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Com tarifaço, indústria da madeira de Canoinhas (SC) e região pode ter prejuízo de R$ 1 bilhão e extinguir 800 empregos

Estimativa da Facisc mostra a alta dependência do Planalto Norte em relação ao mercado estadunidense

Um diagnóstico recente elaborado pela Federação das Associações Empresariais dde Santa Catarina (Facisc) aponta que, em 2024, o valor das exportações do Planalto Norte (são dez cidades lideradas por Canoinhas, Mafra e Porto União) alcançou R$ 4,8 bilhões, com 191 empresas exportadoras, o que representa 6,5% do total de Santa Catarina. Essa região é a sexta maior exportadora do Estado, com destaque para os setores de madeira e móveis, que juntos representam mais de 36% das vendas internacionais. Em se tratando de EUA, é a terceira maior exportadora.

As exportações fiscais do Planalto Norte mostram como o agronegócio segue vital para a economia local. A soja responde por 31,8% das vendas internacionais, mas a madeira e os móveis juntos representam 36,1%. Em 2024, a região exportou R$ 1,076 bilhão apenas para os Estados Unidos. A soja está focada em outros mercados.

Os produtos exportados para os EUA são predominantemente do setor de madeira e móveis, que respondem por 95% do total exportado pela região. O setor de móveis, em particular, é o líder nas exportações, com mais de 40% de representatividade, seguido pela madeira em forma (25,2%) e madeira compensada (17,9%).

DEPENDÊNCIA

A dependência do Planalto Norte em relação ao mercado americano é evidente. Por exemplo, 99% das exportações de madeira em forma vão para os EUA, enquanto 60% dos móveis e 44% da madeira compensada têm o mesmo destino. Apesar de a região ter tentado diversificar seus parceiros comerciais, a influência do mercado americano continua sendo significativa e preocupante.

O setor de móveis, que emprega cerca de 15 mil pessoas no Planalto Norte, já sente os efeitos da queda na demanda. Em 2022 e 2023, a recessão econômica nos EUA, que resultou em uma redução de 5% na construção civil em 2022 e 2% em 2023, fez com que as exportações de madeira e móveis no Planalto Norte caíssem ainda mais do que a média estadual, totalizando perdas superiores a R$ 1 bilhão. A situação foi crítica, especialmente para o setor madeireiro, que viu suas exportações despencarem em mais de 50% devido à desaceleração do mercado americano. Agora, em 2025, o setor vinha se recuperando, justamente quando vem o revés provocado pelo tarifaço de Trump.

Se as políticas de tarifaço resultarem em prejuízos que dobrem os registrados em 2023, o setor pode enfrentar perdas de mais de R$ 1 bilhão em produção e quase 800 empregos apenas na indústria madeireira, com forte presença em Canoinhas (Procopiak e Energia Madeiras), Três Barras (Brasnile e FComp), Porto União (indústrias de portas) e Papanduva. Com a crescente competição de países como Vietnã, Filipinas e China, que já estabelecem relações diplomáticas mais favoráveis com os EUA, a situação se torna ainda mais desafiadora para os produtores do Planalto Norte.

DESEMPREGO

O setor de madeira e móveis registrou o fechamento de 581 vagas de trabalho em julho, segundo dados do Caged compilados pelo Observatório da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). Esta é a primeira estatística oficial que mostra o impacto real do tarifaço dos Estados Unidos sobre o setor.

“O fechamento de postos de trabalho no ramo é reflexo do contexto da imposição das tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras e mostra o impacto da medida sobre as indústrias do setor, grandes exportadoras para o mercado norte-americano”, destaca o presidente da Fiesc, Gilberto Seleme. No mesmo mês do ano anterior, o setor havia registrado saldo positivo de 127 empregos com carteira assinada.

Apesar da queda no setor de madeira e móveis, a indústria catarinense teve saldo positivo de 1mil vagas em julho. Considerando todos os grandes setores da economia, o Estado registrou saldo positivo de 2,8 mil empregos no período. No acumulado do ano, a indústria liderou a criação de novas oportunidades no estado, com 43 mil postos de trabalho abertos, de um total de 83 mil vagas geradas em SC em 2025. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o setor industrial gerou 8,6 mil vagas a menos em 2025.

