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APRE e Secretaria da Fazenda estudam medidas emergenciais para conter crise no setor florestal do Paraná

Os representantes da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas) e o secretário estadual da Fazenda (Sefa), Norberto Ortigara, reuniram-se no dia 20 de agosto para estudar medidas que contenham a crise causada pelas tarifas norte-americanas recentemente impostas.

O presidente da APRE, Fabio Brun, apresentou o atual cenário do setor ao governo estadual, assim como sugestões de medidas emergenciais para proteger as empresas diante da crise provocada pelas tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros. Entre os pleitos estão:

  • Implementação de um programa de compra pública de produtos de madeira do Paraná;
  • Agilidade na devolução do ICMS em todas as etapas da exportação, incluindo o transporte interestadual;
  • Aprovação da atualização da Lei Florestal do Paraná, garantindo segurança jurídica e sustentabilidade da atividade.

“Essas ações são fundamentais para dar fôlego às empresas que estão sendo diretamente atingidas pelas tarifas e que correm o risco de paralisar suas operações”, afirmou o presidente da APRE.

Pela APRE, estiveram presentes ainda o diretor executivo Ailson Loper (diretor executivo), os diretores Afonso Mehl Junior e Alvaro Luiz Scheffer Junior (diretores), e o associado Armando Giacomet (associado). 

Pela Sefa, participaram também da reunião integrantes da equipe técnica da Sefa: Norberto Ortigara (Secretário da Fazenda do Paraná) e equipe técnica, composta por Francisco Inocêncio,  (Assessoria Técnica do Programa Paraná Competitivo), Suzane Gambeta, Davidson Lessa, Juliano Binder, da ( Receita), Roberto Tizon, da ( Inspetoria Geral de Tributação), e Luana Carla Falcão, da área econômica (Assessoria Técnico Econômica).

Tarifas de até 50% colocam exportações em xeque

Desde o dia 6 de agosto, os Estados Unidos passaram a cobrar uma taxa total de 50% sobre os produtos brasileiros – composta por 10% de tarifa básica e 40% de sobretaxa adicional. Apenas uma pequena parcela dos produtos florestais, como celulose e madeira tropical serrada, foi incluída na lista de isenção.

O impacto recai especialmente sobre as empresas  de produtos de madeira sólida e painéis, que já sentem os efeitos do aumento do desemprego e do fechamento de unidades. “Estamos falando de milhares de empregos e de uma cadeia produtiva que sustenta a economia de muitos municípios paranaenses”, reforçou Brun.

Exportações sob risco e ameaça ao emprego

Entre janeiro e junho de 2025, as exportações do Paraná para os Estados Unidos representaram quase a totalidade em segmentos como molduras (98% – US$ 102 milhões) e portas de madeira (96% – US$ 34 milhões), além de 34% de compensado de pinus (US$ 100 milhões) e 33% de serrado de pinus (US$ 26 milhões).

Segundo dados da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), mais de 38 mil trabalhadores podem perder seus empregos, o que afeta diretamente 67% dos municípios paranaenses.

Efeitos colaterais para a agricultura

A interrupção das atividades da indústria madeireira pode gerar efeitos colaterais em outras áreas da economia, como a agricultura, que depende do suprimento de lenha para a secagem de grãos. “O impacto das tarifas vai muito além das fábricas. Ele compromete a competitividade brasileira e a própria sustentabilidade da produção agrícola”, alertou o presidente da APRE.

Chamado por articulação política e institucional

A entidade lembra ainda que o setor florestal já enfrenta outras duas investigações comerciais nos Estados Unidos – a Seção 232 e a Seção 301 – que podem resultar em novas barreiras.

A Seção 232 (Trade Expansion Act) tem por objetivo avaliar se determinados produtos importados representam ameaça à segurança nacional, possibilitando a imposição de tarifas ou outras restrições, incluindo produtos florestais.

Já a investigação no âmbito da Seção 301 da legislação comercial (Trade Act) prevê a adoção de medidas comerciais coercitivas, comumente denominadas retaliações comerciais, como instrumento unilateral de pressão para a abertura de mercados às exportações e aos investimentos externos daquele país.

