PÁGINA BLOG
Featured Image

Veracel inicia processo seletivo para Programa de Formação de Mão de Obra no Sul da Bahia

As inscrições para o Programa de Formação de Mão de Obra Local da Veracel, indústria de celulose localizada no Sul da Bahia, começam nessa quarta-feira, 28. O projeto, que é realizado em parceria com o SENAI BAHIA, tem o objetivo de desenvolver a mão de obra da região, oferecendo oportunidade de formação profissional e de complementação educacional. O processo seletivo será promovido em alinhamento com os pilares de Diversidade e Inclusão da Veracel. Neste momento, as vagas do programa contemplam uma turma exclusiva para pessoas do gênero feminino para o curso de Formação de Operadora de Máquinas Florestais. Já a Formação de Mecânicas e Mecânicos serão para ambos os gêneros. Ao todo, são 36 vagas – 18 para cada curso. O processo seletivo para as duas oportunidades será conduzido pelo SENAI BAHIA.

Os dois cursos exigem idade mínima de 18 anos, ensino médio completo e carteira de habilitação definitiva categoria B ou superior. Não há obrigatoriedade de contar com experiência profissional prévia. “Um dos grandes entraves para o início da jornada profissional é a falta de experiência. Nosso programa não exige atividades anteriores no mercado de trabalho, o que abre um extenso leque de oportunidades para os candidatos e candidatas”, destaca Dienane Brandão, gerente de Desenvolvimento Humano Organizacional, reforçando o compromisso da Veracel em preparar as pessoas das comunidades locais para o mercado de trabalho.

Os dois cursos têm estrutura semelhante. Em ambos, a parte teórica será realizada presencialmente no SENAI BAHIA. O curso de Operadora de Máquinas Florestais possui duração de dez meses e acontecerá de novembro/2022 a setembro/2023. Já a Formação de Mecânica e Mecânico de Máquinas florestais tem duração de nove meses, começando em novembro/2022 e finalizando em agosto/2023. Em ambos os cursos é preciso ter disponibilidade de 8h de segunda à sexta. Durante a realização das formações está incluída a a realização da etapa prática que será feita em formato de estágio presencial na própria Veracel.

“Desde a implantação da Veracel o SENAI tem sido parceiro na capacitação de pessoas. Esse projeto é mais um marco desta parceria, no esforço conjunto para preparar profissionais para o mercado de trabalho. Neste caso, com uma especificidade a mais que é o foco na diversidade”, reforça Jurandir Hendler, gerente do SENAI Sul.

Para se inscrever, os candidatos e candidatas devem acessar site do SENAI Bahia.


Cursos de Formação de Mão de Obra Local da Veracel:

    Formação de Operadora de Máquinas Florestais – exclusivo para pessoas do gênero feminino

Requisitos:

    Ensino Médio Completo;
    Idade mínima de 18 anos;
    Possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH) definitiva Categoria B;
    Ser classificada no processo seletivo de acesso ao curso e cumprir as exigências previstas no edital.

 Etapas do Processo:
    Inscrição;
    Prova de conhecimentos gerais (Português, Matemática e Lógica);
    Teste prático em simulador (não necessita experiência anterior);
    Dinâmica de grupo.

    Formação de Mecânica e Mecânico de Máquinas Florestais

Requisitos:

    Ensino Médio Completo;
    Possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH) definitiva Categoria B;
    Idade mínima de 18 anos;
    Ser classificado ou classificada no processo seletivo de acesso ao curso e cumprir as exigências previstas no edital.

Etapas do Processo:
    Inscrição;
    Prova de conhecimentos gerais (Português, Matemática e Lógica);
    Dinâmica de grupo.

Sobre a Veracel Celulose       

A Veracel Celulose celebrou 30 anos de atuação em 2021. Com a fábrica em Eunápolis, no Sul da Bahia, a companhia integra operações florestais, industriais e de logística em mais 10 outros municípios da região. Responsável pela produção 1,1 milhão de toneladas de celulose/ano, 100% da madeira de eucalipto utilizada no processo produtivo é certificada ou controlada em conformidade aos princípios e critérios de padrões normativos internacionais FSC e CERFLOR. Com 50% de participação cada, seus acionistas são duas grandes operadoras no setor de celulose e papel em âmbito internacional: a brasileira Suzano e a sueco-finlandesa Stora Enso.