APOIO

Consultoria para novos produtos e mercados, suporte para acesso a crédito e incentivos públicos e capacitação para funcionários em situação de inatividade são serviços gratuitos que integram o desTarifaço, pacote lançado pela Fiesc na semana passada. No foco do programa, estão as indústrias exportadoras e os trabalhadores afetados pelo aumento nas tarifas de importação dos Estados Unidos. 

“O impacto do tarifaço não é uniforme. Em alguns casos, temos pequenas e médias indústrias com mais de 90% do seu faturamento comprometido. Temos que dar apoio a estas empresas e seus trabalhadores”, destaca o presidente da Fiesc, Gilberto Seleme, que é da cidade de Caçador e conhece bem o Planalto Norte.

O estudo da Fiesc mostra um impacto proporcionalmente maior para pequenas e médias cidades de regiões como Planalto Norte, Meio-Oeste e Serra. “Atuamos também para preservar a força de trabalho nestas regiões, evitando o agravamento de problemas sociais”, acrescenta Seleme. 

Veja o que integra o programa:

À indústria 

  • Apoio na busca por crédito e benefícios governamentais
  • Consultoria para abertura de novos mercados
  • Consultoria para adequação de produtos e linhas de produção
  • Auxílio na obtenção de bolsistas especializados para reposicionamento
  • Consultoria jurídica sobre os recursos da CLT e para negociações sindicais

Aos trabalhadores destas indústrias

  • Capacitação de funcionários em situação de inatividade
  • Recapacitação de trabalhadores demitidos, com vistas aos setores com carência de mão de obra
  • Acompanhamento psicológico para recolocação profissional

Nesta semana, a Fiesc participa de uma missão empresarial organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) a Washington, nos EUA. Na quarta e quinta, 3 e 4, o grupo terá encontros com escritórios de advocacia, reuniões na Embaixada do Brasil e diálogos com autoridades do governo americano.

Informações: JMais.

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A revolução silenciosa: como Mato Grosso do Sul transformou sustentabilidade em vantagem competitiva

*Artigo de Rafael Zanoni Fontes.

Em novembro de 2025, quando os olhos do mundo se voltarem para Belém durante a COP30, uma história extraordinária será contada no coração da Amazônia. Não será apenas sobre florestas ou rios, mas sobre como um estado do Centro-Oeste brasileiro transformou-se no laboratório mais avançado de agricultura sustentável do planeta. Mato Grosso do Sul conquistou algo que parecia impossível: liderar o crescimento econômico nacional enquanto constrói o caminho para a neutralidade de carbono.

A projeção econômica comprova essa liderança: crescimento de 6,86% no PIB estadual para 2025, chegando a R$ 227,8 bilhões, conforme estimativa da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) divulgada em dezembro de 2024. Por trás desse dinamismo está o agronegócio, que registrou em 2023 o maior crescimento do país – impressionantes 32%, segundo a Resenha Regional do Banco do Brasil. Enquanto gigantes como Mato Grosso (23,5%) e Paraná (22,9%) celebravam seus resultados, MS já demonstrava que sustentabilidade e competitividade não são conceitos antagônicos, mas complementares. A safra 2024/25 consolida essa tese: 75,3 milhões de toneladas de grãos em 7,4 milhões de hectares geram riquezas que representam 17,9% do PIB estadual – o maior percentual do país, conforme dados da Semadesc.

Mas a verdadeira revolução não está apenas nos números. Está na consolidação de uma estratégia de longo prazo que posiciona Mato Grosso do Sul como protagonista da sustentabilidade global. Agora, o “MS Day” no espaço dedicado à agricultura sustentável (AgriZone) da COP30 representa a oportunidade de mostrar ao mundo como transformar ambiciosas metas de neutralidade de carbono até 2030 em realidade.

