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Comissão Nacional de Silvicultura da CNA discute cenário da cadeia produtiva de produtos florestais

Colegiado se reuniu na quarta (30)

Brasília (30/07/2025) – A Comissão Nacional de Silvicultura da CNA se reuniu, na quarta (30), para discutir a situação da cadeia produtiva da borracha natural, abordando temas como o cenário de preços, produção e comercialização, além da alíquota de importação do produto, entre outros temas.

O presidente da Comissão, Antônio Ginack, fez a abertura do encontro e abordou o comportamento dos preços do coágulo da seringueira (que dá origem à borracha).

Na reunião, a assessora técnica Isabel Mendes falou sobre o projeto de avaliação de cadeias do agronegócio do ponto de vista concorrencial, coordenado pelo Núcleo Econômico da CNA. Ela explicou que a iniciativa visa avaliar e traçar caminhos para interromper práticas anticoncorrenciais na relação comercial entre o setor agropecuário e empresas que fornecem insumos ou compram os produtos para beneficiamento.

“A ideia é identificar, nas cadeias, se há infrações ou abuso de poder de mercado e ter uma estratégia de atuação, com a busca por sanções e punições para quem praticar o ato”, disse.

Ainda sobre o tema, a advogada Amanda Flávio de Oliveira, especialista em concorrência de mercado, falou sobre ações que tramitam no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre práticas ilícitas de antitruste. 

Em seguida, a assessora da comissão, Eduarda Lee, falou sobre a alíquota de importação da borracha natural. Segundo ela, a CNA solicitou à Camex, na última semana, a manutenção da borracha natural na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec), com alíquota de 10,8%.

Eduarda explicou que a medida é necessária para amenizar as distorções de mercado na busca pela justa competitividade do produto nacional e a viabilidade econômica da heveicultura brasileira.

Mogno-africano – Cristiane Reis, pesquisadora da Embrapa Florestas, falou sobre o cultivo de mogno-africano no Brasil, os benefícios da madeira e da comercialização para o produtor rural.

Ela disse que o mogno-africano é uma madeira de valor agregado e que o cultivo precisa ser altamente tecnificado para que o produtor consiga produzir e comercializar.

Atualmente existem quatro espécies de mogno-africano plantadas no Brasil, sendo a Khaya grandfoliola a mais produzida, em torno de 70%, e em segundo lugar a senegalensis, com 30%.

Os membros da comissão também falaram sobre o tarifaço anunciado pelo governo dos Estados Unidos e os possíveis impactos para a cadeia produtiva.

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APRE aponta que tarifaço de 50% ameaça os negócios do setor florestal e alerta que milhares de empregos estão em risco

Setor florestal paranaense, líder nacional em produção de pinus, já sente os efeitos com férias coletivas e revisão de investimentos

A decisão do Governo dos Estados Unidos, publicada no dia 30 de julho, de aplicar tarifa de 50% sobre a importação de produtos florestais processados vindos do Brasil, afeta todo setor de base florestal, especialmente no Paraná, maior produtor nacional de madeira de pinus.

A medida influencia diretamente produtos como madeira serrada, painéis, portas, móveis e molduras, itens processados a partir de florestas plantadas de pinus e eucalipto, carro-chefe da silvicultura paranaense.

“É uma notícia muito ruim. Justamente no que o Paraná é bom, onde se destaca, vamos ser taxados de forma muito forte e veemente”, afirma Fabio Brun, presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas). Segundo ele, o impacto pode ser significativo para as operações e o emprego em todo o Sul do Brasil.

Celulose está na lista de exceções

Na lista de exceções do decreto norte-americano e importantes para o setor, estão: celulose química (solúvel, soda, sulfato, sulfito), celulose semiquímica, e celulose de papel reciclado ou bambu.

São produtos que os Estados Unidos não produzem, como a celulose de fibra curta à base de eucalipto, base para fabricação de itens como papel higiênico, guardanapo e toalha de papel.

Outro produto do setor de florestas plantadas que está na lista de exceções é o ferro-gusa, que no Brasil é produzido em parte com carvão vegetal na substituição de outros insumos de origem fóssil.

Impacto imediato: férias coletivas e retração nas exportações

Antes mesmo do anúncio oficial da nova tarifação, empresas do setor já haviam iniciado movimentos de contenção: suspenderam envios aos EUA, reduziram estoques e adotaram férias coletivas para preservar empregos. Agora, com a medida oficializada, o cenário se torna ainda mais delicado.

“Antes da efetivação da tarifa, as empresas estavam em compasso de espera, revendo investimentos e estratégias. A exportação para os Estados Unidos, nosso principal mercado, representa volumes que não podem ser redirecionados de forma rápida a outro mercado. Buscar novos compradores é um trabalho lento, de médio prazo, e muitas vezes exige redução de preços”, explica.