A Veracel é considerada como uma das melhores empresas para se trabalhar na Bahia, de acordo com o selo Great Place to Work (GPTW). Além dos mais de 100 mil hectares de área protegida ambientalmente, é guardiã da maior Reserva Particular do Patrimônio Natural de Mata Atlântica do Nordeste brasileiro, a Estação Veracel, que recebeu o Certificado de Serviços Ecossistêmicos do Forest Stewardship Council® – FSC® C017612, emitido no Brasil pela certificadora Imaflora. Além dos contratos de parceria com produtores locais, totalizando mais de 20 mil hectares, a Veracel possui 3.191 empregos diretos e cerca de 16 mil beneficiados pelas iniciativas de educação, saúde e geração de renda, desenvolvidas nos últimos anos.

Ser responsável, inspirar pessoas e valorizar a vida é o nosso propósito!

Fonte: Veracel

Featured Image

Arauco apresenta Plano Estratégico de Organização Territorial ao Ministério Público de MS

Arauco projeta investir cerca de R$ 15 bilhões na construção da fábrica em Inocência

Representantes da empresa Arauco e o Prefeito de Inocência reuniram-se com o Promotor de Justiça Ronaldo Vieira Francisco, para a apresentação do Plano Estratégico de Organização Territorial (PEOT) que pretende ser implementado no município. Na oportunidade, foi apresentado ao membro do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), o Plano Estratégico de Organização Territorial (PEOT), em decorrência da implantação de uma fábrica de celulose em Inocência.

O encontro aconteceu na última semana e estavam presentes o diretor de novos negócios da Arauco, Mário José de Souza Neto, dentre outros representantes da empresa chilena; o Prefeito de Inocência, Antônio Ângelo Garcia dos Santos e os Procuradores Municipais, Paula Carósio Font e Paulo Mariano Pires. 

A empresa Arauco projeta investir cerca de R$ 15 bilhões na construção da fábrica de celulose, com previsão do início de operação para o primeiro trimestre de 2028. Segundo os representantes da empresa, no pico da obra, estima-se aproximadamente 12 mil trabalhadores, com inegável impacto econômico e social para a cidade.

Desenvolvimento

Nessa perspectiva, representantes do município e da Arauco têm mobilizado esforços a fim de criar mecanismos para o adequado desenvolvimento municipal, com vistas ao atendimento da demanda da fábrica e ao aumento exponencial da população, com reflexos no comércio local, na prestação dos serviços públicos e no parcelamento e ocupação do solo urbano.

Pensando nisso, desenvolveu um Plano Estratégico de Organização Territorial (PEOT), com a intenção de suprir a necessidade imediata e eficaz no controle do crescimento territorial, que tem como principais objetivos: a ordenação da expansão urbana; a prevenção e correção das distorções de crescimento territorial urbano; assegurar a integralização do desenvolvimento econômico-social e a expansão territorial; delimitar o uso e ocupação do solo; a alteração do perímetro urbano de Inocência e do Distrito de São Pedro; estabelecer a área do aeroporto municipal, além da criação do distrito industrial.

Divulgação

Sede da empresa Arauco Celulose no Chile, chegando em no município de Inocência no Mato Grosso do Sul

Fonte: Capital News

Featured Image

Suzano dobrará o número de mão de obra em MS, contratando 5 mil funcionários para início em 2023

A expectativa da fábrica é contar com 10 mil operários, contra os 5 mil empregados atualmente na obra

A nova fábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo, a 100 quilômetros de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, investiu um valor de R$ 19,3 bilhões, pois planeja dobrar o número de trabalhadores no primeiro semestre de 2023. A expectativa da fábrica é contar com 10 mil operários, contra os 5 mil empregados atualmente na obra.

Confira a quantidade de empregos gerados pela Suzano

O número de empregos gerados é ainda maior quando se inclui os trabalhadores no plantio de eucalipto. A assessoria de imprensa informou que a Suzano mantém atualmente 6 mil postos de trabalho nas operações industrial e florestal de Três Lagoas e região, entre próprios e terceiros, sendo a grande maioria deles ocupados por moradores dos municípios onde a fábrica mantém suas operações, conforme a sua política de valorização da mão de obra local.

