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Estudos confirmam previsões econômicas de sistemas sustentáveis ​​de produção na Amazônia e no Cerrado

Estudos de caso sobre sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta ( ILPF ) e agroflorestais ( SAFs ) no Cerrado e na Amazônia mostram ganhos em produtividade, segurança alimentar, conservação ambiental e resiliência climática, além de gerar empregos e renda. Com base nesses levantamentos, pesquisadores da Embrapa elaboraram, em parceria com o Banco Mundial , uma visão geral que reúne as evidências econômicas e traz recomendações para superar barreiras e ampliar a adoção de sistemas de produção sustentáveis.

“As informações sobre o desempenho econômico de sistemas integrados de produção na Amazônia e no Cerrado servirão de subsídio para as políticas do Banco Mundial. Além disso, podem contribuir para inserir esses sistemas nas políticas nacionais de crédito, como o Plano Safra da Agricultura Familiar . O documento evidencia ainda que, principalmente na Amazônia, existe uma necessidade de ampliá-los”, declara o pesquisador da Embrapa Acre (AC) Judson Valentim .

Para o economista agrícola sênior do Banco Mundial em Brasília, Leonardo Bichara Rocha, o trabalho traz evidências importantes para orientar políticas públicas e instrumentos financeiros que promovam o uso mais inclusivo, intensivo e ambientalmente sustentável da terra. “O estudo é inovador ao mostrar que, além dos benefícios ambientais e agronômicos, os sistemas de ILPF e os SAFs trazem maiores retornos econômicos e financeiros ao agricultor e ao pecuarista, em comparação aos sistemas tradicionais. Foi um passo importante no novo marco de colaboração do Banco Mundial com a Embrapa, assinado em 2024”, conclui.

Os sistemas de ILPF integram diversas atividades produtivas – agrícola, pecuária e florestal – numa mesma área por meio de sucessões, consórcios ou rotações de culturas, envolvem a sinergia entre os componentes do agroecossistema, o que permite maior produtividade, intensificação do uso da terra e redução da necessidade de abertura de novas áreas, entre outros benefícios.

Já os SAFs ( foto à esquerda ) se adequam à agricultura familiar pelo menor nível de mecanização e uso de mão de obra intensiva. Eles associaram, na mesma área e em determinados períodos, espécies perenes (como árvores frutíferas ou madeireiras), cultivos semiperenes (como banana, abacaxi, mandioca e algumas espécies de forrageiras) e plantios de ciclo curto, como grãos.

Segundo Valentim, os dados atualmente disponíveis são limitados, considerando a diversidade ambiental, social e econômica da Amazônia, que corresponde a 60% do território nacional. “Conseguimos avaliar cinco sistemas que possuíam dados sistematizados, e isso foi importante porque organizamos as informações sobre o que existe e as lacunas para a pesquisa agropecuária”, afirma.

Análises econômicas abrangem diferentes municípios dos dois biomas

A síntese mostra os resultados da análise econômica comparativa entre um sistema de ILPF (ILPF-A), em Nova Canaã do Norte (MT), na Amazônia Legal; outro (ILPF-C), em Nova Xavantina (MT), região do Cerrado; e as duas estratégias de uso da terra mais representativas em Mato Grosso: um sistema de trabalho em grande escala e outro de pecuária extensiva. Também são apresentados resultados econômicos de quatro modelos de SAFs com diferentes estratégias de diversificação de cultivos no bioma amazônico, sendo dois ( BR SAF RO 1 e BR SAF RO 2 ) em Nova Califórnia, distrito de Porto Velho (RO), no Projeto RECA e dois (SAF 3 e SAF 4) em Tomé-Açu (PA), operações no Projeto Tipitamba ( veja infográfico abaixo ).

“São estudos de caso representativos de sistemas ILPF, ILP (Integração laboral e pecuária) e SAFs, que comprovam seu potencial de adoção por agricultores de pequeno, médio e grande porte nos dois biomas”, complementa o pesquisador Júlio César dos Reis , da Embrapa Cerrados (DF), responsável pelo trabalho. Além dele e de Valentim, também participaram, pela Embrapa, os pesquisadores: Mariana de Aragão Pereira , da Embrapa Gado de Corte (MS), e Flávio Wruck , da Embrapa Agrossilvipastoril (MT).