Diante desse cenário, a APRE cobra articulação do poder público para a defesa do setor florestal paranaense. “Precisamos de uma atuação firme e coordenada entre governo e iniciativa privada para preservar empregos, renda e a relevância do Paraná no comércio internacional”, concluiu Fabio Brun.

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Espírito Madeira 2025 apresenta a inovadora Casa Montagna, projeto que une design, conforto e versatilidade

A Espírito Madeira 2025, que acontece de 11 a 13 de setembro no Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, o “Polentão“, em Venda Nova do Imigrante (ES), se consolida como um dos maiores encontros do setor madeireiro e da cadeia produtiva da madeira no Brasil. Empresas e profissionais do segmento estarão reunidos para três dias de intensa troca de conhecimento, negócios e experiências, em uma estrutura que privilegia a diversidade e a inovação. 

Nesse contexto, a Feira recebe uma atração especial: a Casa Montagna, um projeto que traduz modernidade, conforto e versatilidade no uso da madeira. Instalada em um ambiente de 100 m², a Casa Montagna se destaca pelo conceito de lar acolhedor e funcional. Composta por dois módulos de 2,50m x 6,00m, quando acoplados formam uma residência de 28 m² internos, totalmente integrados em espaços de estar, comer, dormir, vestir, trabalhar e banho. A marcenaria de primeira qualidade e a decoração diferenciada tornam o projeto ainda mais atrativo, unindo sofisticação e praticidade em cada detalhe.

Entre os ambientes internos, a Casa Montagna oferece um quarto confortável com cama de casal, closet com bancada de trabalho, banheiro completo e uma cozinha equipada para atender até os gourmets mais exigentes. A área de estar, com TV, adega e sofá reversível que se transforma em cama, reforça o caráter acolhedor do projeto. Do lado de fora, um deck em madeira com 72 m² abraça os módulos, compondo um espaço com mobiliário de descanso, jardim e até um fogo de chão para receber os visitantes em grande estilo. Para completar, um carro estará integrado ao ambiente, reforçando a ideia de um estilo de vida moderno e conectado.

O projeto é assinado pelo arquiteto Heliomar Venancio, em parceria com a Marcenaria Nicola, a Locares Modular e a CVC, empresas que trazem no DNA a união de design, funcionalidade e inovação. Os três parceiros da Espírito Madeira, sendo Antonio Nicola um dos organizadores, o que reforça a conexão entre o evento e o fomento de novas soluções construtivas que dialogam com sustentabilidade, eficiência e qualidade de vida.

A inspiração para a Casa Montagna nasceu do sucesso da Casa Loft, apresentada na feira ES Construção Brasil, em Carapina, no último mês de julho. O modelo, também desenvolvido por Heliomar Venancio em parceria com Antonio Nicola e a Locares, foi vendido em tempo recorde já nas primeiras horas do evento. Para atender à grande expectativa da Espírito Madeira, a equipe correu contra o tempo e trouxe um novo conceito ainda mais ousado, reafirmando o compromisso da feira em apresentar projetos que surpreendem e antecipam tendências no setor da madeira.

Espírito Madeira 2025- A Feira é organizada pelo Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau (MCC&VB) e Interação, tendo como patrocinador Master a Placas do Brasil, patrocínio do Sicoob, Laguna e Far East Máquinas e Ferramentas e apoio institucional da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), Governo do Estado do Espírito Santo, Sebrae, Findes, Senai, Sesi, Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), Prefeitura de Venda Nova do Imigrante, Núcleo de Pesquisa em Qualidade da Madeira (Nuqmad Ufes), Sistema Faes/Senar/Sindicatos, VP Madeiras, Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), Associação dos Engenheiros e Engenheiras Florestais Egressos da UFV (Aseflor), Sociedade Brasileira de Agrosilvicultura (Sbag), Rede Nacional de Biomassa para Energia (Renabi) e Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).