A seleção da proposta “MS Day – MS Carbono Neutro na COP30” pela Embrapa para integrar a programação do espaço dedicado à agricultura sustentável (AgriZone) representa o reconhecimento nacional de que Mato Grosso do Sul desenvolveu algo único: um modelo replicável de desenvolvimento sustentável. O ponto alto do evento será a assinatura do “Pacto MS Carbono Neutro”, um documento que representa um chamamento histórico à sociedade sul-mato-grossense. O governo estadual, que já assumiu formalmente o compromisso de neutralidade de carbono, agora convida todo o ecossistema social e econômico a aderir a essa meta. A iniciativa busca transformar um compromisso governamental em pacto social abrangente.

A programação técnico científica do “MS Day” revela a sofisticação conceitual por trás da iniciativa. Oito horas de debates estruturados em quatro painéis temáticos que abordam desde saberes ancestrais até biotecnologia de ponta, demonstrando que a solução climática não está apenas no futuro, mas na síntese inteligente entre tradição e inovação em diversas áreas do conhecimento.

O primeiro painel, “Povos Originários e Agricultura Familiar”, não é concessão ao politicamente correto, mas reconhecimento científico de que práticas milenares oferecem soluções para desafios contemporâneos. Lideranças indígenas, pesquisadores e especialistas em sistemas agroflorestais compartilharão conhecimentos que a ciência moderna está redescobrindo.

O Pantanal, patrimônio natural mais emblemático do estado, ganha painel dedicado às suas vulnerabilidades e potencialidades climáticas. Não por acaso: o maior bioma úmido continental do planeta é simultaneamente termômetro das mudanças climáticas e laboratório de soluções baseadas na conservação.

O terceiro painel revela onde Mato Grosso do Sul está construindo seu futuro: na bioeconomia. Executivos do setor de biocombustíveis, pesquisadores em biotecnologia, representantes de startups do agronegócio e lideranças do setor florestal debaterão como a inovação está criando cadeias produtivas de baixo carbono que atraem investimentos bilionários para o estado.

O setor florestal exemplifica essa transformação em escala impressionante. Responsável por 10,7% do PIB estadual e movimentando R$ 15,7 bilhões em 2024, MS registrou expansão de 500% na área de florestas plantadas na última década, chegando a 1,5 milhão de hectares. O estado concentra grandes players do setor: Suzano (R$ 15,9 bilhões em nova fábrica em Ribas do Rio Pardo), Arauco (R$ 25 bilhões em Inocência), Bracell (R$ 20 bilhões em Bataguassu) e Eldorado (já estabelecida em Três Lagoas). Juntos, esses investimentos superam R$ 70 bilhões até 2028, gerando mais de 26 mil empregos diretos e indiretos, segundo dados da Semadesc, e consolidando MS como o maior polo de celulose do país.

Os números justificam o otimismo. MS responde por 7,6% da agropecuária nacional em 2024, com destaque para 7,2% da soja e impressionantes 12,3% do milho brasileiro, conforme dados do IBGE. Mas o diferencial não está apenas no volume: está na capacidade de produzir mais com menor impacto ambiental, combinando produtividade com sustentabilidade que desperta interesse de outros estados.

O painel de encerramento, “Fronteiras Sustentáveis”, apresentará casos concretos de descarbonização no agronegócio. Produtores rurais pioneiros, pesquisadores em agricultura de baixo carbono e especialistas em mercado de carbono compartilharão experiências que demonstram como a teoria se transforma em resultados práticos no campo.

Essa abordagem reflete uma mudança paradigmática na forma como o Brasil se posiciona nas discussões climáticas globais. Se antes éramos vistos principalmente como guardiões de florestas, agora emergimos como desenvolvedores de soluções tecnológicas que podem ser replicadas em outras regiões do mundo.

A participação no espaço dedicado à agricultura sustentável (AgriZone), na COP 30, representa mais que uma vitrine de conquistas. É a consolidação de décadas de pesquisa e desenvolvimento que colocaram a agricultura brasileira na vanguarda da sustentabilidade global. O setor agropecuário, responsável por 18% das emissões de gases de efeito estufa mundiais em 2024 segundo dados da Embrapa, precisa ser parte da solução – e Mato Grosso do Sul está demonstrando como.

