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Arauco e Senai-MS iniciam novos cursos técnicos para 160 pessoas em Três Lagoas

Abrace este Projeto promove qualificação profissional gratuita nas áreas de Automação, Eletrotécnica e Mecânica.

A Arauco, referência em celulose, madeira e bioenergia, iniciou, nesta terça-feira, 09, quatro turmas, com 40 alunos cada, de cursos técnicos gratuitos de Automação, Eletrotécnica e Mecânica, em Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul. A iniciativa integra o Abrace este Projeto, promovido pela Companhia em parceria com o Senai-MS com o objetivo de qualificar profissionais para atuarem em indústrias de celulose. As aulas vão até dezembro de 2026 e os alunos recebem bolsa-auxílio de até R$ 1.500 mensais.

Esta é a segunda etapa do projeto, iniciado em setembro deste ano, com um total de 560 vagas para cursos oferecidos nas unidades do Senai em Inocência, Paranaíba e Três Lagoas. A iniciativa integra um conjunto de ações da Arauco para o desenvolvimento das comunidades localizadas no entorno do Projeto Sucuriú, que marca a entrada da divisão de celulose da Arauco no Brasil, com investimento de US$4.6 bilhões para instalar em Inocência (MS) uma planta com capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas de celulose/ano – a maior do mundo construída em etapa única.

O Abrace este Projeto destina-se a jovens e adultos interessados em seguir carreira no setor de celulose. Com estas qualificações, a Arauco prepara profissionais para possíveis oportunidades no Projeto Sucuriú, mas não somente, porque as qualificações atendem a requisitos comuns a empresas do setor, o que aumenta a empregabilidade dos participantes.

“A partir de 2027, com o início das operações de nossa fábrica, geraremos cerca de 6 mil empregos diretos nas áreas industrial, florestal e logística. Ao promover o ‘Abrace este Projeto’, vamos garantir que encontraremos na região os profissionais qualificados que buscamos”, destaca Marcelo Biscaro, gerente executivo de Manutenção na Arauco Brasil. E concluiu: “Esperamos que cada um de vocês molde o futuro do Projeto Sucuriú, contribuindo para um legado duradouro de excelência, inovação e desenvolvimento socioeconômico para todo o Mato Grosso do Sul”.

“Queremos entregar, ao final desse projeto, profissionais qualificados para operar essa ‘gigante linda’ que precisa de pessoas preparadas. Então, aproveitem esta oportunidade única. E contem com o Senai e com a Arauco. Estamos aqui para oferecer sempre o melhor para vocês”, diz Rodrigo Bastos Melo, gerente de Gestão e Negócios no SENAI-MS.

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O plano florestal da Eldorado Celulose para (em algum momento) chegar na expansão de R$ 25 bilhões 

Em entrevista exclusiva ao AgFeed, o diretor florestal, Germano Vieira, conta que o grupo já possui um excedente de eucalipto de 100 mil hectares para suprir uma eventual ampliação industrial, em meio à nova fase na empresa que agora está “livre” do imbróglio com a Paper Excellence

Aos 71 anos de idade, o engenheiro florestal Germano Vieira é um apaixonado pelo setor e mostra emoção ao falar de um negócio que, na visão de muitos, poderia ser “apenas mais um” no gigante universo empresarial dos irmãos Batista.

A Eldorado Brasil foi criada em 2012 quando a J&F, holding controlada por Joesley e Wesley Batista, decidiu entrar no mercado de celulose. Na época o grupo já era o maior do Brasil em função da consolidação da global JBS, com suas tradicionais marcas Seara e Friboi, por exemplo, além dos frigoríficos em diferentes países.

Um ano antes da indústria operar, Germano Vieira entrou no grupo e o desafio era plantar boa parte das florestas que o projeto demandaria dali para frente.

“Quando eu cheguei tinha muito pouco, então nós começamos a plantar muito rapidamente, plantar uns 50 mil hectares todo ano para que a gente pudesse ter a indústria funcionando em 2012. E como o eucalipto demora seis, sete anos para crescer, nós tivemos também que fazer uma aquisição de madeira de terceiros”, lembrou Vieira, em entrevista ao AgFeed.

Foram anos de bastante crescimento até que em 2017, a J&F assinou um contrato para vender a Eldorado à canadense Paper Excellence, que pertence a um empresário da Indonésia.

Um ano depois, a holding dos irmãos Batista decidiu cancelar a venda, condição não aceita pelo comprador, portanto, iniciando uma longa disputa judicial, em âmbito internacional, que só foi solucionada em 2025, quando finalmente a J&F passou a ser, novamente, 100% controladora da Eldorado Celulose.

Virada essa página, a Eldorado – e também Germano Vieira – podem mais uma vez se debruçar aos planos florestais, com mais afinco, para que haja matéria-prima abudante, assim que a empresa decidir dar saltos mais ousados de expansão.

Em 2025 a Eldorado contabilizou cerca de 305 mil hectares plantados com florestas. É um pouco mais do que os 293 hectares do ano anterior.

No início de novembro a empresa chegou a sinalizar ao AgFeed que ampliaria em 40 mil hectares essa área total, já em 2026. Um cenário semelhante foi descrito ao site The Agribiz, que reportou a intenção da Eldorado de elevar dos históricos 25 mil hectares para 50 mil hectares o plantio de novas áreas no próximo ano.

Na ponta do lápis, porém, os acionistas da empresa decidiram, semanas depois, que ainda é cedo para dar um passo maior. Falta ajustar no detalhe as finanças da Eldorado, que ainda tem alta alavancagem e resquícios do imbróglio com a Paper Excellence para administrar internamente.

Além disso, na conversa com o AgFeed, Germano Vieira deixou claro que já está sobrando eucalipto na Eldorado, ou seja, o que se colhe hoje é mais do que suficiente para atender a indústria atual.

O sinal verde que falta para acelerar o plantio é a definição de uma data para colocar em prática um plano que já foi anunciado por Wesley Batista, em abril de 2024, prevendo um investimento de R$ 25 bilhões para a Eldorado.

O projeto prevê a montagem de uma segunda linha de produção em Três Lagoas (MS) dobrando a capacidade da empresa e incluindo a construção de uma ferrovia.

Para atender a segunda linha, seriam necessários no mínimo 450 mil hectares de floresta. Dessa forma a produção subiria para 4 milhões de toneladas de celulose, acima da capacidade atual de cerca de 1,8 milhão de toneladas.

Como ainda não se sabe exatamente quando essa obra começa, a Eldorado disse esta semana ao AgFeed que manterá a área plantada de florestas em aproximadamente 305 mil hectares em 2026.

Eldorado Celulose tem lucro de R$ 751 mi no 2º trimestre
Isso quer dizer que até serão semeados 25 mil hectares de áreas novas, porém, como todo um ano uma parte da floresta é colhida, esse saldo, ficará em patamares semelhantes ao de 2025.