Serviço:

3ª Feira Espírito Madeira- Design de Origem

Dias 11, 12 e 13 de setembro de 2025

Local: Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, “Polentão”, em Venda Nova do Imigrante (ES)

Realização: Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau

Mais informações: www.espiritomadeira.com.br 

Instagram: @espiritomadeiraoficial

*Entrada gratuita

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Plano logístico da celulose prevê ferrovias privadas e rodovias públicas em MS

Investimentos de R$ 4 bilhões em infraestrutura preparam o Estado para novo ciclo de expansão industrial

A estratégia para melhorar a logística de escoamento da crescente produção de celulose em Mato Grosso do Sul até o Porto de Santos, principal rota das exportações brasileiras,  combina investimentos privados em corredores ferroviários com aportes públicos em rodovias. É nesse modelo que o governo estadual trabalha, explicou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), em entrevista ao Campo Grande News.

A produção de celulose deve quase duplicar até 2028, com um acréscimo de cerca de 11 milhões de toneladas, dentro do plano que começa pela Arauco e Bracell, somado aos projetos da Suzano e da Eldorado.

Reforçando a importância das PPP (Parcerias Público-Privadas), o secretário destacou o pioneirismo da chilena Arauco, que já obteve autorização para construir um ramal ferroviário de 47 quilômetros de trilhos. O projeto, estimado em R$ 2 bilhões, ligará a fábrica em Inocência, no Vale da Celulose, à Malha Norte, sistema ferroviário que conecta o Centro-Oeste ao Porto de Santos, passando por Rondonópolis (MT), Chapadão, Inocência e Aparecida até o litoral paulista.

“Toda a operação da Arauco, quando a fábrica começar a operar, será feita através de uma linha ferroviária.”

A Eldorado, instalada em Três Lagoas, também recebeu licença para construir um ramal ferroviário de 97 quilômetros, ligando a unidade à Aparecida.

Segundo Verruck, 100% da celulose produzida em Mato Grosso do Sul tem como destino o Porto de Santos, movimento que deverá ser mantido mesmo após a operação da Rota Bioceânica. O terminal paulista é porta de acesso a mercados como China, principal destino das exportações sul-mato-grossenses, com participação de aproximadamente 47%, além de Europa, Índia e Estados Unidos.

Todas as empresas atuantes no estado possuem terminal próprio em Santos: Eldorado, Suzano, Bracell e, mais recentemente, a Arauco, que fechou acordo para construir unidade na região da Alemoa, área predominantemente servida por TUPs (Terminais de Uso Privado). “Cada empresa começa, obviamente, a focar numa certa estratégia. Mas a estratégia primordial e prioritária para todas é a questão da ferrovia”, reforça o secretário.

Atualmente, Suzano e Eldorado transportam celulose por caminhões, enquanto a Bracell estuda alternativas, incluindo hidrovias.

Paralelamente, o governo estadual estima investir cerca de R$ 2 bilhões na melhoria do sistema rodoviário para atender à demanda crescente do setor. Além disso, há programas conjuntos com empresas e o Sistema S voltados à formação de mão de obra para fábricas que devem acelerar a produção a partir de 2028, com a entrada dos novos players.

“Fica muito claro que o caminho logístico é uma solução ferroviária. Ao mesmo tempo, temos que buscar uma solução interna para a logística do eucalipto, em que o governo do Estado está fazendo investimentos em infraestrutura.”

Logística do eucalipto – O governo também atua para melhorar o transporte de toras de eucalipto entre o campo e as rodovias. Os investimentos, da ordem de R$ 2 bilhões, incluem a licitação da Rodovia 320, que conecta à BR-377, até Três Lagoas, e a concessão da chamada Rota da Celulose (BR-262, BR-267 e BR-040), considerada um dos principais projetos de infraestrutura rodoviária do estado.

Segundo Verruck, a partir de segunda-feira será convocado o Consórcio Caminhos da Celulose, liderado pela XP Investimentos, para assumir as próximas etapas da obra, após a desclassificação do primeiro colocado, o Consórcio K&G Rota da Celulose, que teve recurso negado pela CEL (Comissão Especial de Licitação).

“O foco do governo do Estado é o investimento rodoviário, e o da indústria, as ferrovias. Dessa forma, acreditamos que o planejamento de médio e longo prazo para a questão logística esteja equacionado em Mato Grosso do Sul.”