Arte: Wellington Cavalcanti | Foto: Priscila Viudes (SAF)

ILPF apresenta melhor desempenho econômico no Cerrado e na Amazônia

Os sistemas de ILPF tiveram desempenho econômico mais econômico ( tabela 1 ). O lucro bruto foi maior no ILPF-C, sendo 8% maior que o da fazenda de trabalho e mais que o dobro da fazenda de pecuária, devido, segundo os pesquisadores, ao elevado rendimento do componente florestal associado à estratégia de comercialização de gado, aproveitando a vantagem logística fornecida pela localização da fazenda, próxima à divisa com Goiás. Já o alto custo de produção do sistema ILPF-A e a demanda limitada por madeira na região reduziram o lucro bruto. Ainda assim, as taxas de retorno interno e o retorno sobre o investimento foram superiores às fazendas de agricultura e de pecuária extensiva ( tabela 2 ).

Os indicadores de previsão econômica mostram que o sistema ILPF-C é o mais atraente financeiramente, apresentando um Valor Presente Líquido Anual (VPLA) 13 vezes maior que o da fazenda de trabalho e 41 vezes maior que o da fazenda de pecuária, além do maior índice de lucratividade – 1,36 ou 36 centavos de lucro para cada dólar investido. A fazenda de trabalho, apesar do investimento inicial semelhante ao do sistema ILPF-C, apresentou retorno 35% inferior e índice de lucratividade de 1,03 devido a riscos econômicos e de mercado, mesmo em projetos projetados de preços. Por outro lado, o sistema de pecuária extensivo gerou apenas dois centavos de lucro para cada dólar aportado, sendo o menos lucrativo.

“Os resultados demonstram que os sistemas de ILPF são mais resilientes, controlados pelos custos unitários de produção, promovem o uso mais eficiente dos recursos ambientais e podem contribuir para políticas de redução do desmatamento. O componente agrícola tem menor dependência de insumos externos e a produtividade animal é superior devido à melhor qualidade das pastagens”, comenta Reis.

Foto: Ronaldo Rosa (SAF)

SAFs com cultivos de maior valor agregado são mais rentáveis

Valentim explica que nos anos iniciais dos SAFs o gasto é maior devido ao uso de insumos, mão de obra e equipamentos para o estabelecimento das culturas, além da menor diversificação dos produtos comercializados. “Para um SAF se manter rentável ao longo dos anos, é preciso considerar o tempo para cada componente produzido, bem como possibilitar uma safra de ciclo rápido, de baixo custo e que mantenha um fluxo de caixa positivo”, afirma, acrescentando que o período de análise econômica precisa ser longo para que as receitas das espécies principais, geralmente florestais nativas, sejam consideradas – como ocorre com as avaliações dos SAFs BR SAF RO 01 (15 anos), BR SAF RO 02 (20 anos) e SAFs 3 e 4 (30 anos).

No SAF BR RO 1, as vendas de milho, arroz, mandioca e feijão garantem as receitas nos primeiros anos, papel fortalecendo as sementes de pupunha e os frutos do cupuaçu a partir do quarto ano. No SAF BR RO 2, a banana respondeu por 60% da receita do sistema nos três primeiros anos, sendo sucedida pelo palmito de pupunha, que predominou a partir do quarto ano e foi substituída pela andiroba e pela pupunha para sementes ao longo dos anos seguintes. A pimenta-do-reino foi a principal geradora de receita nos anos iniciais dos SAFs 3 e 4, com a diversificação ocorrida a partir do quinto ano com as vendas de cupuaçu (receita principal), açaí e madeira de paricá no SAF 3; de amêndoas de cacau a partir do sétimo ano e, principalmente, do açaí a partir do oitavo ano no SAF 4.

Os quatro sistemas foram capazes de cobrir os custos de produção nos períodos avaliados. Os SAFs 3 e 4 obtiveram os maiores lucros (tabela 3) devido aos custos de produção inferiores e à venda de produtos de maior valor agregado, como o açaí e o cacau.

De acordo com os índices de soluções econômicas para um período de 15 anos (veja tabela 4), o BR SAF RO 1 obteve lucro anual de US$ 1.720,49/ha e retorno de US$ 2,50 para cada dólar investido. Apesar do investimento inicial 1,8 vez maior, o BR SAF RO 2 obteve lucro 60% inferior, mas ainda se apresentou competitivo, com retorno de US$ 1,75 por dólar gasto. O SAF 3, com US$ 636,11/ha de investimento inicial, retornou US$ 5,60 para cada dólar investido, enquanto no SAF 4 o investimento foi de US$ 1.819,24/ha, retornando US$ 9,20 por dólar gasto, devido à venda do açaí e da amêndoa do cacau.