Além do rigor financeiro, a empresa alega que ainda estaria confortável com essa “sobra” de eucalipto do cenário atual.

“Hoje nós temos madeira já sobrando, porque a segunda linha que estava prevista, ela acabou não acontecendo ainda. Nós temos 305 mil e nós usamos de 200 mil hectares. Então sobra um terço do que nós temos, é uma madeira excedente”, explicou Germano.

Esse volume, segundo o executivo, estaria sendo comercializado para outras indústrias do setor, permutado ou sendo mantido como estoque estratégico. “Estamos fazendo algumas ações nesse sentido, para exatamente esperar o momento certo da gente consumir.”

O modelo da Eldorado consiste basicamente no arrendamento das terras para que a própria empresa execute as atividades florestais. Apenas 5% das terras são próprias.

Anos atrás, algumas empresas ainda apostavam mais no sistema semelhante a integração do setor de proteína, onde produtores rurais plantavam e forneciam à indústria. Vieira diz que a Eldorado acabou sendo pioneira nesse modelo de arrendamento em Mato Grosso Sul, que seria bem mais eficiente para as áreas extensas da região, o que acabou sendo adotado também por outras empresas.

Caso ampliasse em 40 mil hectares a área no ano que vem, somente com as atividades de plantio, a Eldorado gastaria cerca de R$ 350 milhões. Isso porque, segundo o diretor, o custo médio do plantio fica hoje em torno de R$ 8.700 por hectare. Ele calculava, na época, que o orçamento da silvicultura subiria cerca de 50% em 2026.

Um projeto de expansão, no entanto, inclui diversos outros custos como o próprio arrendamento da terra, a manutenção das florestas, o controle de incêndios e pragas e as ações de pesquisa e desenvolvimento.

Germano Vieira explicou que uma nova fábrica demora cerca de 3 anos para ficar pronta. Portanto, a partir do momento que a decisão for tomada, ao elevar em 50 mil hectares por ano a expansão de cultivo, também em três anos seria possível chegar ao alvo de 450 mil hectares.

Como ainda há o excedente a ser trabalhado, a empresa poderia se dar ao luxo de não crescer agora e ainda assim decidir erguer a fábrica a partir de 2027, por exemplo. Mas esses cenários são apenas hipóteses, por enquanto.

“Termômetro da felicidade”
Enquanto os planos de expansão da companhia não aceleram, Germano Vieira contou com entusiasmo, ao receber o AgFeed na sede da empresa em São Paulo, ações que vem criando e implementando com foco na atração e retenção de funcionários.

Mato Grosso do Sul vive uma onda de investimentos por parte de diferentes indústrias do setor de papel e celulose, muitos deles em pequenas cidades, com baixa oferta de mão de obra, por isso atrair e manter os trabalhadores tem sido um desafio para as empresas. Fora esse obstáculo, a outra grande questão a ser resolvida é a busca de novas terras para arrendamento.

A Eldorado Brasil tem cerca de 6 mil funcionários, sendo 3 mil na área florestal. Quando decidir acelerar a expansão, deverá precisar de no mínimo mais 500 pessoas.

Vieira diz que nos últimos começou a refletir sobre melhorias que poderia fazer para tornar os funcionários da Eldorado “mais felizes”.

“A gente vai ficando velho e começa a ter um outro olhar para o mundo. Comecei a me perguntar, será que estes 3 mil funcionários estão felizes trabalhando comigo?”, contou ele.

A partir daí foi criada uma política com 4 pilares. O primeiro deles seria adaptação e conforto. Todos os funcionários agora são transportados em ônibus com ar condicionado e mais de 70% da equipe faz o trabalho de campo com o uso de cabines. No chamado “Nossa Gente”, também se decidiu instalar internet da Starlink em todas as áreas florestais e também nos ônibus – uma demanda que veio por parte dos trabalhadores.

Outra ação, chamada de “Prato no Ponto”, procurou melhorar a alimentação que é fornecida às equipes. A empresa aderiu a um sistema chamado de EldBox (caixas inteligentes que controlam o descongelamento e aquecimento das refeições).

O trabalhador escolhe o cardápio por meio de um aplicativo e programa a hora exata que o prato deve estar pronto. Segundo o diretor, a comida é servida com a mesma qualidade e temperatura que oferece o refeitório. A tecnologia estaria eliminando o conceito de “boia fria”, mesmo nas áreas florestais mais remotas, diz a Eldorado.

Os outros pilares tratam de relacionamento entre líderes e equipe, com foco em “respeito e escuta ativa”, além de temas como carreira e família. Estão sendo oferecidos treinamentos de capacitação para incentivar a mobilidade interna, em diferentes funções e há a oferta, por exemplo, de serviços de telemedicina nas pequenas cidades de Mato Grosso do Sul, onde é mais difícil ter acesso a médicos especialistas.

“Então, isso para mim é um termômetro. É um termômetro de felicidade. Não é que eu vou medir se a pessoa está feliz ou não, mas eu tiro tudo aquilo que pode gerar infelicidade”, afirmou Germano Vieira, no auge dos seus 40 anos de experiência na área florestal.

Foco na produtividade e na resiliência climática
Outra preocupação importante do diretor florestal da Eldorado Brasil é manter suas áreas de eucalipto em altos níveis de sanidade e produtividade, mesmo em períodos desafiadores do ponto de vista climático.

O desenvolvimento genético do eucalipto é um dos pilares da estratégia. Segundo Germano Vieira, a empresa mantém um processo contínuo de pesquisa voltado à seleção de materiais mais produtivos e adaptados às condições ambientais do Mato Grosso do Sul.

O trabalho começa na construção de uma base genética ampla, formada a partir da origem do eucalipto.

“A gente tem um processo muito forte, robusto em conseguir novos materiais genéticos. Na Austrália, por exemplo, buscamos várias espécies de eucaliptos que poderiam ser interessantes pra gente”, disse.

Com o trabalho de melhoramento, por meio de cruzamentos, os melhores são identificados e são os feitos os clones, para chegar no maior potencial. “A cada 33 mil sementinhas dessa, a gente cruza e tira um clone de elite”.

Com áreas cada vez mais extensas de eucalipto no estado, aumentam os desafios em relação a pragas e também ao clima.

“Tem o déficit hídrico, a gente tem observado nos últimos três ciclos de eucalipto, o regime de chuva tem diminuído.” Esses fatores exigem maior cuidado na escolha dos materiais genéticos.

Atualmente, a produtividade média das florestas da empresa está em torno de 40 metros cúbicos por hectare, mas 20% da área já alcança 55 metros cúbicos. O maior objetivo têm sido manter bons níveis de rendimento mesmo com o clima não tão favorável.

“A gente vai crescendo a produtividade, crescendo um pouco, mas você briga também pela sobrevivência, pela garantia da madeira”, admite.

Ele lembra que há 30 anos a produtividade era de 10 metros cúbicos por hectare, na silvicultura brasileira.

A Eldorado diz não trabalhar com eucalipto transgênico e entre os motivos estaria a importância das certificações ambientais no setor.