Mão de obra – Outro desafio é a qualificação profissional. O estado opera em situação de pleno emprego, com taxa de desocupação de apenas 2,9%, a quarta menor do país, atrás de Santa Catarina (2,2%), Rondônia (2,3%) e Mato Grosso (2,8%).

“Temos pouca disponibilidade de pessoas para trabalhar no estado de Mato Grosso do Sul. Quem tem disponibilidade de trabalhar hoje é aquele cara que está na informalidade, que precisa de qualificação.”

O governo lançou o programa MS Qualifica, uma rede de capacitação profissional voltada ao setor florestal. A iniciativa envolve o Sistema S, a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e universidades da Costa Leste (Ribas do Rio Pardo, Água Clara, Inocência, Três Lagoas e Paranaíba), além do curso de Engenharia Florestal em Chapadão. Estruturas estão sendo erguidas em Inocência e Ribas do Rio Pardo.

Entre os programas, destaca-se o Voucher Caminhoneiro, que oferece qualificação gratuita. Só a Arauco deve abrir mais de 800 vagas para motoristas nos próximos dias. “Temos o voucher transportador, que isenta o custo da carteira, em parceria com Sesi e Senai. É um conjunto de ações para minimizar e apoiar as empresas nesse crescimento.”

Apesar das iniciativas, o secretário apontou baixa adesão aos cursos, atribuída à alta rotatividade da mão de obra e à carência de moradias. “Boa parte dessas pessoas que trabalham no setor estão em alojamento, contribuindo para a expressiva rotatividade de mão de obra.”

O déficit habitacional, somado ao fluxo migratório de trabalhadores vindos de estados como Pará e Maranhão, além de estrangeiros, é visto como um desafio. No caso da Arauco, a fase de construção da fábrica deve gerar 17 mil empregos, com previsão de 7 mil postos permanentes após a conclusão.

O governo estuda ampliar a oferta de residências a partir de programas sociais de habitação próximas às cidades produtoras de celulose.

O secretário avalia, contudo, que o crescimento acelerado da produção de celulose em Mato Grosso do Sul vem sendo conduzido com planejamento e diz que os impactos sociais são as inevitáveis “dores do crescimento”, frase criada pelo governador Eduardo Riedel (PP) para explicar o descompasso entre o desenvolvimentismo e as limitações da região. “Temos que olhar os impactos sociais e conseguir mão de obra localizando os jovens que queiram trabalhar.”

Informações: Campo Grande News.

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Com presença global, celulose é destaque nas exportações capixabas

Celulose ocupa a segunda posição na pauta de exportações do agronegócio estadual e tem nos Estados Unidos, China e Taiwan seus principais mercados

Durante décadas, a celulose ocupou o posto de principal produto de exportação do Espírito Santo. A partir de 2023, no entanto, o complexo cafeeiro assumiu o primeiro lugar e se mantém nessa posição, embora a celulose continue desempenhando um papel relevante na economia capixaba.

Comercializado para mais de 80 países, o produto segue como um dos pilares da pauta de exportações do agronegócio capixaba. Segundo o Relatório de Exportações do Agronegócio Capixaba, elaborado pela Seag, no primeiro trimestre de 2025 o produto ocupou o segundo lugar em valor comercializado no setor, com um faturamento de US$ 259,9 milhões — alta de 9,5% em relação ao mesmo período de 2024. O desempenho foi impulsionado por uma elevação de 3,3% no volume exportado e de 5,9% no preço médio. Nesse intervalo, a celulose produzida no Espírito Santo chegou a 12 países, com Estados Unidos, China e Taiwan entre os principais destinos.

Mais do que fortalecer a pauta exportadora do estado, a celulose se destaca como peça-chave na dinâmica econômica local, contribuindo expressivamente para a arrecadação estadual e para a diversificação das fontes de divisas. Os dados comprovam a competitividade do setor e seu potencial de crescimento no mercado internacional, evidenciando que é possível conciliar avanço econômico e responsabilidade socioambiental.

A Suzano está expandindo suas atividades no Espírito Santo com a construção de uma nova planta em Aracruz, ao lado do complexo já existente, para sediar a primeira unidade de produção de papel tissue do estado.