A aprovação da proposta sul-mato-grossense pela Embrapa confirma algo que já suspeitávamos: MS desenvolveu um modelo de desenvolvimento sustentável que desperta interesse internacional. Não é coincidência que o estado tenha atraído investimentos bilionários nos últimos anos, posicionando-se como destino preferencial de empresas que buscam aliar competitividade com responsabilidade ambiental.

Por trás de cada conquista sustentável de Mato Grosso do Sul existe uma base científica sólida que sustenta essa transformação. As unidades da Embrapa no estado desenvolvem pesquisas em sistemas que integram agricultura, pecuária e/ou florestas numa mesma área (ILPF), sequestro de carbono, melhoramento genético e conservação de biomas que fornecem as bases técnicas para conciliar alta produtividade com sustentabilidade ambiental.

Esse ecossistema de inovação estadual é formado pela Embrapa em articulação com universidades públicas e privadas, que alimentam o setor produtivo com pesquisa aplicada, formação de recursos humanos especializados e desenvolvimento de tecnologias adaptadas às condições locais. As fundações de pesquisa estaduais completam esse sistema, conectando o conhecimento científico com a aplicação prática no campo através de suas pesquisas em variedades adaptadas e validação de insumos e práticas agropecuárias para a região, estabelecendo a ponte entre laboratórios e propriedades rurais.

Essa articulação entre instituições de pesquisa, universidades, fundações e setor privado criou um ambiente favorável à inovação que atrai startups, empresas de biotecnologia e multinacionais interessadas em soluções sustentáveis. O resultado dessa sinergia ganhou reconhecimento nacional em agosto de 2025, quando Mato Grosso do Sul avançou da 17ª para a 9ª posição no pilar Inovação do Ranking de Competitividade dos Estados, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP). O salto de oito colocações demonstra a consolidação de políticas públicas estruturantes em ciência, tecnologia e inovação que fortaleceram todo o ecossistema de pesquisa agropecuária do estado.

Esse sucesso tem raízes profundas. Desde 2016, quando definiu como meta tornar-se um Estado Carbono Neutro, MS adotou a sustentabilidade como estratégia de desenvolvimento e política pública. O marco legal veio em 2021, com a oficialização do Plano Estadual MS Carbono Neutro – PROCLIMA e o anúncio do compromisso na COP26 às autoridades de 360 governos subnacionais, conforme registros do IMASUL. Agora, quase uma década depois, os resultados práticos validam a ousadia da aposta inicial.

A estratégia estadual combina políticas públicas robustas, incentivos fiscais inteligentes e linhas de crédito sustentável do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO). Entre 2019 e 2024, a linha de crédito sustentável FCO Verde destinou R$ 360 milhões para projetos de agricultura de baixo carbono, segundo dados do IMASUL. O resultado é um ecossistema integrado que combina incentivos fiscais, linhas de crédito sustentável e base científica sólida.

O governo estadual defende que produção e sustentabilidade ambiental caminham juntas, posicionando Mato Grosso do Sul como destaque no agro sustentável com foco contínuo no avanço de infraestrutura e logística para escoar a produção de forma responsável.

O Brasil pode ser o primeiro país do G20 a alcançar a neutralidade de carbono, segundo projeções do BNDES divulgadas em 2024. Mas essa meta nacional depende de experiências regionais bem-sucedidas que comprovem a viabilidade econômica da transição energética. Mato Grosso do Sul está construindo essa prova de conceito em tempo real.

A meta de neutralidade de carbono até 2030 pode parecer ambiciosa, mas os fundamentos estão sendo construídos hoje. Técnicas de baixa emissão como plantio direto, agricultura regenerativa, Integração Lavoura-Pecuária (ILP), consórcios de culturas de entressafra e manejo florestal integrado já são realidade em propriedades sul-mato-grossenses. O que falta é escalar essas práticas e criar mecanismos de monitoramento que permitam mensurar resultados.

A participação na COP30 representa um marco, mas não o fim da jornada. É o momento em que Mato Grosso do Sul deixa de ser um caso regional para se tornar referência global, oferecendo ao mundo um modelo de como conciliar crescimento econômico com responsabilidade climática.