Para Valentim, os resultados demonstram que as políticas de financiamento, principalmente para os SAFs, devem prever um tempo de carência mais longo. “Estimamos em seis anos o retorno positivo para que os produtores consigam pagar os financiamentos. Os SAFs são um instrumento importante de diversificação dos sistemas produtivos e de aumento da resiliência frente às mudanças climáticas porque, se em um ano, uma lavoura apresenta um preço ruim, há um segundo produto que pode ter um preço melhor. Isso aumenta a resiliência do produtor, que não vai depender de apenas um produto”, explica, concluindo que o estudo é uma base importante para a implementação de políticas públicas de crédito rural, sobretudo para a produção familiar na Amazônia.

Barreiras e lacunas de conhecimento precisam ser superadas para ampliação adoção

A área ocupada com sistemas de ILPF no País, em 2017, era de 17 milhões de hectares, o que representa 7% de toda a área ocupada pela agropecuária, de acordo com dados da  Rede ILPF . No documento, os pesquisadores elencaram uma série de barreiras financeiras, ambientais, sociais e técnicas e de infraestrutura e de mercado para a adoção dos sistemas de ILPF e dos SAFs na Amazônia e no Cerrado, além das políticas públicas e dos incentivos existentes, com sugestões de melhorias para a expansão dessas práticas sustentáveis. Eles também apontam lacunas no conhecimento relacionado à avaliação econômica dos sistemas.

Entre as barreiras financeiras, estão as políticas de crédito, que não estão alinhadas à dinâmica de fluxo de caixa dos sistemas de produção sustentáveis, pois focam em resultados anuais. Apesar do  Plano Safra  e do  Plano ABC  oferecerem empréstimos a juros baixos para investimentos em diversificação produtiva, são sugeridos ajustes para que os mecanismos de crédito considerem resultados econômicos, sociais e ambientais de longo prazo.

A falta de regulamentação da  Lei 14.119/2021 , que institui a Política Nacional de Pagamentos por Serviços Ambientais, é uma das barreiras ambientais. Mesmo com o novo Código Florestal, os pesquisadores ressaltam a necessidade de fortalecer o investimento público em pesquisa para desenvolver indicadores e análises que sirvam de referência para políticas ambientais, além da priorização da criação do Cadastro Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais, do Programa Federal de Pagamento por Serviços Ambientais e do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa.

A falta de assistência técnica e a disponibilidade limitada de mão de obra comprometida para tarefas complexas dos sistemas de ILPF e SAFs são as principais barreiras quanto aos aspectos sociais e técnicos. Apesar das pesquisas e iniciativas de extensão rural reforçadas pelo governo federal, bem como das unidades demonstrativas para produtores, sugere-se o fortalecimento do vínculo entre o acesso ao crédito e a prestação de assistência técnica especializada, além da ampliação dos recursos humanos e financeiros da Agência Nacional de Extensão Rural ( Anater ) e da implementação da  Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural.

Foto: Ronaldo Rosa (SAF)

Como principal barreira de infraestrutura e mercado, é apontada a ausência de infraestrutura agrícola em regiões mais distantes das áreas consolidadas de produção de soja e milho no Cerrado. São investimentos sugeridos especialmente em ferrovias e hidrovias para potencializar a competitividade e a abertura de novos mercados.

Diversos fatores são planejados para explicar a escassez de conhecimento para as análises econômico-financeiras de sistemas sustentáveis ​​na Amazônia e no Cerrado. Entre eles, a dificuldade de coleta de informações econômicas em estudos de campo; a dependência, em muitos estudos, de experimentos controlados ou estudos de caso em fazendas, o que restringe a extrapolação de dados; uma grande variabilidade nas abordagens metodológicas; e, diante da disponibilidade limitada de dados, a tendência de avaliação dos componentes dos sistemas isoladamente, sendo que a característica fundamental da ILPF e dos SAFs são as interações sinérgicas entre eles.

“Ao apontar não apenas o potencial como também barreiras para a adoção e lacunas de conhecimento sobre os sistemas de ILPF e os SAFs, esperamos que esta síntese possa estimular uma agenda de pesquisa que leve à construção de um banco de dados econômico, social e ambiental robusto sobre esses sistemas no Brasil”, conclui Reis.