A Suzano mantém apenas no Espírito Santo uma base florestal de 153 mil hectares de plantação de eucalipto, dos quais 106 mil hectares são áreas de preservação, com capacidade produtiva de 2,3 milhões de toneladas de celulose ao ano.

No município capixaba de Aracruz fica uma das unidades industriais da maior produtora mundial de celulose de eucalipto: a Suzano. Com exportações para todos os continentes, seus produtos estão presentes na vida de mais de dois bilhões de pessoas, aproximadamente 25% da população mundial.

A sustentabilidade é parte essencial da estratégia de negócios da empresa, reafirmando seu compromisso com as pessoas e o planeta. A companhia se dedica a ações de redução de emissões e de remoções de carbono da atmosfera, seja por meio de seus plantios de eucalipto ou dos seus 1,1 milhão de hectares totais de áreas de conservação.

Produção sustentável

Toda a matéria-prima utilizada pela empresa é extraída de plantios 100% renováveis, cultivados a partir de técnicas de manejo que buscam o equilíbrio com a natureza e com as comunidades das respectivas regiões.

O processo de produção da celulose tem início com o plantio da matéria-prima: o eucalipto. Com 13 fábricas no Brasil (incluindo celulose e bens de consumo), a Suzano planta 1,2 milhão de mudas de eucalipto por dia e as árvores levam, em média, sete anos para chegar ao ponto de colheita.

A colheita utiliza máquinas que cortam e preparam as árvores, que são levadas às fábricas para serem picadas, cozidas e transformadas em folhas de celulose prensadas em fardos.

Parte dessa celulose vira bobinas de papel, usadas na produção de bens de consumo presentes no cotidiano das pessoas, diversos tipos de papéis higiênicos e guardanapos; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis para imprimir e escrever, entre outros produtos desenvolvidos para atender à crescente necessidade do planeta por itens mais sustentáveis.

A Suzano tem investido em inovação e sustentabilidade, oferecendo celulose adaptada para diferentes aplicações — desde papéis premium até soluções ecológicas para embalagens e filtros.

Com uma equipe de mais de 56 mil profissionais, incluindo funcionários internos e terceirizados permanentes, a empresa opera em diversas áreas como pesquisa, desenvolvimento, operações florestais, industriais, logísticas e comerciais, todas fundamentadas em um sólido compromisso com a sustentabilidade.

Esse compromisso também se manifesta no estado do Espírito Santo, onde a Suzano está expandindo suas atividades por meio de investimentos estratégicos significativos. Um exemplo recente é a construção de um novo complexo industrial em Aracruz, que sediará a primeira unidade de produção de papel tissue do estado, com previsão de conclusão em 2026. Paralelamente, está em andamento um abrangente programa de atualização e manutenção das três linhas de produção de celulose já existentes, com um investimento total de R$ 1,45 bilhão.

No campo socioambiental, a Suzano fortalece seu compromisso com a sustentabilidade por meio do Programa Compartilhar, que passou a incluir uma frente voltada à agenda climática. O diretor de Suprimentos da Suzano, Paulo Chaer, explica: “Acreditamos que a colaboração dos nossos parceiros é fundamental para progredirmos de maneira consistente e conjunta no combate à crise climática, através de compromissos tangíveis com a redução de emissões”. O objetivo dessa ação é que 80% de seus fornecedores prioritários tenham metas compromissadas com a Science Based Target Initiavite (SBTi) até 2028, alinhando-se ao processo de descarbonização da empresa.

Informações: ESBrasil.

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Engenharia florestal e COP30: Estratégias práticas para um futuro sustentável

O que a Engenharia Florestal pode oferecer ao clima e ao Brasil na COP30?

*Artigo de Cícero Ramos.

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a realizar-se de 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém do Pará, representa uma oportunidade histórica para o Brasil reafirmar seu protagonismo nas soluções climáticas globais. Nesse cenário, a Engenharia Florestal se evidencia como ciência estratégica, capaz de articular conhecimento técnico e rigor científico em prol da conservação, restauração e gestão sustentável dos recursos florestais. Pensar e agir pela sustentabilidade é, afinal, a essência dessa profissão.