Para o controle de pragas, a empresa informa que está aumentando o uso de biológicos. Em 2025, o controle biológico foi aplicado em cerca de 80 mil hectares. A exceção seria o combate às formigas, que hoje representam a principal praga na cultura do eucalipto e que ainda são controladas por meio de inseticidas químicos. “Excluindo formigas, entre 80% e 90% do controle de pragas já é biológico”, afirmou Vieira.

Entre outros aspectos ligados à sustentabilidade, o diretor garante que a Eldorado também vem evoluindo. O balanço de carbono, por exemplo, é positivo, afinal “70% da árvore é carbono”.

A biodiversidade é medida dentro das florestas cultivadas e também nas áreas de reserva legal e preservação permanente. A Eldorado conta com 100 mil hectares de preservação.

Sobre as críticas que volta e meia se apresentam ao setor florestal, em função de ser uma monocultura, Germano Vieira discorda. Ele lembra que em Mato Grosso do Sul, por exemplo, 50% do estado são pastagens e apenas 4% são áreas de eucalipto.

Se depender dele, a produção seguirá crescendo, afinal, “o Brasil é o país mais competitivo do mundo em celulose”. Segundo Germano, o consumo global cresce cerca de 1 milhão de toneladas por ano, exigindo “uma nova fábrica”, semelhante à Eldorado, a cada um ano e meio.

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Ano de 2025 tem queda histórica das queimadas em MS e consolida política de prevenção a incêndios florestais

A 23ª reunião do Centro Integrado de Coordenação Estadual (CICOE), realizada na tarde de quarta-feira (17), marcou o fechamento do ano de 2025 com a apresentação dos dados referentes aos incêndios florestais em Mato Grosso do Sul. De 1º de janeiro a 16 de dezembro de 2025, houve queda de 70,5% na área queimada do bioma Cerrado e de 92,4% no Pantanal, na comparação com o mesmo período de 2024.

Também houve queda significativa nos focos de calor, com o Pantanal registrando 434 focos em 2025, frente a 8.156 no ano anterior, e o Cerrado passando de 3.823 para 1.164 focos. As ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros Militar caíram de 5.484 para 4.435, evidenciando o impacto das ações preventivas adotadas ao longo do ano.

Para o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), que preside o CICOE, os resultados apresentados são reflexo direto da consolidação do Plano Estadual de Manejo Integrado do Fogo (PEMIF). Segundo ele, “os investimentos adequados, a governança estratégia adotada pelo Governo do Estado e condições climáticas favoráveis foram determinantes para esse resultado. Nós priorizamos a atuação antecipada, o planejamento técnico e a integração entre os órgãos, mudando o foco exclusivo do combate para uma política permanente de prevenção. A redução das queimadas em áreas sensíveis, como unidades de conservação, terras indígenas e a região da Rede Amolar, demonstra a efetividade do modelo adotado e reforça a importância da coordenação institucional para a proteção ambiental”, afirmou.

Os dados climáticos apresentados pelo Cemtec indicam que as condições meteorológicas observadas nos últimos meses contribuíram de forma decisiva para a redução dos incêndios florestais em Mato Grosso do Sul em 2025. Em novembro, dos 62 pontos monitorados no Estado, 40 registraram volumes de chuva abaixo da média histórica, 21 ficaram acima e apenas um dentro da média, com destaque para o município de Amambai, que acumulou 272,4 milímetros, valor 46% superior ao esperado para o período.

Já entre os dias 1º e 14 de dezembro, as precipitações se intensificaram em diversas regiões, ajudando a reduzir o risco de propagação do fogo, especialmente no Pantanal. Para o período entre 17 e 22 de dezembro, a previsão aponta perigo de fogo baixo, em função da ocorrência de chuvas recentes e da manutenção de instabilidades atmosféricas, mesmo com temperaturas máximas variando entre 31°C e 35°C.

O Cemtec também apresentou as tendências climáticas para o primeiro trimestre de 2026, indicando um cenário que exige atenção e planejamento contínuo. A previsão probabilística aponta chuvas irregulares entre janeiro, fevereiro e março, com volumes que podem ficar ligeiramente abaixo ou acima da média histórica, a depender da região do Estado. As temperaturas devem permanecer próximas ou ligeiramente acima da média, caracterizando um trimestre mais quente que o normal. Em relação ao fenômeno El Niño–Oscilação Sul (ENOS), os modelos indicam cerca de 68% de probabilidade de neutralidade no trimestre, o que reforça a necessidade de manter o monitoramento constante e as ações preventivas integradas para minimizar riscos de novos incêndios florestais.

Durante a reunião também foram apresentados encaminhamentos estratégicos voltados ao aprimoramento da gestão do Plano Estadual de Manejo Integrado do Fogo. O secretário Jaime Verruck destacou a necessidade de qualificar ainda mais os dados relacionados aos focos de calor, com a diferenciação técnica entre incêndios florestais, queimadas prescritas e queimadas controladas. “A intenção é dar maior precisão às análises e fortalecer a tomada de decisão, permitindo que o uso do fogo, quando previsto tecnicamente, seja tratado de forma responsável e alinhada às diretrizes ambientais”, afirmou.

Outro tema abordado foi o fortalecimento da governança e do planejamento para os próximos ciclos. Foram apresentados o balanço das ações desenvolvidas pelo CICOE entre 2021 e 2025, os investimentos e custeios realizados ao longo de 2025 e os encaminhamentos para a criação de um grupo de trabalho voltado ao uso técnico do fogo em áreas com Planos de Manejo Integrado do Fogo, inclusive durante o período proibitivo, desde que atendidos os critérios legais. A reunião também trouxe os resultados da atuação operacional do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar Ambiental, além das ações de comunicação desenvolvidas para conscientização da população, consolidando uma estratégia integrada que articula prevenção, resposta e responsabilização no enfrentamento aos incêndios florestais em Mato Grosso do Sul.

Pela Semadesc, participaram da reunião o tenente-coronel Leonardo Congro, assessor Bombeiro Militar; o tenente-coronel Cleiton da Silva, assessor Policial Militar Ambiental e a meteorologista Valesca Fernandes, coordenadora do Cemtec, além de representantes do Corpo de Bombeiros, da PMA, do Imasul e da Secom.

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Grupo compra floresta por R$ 5 milhões e preservação pode render até R$ 7,5 milhões por ano

Foi de uma sacada no norte da Itália, que o economista italiano e empresário, Fabio Ongaro, 59 anos, CEO da Energy Group Brasil, deu o pontapé inicial para comprar 3 mil hectares de floresta nativa em plena Amazônia. Ongaro mora no Brasil há cerca de duas décadas e no país é vice-presidente de finanças da Câmara de Comércio Italiana de São Paulo (Italcam).