A fábrica de celulose vem priorizando a contratação de operários da região. Porém, operários de outros municípios e até mesmo de outros estados também estão envolvidos no projeto. Alguns deles passam a noite em Campo Grande e fazem o percurso diário de 100 quilômetros de ida e volta.

Na fase de operação da fábrica de celulose, a expectativa é gerar 3 mil empregos diretos e indiretos. A monumental obra, a qual prevê a produção de 2,55 milhões de celulose de eucalipto por ano, deve ser concluída no segundo semestre de 2024.

O presidente da Suzano, Walter Schalka, afirma que a nova fábrica de celulose representa um importante avanço na estratégia da empresa a longo prazo. Ele disse que a empresa já está presente na vida de mais de 2 bilhões de pessoas a partir de seus produtos e, como líder global, está comprometida em atender à crescente demanda global por produtos de origem renovável. Além disso, o projeto da fábrica de celulose trará uma relevante contribuição na geração de renda e emprego, bem como na capacidade de captura de carbono advinda da expansão da base florestal.

Cursos de qualificação são oferecidos pela empresa

Além disso, a Suzano tem oferecido cursos de capacitação para formar e qualificar a mão de obra. A empresa informou que tem, frequentemente, ofertado cursos de capacitação para atender a demanda em Ribas do Rio Pardo, abrindo um total de 608 vagas nos cursos de capacitação e oferecendo bolsas que variam entre R$ 400,00 e R$ 1.500,00. A Suzano já formou 197 pessoas apenas na área industrial e mais 199 pessoas na área florestal, estando com mais 138 em formação nos próximos meses.

A empresa Suzano destacou que a qualificação profissional é uma das suas principais preocupações e contribuições quanto ao desenvolvimento das pessoas e da região onde se instala, da mesma forma que trabalhou nesse sentido quando implantou as suas duas fábricas em Três Lagoas.

Como está o andamento da obra?

A Suzano, no relatório do andamento da obra, informou que as obras da nova fábrica de celulose já entraram na fase de verticalização com a implantação de pilares pré-moldados de concreto. Os maiores deles até agora possuem 21 metros de altura e 52 toneladas cada, o que é equivalente a quase 60 carros populares.

A empresa explica que uma das grandes estruturas verticais que contam com pilares pré-moldados são as Máquinas Extratoras, as quais possuem a função de secar a celulose na etapa das Máquinas Extratoras. Só essas máquinas contarão com 27 pilares dessa magnitude, de um total de 262 pilares.

Esta fábrica de celulose da Suzano será a 3ª de MS e se juntará a outras duas em Três Lagoas, da Eldorado Celulose e Fibria. O grupo chileno Arauco deve tirar do papel uma 4ª indústria, que foi lançada na gestão de André Puccinelli (MDB) e confirmada no atual mandato de Reinaldo Azambuja (PSDB), em Inocência.

Fonte: Click Petróleo

Featured Image

Estudo comprova ampla ocorrência do ipê nas florestas do Brasil

O estudo mostra que os ipês estão protegidos de extinção e ressalta a importância do manejo sustentável das florestas

Estudo realizado em dois estados encontrou mais de 40 milhões de árvores adultas de ipês roxos e amarelos.Resultado mostra importância do manejo florestal sustentável, que se contrapõe ao desmatamento ao conservar a floresta e gerar emprego e renda.Árvore símbolo do Brasil é considerada madeira nobre e tem especial importância econômica nos estados amazônicos.Resultados do estudo podem subsidiar análises e tomadas de decisão sobre normativas de manejo de espécies de ipês

Extenso estudo, realizado em áreas florestais sob manejo sustentável nos estados do Acre e de Mato Grosso, mapeou mais de 40 milhões de árvores adultas das espécies Handroanthus serratifolius (ipê amarelo) e Handroanthus impetiginosus (ipê roxo). A ampla incidência registrada mostra que os ipês estão protegidos de extinção e ressalta a importância do manejo sustentável das florestas.

Segundo os pesquisadores envolvidos, esse total mapeado não considerou árvores jovens, arvoretas e banco de plântulas. “Considerando a população, área de ocorrência, crescimento e estrutura (do passado e atual), capacidade de suporte (veja quadro) e estoque das florestas naturais sob manejo, maturidade reprodutiva, entre outros fatores, entendemos que as duas espécies não se encontram em condição vulnerável”, afirma o pesquisador Evaldo Muñoz Braz, da Embrapa Florestas (PR).

