Segundo representante de empresa do setor florestal, o custo da biomassa deve fazer parte do planejamento estratégico das companhias
“Vemos algumas usinas que estão deixando para pensar na biomassa lá na frente, mas o milho está em regiões não-florestais”. O alerta é do sócio-diretor do grupo Index, Marcelo Schmid, em palestra sobe o cenário de biomassa para a produção de etanol de grãos.
Considerando onde o milho é plantado e onde o eucalipto é cultivado, conforme Schmid, há uma dissonância que se tornou um fator de risco para a indústria.
As falas ocorreram nesta terça-feira, 30, na 11ª edição do Teco Latin America, evento voltado para a cadeia produtiva de etanol de grãos e milho.
A Index não é uma empresa vinculada ao setor de etanol de grãos, mas ao setor florestal. “Vocês [indústria de etanol de milho] encaram a biomassa como insumo e isso faz muita diferença na concorrência, no mercado”, acrescenta.
Segundo ele, a biomassa florestal é uma “âncora sustentável” em longo prazo e que não depende de sazonalidade, como outras formas de biomassa. Além disso, ele defende a relevância para aplicação em diferentes mercados.
Schmid ainda relata que a madeira é cultivada em grande escala em estados de base florestal e que muitos estados agrícolas sofreram ou ainda sofrem com redução de área de plantio, pela falta da demanda. Por isso, há um trabalho de convencer o produtor de que houve um retorno da demanda pela matéria-prima, estimulando o plantio.
“A madeira mais cara é aquela que não está no pátio da minha indústria”, Marcelo Schmid (Index)
“Os municípios com maiores áreas de plantio não coincidem com as áreas de milho, precisamos dar um jeito de trazer uma coisa para perto da outra. O eucalipto pode ser plantado em quase todo lugar”, explica o sócio-diretor do grupo Index.
Ele considera que é preciso trazer o custo da biomassa para dentro do planejamento estratégico das usinas de etanol de grãos, seja por meio de parcerias ou com o fomento de produção.
Apresentando alguns números, a Index aponta que, em São Paulo, o setor de combustíveis e energia consome cerca de 2 milhões de toneladas ao ano de biomassa florestal; já em Mato Grosso, esse volume sobe para 3,9 milhões de toneladas. Por outro lado, em Mato Grosso do Sul, o consumo é de somente 200 milhões de toneladas ao ano.
Informações: NovaCana.