Mas Ongaro nunca esteve sozinho na empreitada. Junto com ele vieram um amigo de longa data e um brasileiro disposto. Além da aquisição de terras, o projeto do trio combina tecnologia de mensuração ambiental e governança financeira para transformar a conservação da floresta num ativo econômico com potencial de faturamento anual de até US$ 1,5 milhão, o equivalente a cerca de R$ 7,5 milhões.

O mais inusitado desta história é que o negócio nasceu de uma ligação telefônica feita entre ele e seu amigo, e atual sócio, o italiano e engenheiro elétrico Rosário Zaccaria, 57 anos, há cerca de três anos, na virada de 2021 para 2022.

“Naquela época, eu estava de férias no norte da Itália. Estava numa pequena sacada com vista para a neve, aquela visão bucólica maravilhosa e este meu sócio também estava de férias em Lisboa, estava sentado em sua bela sacada, que dava para o Rio Tejo”, diz Ongaro.

Zaccaria, inspirado por uma de suas filhas, liga para Ongaro questionando se dava para eles fazerem alguma coisa para ajudar a preservar a Floresta Amazônica.

Ongaro replicou Zaccaria na ligação e intimou o amigo a construir uma história. “A ideia seria comprar um pouquinho de terra e deixar lá. Isso já ajuda a preservar a mata. E pode ser feita em numa escala menor”, disse ele, destacando que a ideia era fazer algo que fosse de fácil execução e que não custasse “tanto para preservar.”

Amazônia, a maior floresta tropical do mundo

Apesar dos avanços, a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo ainda perece. Seu gigantismo é mais do que notável para o mundo. Ela possui 700 milhões de hectares e se estende ao longo de nove países da América do Sul (Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname).

É no Brasil que está 60% de sua área, com 421 milhões de hectares, ocupando quase metade (49,5%) do território brasileiro. Entre 1985 e 2024 foram perdidos 52 milhões de hectares (-13%) de área de vegetação nativa, segundo o MapBiomas, rede colaborativa que reúne organizações não governamentais, universidades e empresas de tecnologia que analisam dados sobre os biomas no país.

Segundo dados de outubro do sistema Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a estimativa da área desmatada na Amazônia atingiu 5,8 mil km² de agosto de 2024 a julho de 2025, o que representa queda de 11,08% em relação ao período anterior, de agosto de 2023 a julho de 2024.

Do telefonema à preservação florestal

É nesse contexto que nasce a Amazon Tree, empreendimento de Ongaro, Zaccaria e do engenheiro de produção Jhonathan Santos, 36 anos. Com recursos próprios, eles adquiriram as áreas no município de Rio Preto da Eva, no Amazonas, que foram adquiridas dos sócios. Somando aquisição da área, desenvolvimento tecnológico, certificação e estruturação jurídica, o investimento inicial gira em torno de R$ 5 milhões.

O município fica a cerca de 80 quilômetros da capital Manaus. A área de 3 mil hectares corresponde à compra de duas propriedades rurais. A proposta é simples na tese, mas sofisticada na execução. A terra não é vendida. O que se comercializa é o serviço ambiental de preservação, com contratos anuais, mensuração precisa e rastreabilidade total.

“Preservar custa. Se não houver um modelo econômico sólido por trás, a conservação não se sustenta no longo prazo”, afirma Ongaro.

A monetização ocorre no mercado voluntário de carbono, por meio de uma plataforma proprietária que divide a floresta em parcelas mínimas de 256 metros quadrados. Cada hectare de floresta corresponde a um pouco mais de 39 parcelas, e cada parcela gera um Token Não Fungível (NFT, na sigla em inglês) exclusivo, que é um certificado digital de autenticidade e propriedade de um item único registrado em uma rede blockchain, que garante que ele é insubstituível.

Na plataforma, o NFT representa o direito de preservação daquele lote por um período determinado. A estrutura impede a duplicação de créditos e garante que uma mesma área não seja comercializada mais de uma vez, um dos principais gargalos históricos do mercado de carbono.

O cálculo do potencial de sequestro de carbono é feito com base em biomassa florestal estimada por satélite, considerando densidade e altura das árvores. Todo o processo foi certificado pela Bureau Veritas, uma das mais respeitadas certificadoras globais em critérios ESG, após cerca de seis meses de auditorias técnicas. Segundo Ongaro, esse selo foi decisivo para destravar conversas com empresas internacionais.

A precificação atual considera valores próximos de US$ 25 (R$ 137,92) por lote, o que, caso toda a área hoje monitorada seja comercializada ao longo de um ano, pode levar o projeto a um faturamento próximo de US$ 1,5 milhão (R$ 7,5 milhões).

Primeiras negociações no mercado

Ainda que Ongaro evite projeções rígidas, ele reconhece que o potencial econômico cresce à medida que surgem contratos corporativos de maior escala e longo prazo, especialmente com empresas sujeitas a exigências ambientais severas em suas cadeias globais de suprimento.

Mesmo antes de um lançamento comercial amplo, o Amazon Tree já avançou em negociações com grupos internacionais dos setores de transporte e logística, incluindo uma associação suíça ligada ao transporte aéreo, que, sozinha, poderia absorver toda a área atualmente inserida na plataforma.

No entanto, a primeira operação já foi concluída com a paulista Action Cargo, funcionando como prova prática do modelo. A empresa é prestadora de serviços na área de logística no transporte aéreo, marítimo e rodoviário.

“O mercado não está carente de discursos ambientais, mas de confiança. Quando você mostra método, certificação e transparência, a decisão de compra deixa de ser ideológica e passa a ser econômica”, diz Ongaro.

Todo o risco inicial foi assumido pelos próprios fundadores. Não houve financiamento bancário, fundos públicos ou incentivos governamentais. A opção foi deliberada.

“Ou o modelo se paga, ou ele não deveria existir”, resume o executivo.

Hoje, o projeto opera com uma estrutura enxuta, focada em tecnologia, gestão e certificação, enquanto testa a escalabilidade da proposta.

Apesar de atuar diretamente com créditos de carbono, Ongaro adota uma visão crítica sobre o próprio mercado. Para ele, a neutralização não resolve o problema climático, mas cumpre um papel transitório.

“A resposta real é reduzir emissões. O crédito é uma ferramenta de transição, não um fim em si mesmo”, afirma.

Ainda assim, ele vê no Brasil uma vantagem estratégica rara. “Água, biodiversidade e capacidade produtiva serão os ativos geopolíticos do futuro. O Brasil poderia ocupar uma posição comparável à do petróleo nos anos 1970, se houver governança e visão de longo prazo.”

Os próximos passos da Amazon Tree
Os próximos movimentos do Amazon Tree ainda estão em avaliação. Uma das possibilidades é dobrar a área preservada, com a aquisição de mais 3 mil hectares.

Outra frente é abrir a plataforma para outros proprietários de terras, permitindo que áreas privadas preservadas utilizem a tecnologia e a certificação do projeto para monetizar serviços ambientais. A decisão dependerá de qual caminho entrega maior equilíbrio entre escala, retorno financeiro e impacto ambiental.