Os resultados estão apresentados na publicação “Ocorrência e crescimento de Handroanthus spp. na Amazônia, nos estados de Mato Grosso e Acre, como subsídio para a elaboração de normativas de manejo florestal e avaliação de risco de extinção”. A obra traz dados e informações fundamentais que colaboram em recentes debates no setor florestal sobre a inserção dos ipês na lista de espécies da flora ameaçadas de extinção.

Entenda os termosCapacidade de suporte é a densidade populacional que o ambiente local pode manter, em uma base contínua e sustentável.Estrutura da floresta é o número de árvores em cada classe de diâmetro. Por convenção, para este estudo, são usadas classes de 10 centímetros (cm) de diâmetro.

Durante o ano de 2020, os pesquisadores estiveram em campo em áreas de florestas nativas remanescentes, localizadas no Acre e em Mato Grosso, onde já desenvolvem outros projetos de pesquisa sobre manejo florestal sustentável, com o objetivo de levantar a atual situação de ocorrência e crescimento do ipê.

Além do trabalho de campo, a pesquisa fez também comparações da estrutura das florestas entre amostragens atuais e de registros antigos do Radam Brasil (base do conhecimento de florestas brasileiras, implementada na década de 1970), buscando levantar o número de árvores e conhecer a estrutura total da floresta.

No Acre, foram avaliados 41 mil hectares e, em Mato Grosso, 54 mil; todas as áreas submetidas a planos de manejo florestal. Nelas, foram realizados o mapeamento da ocorrência das espécies, a identificação, a descrição das árvores e a avaliação do crescimento de seus diâmetros. “Quando extrapolamos a representação de ipê encontrada na pesquisa para as áreas disponíveis para manejo nesses estados, é possível assegurar sua ampla ocorrência”, afirma Braz.

Somente no Acre, dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e da Fundação Nacional do Índio (Funai) de 2020 apontam 8,8 milhões de hectares de áreas passíveis de manejo dentro dos 12,5 milhões de hectares (ha) de florestas nativas. Isso sem contar com o que está protegido em 3,5 milhões de ha em reservas indígenas, Unidades de Conservação de Proteção Integral, e também excluindo as áreas de preservação permanente.

Já em Mato Grosso, dados de 2019 registram 17,6 milhões de ha em áreas passíveis de manejo dos 25 milhões de ha de Floresta Amazônica no Estado e com áreas protegidas em mais 8 milhões de ha em reservas indígenas e Unidades de Conservação de Proteção Integral.

Nova metodologia avalia ocorrência, estrutura e crescimento diamétrico

A metodologia utilizada para a realização desse trabalho envolve cruzamento e estudo de diferentes informações e pesquisas de campo. Os cientistas reuniram diversos bancos de dados florestais e da literatura especializada, buscando abranger, de forma representativa, todas as subtipologias do bioma Amazônia presentes no Acre e no Mato Grosso e identificar sua ocorrência. O conjunto de dados foi composto por inventários florestais de Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) aprovados e fornecidos pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac-AC) e pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT).

Entre os inventários, estavam os do tipo “censo”, que incluem os dados de todas as árvores com diâmetro à altura do peito (DAP) maior que 35 cm. Nessa categoria, foram registradas mais de 20 mil árvores de Handroanthus spp. em uma área de aproximadamente 100 mil ha inventariados.

O estudo também foi a campo para realizar um inventário-diagnóstico que, de forma amostral, identificou o número de árvores com DAP igual ou maior que 10 cm. Os pesquisadores mediram os diâmetros e as alturas, o que permitiu a inclusão de árvores com estrutura das classes diamétricas inferiores às do censo e, assim, conhecer a estrutura total da floresta.

Outra parte do trabalho analisou dados de crescimento das espécies, por meio do estudo dos anéis de crescimento dos ipês das áreas amostradas. Com a informação da maturidade reprodutiva das espécies, obtida em literatura científica, foi possível avaliar que o ciclo reprodutivo das árvores sob MFS está assegurado, garantindo a conservação da floresta.