Informações: Embrapa Cerrados.

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Governo de MS investe R$ 26,9 milhões em acessos estratégicos para fortalecer polo da celulose

O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), autorizou investimento de R$ 26,89 milhões na implantação e pavimentação de dois acessos na rodovia MS-377, trecho que liga Três Lagoas a Inocência, na região leste do Estado. Conhecida como Vale da Celulose, a área se consolida como um dos mais novos polos industriais do país.

A obra tem como principal objetivo dar suporte logístico ao avanço do Projeto Sucuriú, da Arauco do Brasil, considerado um dos maiores investimentos privados em andamento no Brasil. O cronograma prevê execução e conclusão em até 360 dias a partir da emissão da ordem de serviço.

Infraestrutura alinhada à nova geografia econômica

O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Guilherme Alcântara, destacou que a obra integra um plano estratégico de expansão da malha viária regional, pensado para atender às demandas crescentes do setor produtivo.

“A pavimentação desses acessos à planta da Arauco representa mais do que infraestrutura: ela traduz nossa política de antecipação às demandas do setor produtivo. Estamos estruturando corredores logísticos para garantir que grandes investimentos, como o do Projeto Sucuriú, operem com eficiência desde o primeiro dia”, afirmou.

Alcântara também ressaltou que os acessos foram projetados com interseções modernas, priorizando segurança viária e previsibilidade operacional.

Detalhes técnicos dos acessos

O projeto contempla a construção de dois acessos distintos para a planta industrial:

  • Acesso principal (km 94): construído em dois níveis, com interconexão do tipo “trombeta”, modelo comum em rodovias de alto fluxo. Inclui faixas de desaceleração e aceleração, garantindo segurança para carretas e composições de carga.
  • Acesso secundário (km 97): segue o modelo de rótula alongada, que melhora a fluidez do tráfego na própria MS-377.

A combinação desses dispositivos permitirá maior eficiência logística, redução de gargalos e diminuição dos riscos de acidentes, beneficiando trabalhadores, fornecedores e a comunidade local.

Projeto Sucuriú: megainvestimento em celulose

O Projeto Sucuriú, da Arauco do Brasil, envolve aporte estimado em US$ 4,6 bilhões. A unidade terá capacidade inicial de 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano, com possibilidade de expansão futura.

A planta deve gerar 14 mil empregos no pico das obras e aproximadamente 6 mil postos de trabalho permanentes após o início da operação. Localizada em Inocência, a unidade conecta áreas de plantio de eucalipto ao sistema rodoviário estadual e aos corredores de exportação pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).

Impacto regional e projeção para 2026

O investimento faz parte da estratégia do Governo do Estado de consolidar o Vale da Celulose como polo competitivo da cadeia florestal brasileira. A pavimentação com soluções técnicas diferenciadas atende diretamente às necessidades de operações industriais de larga escala.

Com entrega prevista para 2026, os novos acessos serão fundamentais para ampliar a capacidade de escoamento da produção, atrair novos investimentos e fortalecer toda a cadeia produtiva florestal do Estado.

Fonte: Portal do Agronegócio.

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ILPF transforma pecuária de Mato Grosso em modelo sustentável e lucrativo

Parceria entre Rede ILPF e Famato leva capacitação sobre sistemas integrados de lavoura, pecuária e floresta a 17 municípios, mostrando como a integração aumenta produtividade, reduz custos e protege o meio ambiente

A Associação Rede ILPF e a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) fecharam parceria para inclusão do Sistema Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) no conteúdo programático da iniciativa “ABC+ em Ação”. Com apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) do Estado, a ação tem como objetivo levar informação e capacitação a produtores rurais e profissionais do setor sobre os resultados socioeconômicos e ambientais proporcionados pelos sistemas integrados.

O “ABC+ em Ação” será executado em 17 municípios mato-grossenses. As primeiras etapas já ocorreram em Sinop, Campo Novo do Parecis, Rio Branco, Porto Estrela, Santa Cruz do Xingu, Confresa e Ribeirão Cascalheira. As próximas serão em: Alto Taquari (19), Aripuanã (29), Juruena (30), Nova Bandeirantes (02/10), Carlinda (03/10), Jaciara (09/10), Alto Paraguai (10/10) e Poconé (17/10), além de um grande evento de encerramento em Cuiabá em 23 de outubro.