Mais do que princípio norteador, a sustentabilidade constitui a própria razão de ser da Engenharia Florestal. Desde sua origem, a profissão carrega um propósito claro: assegurar que as florestas continuem prestando serviços ecossistêmicos às presentes e futuras gerações, de forma equilibrada, inteligente e responsável.

1.Redução de emissões por desmatamento ilegal e degradação florestal

Por meio do manejo florestal sustentável, a Engenharia Florestal garante a manutenção da floresta em pé, assegurando a continuidade de bens e serviços ecossistêmicos. Essa prática preserva habitats, conserva a biodiversidade e protege os estoques naturais de carbono, desempenhando papel essencial para a estabilidade ecológica, sobretudo na Amazônia. Ao impedir a destruição de habitats e conservar a biodiversidade, a engenharia florestal protege os estoques naturais de carbono.

2. Ampliação dos estoques e sequestro de Carbono

As florestas figuram entre os principais sumidouros de carbono do planeta. A Engenharia Florestal potencializa essa função mediante diversas estratégias:

Restauração Florestal: Técnicas como nucleação, semeadura direta e plantio de espécies nativas são fundamentais para recuperar ecossistemas degradados, ampliando sua capacidade de absorver CO₂. A aplicação de práticas silviculturais para a recuperação de áreas florestais é uma estratégia eficaz para restaurar a cobertura vegetal, aumentar os estoques de carbono e promover a remoção de CO₂ da atmosfera. A engenharia florestal desempenha um papel crucial nesse processo, seja por meio do manejo e condução de florestas secundárias regeneradas naturalmente, seja pela implantação de plantios com espécies nativas, visando tanto a restauração de ecossistemas quanto a criação de florestas com valor comercial.

Além disso, a engenharia florestal também atua no manejo da regeneração natural para recuperar áreas degradadas, o que pode reduzir custos significativamente. Um dos principais desafios desse processo é o alto custo associado à regeneração artificial, que depende da aquisição de mudas. A regeneração natural, quando bem conduzida, surge como uma alternativa mais econômica e sustentável.

• A floresta também protege as cidades: A expansão de áreas verdes urbanas, seja por meio de arborização, criação de parques naturais ou formação de “jardins de chuva”, também faz parte do escopo da engenharia florestal. Essas iniciativas contribuem para a criação de “esponjas” no ambiente urbano, que absorvem e retêm as águas pluviais, regulando o fluxo hídrico e mitigando o risco de enchentes nas cidades. Essas ações não apenas melhoram a qualidade de vida nas áreas urbanas, mas também promovem a sustentabilidade ambiental.

•Manejo Florestal Sustentável: O manejo florestal sustentável é uma das abordagens mais eficientes e inteligentes para combater o desmatamento ilegal, ao mesmo tempo em que permite a exploração econômica da floresta, garante a manutenção de serviços ambientais, e contribui para a geração de empregos, distribuição de renda e desenvolvimento regional na Amazônia. Conciliando a produção florestal para atender as demandas da sociedade por madeiras de alto valor comercial, com a manutenção da floresta em pé e com suas funções ecológicas plenamente ativas. Com uma intensidade de exploração moderada, de 4-6 árvores maduras por hectare, extraídas por técnicas de exploração de impacto reduzido, favorecem a recuperação plena da floresta, garantindo uma produção sustentável.

3. Inovação Tecnológica para Monitoramento e Gestão Florestal

A engenharia florestal incorpora tecnologias de ponta para fortalecer a gestão ambiental:

•Sensoriamento Remoto e Drones: Mapeamento preciso de biomassa, detecção de incêndios e identificação de desmatamento ilegal em tempo real. 

•Inteligência Artificial (IA): Modelos preditivos para avaliar riscos climáticos, como secas ou pragas, e otimizar estratégias de adaptação. 

•Blockchain: Rastreabilidade de cadeias produtivas, garantindo que produtos florestais (como madeira certificada) sejam originários de fontes legais e sustentáveis. 