“Não estamos construindo um projeto filantrópico, nem um fundo especulativo. Estamos testando se é possível fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada e tudo indica que é”, diz Ongaro.

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Produção de etanol de milho cresce, mas disputa por biomassa ameaça ritmo das usinas

Mercado aquece e expõe gargalos energéticos que podem definir a competitividade de novos projetos da próxima safra.

Com a produção brasileira de etanol de milho projetada para alcançar 10 bilhões de litros até o final de 2025, segundo dados da Unem, o setor entra em uma fase de expansão que vem reconfigurando o mapa industrial do país. O avanço, porém, expõe um desafio que até pouco tempo era secundário e agora se torna decisivo para a competitividade das plantas: garantir energia térmica confiável, barata e sustentável para assegurar a operação crescente das usinas.

A demanda por biomassa já dá sinais de pressão em polos importantes do Centro-Oeste, onde projetos de etanol, fertilizantes, processamento de grãos e indústrias madeireiras passaram a disputar o mesmo insumo. Em algumas regiões, agentes do setor já falam abertamente sobre o risco de “estreitamento de oferta”, fenômeno equivalente a um possível apagão de biomassa em períodos de alta demanda.

Um ponto sensível nesse contexto é a energia térmica, já que o vapor é o responsável por sustentar etapas críticas do processo industrial e responde por grande parte do custo operacional. Sem previsibilidade de preço e de suprimento, qualquer oscilação impacta diretamente margens e produtividade.

A alternativa que começa a ganhar tração no setor é a adoção de soluções térmicas flexíveis, capazes de operar com múltiplas biomassas ao longo do ano, reduzindo o risco de escassez e garantindo a continuidade da operação. Em alguns projetos industriais, já existem caldeiras aptas a trabalhar com até 14 tipos diferentes de biomassa, incluindo cavaco de madeira, bagaço de culturas regionais e resíduos agrícolas.

Nesse cenário, empresas especializadas na gestão de energia térmica passam a ocupar um espaço relevante. A ComBio, por exemplo, opera unidades dedicadas dentro de diferentes plantas industriais, assumindo integralmente a responsabilidade por suprimento, operação e desempenho das caldeiras. O modelo surgiu como alternativa para mitigar a volatilidade no mercado de biomassa e dar previsibilidade a setores que dependem de grandes volumes de vapor. Na prática, a empresa funciona como uma gestora térmica de longo prazo, capaz de adaptar a matriz de combustível conforme a disponibilidade regional e reduzir o impacto das oscilações do mercado.

Segundo Ricardo Blandy, diretor comercial da ComBio, essa flexibilidade deixa de ser um diferencial e passa a ser condição básica de segurança energética: “Para o produtor de etanol de milho, a atenção ao suprimento de biomassa é vital, pois a usina simplesmente não funciona sem ela. Em várias regiões do país, já há um risco concreto de escassez desse insumo. Por isso, adotar caldeiras que operem com diferentes tipos de biomassa deixou de ser opção e se tornou uma exigência para garantir segurança e continuidade operacional”.

O consumo elevado do setor também exige novas formas de organizar a cadeia. Uma única usina pode demandar 300 mil a 400 mil toneladas de biomassa por ano, volume que pressionará ainda mais o mercado conforme novos projetos entrem em operação. Para garantir estabilidade, especialistas defendem o uso de contratos de longo prazo, rastreabilidade da origem da biomassa e desenvolvimento de novas cadeias regionais.

A discussão energética também se conecta à pauta climática. Em 2024, soluções térmicas baseadas em biomassa evitaram a emissão de centenas de milhares de toneladas de CO₂ no país, reforçando a narrativa de sustentabilidade que acompanha a expansão do etanol de milho.

Para Blandy, o setor vive um momento de tomada de decisão estratégica. “Vale a pena pensar em flexibilidade e em desenvolver novas biomassas. A região que hoje não tem oferta pode ter daqui a cinco ou dez anos. E o projeto térmico precisa estar preparado para isso”, afirma.

Com novos projetos prestes a sair do papel e a competição global por biocombustíveis de baixo carbono aumentando, a forma como o setor lidará com sua matriz térmica pode definir não apenas o ritmo de expansão, mas quem conseguirá manter competitividade em um mercado cada vez mais exigente.

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Suzano abre cinco processos seletivos para Mato Grosso do Sul

As inscrições estão abertas para todas as pessoas interessadas, sem distinção de gênero, origem, etnia, deficiência ou orientação sexual, na Plataforma de Oportunidades da empresa.

A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, está com cinco processos seletivos abertos em diferentes áreas para suas operações em Água Clara, Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas (MS). As inscrições estão abertas a todas as pessoas interessadas, sem distinção de gênero, idade, origem, deficiência e/ou orientação sexual, e podem ser feitas por meio da Plataforma de Oportunidades da Suzano (https://suzano.gupy.io/).

Em Água Clara, estão disponíveis vagas para os cargos de Retificador(a) Corrente e Mecânico(a) I. Em Ribas do Rio Pardo, as pessoas interessadas podem concorrer aos processos seletivos para  Técnico(a) de Manutenção Instrumentação III – EIA e Retificador(a) Corrente. Já em Três Lagoas, há uma vaga para Supervisor(a) de Manutenção I.

Segue a lista completa dos processos seletivos da Suzano em andamento no estado e os respectivos links para inscrições. Nas páginas, é possível consultar os pré-requisitos de cada vaga, detalhamento da função e benefícios ofertados pela empresa.

Água Clara

Retificador(a) Corrente – inscrições até 27/01/2026: Página da vaga | Retificador(a) Corrente

Mecânico(a) I – inscrições até 27/01/2026: Página da vaga | Mecânico(a) I

Ribas do Rio Pardo

Técnico(a) de Manutenção Instrumentação III – EIA – inscrições até 28/12/2025: Página da vaga | Técnico(a) de Manutenção Instrumentação III – EIA

Retificador(a) Corrente – inscrições até 27/01/2026: Página da vaga | Retificador(a) Corrente

Três Lagoas

Supervisor(a) de Manutenção I – inscrições até 20/12/2025: Página da vaga | Supervisor(a) de Manutenção I

Mais detalhes sobre os processos seletivos, assim como os benefícios oferecidos pela empresa, estão disponíveis na Plataforma de Oportunidades da Suzano (https://suzano.gupy.io/). A Suzano reforça que todos os processos seletivos são gratuitos, sem a cobrança de qualquer valor para garantir a participação, e que as vagas oficiais estão abertas a todas as pessoas interessadas. Na página, candidatos e candidatas também poderão acessar todas as vagas abertas no Estado e em outras unidades da Suzano no País, além de se cadastrar no Banco de Talentos da empresa.

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Veracel Celulose lidera investimentos produtivos na Bahia

Empresa concentra quase metade dos R$ 6,45 bilhões aprovados pelos programas Desenvolve e ProBahia para próximos anos.