O sistema ILPF é uma estratégia de produção que combina diferentes sistemas produtivos: agrícolas, pecuários e florestais em uma mesma área, seja em consórcio, sucessão ou em rotação de culturas, gerando benefícios para todas as atividades. A prática intensifica de modo sustentável o uso da terra, protege e fertiliza o solo, promove a economia de insumos e consequente redução de custos, e simultaneamente eleva a produtividade em uma mesma área, diversificando produção e fontes de receita.

Ao mesmo tempo, o sistema é ambientalmente correto, com baixa emissão de gases de efeito estufa e permite o sequestro de carbono, tornando a atividade mais resiliente às mudanças climáticas. Culturas agrícolas como grãos [soja e milho] e produção de fibras [algodão] podem ser utilizadas na ILPF.

A modalidade pecuária contempla, sobretudo a bovinocultura de corte ou leite e a parte florestal envolve a silvicultura, com destaque, por exemplo, para o plantio de eucaliptos. Diferentemente do senso comum, a ILPF pode ser adaptada para pequenas, médias e grandes propriedades, em todos os biomas brasileiros. “O Brasil tem 159 milhões de hectares de pastagens que podem ser convertidos em áreas de ILPF, ampliando ainda mais a área de produção agropecuária no País sem qualquer necessidade de novas aberturas”, assinala o presidente-executivo da Rede ILPF, Francisco Matturro.

Atualmente, a Rede ILPF chega nacionalmente a cerca de 17,4 milhões de hectares, indicam números da Rede. “A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta significa a emancipação do produtor. De que forma? Porque tem uma renda de curto prazo, que são as lavouras de grãos e cereais. Tem o gado no médio prazo e o componente florestal no longo prazo”, ressalta Matturro.

Este novo acordo se soma aos Programas Integras da Rede ILPF em cinco Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul – além de convênio em nível nacional com a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).

Fonte: Assessoria Rede ILPF.

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Exclusiva – Inovação e sustentabilidade: Máquina Solo revoluciona o ciclo da biomassa

Equipamentos robustos criam as condições ideais para que a matéria orgânica se torne um recurso valioso, otimizando o processo e os resultados

A Máquina Solo, com 27 anos de história e quase 800 equipamentos espalhados pelo Brasil, se consolida como uma parceira estratégica para a sustentabilidade da indústria de papel e celulose. A empresa conecta tecnologia global a desafios locais, provando que resíduos podem ser sinônimo de insumos sustentáveis e lucratividade.

Com soluções para trituração e compostagem, a Máquina Solo reforça a economia circular, garantindo que o que antes era descartado se transforme em um recurso de alto valor agregado. É essa visão que guia a adoção da compostagem como uma estratégia central no setor, transformando passivos ambientais em fertilizantes orgânicos que fortalecem a agricultura e reduzem a dependência de produtos importados.

Mais do que simples máquinas, os equipamentos da Máquina Solo são projetados para atuar em sinergia com a natureza. O CEO Maycon Pereira detalha como trituradores e revolvedores servem como catalisadores essenciais, potencializando a ação dos microrganismos responsáveis pela conversão do material orgânico: “Os trituradores e revolvedores são equipamentos fundamentais para o processo de compostagem. O triturador tem a função de produzir o material estruturante e a fonte de carbono necessária para o início do processo. Já o revolvedor atua na homogeneização dos resíduos orgânicos nas leiras e, principalmente, na oxigenação, fornecendo o ar indispensável para a respiração das bactérias”.

“É importante destacar que quem faz a compostagem não são as máquinas, mas sim as bactérias. O papel dos equipamentos é criar as condições ideais para que esses microrganismos atuem de forma eficiente. Assim, trituradores e revolvedores aceleram o processo, garantem qualidade no composto final e tornam a operação mais produtiva.”

Essa visão de futuro da Máquina Solo já é uma realidade em grandes players do mercado. A LD Celulose, por exemplo, é um case de sucesso que demonstra como a união de tecnologia de ponta e uma mentalidade sustentável pode gerar resultados impressionantes. Ao adotar o processo de compostagem em larga escala, a empresa não apenas trata seus resíduos, mas também cria uma nova fonte de renda, transformando o que antes seria um passivo ambiental em um ativo econômico de alto valor para a agricultura.