4. Promoção da Bioeconomia e Uso Sustentável dos Recursos Florestais.

A COP30 deve priorizar modelos econômicos alinhados à conservação. Nesse contexto, a engenharia florestal viabiliza alternativas econômicas sustentáveis:

•Sistemas Agroflorestais: Integração de agricultura, pecuária e floresta, aumentando a produtividade.

•Bioenergia: Desenvolvimento de fontes renováveis a partir de resíduos florestais, como uma alternativa estratégica e sustentável para a matriz energética brasileira

•Produtos Florestais Não Madeireiros: Valorização de recursos como óleos, sementes e frutos, gerando renda para comunidades e incentivando a preservação. 

A implantação de uma bioeconomia da floresta é a solução mais adequada para reduzir as emissões por desmatamento ilegal e degradação florestal.

5. Conservação da Biodiversidade e Garantia de Serviços Ecossistêmicos 

Florestas saudáveis asseguram a regulação do clima, do solo e da água. Nesse âmbito, a Engenharia Florestal atua para:

•Proteger Espécies Ameaçadas: Criação de corredores ecológicos e manejo de habitats. 

• Regulação Climática e Hídrica: Florestas reduzem enchentes, erosão e ilhas de calor urbanas. 

Adaptação às Mudanças Climáticas: Seleção de espécies resilientes em projetos de reflorestamento.

6. Apoio Técnico a Políticas Públicas e Compromissos Internacionais

A engenharia florestal fornece dados técnicos para embasar decisões na COP30, como: 

•Metas Baseadas em Ciência: Cálculos de estoques de carbono e potencial de restauração para revisão das NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas). 

•Padrões de Certificação: Normas para garantir que produtos florestais atendam a critérios ambientais e sociais. 

•Diálogo com Comunidades Locais: A integração dos conhecimentos tradicionais com a ciência amplia a compreensão dos ecossistemas e constitui uma ferramenta valiosa para uma gestão territorial mais responsável e sustentável.

Desafios Atuais e Requisitos para Avanço na COP30

Apesar do potencial, é preciso superar obstáculos como: 

•Financiamento Insuficiente: Necessidade de ampliar investimentos em pesquisa e projetos florestais. 

•Fiscalização Frágil: Combate ao desmatamento ilegal requer tecnologia e cooperação técnica entre países. 

•Integração de Setores: Articulação entre agricultura, energia e políticas florestais para evitar conflitos de uso da terra. 

Recomendações Estratégicas para a COP30:

Incluir metas claras e mensuráveis de restauração florestal nas NDCs, com base na ciência florestal brasileira.

Ampliar os instrumentos de incentivo à conservação e restauração, como o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e créditos de carbono.

Fortalecer a bioeconomia florestal, promovendo a inovação e a agregação de valor à floresta em pé.

Expandir o uso de tecnologias florestais em políticas públicas de monitoramento, licenciamento e rastreamento.

•Investimento extensão rural, especialmente na Amazônia Legal.

Valorizar institucionalmente a Engenharia Florestal, reconhecendo-a como eixo técnico das políticas de clima, biodiversidade e uso do solo.

Um Futuro Sustentável com as Florestas no Centro

A meta brasileira de restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030 é ambiciosa, porém tecnicamente viável com a participação ativa da Engenharia Florestal. Esse esforço pode gerar empregos, elevar a renda local, impulsionar a produção sustentável de alimentos e mitigar as mudanças climáticas.

A restauração ecológica e o manejo florestal sustentável mostram que é possível conciliar desenvolvimento com conservação. A COP30 é uma oportunidade estratégica para o Brasil afirmar sua liderança em soluções climáticas baseadas na natureza, e a Engenharia Florestal é o alicerce técnico e científico dessa transformação.

Neste ano em que se celebram os 65 anos da criação do curso de Engenharia Florestal no Brasil, é hora de reconhecer: não haverá solução climática efetiva sem florestas, e não haverá florestas saudáveis sem o conhecimento técnico da Engenharia Florestal. É tempo de colocar as florestas no centro das soluções. E a Engenharia Florestal está na linha de frente dessa mudança.


*Cícero Ramos é engenheiro florestal e vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Engenheiros Florestais (AMEF).

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