A Veracel Celulose é um dos grandes destaques entre os investimentos produtivos previstos para a Bahia nos próximos anos. Os conselhos deliberativos dos programas Desenvolve e ProBahia aprovaram, na última terça-feira (dia 16), 36 projetos de diversas empresas que somam mais de R$ 6,45 bilhões em investimentos e preveem a geração de mais de 2,8 mil empregos diretos. Quase metade do volume, segundo o anúncio do governo estadual, será de investimentos da fabricante de celulose baseada em Eunápolis, no Extremo Sul baiano.

Segundo a Veracel, os investimentos são direcionados à modernização e à sustentação das operações industriais e florestais atuais da companhia, “englobando iniciativas essenciais para manter a produção eficiente, segura e competitiva, garantindo a continuidade operacional e a evolução tecnológica da empresa no Extremo Sul da Bahia”. A Veracel destaca ainda que os recursos aplicados à aquisição, no estado, de bens, equipamentos e insumos vinculados ao projeto, reforçam o compromisso com a economia local. “Ao priorizar a cadeia produtiva regional, a empresa contribui para o fortalecimento de fornecedores baianos, a manutenção de empregos e a dinamização socioeconômica do território”, completa.

Campo no PIB

O PIB do agronegócio baiano registrou uma variação nominal de 8,1% no terceiro trimestre de 2025, na comparação com o mesmo trimestre de 2024. A variação foi decorrente do crescimento de 6,2% no volume dos produtos e serviços do agronegócio e ainda pelo crescimento de 1,8% nos preços desses mesmos produtos e serviços, de acordo com cálculos da SEI. Em valores correntes, o PIB do agronegócio totalizou R$ 32,5 bilhões, equivalendo a 24,9% da atividade econômica baiana, percentual um pouco menor do que o registrado no mesmo trimestre de 2024. No terceiro trimestre, o principal fator responsável para a expansão foi o desempenho na produção de cereais (+21%), lavouras permanentes (+24,5%) e café (+14%). Ao longo de 2025, os dados apontam que a produção de grãos baiana registrou crescimento de 10,9% em relação à safra anterior, totalizando 13,9 milhões de toneladas.

Fieb no interior

O Sistema Fieb projeta um aporte de R$ 342 milhões em investimentos para 2026. A construção de novas unidades, reformas e a ampliação de estruturas físicas já existentes fazem parte do plano de investimentos para todo o estado. Com 46 projetos e obras atualmente em andamento, Sesi e Senai ampliam a presença na Região Metropolitana (RMS) e no interior. Em 2025, a Fieb investiu R$ 178,9 milhões em obras do Sesi e Senai na Bahia. Destaque para a inauguração, em 11 de dezembro, da nova escola Sesi em Candeias, com investimento de R$ 28 milhões.

Estratégia acertada

O Itaú Private Bank superou a marca de R$ 1 trilhão em ativos sob gestão e administração, sendo a primeira instituição brasileira a atingir esse volume dentro do segmento de altíssima renda (R$ 10 milhões ou mais). O marco foi impulsionado principalmente pela evolução, nos últimos anos, das estratégias de regionalização, internacionalização e pela aderência dos clientes à proposta de valor de visão global integrada (investimentos e banking onshore e offshore). Apenas nos últimos três anos, foram inaugurados seis novos escritórios em diversas regiões do Brasil: Bauru (SP), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Brasília (DF), Salvador (BA) e Blumenau (SC). Atualmente, o banco possui 13 unidades regionais do segmento Private.

Informações: Correio 24 horas

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Silvicultura de precisão: da muda à colheita, a tecnologia como eixo central da nova era florestal

Artigo por Ailson Loper.

A silvicultura brasileira vive uma transformação silenciosa, porém profunda. A combinação entre genética avançada, sensoriamento remoto, automação e inteligência artificial está redefinindo o modo como se planeja, implanta, conduz e colhe uma floresta.

Essa integração tecnológica, que abrange desde a origem da muda até a entrega final da madeira à indústria, constitui o que hoje denominamos silvicultura de precisão, um conceito que alia ciência, dados e sustentabilidade à eficiência produtiva.

A silvicultura de precisão é o uso coordenado de todas as tecnologias disponíveis, desde o melhoramento genético até o sensoriamento remoto, para maximizar a produtividade e garantir a sustentabilidade. Trabalhamos com unidades cada vez menores, chegando ao nível da árvore individual, o que nos permite um controle inédito sobre o crescimento e o manejo das florestas plantadas.

Ela representa a convergência entre biotecnologia, engenharia e ciência de dados. O setor florestal brasileiro, especialmente o paranaense, tem sido protagonista nessa transformação, desenvolvendo soluções próprias, adaptadas à realidade local, consolidando-se como referência mundial em produtividade e sustentabilidade.

Da semente à colheita, cada decisão é guiada por tecnologia e inteligência. Esse é o novo paradigma das empresas de base florestal. Somos capazes de produzir mais, com menor impacto e utilizando ao máximo de conhecimento técnico possível.

Esse processo tem início muito antes do plantio, nos viveiros clonais e pomares de sementes, onde a base genética das florestas plantadas é definida com muita tecnologia. A produção de mudas envolve polinização e cruzamentos controlados  embriogênese somática, hibridação sexual e técnicas de clonagem,  técnicas que garantem maior vigor, sanidade e adaptabilidade das árvores.

Nesses ambientes, a automação é realidade por meio de sistemas de controle de irrigação, nutrição e temperatura que monitoram continuamente o desenvolvimento das plantas. Além disso, o uso de bioinsumos e inimigos naturais substitui defensivos convencionais, reduzindo impactos ambientais e promovendo um equilíbrio ecológico entre viveiro e floresta.

Cada muda é resultado de um planejamento preciso, que considera dados de solo, clima, relevo e material genético. Essa base científica é o alicerce de uma floresta mais produtiva e resiliente.

Plantio guiado por dados

Ao sair do viveiro, a muda entra em um processo de implantação altamente planejado. Antes mesmo do plantio começar, mapas de produtividade, análises de solo, modelos altimétricos e dados climáticos são cruzados para definir qual espécie e qual clone são mais adequados a cada área.

A silvicultura de precisão rompe com o paradigma da escala por hectare, porque o planejamento passa a ser feito em micro talhões. Isso permite ajustar práticas de manejo dentro do mesmo talhão conforme a variabilidade do terreno e das condições climáticas.

Sensores, estações meteorológicas e softwares de planejamento espacial são utilizados para decidir onde, quando e como plantar, maximizando a eficiência do uso de insumos, água e fertilizantes.

A aplicação de géis hidroabsorventes e adubos de liberação lenta garante maior retenção hídrica e nutrição contínua da muda, reduzindo perdas e melhorando o índice de sobrevivência no campo.

Monitoramento aéreo e gestão inteligente da floresta

Após o plantio, inicia-se outra fase, a de monitoramento e manejo florestal de precisão, sustentada por tecnologias de sensoriamento remoto e coleta massiva de dados.