“O que nós fizemos foi avaliar essa estrutura da floresta, de forma exaustiva. Concluímos que a estrutura das florestas com ipê, em áreas que estão sob manejo, não sofreu alteração no tempo. Ou seja, nas áreas em regime de manejo, observamos que a estrutura da espécie permanece similar quando comparamos com as florestas primárias registradas no Radam Brasil e com outros mapeamentos que utilizamos, isso se verificou mesmo em áreas que já foram legalmente exploradas,. Entretanto, áreas que foram destinadas para outros usos do solo perderam a sua estrutura original, biodiversidade, sustentabilidade etc.”, relata a pesquisadora Patrícia Póvoa de Mattos, ao assegurar que a ocorrência da espécie está mantida. Além disso, ainda é importante contabilizar as árvores que estão em áreas de proteção integral, ou seja, que estão intocadas.

Informações e dados usados no estudoA avaliação e a sistematização das informações foram baseadas em:- Inventários florestais passados.
– Planos de manejo atuais.
– Novos levantamentos de campo.
– Levantamento de dados em bases de herbários (speciesLink).- Novas coletas botânicas.- Medições de parcelas permanentes.
– Estudos de anéis de crescimento.
– Estudos de densidade de distribuição de espécies e capacidade de suporte.
– Simulações matriciais.

Importância econômica do ipê

O ipê é uma espécie que figura entre as principais fontes de madeira nobre, um produto muito valorizado no exterior – mercado com exigência crescente de origem certificada e autorizada por órgãos ambientais. No Brasil, dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) indicam que a cadeia madeireira do ipê movimenta cerca de R$ 70 milhões por ano, sendo um dos principais produtos da economia de estados como Mato Grosso, Acre e Rondônia.

Uma eventual inclusão do ipê na lista de espécies vulneráveis poderia ocasionar receio aos compradores internacionais e, como consequência, a suspensão de compra dessa madeira e de outras espécies que estejam em situação semelhante. “Esse trabalho veio em boa hora para elucidar essa questão, uma vez que, quando a espécie é colocada na lista de espécies ameaçadas, ela não é mais comercializada no mercado de exportação. Isso seria impactante para muitos municípios que atuam dentro da legislação e de critérios técnicos, têm a madeira como principal produto e dependem deste tipo de atividade, pois estabeleceram cadeias de produção, transformação, indústria e exploração especializadas, além de enorme geração de empregos”, explica Erich Schaitza, chefe-geral da Embrapa Florestas.

As discussões sobre a inserção do ipê na lista de espécies da flora ameaçadas de extinção se baseiam na confusão entre desmatamentos, que promovem o corte total das florestas, com o manejo florestal. Segundo o Relatório Anual de Desmatamento no Brasil (RAD) 2021, do MapBiomas, 98% das áreas desmatadas são decorrentes de atividades ligadas à agricultura ou à pecuária. Para esses fins, toda a floresta é retirada, sendo que, muitas vezes, a queimada precede o desmatamento. Já sob manejo florestal sustentável, a exploração do ipê, e de outras espécies, para uso da madeira ocorre de maneira planejada, segundo critérios técnicos, e tem gerado renda e conservação da espécie.

Segundo o Ibama, 98% da madeira de ipê explorada é exportada e sua origem advém de madeireiras legalizadas, que utilizam madeira vindas de planos de manejo florestal, com áreas obrigatoriamente 100% amostradas e fiscalizadas. Para executar o MFS, é necessário realizar e registrar junto a órgãos fiscalizadores o planejamento silvicultural de manejo e corte, além de satisfazer outras exigências que garantem a permanência da floresta.

O que é Manejo florestal sustentável?O manejo florestal sustentável (MFS) é o uso da floresta que mantém a cobertura do solo, resguardando a biodiversidade e os serviços ambientais da floresta. O MFS, em sua essência, é a retirada de árvores em vias de estagnação do crescimento ou envelhecimento. A retirada das árvores se dá de forma planejada, mantendo mais de 85% da floresta original. Além disso, esse tipo de manejo auxilia na renovação da própria floresta, ao possibilitar a entrada de luz para que as plantas mais novas possam se desenvolver.

Manejo sustentável deixa a floresta em pé

A madeira é um produto altamente sustentável, sendo, sob normas de manejo, um bem renovável. A floresta sob manejo, além de sustentável do ponto de vista ambiental, gera renda e sequestra carbono. No trabalho científico, também foram simuladas cenários de manejo nas diferentes tipologias, e sob diferentes condições de extração, evidenciando a sua sustentabilidade.

