos e, por isso, deve ser alvo de investimento público.

O que se espera para a evolução da cadeia da fibra e celulose florestal nos próximos anos?

A disponibilidade de matéria-prima é condição essencial para que a cadeia da fibra e celulose florestal continue se afirmando como um setor estratégico para uma economia mais circular, descarbonizada e voltada à bioeconomia, ao combinar produtividade, sustentabilidade e forte enraizamento no território. Nos próximos anos, se for garantido o abastecimento nacional, esperamos uma evolução sustentada, alavancada por três grandes vetores: inovação, sustentabilidade e internacionalização.

De que forma isso será possível?

A floresta fornece uma matéria-prima de origem natural e renovável que, além de capturar carbono, permite produzir soluções sustentáveis para substituir materiais de origem fóssil, como plásticos e derivados do petróleo. Produtos à base de fibra florestal, como embalagens, têxteis ou biomateriais, já são alternativas viáveis e competitivas para diversos setores.

Além disso, essa é uma cadeia com forte integração na economia circular. Todos os subprodutos do processo produtivo são valorizados, seja como energia renovável ou matéria-prima para outros setores. E apostamos continuamente na eficiência energética, no reuso de água e na redução de resíduos.

A transição energética e as exigências ambientais cada vez maiores por parte de consumidores e reguladores estão acelerando o investimento em processos de produção mais eficientes e com menor pegada de carbono. A indústria nacional já tem se destacado nesse campo, e acreditamos que continuará na linha de frente da inovação sustentável. Também vemos potencial para fortalecer nossa competitividade internacional.

O setor de celulose e papel já é um dos principais exportadores portugueses e tem todas as condições para crescer com base em valor agregado, tecnologia e gestão responsável dos recursos. Paralelamente, essa cadeia impacta diretamente o ordenamento do território e o manejo sustentável das florestas, contribuindo para a resiliência dos ecossistemas e para a prevenção de riscos, como os incêndios. É uma forma concreta de conciliar desenvolvimento econômico e conservação ambiental.

A bioeconomia está ganhando relevância globalmente. Como Portugal pode liderar nessa área?

Portugal pode e deve se posicionar como referência europeia na bioeconomia florestal. Temos os recursos, o conhecimento e o compromisso. Cabe a nós transformar esse potencial em liderança concreta, com impacto econômico, ambiental e social duradouro. E
Em primeiro lugar, devemos assumir um papel cada vez mais central na resposta global aos desafios das mudanças climáticas, da escassez de recursos e da necessidade de transição para modelos econômicos mais sustentáveis. Portugal tem condições únicas para exercer essa liderança.

Existem recursos para alcançar esse objetivo?

Primeiramente, contamos com uma base florestal robusta, renovável e bem manejada, que fornece matéria-prima com grande potencial de valorização. A cadeia da fibra e celulose florestal é um excelente exemplo de como transformar recursos naturais em produtos de alto valor agregado, com baixo impacto ambiental e aplicação em diversos setores.

Além disso, Portugal possui um ecossistema industrial e científico cada vez mais preparado. A colaboração entre empresas, centros de pesquisa e universidades é essencial para o desenvolvimento de novos produtos, processos e modelos de negócio baseados na bioeconomia. Há investimentos claros nessa integração, promovendo inovação aberta e projetos de pesquisa e desenvolvimento em áreas-chave.

Liderar nesse campo exige visão estratégica e políticas públicas que reconheçam o valor das cadeias de base florestal, desde o investimento em tecnologia e capital humano até a valorização do território rural, onde muitos desses recursos estão.

Informações: Forbes.

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Suzano mira engajamento de fornecedores com agenda climática por meio da ampliação do Programa Compartilhar

Iniciativa reforça o compromisso da companhia com a transformação sustentável da cadeia de valor

Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, está ampliando o engajamento com seus fornecedores por meio da nova frente climática do Programa Compartilhar, que foi lançada oficialmente em 2 de julho. A iniciativa tem como objetivo apoiar parceiros estratégicos, especialmente das áreas de logística e insumos, na evolução de suas práticas relacionadas à agenda climática e na definição de metas baseadas na ciência.

