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Indústria de celulose avança sob pressão por sustentabilidade

Setor amplia produção e exportações enquanto enfrenta exigências ambientais e sociais

O Brasil é o maior exportador mundial de celulose, com aproximadamente 18 milhões de toneladas exportadas em 2023, segundo dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá). A atividade gera cerca de 1,5 milhão de empregos diretos e indiretos e representa mais de R$60 bilhões em exportações anuais. Essa relevância econômica, entretanto, vem acompanhada de cobranças crescentes por práticas que reduzam impactos ambientais relacionados ao uso intensivo de água, energia e recursos florestais.

Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) aponta que a indústria enfrenta barreiras ligadas à modernização de maquinário, à necessidade de qualificação de mão de obra e ao cumprimento de certificações internacionais, como FSC e PEFC, que garantem rastreabilidade e manejo responsável das florestas plantadas. No plano regulatório, normas internacionais, como as ISSB IFRS S1 e S2, reforçam a exigência de relatórios climáticos mais detalhados para empresas de capital aberto, aumentando a pressão por transparência em toda a cadeia produtiva.

Para o engenheiro químico João Carlos Negrão, especialista em linhas de secagem e enfardamento de celulose, a crescente pressão regulatória e de mercado impõe às fábricas desafios cada vez mais tangíveis na rotina operacional percepção construída ao longo de mais de duas décadas de experiência no Brasil, Finlândia e Estados Unidos.

‘Cada vez mais, os clientes buscam que os grandes fornecedores apresentem soluções de produção que tragam real, seja de água, vapor ou energia – fatores que hoje influenciam diretamente nos custos operacionais e definem a competitividade no setor de celulose. Já existem inúmeras soluções de diferentes fornecedores que proporcionam esses benefícios’, explica.

As declarações do especialista se conectam a uma das principais preocupações do setor: o consumo de água. A produção de celulose é uma das atividades industriais mais intensivas nesse recurso, e iniciativas de eficiência hídrica passaram a ser centrais. ‘Equipamentos que trazem economia de água estão diretamente ligados à sustentabilidade e ao meio ambiente, já que a produção de papel e celulose demanda grande consumo de água. Como resultado, esses equipamentos proporcionam uma produção mais eficiente, medida em toneladas de papel por tonelada de água’, observa João.

Outro ponto destacado é a relação entre energia e vapor no processo produtivo. De acordo com Negrão, o aproveitamento integrado pode gerar ganhos de eficiência e aumentar a capacidade produtiva: ‘Energia e vapor andam lado a lado, pois o próprio vapor pode ser utilizado para gerar energia para a fábrica e, ao mesmo tempo, contribuir para o retorno de energia ao grid da planta. O aumento da eficiência no uso do vapor pode ainda gerar incremento de produção, por exemplo, quando a máquina tem capacidade de aumentar a velocidade para gerar maior produção.’

No aspecto social, a opinião do profissional é de que a indústria de celulose têm impacto direto em comunidades locais situadas em regiões de cultivo florestal e operação industrial.

‘A geração de empregos, programas de capacitação profissional, investimentos em saúde e segurança no trabalho e ações de responsabilidade social são pontos cada vez mais observados. Certificações internacionais, como FSC (Forest Stewardship Council) e PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification), não são apenas exigências técnicas, mas também instrumentos que assegurem que esse impacto social seja positivo, transparente e duradouro’, pontua.

Para João, que traz no currículo atuações nos mercados da América do Norte, Europa e China, com a relevância econômica e pressões ambientais globais em constante crescimento, a sustentabilidade deixou de ser apenas uma meta e passou a ser uma condição essencial para a continuidade e competitividade da indústria de celulose. ‘Na Europa, o tema já ocupa posição central nas decisões estratégicas orientando regulações, investimentos e decisões de mercado. No Brasil o avanço é real, considerando os investimentos realizados nos últimos anos’, comenta.

O especialista destaca que, para se diferenciar, as empresas precisam enxergar a sustentabilidade não só como requisito do setor, mas como motor estratégico e verdadeiro valor de marca.

Informações: UAI.