Existem iniciativas nacionais e internacionais que incentivam o manejo florestal, em contraposição a práticas de desmatamento, que causam a mudança do uso e cobertura da terra. A Organização das Nações Unidas (ONU) considera o manejo florestal como o caminho para o desenvolvimento sustentável e a conservação da floresta. “O manejo sustentável é a melhor forma para conservar a floresta, sem eliminá-la, pois a floresta em pé gera renda. Quando se maneja de forma sustentável, não há perda das espécies sob manejo dentro da floresta, e é possível haver nova colheita sob manejo naquele local, pois após 30-35 anos, estará produtivo novamente”, diz Schaitza.

“Diante do potencial de manejo de florestas naturais na Amazônia como alternativa de atividade econômica sustentável, deveriam ser concentrados esforços para otimizar o desenvolvimento da atividade, garantindo a produção de madeira tropical de alta qualidade, como produto de fonte renovável. Para isso, é necessário que a atividade seja planejada, tendo por base amplo conhecimento sobre as espécies comerciais e a dinâmica florestal como um todo”, orienta Braz. Além dos ipês, os pesquisadores estão ampliando as análises a respeito de outras espécies de interesse comercial como Apuleia leiocarpa (garapeira), Hymenolobium spp. (angelim-pedra), Astronium spp. (muiracatiara), Peltogyne spp. (pau-roxo ou roxinho) e Amburana acreana (cerejeira) em Mato Grosso.

“A floresta é um bem renovável e que precisa ser conservado. A conclusão que chegamos com esse estudo é que manejar a floresta, mais especificamente o ipê, de forma sustentável, é a melhor solução para a manutenção da floresta, pois gera renda à população local envolvida e garante que somente uma pequena parte dela seja retirada, mantendo os ciclos de vida da floresta. Recomendamos, inclusive, que as áreas sob manejo aumentem, para gerar emprego e renda em uma situação de conservação da floresta”, finaliza Schaitza.

Fonte: Embrapa Florestas

Featured Image

Valor de produção da silvicultura cresce 27,1%

Em 2021, a arrecadação atingiu o recorde de R$ 30,1 bilhões

Dados da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2021, divulgados hoje (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram que o valor da produção florestal chegou ao recorde de R$ 30,1 bilhões, com alta de 27,1% e produção em 4.884 municípios. Já a extração vegetal avançou 31,5%, atingindo um valor de produção de R$ 6,2 bilhões.

Segundo o instituto, o valor da produção de florestas plantadas continua a superar o da extração vegetal desde o ano 2000. A silvicultura manteve a trajetória de crescimento retomada em 2020 (alta de 21,3% em relação a 2019) com aumento de 26,1%, alcançando R$ 23,8 bilhões em 2021.

O gerente de Agropecuária do IBGE, Carlos Alfredo Guedes, explica que os produtos florestais tiveram grande valorização no ano passado e que este aumento está relacionado à alta do dólar e, também, à volta da produção das indústrias. “A alta mais expressiva ocorreu no valor de produção florestal (27,1%). Desse valor, grande parte (79,3%) vem da silvicultura, ou florestas plantadas, enquanto a extração vegetal responde por 20,7%”, destaca.

Guedes ressalta que a participação da silvicultura no valor de produção do setor cresce a cada ano, enquanto a do extrativismo vegetal cai, o que não significa que a extração esteja diminuindo e, sim, que o valor dos produtos da silvicultura está crescendo. “Porém, em 2021, em termos proporcionais, a silvicultura até diminuiu 0,7% no valor da produção, ao passo que houve um aumento do extrativismo que passou a responder por 20,7% do valor total”, aponta o gerente.

Área de eucalipto chegou a 7,3 milhões de hectares em 2021
Foto: CNA-Senar

Área 

No ano passado, segundo o levantamento do IBGE, houve redução de 1,4% nas áreas de florestas plantadas no país, que equivale a 138,9 mil hectares. A área total da silvicultura é de 9,5 milhões de hectares, dos quais, 76,9% (7,3 milhões) são de eucalipto, usado na indústria de celulose. Juntos, eucalipto e pinus foram responsáveis pela cobertura de 96% das áreas cultivadas com florestas plantadas para fins comerciais no Brasil.

