Diogo Machado, da Quiron Digital, defende a prevenção dos desmatamentos em até 6 vezes menos que a reação. “Você consegue combater incêndios antes mesmo que eles venham a acontecer”, explica o cofundador da Quiron Digital.
A Quiron desenvolve algoritmos usando dados de satélites. A greentech, que atua com foco florestal, também atua com soluções de pragas em colheitas e contra o desmatamento. E o impacto torna a medida ainda mais urgente: segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), os incêndios florestais podem aumentar em 30% até o ano de 2050.
Um levantamento feito pelo Projeto MapBiomas após analisar imagens de satélite entre 1985 e 2020, mostra o impacto do fogo sobre o território nacional: a cada um desses 36 anos, o Brasil queimou uma área maior que a da Inglaterra: foram 150.957 km² por ano, ou 1,8% do país.
O acumulado do período chega a praticamente um quinto do território nacional: 1.672.142 km², ou 19,6% do Brasil, sendo que 65% do total da área queimada foi de vegetação nativa. O estado de Mato Grosso apresentou maior ocorrência de fogo, seguido pelo Pará e Tocantins.
Machado acredita que o mercado de satélites possa ser vantajoso para a iniciativa privada e também para governos. “O mercado space vem crescendo muito, com tendência de melhorias para todos. A revolução do mercado é ‘satelital’, defende o cofundador da greentech.
Diagnóstico via satélite
Fora do país, um exemplo de sucesso da Quiron foi em incêndio florestal no Condado de El Dorado em Omo Ranch, na Califórnia nos Estados Unidos. Dados de satélites e nanossatélites associados à inteligência artificial foram capazes de identificar com 17 dias de antecedência, o Caldor Fire.
Com forte atuação por meio dos algoritmos, a Quiron identificou com precisão as coordenadas onde ocorreria o incêndio florestal. Isso é possível por meio de recursos para monitoramento conforme fatores geográficos, do ambiente, clima da região, a presença humana e dados meteorológicos.
Fonte: Yahoo