O uso de drones equipados com sensores multiespectrais, câmeras térmicas e radares de alta resolução permite acompanhar, em tempo real, o desenvolvimento das árvores e a sanidade das áreas cultivadas. Essas ferramentas possibilitam identificar falhas de plantio, mortalidade, manchas de baixa produtividade e até ninhos de formigas com precisão centimétrica.

As informações coletadas pelos drones são integradas a plataformas digitais, onde passam por processamento de imagens, modelagem 3D e análises estatísticas automatizadas. O cruzamento desses dados gera mapas de vigor vegetativo, índices de biomassa e alertas de pragas e deficiências nutricionais, subsidiando intervenções rápidas e eu diria até cirúrgicas.

A inteligência artificial e a análise de dados desempenham papel crescente nesse processo. Hoje, as empresas florestais já aplicam modelos preditivos capazes de antecipar impactos de mudanças climáticas, variações hídricas e ciclos de pragas.

Essas ferramentas correlacionam variáveis históricas e ambientais, permitindo decisões mais assertivas, como ajustar o momento do controle da vespa-da-madeira ou redefinir áreas de plantio do pinus, conforme projeções de temperatura e regime de chuvas.

Condução e tratos silviculturais de alta precisão

Durante o ciclo de crescimento, o manejo florestal segue princípios de eficiência e sustentabilidade. As operações de poda, desbaste e combate a incêndios são definidas com base em dados de produtividade, prognoses de crescimento e variáveis ambientais

A etapa de desbaste, por exemplo, é planejada por softwares que indicam intensidade e localização ideais, considerando o desenvolvimento das árvores e as metas definidas. As máquinas florestais adaptadas com gruas de longo alcance e controle automatizado permitem executar essas operações com mínima compactação do solo e máxima segurança e assertividade.

O manejo integrado de pragas continua sendo uma frente estratégica. Em parceria com instituições de pesquisa, as empresas utilizam inimigos naturais e bioagentes em substituição a defensivos químicos, preservando a biodiversidade e garantindo conformidade ambiental.

Além da floresta, a logística operacional de campo também passou por transformação tecnológica. Procedimentos padronizados, que vão da alimentação ao transporte de equipes e insumos, foram sistematizados e digitalizados, garantindo segurança, conforto e rastreabilidade em todas as etapas da operação.

Colheita mecanizada e logística inteligente

Na fase final, a colheita florestal representa a síntese da automação e da engenharia aplicada ao campo. As operações são controladas a partir de centros de comando integrados, que determinam rotas, cronogramas e sequência de corte com base em dados de produtividade, relevo e umidade do solo.

As máquinas colheitadeiras (harvesters e forwarders) possuem sistemas embarcados de georreferenciamento, controle de corte e otimização de sortimentos. Cada árvore pode ser identificada e processada com precisão, reduzindo perdas e melhorando o rendimento industrial.

A ergonomia e o conforto dos operadores também fazem parte dessa revolução tecnológica: cabines climatizadas, comandos automatizados e sensores de segurança refletem o alto nível de profissionalização das operações florestais.

O futuro da silvicultura

O volume de dados gerado ao longo do ciclo florestal é hoje exponencial. As empresas utilizam sistemas de data mining, modelagem preditiva e inteligência artificial para transformar dados brutos em informação e essa informação em inteligência para a tomada de decisão.

Essas análises são capazes de prever produtividade futura, antecipar riscos climáticos e otimizar a alocação de recursos. A tomada de decisão torna-se cada vez mais orientada por evidências, substituindo a experiência empírica pela gestão baseada em dados científicos. Esse é o futuro da silvicultura e que já está presente nas empresas de base florestal do estado.

Ailson Loper é diretor executivo da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas).

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Como megafábricas têm virado pequenas cidades do avesso em MS

A Suzano, empresa paulista de celulose, se instalou em Ribas do Rio Pardo em 2021. Desde então, a economia local mudou de forma acelerada. O crescimento trouxe impactos também na infraestrutura. A cidade precisa se adaptar para oferecer serviços básicos à população.

O orçamento municipal saltou de R$ 116 milhões em 2020 para R$ 340 milhões em 2025. Mais da metade da arrecadação vem do eucalipto.

Crescimento desenfreado impacta na estrutura

Segundo autoridades, o maior desafio é controlar o crescimento. Em cinco anos, a população subiu de 22 mil para 30 mil habitantes, segundo a prefeitura.

Parte dos moradores vive em ocupações irregulares. Tatiane Mendes de Souza, trabalhadora de serviços gerais, mora em um barraco porque não conseguiu pagar aluguel.

“É muito difícil pagar aluguel, é muito caro. E aqui foi melhor pra mim. É difícil morar no barraco. Quando chove, molha”.

A prefeitura estima que 420 famílias vivem em condições precárias. O diretor de habitação, Wilson Aparecido dos Santos, afirma que mesmo com a entrega de 100 casas, a demanda continua alta.

“A demanda é maior que 400 casas, para que as pessoas possam sair dessas zonas de risco”.

Nem todos conseguiram se manter no emprego. Márcio Antônio de Farias, pedreiro, machucou o joelho e buscou outra renda. Com ajuda de um colega cuteleiro, aprendeu a fabricar ferramentas para garantir o sustento.

“Eu não consigo exercer minha função. Um colega meu é cuteleiro, aí ele me deu umas dicas e agora tô tirando pelo menos o do arroz e feijão”.

Educação pressionada pela superlotação

O número de matrículas em Ribas do Rio Pardo subiu de 4,3 mil para 5,2 mil neste ano. A prefeitura afirma que busca soluções diárias para atender a demanda.

“Essa é uma dificuldade que realmente o município enfrenta. Decisões judiciais praticamente todos os dias obrigam a abrir vagas para crianças que estão chegando”, disse o prefeito Roberson Luiz Moureira (PSDB).

A Escola Estadual Maria Augusta Costa Ramos da Silva, a maior da cidade, atende mais de mil alunos. O prédio foi ampliado no ano passado e ganhou uma estrutura em contêiner para receber estudantes da educação especial.

Segundo a diretora, Edervânia dos Santos Malta, a capacidade triplicou.

“Nós tínhamos uma sala pequena onde atendíamos 20 alunos. Hoje estamos atendendo 60 da educação especial.”

Uma nova escola estadual deve ser inaugurada em 2026, com capacidade para 2 mil estudantes.

Parceria entre governo e empresas

Segundo Jaime Verruck, da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), o poder público e as empresas trabalham juntos para reduzir os impactos do crescimento.

“No momento do licenciamento, criamos o Plano Básico Ambiental (PBA). Avaliamos o que precisa ser ampliado em escolas e hospitais, e as empresas são obrigadas a investir”, explicou.

A Suzano aplicou R$ 22 bilhões no plantio de florestas e na fábrica que produz 2,5 milhões de toneladas de celulose por ano.