Quando os delegados de 195 países se reunirem em Belém, não estarão apenas discutindo o futuro do planeta. Estarão conhecendo soluções que já funcionam, tecnologias que já existem, políticas que já demonstraram resultados. Estarão vendo como um estado brasileiro transformou desafios climáticos em oportunidades econômicas.

Talvez a maior conquista de Mato Grosso do Sul seja ter provado que a revolução climática não precisa ser disruptiva para ser transformadora. Não foi necessário abandonar o agronegócio para abraçar a sustentabilidade. Foi preciso reinventá-lo.

Essa reinvenção começou nos laboratórios e campos experimentais, passou pelas políticas públicas estaduais e chegou às propriedades rurais. Agora, está pronta para ser apresentada ao mundo como prova de que o futuro sustentável não é uma utopia distante, mas uma realidade em construção no coração do Brasil.

O “MS Day” na COP30 será mais que um evento. Será o momento em que uma experiência local se transforma em inspiração global, demonstrando que a solução para os desafios climáticos pode estar mais próxima do que imaginamos – às vezes, bem no centro do continente sul-americano, onde o Pantanal encontra o Cerrado e a tradição se casa com a inovação.


A proposta do governo do estado de Mato Grosso do Sul, em parceria com a Embrapa Agropecuária Oeste, Embrapa Gado de Corte e Embrapa Pantanal, foi aprovada para integrar o espaço dedicado à agricultura sustentável (AgriZone) da COP30. A iniciativa aprovada é o “MS Day – MS Carbono Neutro na COP30”, que vai levar para o cenário internacional as ações de Mato Grosso do Sul rumo à sustentabilidade e ao equilíbrio climático.

*Rafael Zanoni Fontes é Chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agropecuária Oeste.

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Após 13 anos, Cota de Reserva Ambiental vai começar a vigorar no país

Serviço Florestal prepara a emissão das primeiras CRA em reservas particulares do RJ. Instrumento é visto como essencial para regularização ambiental no país

O Serviço Florestal Brasileiro se prepara para emitir as primeiras Cotas de Reserva Ambiental (CRA) do país, após 13 anos desde sua instituição, no Código Florestal de 2012. A fase inicial acontecerá em Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) do Rio de Janeiro.

A Cota de Reserva Ambiental é um título que representa 1 hectare de vegetação nativa existente ou em recuperação. Ela é considerada um instrumento essencial para alavancar os processos de regularização ambiental no país, por poder ser comercializada entre proprietários com excedentes de Reserva Legal e aqueles que possuem passivos.

Segundo o Serviço Florestal (SFB), existem atualmente 33,7 milhões de hectares em passivos de Reserva Legal declarados no Sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sicar). Destes, a estimativa é que 17 milhões de hectares possam ser compensados por instrumentos como o CRA.

“O CRA representa uma linha de chegada da regularização ambiental para imóveis rurais. É um mecanismo simples, transparente e que acelera a compensação de Reservas Legais em todo o país”, diz Gabriel Lui, coordenador do SFB.

As primeiras Cotas de Reserva Ambiental do Brasil serão emitidas sobre áreas de vegetação nativa preservada em Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) do estado do Rio de Janeiro, em uma estratégia piloto que permitirá avaliar o funcionamento do mecanismo para seguir com a expansão para outros estados.

O SFB, órgão que vai gerir as emissões da CRA, tem trabalhado nos últimos meses em parceria com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) no desenvolvimento de novos módulos do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SICAR) para gerir a emissão, transação e monitoramento das CRAs, bem como na definição de prioridades e padronização de procedimentos para a geração dos primeiros títulos. A expectativa é que as primeiras CRA sejam geradas até novembro.

“A expectativa não se deve apenas à possibilidade de seu uso para compensação de reserva legal, mas ao desenho de um mercado ambiental capaz de dar valor econômico à conservação. (…) Em termos concretos, proprietários que mantêm esses excedentes de vegetação nativa podem transformá-los em CRAs, enquanto aqueles com passivos no mesmo bioma podem adquirir esses títulos para se regularizar”, informa Antônio Malard, Sócio da Alger Consultoria Socioambiental, em uma publicação em rede social.