O Sudeste foi a única região com crescimento na área plantada da silvicultura, em 2021, com aumento de 30,7 mil hectares (0,9%). No Sul, onde estão 31,9% das áreas de florestas plantadas com pinus e eucalipto no país, houve redução de 2,7%.

Produtos

Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), do Ministério da Economia, mostram que a celulose ocupou o nono lugar no ranking das exportações totais do do Brasil em 2021 (2,4%). O país é o maior exportador mundial do produto, com 16,2 milhões de toneladas em 2021.

A participação dos produtos madeireiros segue preponderante no setor, com 95,6% do valor da produção florestal. O valor da produção dos produtos madeireiros com origem em áreas plantadas cresceu 23,7%, enquanto na extração vegetal o aumento foi de 37,9%. “Esses resultados ratificam a tendência de crescimento dos madeireiros oriundos da silvicultura e mostram um grande aumento nos madeireiros da extração em 2021”, afirma Guedes.

Houve crescimento do valor da produção em todos os grupos, sendo mais acentuado na madeira em tora que aumentou 26,3%. O valor da produção da madeira destinada à fabricação de papel e celulose cresceu 24,4%; o carvão vegetal, 21,8%; e a lenha, 16,2%.

Apesar da retração na série histórica, a extração vegetal teve alta no valor gerado em 2019 (6,9%), 2020 (6,3%) e em 2021 (31,5%). Enquanto os produtos madeireiros respondem pela quase totalidade do valor da produção da silvicultura, na extração vegetal esse grupo representa 63,5%, seguido pelos alimentícios (29,9%), ceras (4,7%), oleaginosos (1,3%) e outros (0,5%).

Fonte: IBGE

Featured Image

Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura no MS atingiu R$ 50,9 milhões em 2021

Os dados da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura – PEVS 2021 – divulgados nesta quinta-feira (22/9), apontam que em 2021 o valor de produção obtido por meio da extração vegetal em Mato Grosso do Sul apresentou aumento de 40,9% em relação ao ano passado, chegando ao montante de R$ 50,9 milhões.

No ano anterior o valor total foi de R$ 36,1 milhões.

Dos nove grupos de produtos que compõem a extração vegetal na pesquisa, o Mato Grosso do Sul registrou produção em dois, sendo Alimentação e Madeira (incluindo carvão).

Segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – o grupo dos produtos madeireiros teve a maior participação no valor de produção do extrativismo (99,6%). O Valor principal veio do carvão vegetal (R$ 38,0 milhões), que havia registrado R$ 28,5 milhões em 2020 (aumento de 33,6%).

Também apresentou crescimento no volume de produção (23,1%), totalizando 60,7 mil toneladas em 2021 e 49,3 mil toneladas em 2020. A madeira em tora registrou o segundo maior valor de produção do grupo em 2021 (R$ 11,3 milhões). Se comparado a 2020 (R$ 5,6 milhões), o aumento no valor foi de 103,1%.

Dentre os alimentícios, houve ligeira queda no valor da produção, indo de R$ 200 mil em 2020, para R$ 197 mil em 2021. Dentre os produtos extraídos, destaque para as 20 toneladas de pequi, uma a mais que o produzido em 2020, porém, com a queda no valor da produção, vindo de R$ 41 mil em 2020 para R$ 39 mil em 2021.

Fonte: Dourados News

Featured Image

A nova moda é sustentável: já imaginou vestir celulose?

Em 2021, entrou em operação na América do Sul a primeira linha de fabricação de celulose de mercado sem utilização de combustíveis fósseis.

Essa fábrica foi desenhada no conceito fóssil fuel free, e é uma das maiores plantas do mundo não necessitando de nenhum outro combustível que não biomassa proveniente de florestas certificadas.

O feito é um marco histórico, e ouso afirmar que é uma questão de tempo até que outras empresas introduzam tecnologias similares em suas unidades industriais já em operação, visando não só eliminar o expressivo impacto ambiental proveniente da emissão de carbono em suas operações, mas também a dependência e incertezas relacionadas às oscilações de preços de mercado de óleo combustível e derivados.  

O setor de celulose e papel acompanha o movimento com relevantes conquistas históricas como, por exemplo: processos de cozimentos de alto rendimento, fechamento do circuito de efluentes hídricos, eliminação do cloro elementar no branqueamento, sistemas de tratamento de gases odoríferos, dentre outros. Todos esses feitos de aplicação de novas tecnologias ocorreram nas últimas três décadas e posicionaram a indústria brasileira em um status privilegiado de competitividade não apenas com custos, mas em uma posição de vanguarda no quesito sustentabilidade.