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Setor florestal de Mato Grosso entra em crise após tarifas dos EUA sobre madeira de ipê

“Tarifaço” compromete exportações, gera demissões e pressiona economia regional; empresários pedem reação do Governo Federal

O setor de base florestal em Mato Grosso enfrenta um dos momentos mais delicados das últimas décadas em razão das tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida, conhecida como “tarifaço”, atingiu diretamente as exportações de madeira, sobretudo das indústrias que produzem pisos e decks de ipê, item de alta demanda no mercado norte-americano e com pouca saída em outros países.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras e Moveleiras do Extremo Norte de Mato Grosso (Simenorte), Dioni Brezovsky Domiciano, o impacto foi imediato. Diversas empresas reduziram turnos, cortaram linhas de produção e já iniciaram processos de demissão.

“Há companhias que trabalhavam há anos exclusivamente nesse nicho e hoje estão à beira do colapso. Isso significa desemprego e um efeito cascata sobre toda a economia regional”, destacou o dirigente.

A dificuldade em redirecionar a produção de ipê para outros mercados intensifica a crise. Com os Estados Unidos absorvendo grande parte da madeira, o setor agora enfrenta estoques encalhados, queda nos preços e perda de competitividade.

“Ficamos praticamente engessados. Não conseguimos repassar o custo das tarifas ao consumidor e a viabilidade do negócio foi comprometida”, afirmou Dioni.

Sindicatos e federações já encaminharam um documento ao Governo Federal pedindo uma posição firme nas negociações internacionais. Apesar do cenário adverso, Dioni acredita que será preciso buscar alternativas para superar o momento.

“Precisamos ser otimistas. O desafio é testar novas espécies e encontrar mercados que possam absorver nossa produção. Mas, neste momento, quem paga a conta somos nós empresários e nossos trabalhadores”, concluiu.

Fonte: Jornal Mato Grosso do Norte.

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Governo do Estado habilita consórcio liderado pela XP para Rota da Celulose

Agora faltam apenas trâmites burocráticos para a assinatura do contrato, prevista para até dezembro

O Consórcio Caminhos da Celulose, liderado pela XP Investimentos, teve sua documentação considerada habilitada para assumir o contrato da chamada Rota da Celulose, conjunto de rodovias no leste de Mato Grosso do Sul que abrange trechos das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e das rodovias federais BR-262 e BR-267. A Comissão Especial de Licitação se reuniu no dia 18 e conferiu os documentos apresentados no início de setembro.

Conforme ata publicada pelo EPE (Escritório de Parcerias Estratégicas), responsável por esta fase, o consórcio é formado pelas empresas XP Infra V Fundos de Investimentos e Participações, CDL Construtora, Laços Detetores Eletrônica, Conter Construções e Comércio S/A, Construtora Caiapó Ltda, Ética Construtora Ltda, Distribuidora Brasileira de Asfalto Ltda e Conster Construções e Terraplanagem Ltda. O grupo comprovou capacidade jurídica, trabalhista, fiscal, econômico-financeira e técnica, apresentando experiências anteriores, como a atuação na Rodovia BR-116/SP/PR – trecho São Paulo–Curitiba.

A convocação para a entrega da documentação havia sido publicada em 27 de agosto, após a desclassificação do Consórcio K&G Rota da Celulose por falta de atestado de qualificação técnica. Na ocasião, as empresas haviam apresentado a concessão da BR-393, a Rodovia do Aço, no Rio de Janeiro, cujo contrato teve a caducidade declarada pela União.

Com a aprovação dos documentos, o processo administrativo entra em fase de encerramento. Ainda cabe a possibilidade de impugnação da habilitação do consórcio. Após a publicação do resultado definitivo, haverá prazo de 60 dias para o cumprimento das obrigações prévias à assinatura do contrato.

O leilão – Realizado em 8 de maio, o leilão da Rota da Celulose contou com quatro concorrentes e terminou com a vitória do Consórcio K&G, formado pela K-Infra Concessões e Galápagos Participações. O grupo havia apresentado a melhor proposta financeira, com 9% de desconto sobre a tarifa máxima de pedágio e aporte de R$ 217,3 milhões.

A segunda melhor oferta foi justamente do Consórcio Caminhos da Celulose, com 8% de desconto e aporte de R$ 195,6 milhões. Também participaram da disputa as empresas Rotas do Brasil, que ofereceu 5% de desconto, e o BTG Pactual, com 4%.