Setor florestal é o maior exportador do agronegócio brasileiro

Os produtos florestais lideram as exportações do agronegócio nacional, somando US$ 3,7 bilhões em receita. Desses, cerca de US$ 1,7 bilhão vêm dos estados do Sul – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O Paraná responde sozinho por cerca de 50% da produção nacional de pinus e 15% dos empregos gerados no setor florestal brasileiro.

“Estamos falando de uma cadeia produtiva bem diversificada, com forte presença no interior do estado. Além da atividade econômica, essas indústrias mantêm projetos sociais e de saúde, ou seja, a área social também poderá ser bastante afetada com essa retração”, lamenta o presidente da APRE.

Contradição com o cenário global de sustentabilidade

A sobretaxa acontece em um momento contraditório no qual o mundo valoriza cada vez mais as florestas plantadas como alternativa sustentável para combater as mudanças climáticas. A madeira proveniente dessas áreas é renovável e contribui para a mitigação de gases de efeito estufa.

“O setor de base florestal plantado é hoje um dos pilares da sustentabilidade global. É difícil entender por que estamos sendo penalizados dessa forma, em um movimento que não tem base técnica, comercial ou regulatória como estamos habituados, mas sim política”, critica.

Incertezas e necessidade de articulação diplomática

A ausência de uma ação diplomática eficaz por parte do governo brasileiro preocupa o setor. “Faltou uma condução à altura dessa crise. Agora, precisamos agir rápido para buscar alternativas e minimizar os danos. O risco é de retrocessos econômicos e sociais profundos”, aponta Brun.

Para mitigar os danos, a APRE apresentará, juntamente com instituições parceiras, nos próximos dias ao governo do estado pleitos do setor que incluem liberação de uma linha de financiamento subsidiado, via Banco Regional de Desenvolvimento Econômico (BRDE), para pagamento da folha, antecipação dos créditos de ICMS para os exportadores de madeira, além de sugestões de programas para incentivo ao uso da madeira para os seus diversos fins.

Sobre a APRE Florestas

A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas) representa aproximadamente metade da área total de plantios comerciais no estado. As principais organizações de ensino e pesquisa formam o conselho científico da APRE, conferindo à entidade representatividade e embasamento técnico para o desenvolvimento das ações em prol do setor florestal. Desde 1968, a atuação política, apartidária, faz da APRE a porta-voz do setor no diálogo com as esferas públicas, organizações setoriais, formadores de opinião e sociedade no desafio de promover e fortalecer ações produtivas do setor florestal paranaense.

Mais informações em https://apreflorestas.com.br/

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Exclusiva – Expedição Silvicultura anuncia abertura de inscrições para eventos presenciais

Garanta seu lugar nos eventos que conectam ciência, dados e atores estratégicos para fortalecer a silvicultura no Brasil

A Expedição Silvicultura acaba de abrir as inscrições para uma série exclusiva de eventos regionais presenciais. Os eventos oferecerão informações atualizadas, em primeira mão, sobre a base florestal brasileira, além de promover a divulgação de inovações tecnológicas e pesquisas de ponta focadas na produtividade e sustentabilidade da silvicultura. Com a participação de associações setoriais e representantes do governo nas discussões regionais, os encontros serão oportunidades únicas para a troca de conhecimento entre especialistas, profissionais do setor e demais interessados, fortalecendo o desenvolvimento técnico e a competitividade da atividade florestal no país.

A Expedição Silvicultura irá realizar uma ampla coleta de dados nas principais regiões produtoras de florestas plantadas do Brasil. Por meio do uso combinado de tecnologias geoespaciais e um trabalho de campo rigoroso, o projeto registrará mais de 40 mil pontos de controle para validar um mapeamento detalhado das florestas plantadas no país. Além disso, serão coletadas informações essenciais sobre produtividade florestal, práticas de manejo e diversos outros indicadores, proporcionando um panorama completo e atualizado do setor.

“Mais do que eventos, essas são experiências imersivas de troca e aprendizado. Vamos compartilhar insights inéditos sobre a base florestal brasileira, apresentar tecnologias de ponta e debater os rumos da silvicultura com quem está liderando a transformação do setor”, afirma Bruno Montibeller, sócio da Canopy Remote Sensing Solutions e coordenador geral da Expedição Silvicultura.

  • Belo Horizonte, MG: 10 de setembro
  • Vitória, ES: 17 de setembro
  • Eunápolis, BA: 22 de setembro
  • Lucas do Rio Verde, MT: 09 de outubro
  • Três Lagoas, MS: 16 de outubro
  • Botucatu, SP: 22 de outubro
  • Curitiba, PR: 27 de outubro
  • Lages, SC: 31 de outubro
  • Porto Alegre, RS: 07 de novembro

Com uma abordagem integrada entre tecnologia, ciência e diálogo com o setor produtivo, a Expedição Silvicultura se firma como uma referência nacional na geração de conhecimento aplicado às florestas plantadas. Mais do que apresentar dados, o projeto promove conexões estratégicas que impulsionam a evolução da silvicultura brasileira.

Garanta sua vaga agora — As inscrições são gratuitas e as vagas são limitadas!

