A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), realizada em Belém (PA), encerrou-se em 21/11, após 2 semanas de discussões, aprovando o chamado “Pacote de Belém”. O documento reuniu 29 acordos globais e inclui temas como a ampliação do Fundo de Perdas e Danos e o compromisso de triplicar os valores destinados à adaptação climática até 2035, entre outros assuntos. Integrando a delegação oficial do Brasil e com acesso à Zona Azul da Conferência, o diretor-executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), Wilson Andrade, participou representando as florestas baianas e brasileiras no enfrentamento da crise climática.
Durante a conferência, Andrade participou de debates globais sobre financiamento climático, mercados de carbono, políticas para florestas, bioeconomia, inovação e ações de adaptação, contribuindo para posicionar o setor de base florestal como um aliado direto na consolidação da neutralidade de carbono.
“A COP30 marcou uma inflexão histórica ao colocar a Amazônia no centro da agenda global. O Brasil sai fortalecido, com avanços em financiamento, adaptação, florestas e mercados climáticos. Este é um momento crucial para reforçar que o setor brasileiro de árvores cultivadas é parte da solução climática global, unindo produtividade, conservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico”, destacou Andrade.
Ao longo da COP30, Andrade manteve forte interação institucional com diversas entidades nacionais como Ibá, CNA, e baianas como ACB, FAEB e FIEB, fortalecendo a articulação entre setor produtivo, governo e organismos multilaterais. No cenário internacional, também esteve em diálogo com representantes da FAO, ONU, bancos multilaterais e entidades florestais de vários países, ampliando discussões sobre financiamento verde, cadeias globais de produtos florestais e cooperação técnica para inovação no setor.
“Sustentabilidade para o agro baiano e brasileiro é mais do que um conceito, é uma prática cotidiana, é a base sobre a qual construímos o futuro”, evidencia Humberto Miranda, presidente da FAEB.
“A COP30 é uma chance rara. O futuro será de quem souber transformar desafios em oportunidades – para tanto, lugar mais inspirador do que a Amazônia não há”, destaca Paulo Hartung, presidente da Ibá.
Entre os principais avanços da COP30, destacam-se o reconhecimento das florestas tropicais como ativos globais essenciais para o equilíbrio climático e a consolidação das florestas plantadas como uma solução climática estratégica. A conferência também reforçou o incentivo ao manejo florestal sustentável, aos Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) e ao desenvolvimento de cadeias produtivas livres de desmatamento. Outro progresso importante foi o fortalecimento do reconhecimento internacional do setor de florestas plantadas, acompanhado da criação de novos mecanismos de financiamento e da expansão dos mercados de carbono, ampliando oportunidades para países e setores comprometidos com a economia verde.
“O esforço realizado pelo governo do Brasil, pelo estado do Pará e pela Prefeitura de Belém, apesar de todas as dificuldades, valeu a pena para mostrar que o país tem plenas condições de liderar esse processo”, destaca Andrade.
A criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF – Tropical Forest Forever Facility) representa uma iniciativa importante de pagamento por resultados para incentivar que países mantenham suas florestas tropicais em pé. A proposta estabelece que nações que preservam esses biomas serão recompensadas financeiramente por meio de um fundo de investimento global. Ao menos 63 países já endossaram a iniciativa, que, segundo a presidência da COP30, já mobilizou US$6,7 bilhões em recursos iniciais.
“O setor de base florestal já pratica aquilo que muitos setores ainda precisam acelerar: alta produtividade, competitividade e processos que resultam naturalmente em descarbonização. Assim, com os avanços na silvicultura do eucalipto, mostramos que é possível produzir mais, emitir menos e gerar resultados econômicos.” afirma o diretor-executivo da ABAF.
Finlândia – Sua agenda também incluiu encontros com governos estrangeiros, além de diversos eventos técnicos de avaliação e análise do plano das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, promovidos pela Embaixada da Finlândia, que manteve um pavilhão ativo na programação da COP30. As atividades reuniram representantes do setor florestal e instituições dos dois países. Pela Finlândia, participaram o novo embaixador Antti Kaski, o ministro de Ciência e Desenvolvimento Econômico e o ministro das Relações Exteriores.
“Reconheço a liderança desse país como exportador de tecnologias e equipamentos, não somente na área de madeira, como também em economia circular, energias renováveis, segurança pública e defesa militar, tecnologia da informação e educação”, declara Andrade, Cônsul Honorário Emérito da Finlândia e Diretor Regional Nordeste da Finncham, entidades responsáveis por apoiar iniciativas de cooperação econômica e institucional entre Brasil e Finlândia.
A agenda de comunicação também foi intensa. Wilson concedeu entrevistas a veículos presentes na COP30, destacando a contribuição do setor florestal para a mitigação das mudanças climáticas, a preservação de áreas nativas e o potencial da bioeconomia brasileira.
“O problema das mudanças climáticas é de todos nós. Esperamos que os países negociadores assumam suas responsabilidades e façam de 2026, ano em que o Brasil terá liderança, um período de cumprimento de promessas e de efetiva implementação”, reflete Wilson Andrade.