Sobre como a evolução tecnológica dos maquinários tem ampliado a eficiência e a escala dos projetos de compostagem na indústria, Maycon Pereira, CEO da Máquina Solo destaca: “A Menart é referência mundial há mais de cinco décadas no desenvolvimento de tecnologias para processamento de leiras. Os equipamentos da marca são projetados para entregar máxima eficiência com conforto operacional, contando com joystick, cabine climatizada, ampla visibilidade e até piloto automático. Do ponto de vista de negócio, isso significa menos máquinas em operação para mais produtividade”.

“Um grande exemplo é o Compostador MENART SP50, utilizado no projeto da LD, que substitui até três equipamentos nacionais e alcança uma impressionante capacidade de 2.500 toneladas por hora. Com maior rendimento, é possível processar mais material em menos área, otimizando espaço e recursos. Já a Tana se destaca pela versatilidade e resistência. Sua alta disponibilidade mecânica garante operação contínua, mesmo em condições adversas e com resíduos contaminados — como no caso de casca de eucalipto, similar ao material processado na LD. Isso reduz paradas, aumenta a confiabilidade e assegura resultados consistentes em projetos exigentes.”

Compostagem: o elo entre tecnologia e economia circular

A indústria de papel e celulose, como a LD Celulose, está usando a tecnologia fornecida pela Máquina Solo para liderar essa revolução verde. A LD Celulose, uma referência em celulose solúvel, desenvolveu um processo de compostagem em larga escala para transformar lodos e sobras de madeira em fertilizantes que corrigem a acidez do solo.

Para essa operação, a empresa conta com equipamentos robustos e eficientes da Máquina Solo, como o triturador TANA Shark e o revolvedor de leiras Menart SP-50. O TANA Shark, um dos mais versáteis do mercado, processa até 12 tipos de resíduos, garantindo uma biomassa homogênea e acelerando a decomposição. Já o Menart SP-50 é essencial para a aeração e homogeneização das leiras, fatores críticos para obter um composto de alta qualidade.

O resultado dessa parceria tecnológica é impressionante. A planta de compostagem da LD Celulose, com sua área de 60 mil m², processa cerca de 120 mil toneladas de resíduos por ano, resultando na produção de dezenas de milhares de toneladas de corretivo de solo e fertilizante orgânico, impulsionando a produtividade das florestas de eucalipto e beneficiando outras culturas agrícolas.

Para Pedro Cardoso, Coordenador de Compostagem da LD Celulose, o sucesso do projeto de compostagem não está apenas nos números, mas na mudança de mentalidade. Ele explica como a empresa superou o desafio de transformar resíduos em um produto confiável, redefinindo o valor de materiais que antes eram descartados: “O principal desafio do projeto foi desenvolver um processo produtivo seguro e de qualidade, capaz de assegurar à silvicultura, ao plantio e aos clientes externos um produto de uso agronômico confiável. Isso exigiu a reformulação de um pensamento antigo, no qual esse material era visto apenas como um resíduo destinado ao solo. Hoje, ele passa a ser reconhecido como um insumo que contribui para a fertilidade, em condições comparáveis aos produtos já consolidados no mercado”.

“Não é possível falar em meio ambiente sem considerar também os ganhos econômicos e produtivos. O simples fato de evitar o envio de resíduos e a necessidade de construção e gerenciamento de aterros industriais já representa ganhos efetivos, uma vez que a indústria reduz custos com transporte e destinação final. Além disso, o aproveitamento desses produtos na floresta e no mercado contribui para subsidiar o tratamento de resíduos industriais, diminuindo os custos de produção e fortalecendo a sustentabilidade do processo.”

Um novo olhar para os resíduos

Além do lodo e das sobras de madeira, a visão da Máquina Solo se estende ao potencial energético de tocos e raízes, que representam até 30% da biomassa de uma floresta. O uso de equipamentos modernos permite que esses materiais, antes ignorados, sejam processados para gerar calor, vapor e até mesmo energia.

Essa abordagem inovadora, que concilia a sustentabilidade do solo com o aproveitamento energético, mostra que a compostagem é muito mais do que um tratamento de resíduos; é uma estratégia de negócio. A Máquina Solo se posiciona na vanguarda desse movimento, provando que a responsabilidade ambiental e a lucratividade podem andar de mãos dadas, transformando a indústria de papel e celulose para um futuro mais verde e produtivo.

Soluções para o agroflorestal – Trituradores e revolvedores

Conheça soluções para trituração, peneiramento e revolvimento de leiras:

Saiba mais em: https://maquinasolo.com.br/

Escrito por: redação Mais Floresta.

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