“O mérito das CRAs está em permitir a regularização ambiental com previsibilidade, ao mesmo tempo em que valoriza quem preservou além do mínimo legal. Mais do que um novo título, as CRAs marcam o início de um ciclo em que instrumentos legais ganham corpo no campo e nas operações. Vale acompanhar o desenvolvimento”, frisa Malard.

Com informações: O Eco.

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Expedição Silvicultura chega ao Espírito Santo com evento em Vitória

A capital capixaba vai sediar, no próximo dia 17 de setembro, o evento regional da Expedição Silvicultura, considerado o maior levantamento de dados sobre o setor florestal brasileiro. A programação acontece no Parque Botânico da Vale, em Jardim Camburi, Vitória, das 13h às 18h40, e reunirá representantes do governo, especialistas, empresários e produtores para debater os avanços e os desafios da atividade no País.

O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), é parceiro da iniciativa e vai apresentar os principais programas e políticas públicas voltadas para o desenvolvimento do setor florestal. Entre os destaques estão os incentivos aos plantios, a modernização do licenciamento ambiental, o acesso ao crédito e inovação tecnológica, além da integração da agenda florestal às políticas de sustentabilidade, geração de emprego e desenvolvimento regional.

A programação contará com palestras técnicas, painéis, apresentação de inovações tecnológicas e espaço de networking. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site expedicaosilvicultura.com.br.

O secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, destacou a relevância do evento para o Espírito Santo. “A silvicultura tem um papel estratégico para o desenvolvimento regional, gerando emprego, renda e novas oportunidades de negócios. O Espírito Santo já é referência em sustentabilidade e inovação, e a Expedição Silvicultura será uma oportunidade de mostrar nossas políticas públicas, ouvir o setor produtivo e fortalecer ainda mais essa cadeia que contribui para a economia e para a preservação ambiental”, afirmou Bergoli.

A Expedição Silvicultura vai percorrer o Brasil entre setembro e novembro de 2025, levantando dados e com o objetivo de conectar lideranças regionais para construir um panorama atualizado do setor florestal nacional.

A capital capixaba vai sediar, no próximo dia 17 de setembro, o evento regional da Expedição Silvicultura, considerado o maior levantamento de dados sobre o setor florestal brasileiro. A programação acontece no Parque Botânico da Vale, em Jardim Camburi, Vitória, das 13h às 18h40, e reunirá representantes do governo, especialistas, empresários e produtores para debater os avanços e os desafios da atividade no País.

O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), é parceiro da iniciativa e vai apresentar os principais programas e políticas públicas voltadas para o desenvolvimento do setor florestal. Entre os destaques estão os incentivos aos plantios, a modernização do licenciamento ambiental, o acesso ao crédito e inovação tecnológica, além da integração da agenda florestal às políticas de sustentabilidade, geração de emprego e desenvolvimento regional.

A programação contará com palestras técnicas, painéis, apresentação de inovações tecnológicas e espaço de networking. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site expedicaosilvicultura.com.br.

O secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, destacou a relevância do evento para o Espírito Santo. “A silvicultura tem um papel estratégico para o desenvolvimento regional, gerando emprego, renda e novas oportunidades de negócios. O Espírito Santo já é referência em sustentabilidade e inovação, e a Expedição Silvicultura será uma oportunidade de mostrar nossas políticas públicas, ouvir o setor produtivo e fortalecer ainda mais essa cadeia que contribui para a economia e para a preservação ambiental”, afirmou Bergoli.

O roteiro irá percorrer as principais regiões produtivas no país entre setembro e novembro de 2025, levantando dados e com o objetivo de conectar lideranças regionais para construir um panorama atualizado do setor florestal nacional.

A realização da Expedição Silvicultura é da Canopy Remote Sensing Solutions (www.canopyrss.com.br), em parceria com a Embrapa Florestas (www.embrapa.br/florestas), Paulo Cardoso Comunicações (www.paulocardosocom.com.br), e conta com apoio das principais instituições e empresas do setor.

Siga a expedição nas redes sociais e fique por dentro das novidades:  


Com informações: GOV/ES.