Durante as obras, em 2024, cerca de 10 mil trabalhadores de várias regiões do país atuaram na cidade. Hoje, a operação mantém 3 mil empregos diretos e terceirizados. Para reduzir os impactos, a empresa investiu R$ 300 milhões em Ribas do Rio Pardo.

Leonardo Mendonça Pimenta, diretor de operações industriais da Suzano, afirma que um comitê foi criado em 2021 para definir prioridades de investimento.

“Entre elas estava a ampliação do Hospital Municipal, já que prevíamos aumento da população e da demanda por saúde”, disse.

O Hospital Municipal registrou 56,5 mil atendimentos em 2023. Em 2025, o número subiu para 58,3 mil. O senador Nelsinho Trad (PSD) alerta para o risco de epidemias em cidades em rápido crescimento.

“É preciso prevenção e orientação em saúde pública, especialmente contra doenças sexualmente transmissíveis”, afirmou.

A Suzano também ergueu uma delegacia, um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e moradias para trabalhadores. Mesmo assim, os desafios continuam. O prefeito defende que o Plano Básico Ambiental (PBA) precisa priorizar a fase de operação da indústria.

“Em Ribas, o PBA foi voltado para a construção, mas a operação não ficou contemplada”, disse Roberson.

Impactos regionais

Além de Ribas do Rio Pardo, outras 11 cidades de Mato Grosso do Sul também sofrem efeitos diretos e indiretos da expansão da celulose. Em novembro, prefeitos e representantes se reuniram em Brasília para discutir soluções conjuntas.

O senador Nelsinho Trad (PSD) defende planejamento de longo prazo e investimentos eficazes.

“O Governo Federal não pode tratar essas 12 cidades da mesma forma que outras que não recebem investimentos desse porte. É preciso recursos da União para infraestrutura, habitação e saúde”, afirmou.

Inocência enfrenta pressão por moradia

Em Inocência, a população saltou de 8,4 mil para cerca de 15 mil habitantes com a chegada de trabalhadores da indústria e das florestas.

O prefeito Toninho da Cofapi (PP) afirma que a maior demanda continua sendo por moradias. “Os preços dos aluguéis subiram bastante por conta da demanda. Isso dificulta para quem já mora aqui”, disse.

Saúde é pressionada com megafábrica

Os impactos começaram em 2023, com a instalação da empresa chilena Arauco. O hospital público viu a média de atendimentos diários subir de 30 para 70 em pouco tempo.

Em novembro deste ano, foram 2,9 mil procedimentos. A rede particular também ampliou o atendimento.

“Temos três postos de saúde e estamos melhorando para acompanhar o crescimento. Se não, somos atropelados como outras cidades”, disse o prefeito.

O Plano Básico Ambiental (PBA) de Inocência prevê investimento de R$ 85 milhões pela Arauco. O recurso será usado para construir um novo hospital, dois postos de saúde, sede da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e 620 casas.

O presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore), Júnior Ramires, alerta que o poder público precisa acompanhar o ritmo do setor.

“A infraestrutura é essencial para o crescimento. Sem ela, os investimentos podem parar”, disse.

Informações: G1

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Pesquisa vai avaliar impactos do macaco-prego no setor florestal

Danos causados pelo animal têm impacto direto na produtividade, na qualidade da madeira e na economia do setor.

Na manhã de terça-feira (16), a Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP) realizou a apresentação oficial da pesquisa “Impactos florestais e econômicos do macaco-prego nas florestas comerciais de Pinus taeda”, que será desenvolvida pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Sociedade (PPGDS). O evento reuniu autoridades, pesquisadores, representantes do setor florestal, docentes, acadêmicos e convidados.

A pesquisa, que será conduzida pela professora Dra. Eluize Vayne Maziero e pelo mestrando Guilherme Fortkamp, integra uma agenda estratégica voltada à inovação e à sustentabilidade. O estudo buscará compreender os danos causados pelo macaco-prego (Sapajus nigritus) nas plantações de Pinus taeda, espécie amplamente cultivada em Santa Catarina, que hoje soma mais de 714 mil hectares plantados. Esses danos têm impacto direto na produtividade, na qualidade da madeira e na economia do setor, considerado um dos pilares da região de Caçador.

O projeto terá início ainda em 2025, com desenvolvimento ao longo de 2026 e apresentação dos resultados finais no primeiro semestre de 2027. Empresas do setor de base florestal interessadas podem entrar em contato com a UNIARP para o compartilhamento de informações. Essa integração é considerada essencial para o sucesso da pesquisa e para a construção de soluções efetivas.

A abertura teve a presença de Moacir José Salamoni, presidente da FUNIARP; Neoberto Geraldo Balestrin, reitor da UNIARP; Joel Haroldo Baade, vice-reitor acadêmico; Rosana Claudio Silva Ogoshi, coordenadora de Pós-Graduação, Pesquisa e Internacionalização; Talize Foppa, coordenadora geral de Graduação; Claudriana Locatelli, coordenadora do PPGDS; e Aurélio De Bortolo, presidente do Sindicato da Indústria da Madeira de Caçador (Simca).

Em sua fala, Moacir Salamoni, presidente da FUNIARP, ressaltou o papel estratégico da pesquisa. “Este projeto reforça a missão comunitária da UNIARP e da Fundação UNIARP, que é devolver à sociedade soluções concretas para seus desafios. Estamos investindo em ciência aplicada para apoiar um setor que é vital para a economia regional e para a geração de empregos. É um passo importante para unir conhecimento acadêmico e desenvolvimento econômico sustentável.”

O reitor Dr. Neoberto Balestrin destacou a relevância de iniciar pesquisas aplicadas que aproximem a academia do setor produtivo, fortalecendo a conexão entre conhecimento científico e as demandas econômicas da região.

Dra. Rosana Ogoshi destacou que a pesquisa marca um novo momento para a UNIARP. “Agora temos estrutura de laboratório, equipe de pesquisadores e estrutura de apoio. Por isso a pesquisa está sendo realizada neste momento. O Paraná já possui estudos mais aprofundados, mas a nossa região é diferente, com clima, relevo e características próprias. Este é o início de um trabalho de pesquisa que vai gerar conhecimento aplicado para Caçador e região.”

Já Aurélio De Bortolo, presidente do Simca, agradeceu à universidade pela iniciativa. “Esta pesquisa é de fundamental importância para a economia e para auxiliar o setor de base florestal, que garante emprego e renda. Estamos falando de problemas que afetam diretamente a economia da região e que precisam de solução.”

A pesquisa

O trabalho marca o início de um programa de pesquisas voltado à interação entre biodiversidade e produção florestal, com potencial para subsidiar políticas públicas e estratégias empresariais.

A professora Eluize Maziero, doutora em Engenharia Química pela UFSM, possui ampla experiência em pesquisa e desenvolvimento, com foco em inovação e sustentabilidade. Já o mestrando Guilherme Fortkamp, graduado em Engenharia Florestal pela UDESC e bolsista FAPESC, será responsável pela execução do projeto.

Informações: Portal RBV

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