O processo de fabricação de celulose no Brasil é reconhecido pelas melhores práticas de manejo florestal do mundo. Produzimos 100% de nossa celulose por meio de florestas sustentáveis e certificadas. Dados recentes da Embrapa apontam que apenas 1,2% da área disponível no país é utilizada para florestas plantadas. 

Em termos de processos industriais, dispomos de circuitos bem fechados, com aproveitamento dos principais fluxos internos de processo. O consumo de água para fabricação de celulose, assim como a geração de efluentes, tem diminuído significativamente ao longo dos últimos anos, com o desenvolvimento de equipamentos e processos mais eficientes em termos ambientais.

O impacto das emissões gasosas também tem sido reduzido, por meio dos sistemas de abatimento de alta eficiência e aproveitamento desses fluxos para fabricação de outros subprodutos, tais como metanol e ácido sulfúrico.

Hoje, podemos dizer que a fabricação de fibras celulósicas produzidas no Brasil é o “estado da arte” em termos de qualidade, custo competitivo e práticas sustentáveis.

Em um mundo hiperconectado, consciente e com consumidores cada vez mais influentes nos rumos das economias e empresas, não é difícil prever que as fibras celulósicas irão expandir suas aplicações de uma maneira e velocidade que nunca vimos antes.

Em conjunto com a substituição do plástico, um dos grandes potenciais para crescimento da indústria de papel e celulose está relacionado com a substituição de fibras para fabricação de tecidos, que hoje tem produção mundial estimada em cerca de 300 milhões de toneladas.

No passado, as fibras mais utilizadas pela indústria têxtil eram de origem vegetal ou animal. Com o aumento da demanda global, mas com as limitações de capacidade produtiva desses materiais e seus altos custos de obtenção, o mercado buscou alternativas e as fibras sintéticas, provenientes da indústria petrolífera, tais como acrílico, poliamida, poliéster, polipropileno, aramida e elastano, são responsáveis por cerca de 70% do consumo industrial mundial.

Em 2017, um relatório da Fundação Ellen MacArthur intitulado “A new textiles economy: Redesigning fashion’s future” (“Uma nova economia têxtil: Redesenhando o futuro da moda”) apontou que essa indústria pode ser considerada a segunda mais poluente do planeta, não só pelos atuais meios de obtenção de matéria-prima, processos de fabricação, mas também devido ao desperdício, ao baixo índice de reciclagem e à falta de alternativas de disposição final do lixo têxtil. Por exemplo, é mencionado no estudo que a cada segundo uma quantidade equivalente a um caminhão de lixo têxtil é incinerada ou descartada em aterros.

Neste contexto extremamente complexo e urgente de soluções sustentáveis, a fibra proveniente de celulose está se tornando um elemento importante da produção têxtil em todo o mundo. 

A tecnologia de fabricação de tecidos a partir de fibra celulósica não é nova, mas os recentes desenvolvimentos resultaram em uma espécie de ressurgimento. Assim como no caso do plástico, a indústria têxtil já apresenta alternativas viáveis para substituição da matéria-prima atualmente utilizada por fontes renováveis celulósicas.

Em 2022, a LD Celulose iniciou as operações no Brasil da primeira unidade de fabricação de fibras celulósicas com o propósito único de fornecer matéria-prima para a indústria têxtil. Reforço: não é pouco!

Considerando nossa história e conquistas, a demanda prevista para o consumo de fibras, atual maturidade das tecnologias disponíveis, apelo ambiental e potencial de crescimento competitivo do setor de papel e celulose no país, não há como não ser otimista com um futuro promissor, limpo e sustentável para todos. 

E não se surpreenda se na etiqueta da próxima roupa importada que comprar estiver escrito “100% natural cellulose fibers made in Brazil from certified forests and sustainable processes”.

Artigo de Fernando Scucuglia – Diretor de Celulose e Energia da Valmet na América do Sul

Anúncios aleatórios

+55 67 99227-8719
contato@maisfloresta.com.br

Copyright 2023 - Mais Floresta © Todos os direitos Reservados
Desenvolvimento: Agência W3S