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São Roque do Canaã (ES) une tradição e sustentabilidade na indústria de portas e esquadrias

São Roque do Canaã, na região Central-Serrana capixaba, mantém viva a tradição de ser o maior polo fabricante de portas e esquadrias de madeira do Espírito Santo. E um dos nomes que reforça essa referência é a Bassani Madeiras. A empresa tem se destacado por unir qualidade, tradição e compromisso ambiental, utilizando exclusivamente madeira proveniente de manejo florestal sustentável. O principal fornecedor é a Madeflona, concessionária que atua na exploração de florestas públicas de forma legal e responsável, garantindo que cada produto seja fruto de práticas que preservam o meio ambiente e combatem o desmatamento ilegal na Amazônia.

De acordo com o diretor comercial da Bassani, Cristiano Roldi, a procedência da matéria-prima é um diferencial que agrega valor e confiança. “Quando divulgamos a procedência de nossa matéria-prima, conseguimos ter o respeito do mercado, proporcionando segurança e tranquilidade, tanto para as revendas de portas e esquadrias de madeira como para o consumidor, que estará recebendo em casa um produto 100% fabricado com madeira certificada”, afirma. Essas áreas de exploração passam por licitações e são fiscalizadas por órgãos nacionais e internacionais, seguindo os mais rígidos padrões de controle ambiental.

Embora a indústria de portas e esquadrias de madeira na cidade tenha encolhido nas últimas décadas, ela continua sendo um importante empregador local, perdendo em número de postos de trabalho apenas para o setor agrícola. No entanto, Roldi reconhece que o título de maior polo fabricante do Estado ainda não é plenamente aproveitado. “Não realizamos, até o momento, ações que poderiam valorizar nossos produtos e, assim, continuar gerando emprego e renda para nossa região”, observa. Para ele, existe uma grande oportunidade em mostrar ao mercado o trabalho centenário desenvolvido no município, tanto na produção em série quanto na personalização de peças com madeira certificada.

Cristiano Roldi

A obtenção de madeira legal, segundo o diretor da Bassani Madeiras, não é um obstáculo — desde que as empresas estejam em conformidade com os órgãos competentes do setor florestal. Além disso, a dificuldade em renovar o quadro de colaboradores preocupa o setor, colocando em risco sua continuidade no médio e longo prazo. Apesar de iniciativas governamentais para enfrentar esse problema, os resultados ainda não são perceptíveis.

Mesmo diante desses gargalos, a Bassani e outras empresas de São Roque do Canaã seguem demonstrando que é possível manter uma produção de alta qualidade aliada à responsabilidade socioambiental. A empresa está confirmada como uma das expositoras da 3ª edição da Espírito Madeira- Design de Origem, de 11 a 13 de setembro, no Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, o “Polentão“, em Venda Nova do Imigrante (ES). Além do espaço próprio no evento, a Bassani Madeiras terá peças expostas em outros estandes, como o da arquiteta Paulete Almeida, no Espírito ArqDesign e na Isocil/Monolev.

Espírito Madeira 2025- A Feira é organizada pelo Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau (MCC&VB) e Interação, tendo como patrocinador Master a Placas do Brasil, patrocínio do Sicoob, Laguna e Far East Máquinas e Ferramentas e apoio institucional da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), Governo do Estado do Espírito Santo, Sebrae, Findes, Senai, Sesi, Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), Prefeitura de Venda Nova do Imigrante, Núcleo de Pesquisa em Qualidade da Madeira (Nuqmad Ufes), Sistema Faes/Senar/Sindicatos, VP Madeiras, Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), Associação dos Engenheiros e Engenheiras Florestais Egressos da UFV (Aseflor), Sociedade Brasileira de Agrosilvicultura (Sbag), Rede Nacional de Biomassa para Energia (Renabi) e Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).

Serviço:

3ª Feira Espírito Madeira- Design de Origem

Dias 11, 12 e 13 de setembro de 2025

Local: Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, “Polentão”, em Venda Nova do Imigrante (ES)

Realização: Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau

Mais informações: www.espiritomadeira.com.br 

Instagram: @espiritomadeiraoficial

*Entrada gratuita

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