Com o apoio de associações florestais e órgãos governamentais, os encontros presenciais da Expedição incluirão rodadas de negócios e oportunidades de networking, promovendo a integração entre os diversos atores do setor. Confira a programação e inscreva-se: https://expedicaosilvicultura.com.br

Seja um parceiro da Expedição Silvicultura

Participe de um movimento que conecta ciência, produção e sustentabilidade para moldar o futuro da silvicultura no Brasil. Não perca a oportunidade de apoiar essa iniciativa estratégica para o setor florestal. Entre em contato: comercial@canopyrss.tech ou comercial@maisfloresta.com.br.

A Expedição Silvicultura é uma realização da Canopy Remote Sensing Solutions (www.canopyrss.com.br), em parceria com a Embrapa Florestas (www.embrapa.br/florestas) e Paulo Cardoso Comunicações (www.paulocardosocom.com.br), e conta com apoio das principais instituições e empresas do setor.

Siga a expedição nas redes sociais e fique por dentro das novidades:  

Escrito por: redação Mais Floresta.

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Exclusiva – Nota Ibá: preocupações e esperanças do setor de árvores cultivadas frente às tarifas americanas

A cadeia florestal brasileira tem se posicionado com preocupação e pragmatismo diante das recentes tarifas impostas pelo predisente dos EUA, Donald Trump aos produtos brasileiros, buscando o diálogo e a diplomacia como principais caminhos para mitigar os impactos.

A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), por meio de seu presidente-executivo, Paulo Hartung, tem enfatizado a necessidade de evitar “bravatas” e focar na negociação. A nota divulgada nesta quarta (30), pela Ibá reflete as apreensões do setor em relação aos impactos das tarifas sobre produtos como painéis de madeira, madeira serrada e diferentes tipos de papel.

No entanto, há um alívio significativo com a inclusão da celulose (especialmente a de fibra curta de eucalipto) e do ferro-gusa na lista de exceções tarifárias. Isso é visto como um reconhecimento da importância estratégica desses insumos para a indústria norte-americana e gera a esperança de um reestabelecimento dos padrões históricos de relacionamento comercial.

Apesar da exclusão desses produtos-chave, o setor florestal, especialmente nos estados do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), que respondem por uma parcela significativa das exportações de madeira para os EUA, ainda enfrenta incertezas e pressões. Há relatos de cancelamentos e paralisações em algumas indústrias, com empresas buscando alternativas de mercado e até considerando usar operações em outros países para contornar as tarifas.

Representantes da cadeia produtiva, como a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas), avaliam a medida como inesperada, inoportuna e mais política do que econômica, o que dificulta um diálogo técnico direto. A visão predominante é que a solução passará por uma articulação diplomática e política para evitar ou suavizar a aplicação das tarifas.

Em resumo, o posicionamento da cadeia florestal brasileira é de defender seus interesses por meio da diplomacia, buscando reverter ou amenizar o “tarifaço”, ao mesmo tempo em que se prepara para buscar novas estratégias e mercados caso as tarifas sejam mantidas para os produtos afetados.

Confira na íntegra a nota Ibá:

Nota Ibá

Como todos os agentes econômicos, o setor de árvores cultivadas para fins industriais e de restauração faz votos de que sejam em breve restabelecidos os históricos padrões de relacionamento comercial entre o Brasil e os EUA.

Ao mesmo tempo, o setor registra a decisão de incluir a celulose na lista de exceções do decreto tarifário norte-americano. Representativa da maior proporção dessas exportações, a celulose de fibra curta à base de eucalipto é uma matéria-prima não produzida nos EUA. Ao longo de décadas, produtores brasileiros e importadores norte-americanos desenvolveram, por exemplo, tipos de celulose adaptados, em termos de qualidade técnica, às exigências dos seus clientes para itens de primeira necessidade do consumidor local, como papel higiênico, guardanapo e toalha de papel, entre outros.

Outro produto do setor de árvores cultivadas que também está na lista de exceções é o ferro-gusa, que no Brasil é produzido em parte com carvão vegetal na substituição de outros insumos de origem fóssil, oferecendo soluções sustentáveis.

Por outro lado, nos preocupa a situação dos painéis de madeira e dos produtos de madeira serrada que estão submetidos a uma investigação específica, no âmbito da Seção 232 da Lei do Comércio dos EUA.

Devem ser igualmente mencionados os diferentes tipos de papéis em que o Brasil é muito competitivo, assim como os papéis de embalagens e os sacos industriais, que vêm conquistando espaço no mercado dos EUA e que estão sobretaxados.

Também indiretamente, nossa dinâmica indústria de embalagens de papel é impactada pelas novas tarifas incidentes, por exemplo, sobre frutas e proteínas animais que são embalados por nossos papéis.

A Ibá seguirá atuando pela superação deste momento desafiador, defendendo o diálogo e em permanente articulação com os diversos stakeholders.

Paulo Hartung

Escrito por: redação Mais Floresta.

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