O contrato – A concessão prevê 30 anos de gestão sobre 870 quilômetros de rodovias em Mato Grosso do Sul, com investimentos de R$ 6,9 bilhões, incluindo R$ 3,2 bilhões em custos operacionais. Estão previstas praças de pedágio em cidades estratégicas como Três Lagoas, Campo Grande, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Nova Andradina e Nova Alvorada do Sul.

As obras incluem 146 km de duplicações (sendo 115 km já previstos), 457 km de acostamentos, 245 km de terceiras faixas, 12 km de marginais, 38 km de contornos urbanos, 62 dispositivos em nível e 4 em desnível. Também estão programados 25 acessos, 22 passagens de fauna, 20 alargamentos de pontes e 3.780 m² em obras de arte especiais. Após as intervenções, toda a malha passará a contar com acostamento.

Informações: Campo Grande News.

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Dia da Árvore: Embrapa, APRE e UFPR promovem educação ambiental para crianças

No dia 25 de setembro, a Embrapa Florestas, em Colombo (PR), abre suas portas para celebrar o Dia da Árvore, comemorado em 21/09, em parceria com a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR). A iniciativa deve reunir cerca de 150 crianças de escolas públicas, que terão a oportunidade de participar de atividades educativas e interativas ao longo de todo o dia.

Organizado em quatro estações temáticas, o evento vai proporcionar momentos de imersão em diferentes aspectos do meio ambiente e do setor florestal.

Na estação Erva-mate e Araucária, as crianças irão conhecer mais sobre espécies nativas que fazem parte da cultura, da história e da economia do Paraná. Já na estação Solo, os especialistas da Embrapa Florestas explicarão a importância da conservação e do manejo adequado para a saúde das florestas, além da relação do solo e das florestas com as mudanças climáticas.

Na estação Florestas Plantadas, representantes da APRE Florestas apresentarão o papel do setor na economia e como o manejo sustentável garante benefícios ambientais e sociais. Além disso, a APRE Florestas e o Laboratório de Produtos Florestais da UFPR também vão abordar a presença da floresta e seus produtos no cotidiano das crianças, ressaltando a importância da escolha consciente.

Na estação Insetos Florestais, por sua vez, o objetivo é explicar a biodiversidade e a função dos insetos no equilíbrio dos ecossistemas, bem como estratégias de controle biológico quando alguns insetos se tornam pragas. Cada grupo deve passar cerca de 20 minutos em cada estação, com linguagem adaptada para a faixa etária dos alunos, garantindo um aprendizado dinâmico e acessível.

Educação ambiental na infância

De acordo com os organizadores, a ação tem como objetivo despertar nas crianças a consciência ambiental, a sustentabilidade e o entendimento sobre o equilíbrio entre conservação e produção.
Para Edina Moresco, chefe adjunta de Transferência de Tecnologias da Embrapa Florestas, trabalhar esse tema com as crianças é uma grande oportunidade para formar futuros adultos mais conscientes do papel central das árvores nos diferentes processos de produção sustentável. “As árvores são muitas e com várias aplicações, madeira, celulose, ornamentais, urbanas, entre outras. Queremos mostrar um pouco disso tudo e, quem sabe, fazer parte da memória de infância destas crianças, além de despertar nelas essa consciência”, afirma.

O presidente da APRE Florestas, Fabio Brun, destaca o impacto positivo da iniciativa. “É fundamental aproximar as crianças da natureza e mostrar, de forma prática, como o setor florestal está presente no nosso dia a dia. Quando a educação ambiental começa cedo, criamos uma geração mais consciente, que entende a importância das árvores para o futuro do planeta”.

Um futuro mais sustentável

A celebração do Dia da Árvore é mais do que um mero passeio escolar. É uma experiência didática e lúdica, na qual os alunos têm contato direto com a ciência, a cultura e o meio ambiente. Para a Embrapa Florestas e a APRE, a expectativa é de que iniciativas como esta multipliquem conhecimentos e formem cidadãos engajados na construção de um futuro sustentável.

Serviço
Evento Dia da Árvore
Data: 25/09
Horário: 8h30 às 16h
Local: Embrapa Florestas (Estrada da Ribeira, Km 111 – Parque Monte Castelo, Colombo)
Organização: Embrapa Florestas, APRE Florestas e UFPR

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