Essa frente está diretamente conectada ao compromisso da Suzano com a agenda Climática e visa contribuir com a jornada de descarbonização tanto da companhia quanto de seus fornecedores. Como parte desse compromisso, a Suzano estabeleceu que 80% de seus fornecedores prioritários tenham metas compromissadas com a Science Based Target Initiavite (SBTi) até 2028.

“Acreditamos que o engajamento dos nossos fornecedores é essencial para avançarmos de forma consistente e colaborativa no enfrentamento da crise climática, por meio de compromissos concretos com a descarbonização. Com o Programa Compartilhar, buscamos apoiar os nossos parceiros a avançar em sua maturidade na agenda e cocriar soluções que promovam uma transformação duradoura em toda a nossa cadeia de valor”, diz Paulo Chaer, Diretor de Suprimentos da Suzano.

Para apoiar os parceiros nessa jornada, a companhia, em parceria com a Scheider Electric oferecerá suporte técnico, treinamentos educacionais, avaliação de maturidade, sugestão de plano de ação personalizado e acompanhamento contínuo, além de reconhecer os fornecedores mais engajados no Relatório Anual de Sustentabilidade da companhia e no evento Suzano Valoriza, que premia os parceiros que tiveram mais avanços em diversas frentes.

O Programa Compartilhar é uma iniciativa de colaboração com fornecedores que conduz a Suzano e sua cadeia de valor na evolução de uma série de indicadores e no cumprimento de metas estabelecidas pela companhia. A frente de Impacto Social Positivo, por exemplo, apoia a meta estabelecida pela Suzano de retirar 200 mil pessoas da linha da pobreza em suas áreas de atuação até 2030. Por meio de parcerias para formação de mão de obra, aceleração de projetos sociais e uso da plataforma Bússola para monitoramento de resultados, a companhia já apoiou fornecedores a retirarem 11 mil pessoas da linha da pobreza.

Já no pilar de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I) do Programa Compartilhar, a Suzano tem como objetivo ampliar a participação de grupos minorizados em sua cadeia de fornecimento, incentivando negócios com empresas lideradas por mulheres, pessoas negras, indígenas, LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência. Atualmente, os esforços têm se concentrado especialmente na frente de Mulheres, por meio da sensibilização de fornecedores para a formação e contratação de mão de obra feminina e da parceria com a WEConnect — organização que conecta empresas fundadas por mulheres a grandes corporações. Como reconhecimento por essa atuação, a Suzano foi vencedora do prêmio internacional World Procurement Award, na categoria Supplier Inclusion.

Na frente de Natureza, o foco tem sido a melhoria da gestão hídrica e a ampliação da transparência ambiental, por meio do engajamento ao programa CDP Supply Chain. Em 2024, a companhia alcançou 90% de engajamento entre os 100 fornecedores convidados, superando a taxa de engajamento global e refletindo o avanço da agenda ambiental em sua cadeia de valor.

Os fornecedores que fazem parte do Programa Compartilhar são os considerados prioritários para o negócio da companhia, sendo convidados a participar de forma voluntária e colaborativa da iniciativa.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores fabricantes de papéis da América Latina e líder no segmento de papel higiênico no Brasil. A companhia adota as melhores práticas de inovação e sustentabilidade para desenvolver produtos e soluções a partir de matéria-prima renovável. Os produtos da Suzano estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, cerca de 25% da população mundial, e incluem celulose; itens para higiene pessoal como papel higiênico e guardanapos; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis para imprimir e escrever, entre outros produtos desenvolvidos para atender à crescente necessidade do planeta por itens mais sustentáveis. Entre suas marcas no Brasil estão Neve®, Pólen®, Suzano Report®, Mimmo®, entre outras. Com sede no Brasil e operações na América Latina, América do Norte, Europa e Ásia, a empresa tem mais de 100 anos de história e ações negociadas nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais em: suzano.com.br

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