Certificação socioambiental é uma das garantias de empresas que buscam demonstrar sua atuação responsável
Cada vez mais, quem consome está ciente de seu papel no avanço da agenda sustentável. Segundo pesquisa realizada pela empresa KPMG sobre as tendências de consumo no país, questões ligadas à governança ambiental, social e corporativa passaram a ter maior peso na decisão de compra dos brasileiros em relação a antes da pandemia. Ao menos 25% afirmam que levam em consideração, no mínimo, um dos pilares do ESG como decisório.
“A busca por normas internacionalmente reconhecidas e pelo desenvolvimento de protocolos específicos para as empresas, que também passam a demandar uma mudança de postura, se torna mais frequente”, observa Luiz Iaquinta, gerente de certificação socioambiental do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora). “Clientes e investidores querem apoiar uma marca que coloca a humanidade e o meio ambiente em primeiro lugar.”
A certificação socioambiental é um dos suportes que os consumidores têm para fazer melhores escolhas. O produto certificado é uma forma de tornar pública as boas práticas da empresa, firmando o pacto de comprometimento entre ela e seu consumidor. Para o Imaflora, que está à frente de aproximadamente 50% das certificações de café no Brasil e 80% das certificações florestais, a escolha por produtos certificados já é capaz de pressionar toda uma cadeia de empresas.
Com quase 30 anos de atuação no setor ambiental, hoje o Imaflora é responsável pela certificação de mais de 4,3 milhões de hectares ao redor do país, entre projetos florestais e agrícolas. A certificação florestal tem o objetivo de conservar os recursos naturais, proporcionar condições justas de trabalho e estimular boas relações com a comunidade. Qualquer empresa ou pessoa que extraia, produza, consuma, industrialize ou comercialize matéria-prima ou produtos de origem florestal pode solicitar a certificação.
O Imaflora trabalha com a certificação FSC® (Conselho de Manejo Florestal). Mais de 300 empresas já receberam o selo no país por meio do instituto. São 4,1 milhões de hectares certificados, somando cerca de 2,8 milhões em plantações florestais e 1,3 milhões no manejo de florestas nativas. É o caso dos mais de 197 mil hectares certificados da Veracel Celulose no Extremo Sul da Bahia, que localizada na Mata Atlântica, mantém, aproximadamente, 98 mil hectares da área total destinada à conservação, o que inclui remanescentes nativos conservados e locais em processo de recuperação.
Outro exemplo é a Klabin, também do ramo da celulose. Com cerca de 340 mil hectares em áreas certificadas no Paraná, ela foi a primeira plantação florestal certificada pelo Imaflora no Brasil, e conta atualmente com 145 mil hectares conservados, além de áreas remanescentes da Mata Atlântica em grande estado de conservação. As duas empresas também desenvolvem ações sociais com comunidades locais e populações tradicionais, aspecto social que é reforçado pela certificação.
Recentemente, a Klabin recebeu do Imaflora três certificações referentes à Fazenda das Nascentes, localizada na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Complexo Serra da Farofa, em Santa Catarina. A fazenda obteve as certificações FSC® para Conservação de Biodiversidade (ES1), Sequestro e Armazenamento de Carbono (ES2) e Serviços em Bacias Hidrográficas (ES3), após auditoria realizada pelo Imaflora.
O Imaflora foi a primeira certificadora direta, no Brasil, do principal sistema de certificação florestal do mundo, o FSC®. O selo, presente em mais de 122 países, identifica que a matéria-prima usada em produtos de origem florestal não só é vinda de uma área manejada de forma ecologicamente correta e de maneira economicamente viável, mas também leva em consideração condições justas de trabalho e o estímulo a boas relações com a comunidade ao seu entorno.
Variedade de certificação
Além da participação consolidadora da presença do FSC® no Brasil, o Imaflora participou da concepção do sistema Rainforest Alliance™, sendo seu primeiro certificador no Brasil – onde já foram certificados quase 230 mil hectares e 692 produtos – e na Argentina – com certificação de mais 23 mil hectares e 386 produtos. O selo é uma certificação agropecuária e indica que o produto ou ingrediente certificado foi produzido utilizando métodos que apoiam os três pilares da sustentabilidade: social, econômico e ambiental.
A rastreabilidade da produção é garantida pelo sistema de Cadeia de Custódia realizada em armazéns, silos, indústrias, exportadores, terminais e portos. Os produtores e empresas têm o direito ao uso do selo Rainforest Alliance Certified™ em seus produtos e materiais promocionais, o que traz como vantagens a diferenciação e o acesso a novos mercados de exportação e no mercado nacional.
Além da certificação florestal, através do FSC®, e da certificação agropecuário, por meio do Rainforest Alliance™, existem outros tipos de certificação que estimulam melhorias nos setores agropecuário e florestal e colocam os empreendimentos em lugar de destaque, auxiliando desde ganhos em gestão a melhorias na imagem institucional. No setor do carbono, por exemplo, as verificações e validações seguindo os padrões Verra e CCB, aperfeiçoam os métodos existentes para redução de emissões por desmatamento, degradação e outras atividades de uso do solo.
Em 2021, o Imaflora foi credenciado no sistema C.A.F.E Practices, padrão de qualidade e produção sustentável da Starbucks, que abrange um conjunto de mais de 200 indicadores sociais, econômicos e ambientais. Esse é um dos primeiros conjuntos de normas da indústria do café para a compra ética e visa garantir que a Starbucks tenha fornecedores de café sustentável ao longo de toda a sua cadeia produtiva.
Sobre o Imaflora
O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) é uma associação civil sem fins lucrativos, criada em 1995 sob a premissa de que a melhor forma de conservar as florestas tropicais é dar a elas uma destinação econômica, associada a boas práticas de manejo e à gestão responsável dos recursos naturais. O Imaflora busca influenciar as cadeias produtivas dos produtos de origem florestal e agrícola, colaborar para a elaboração e implementação de políticas de interesse público e, finalmente, fazer a diferença nas regiões em que atua, criando modelos de uso da terra e de desenvolvimento sustentável que possam ser reproduzidos em diferentes municípios, regiões e biomas do país. Mais informações no site.
Fonte: Imaflora
