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ILPF pode sequestrar 23 toneladas de CO2 equivalente por ha/ano

Sistemas integrados de produção melhoram a produtividade e aumentam o estoque de carbono

O sistema de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) tem o potencial de sequestrar até 23 toneladas de carbono equivalente por hectare/ano. Este foi um dos resultados apresentados por Roberto Giolo de Almeida, pesquisador da Embrapa, durante o segundo dia do Fórum Metano na Pecuária.

Em relação as pastagens tradicionais, o consórcio realizado apenas entre pecuária e agricultura já melhora o balanço de emissões e sequestra cerca de 1,3 toneladas de CO2 equivalente, mas a inclusão de árvores no sistema eleva exponencialmente o potencial da agropecuária brasileira para estocar carbono.

Utilizando um exemplo de pastagem tradicional que abate os animais com 15 arrobas, aos 3,5 anos e com taxa de lotação de uma cabeça por hectare, seriam emitidos cerca de 15 kg de metano (CH4) por arroba. Já se adotarmos o sistema integrado de produção, nesta mesma área seria possível diminuir a idade ao abate e terminar os bovinos aos dois anos, além de aumentar a taxa de lotação para dois animais por hectare e produzir 29 arrobas com a redução da emissão de metano para cerca de 11 kg por arroba.

Para além do metano, a ILPF tem outros benefícios para a pecuária, como o aumento da qualidade das forragens. O sistema permite pastos de qualidade durante todo o ano, inclusive no período seco, em que faltam boas pastagens.

“O carbono é a salvação da lavoura, da pecuária e do Brasil”, afirmou Rogério. O carbono orgânico no solo significa mais fertilidade e água no solo e a ILPF pode promover este benefício.

Áreas com ILPF

Em 2021, as áreas de cultivo com ILPF no Brasil eram cerca de 17 milhões de hectares. E o objetivo do Plano ABC+ é alcançar 30 milhões de hectares, o que significa 20% das lavouras do país, até 2030.

Já os estados que concentram as maiores áreas de ILPF são Mato Grosso do Sul (2.085.518 ha); Mato Grosso (1.501.016 ha); Rio Grande do Sul (1.457.900 ha); Minas Gerais (1.046.878 ha); e Goiás e DF (943.934 ha).

Fonte: Planeta Campo

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Suzano vê mercado global de celulose com oferta restrita e custo caixa estável

A Suzano espera que a oferta mundial de celulose continuará restringida nos próximos meses por fatores que incluem sanções à Rússia, que têm afetado produtores na Europa e no próprio mercado russo, afirmaram executivos nesta quinta-feira.

A companhia espera elevar sua produção de celulose nos próximos trimestres, após paradas para manutenção que levaram a empresa a vender menos do produto nos primeiros três meses do ano. Porém, executivos em conferência com analistas sobre resultados da empresa no primeiro trimestre, não fizeram estimativas.

E embora a inflação de custos de matérias-primas como produtos químicos e combustíveis deverá continuar pesando sobre a indústria, executivos da Suzano mencionaram na conferência que o custo caixa de produção do primeiro trimestre, da ordem de 868 reais por tonelada, deve se manter estável.

A conta da empresa para isso inclui os benefícios de aproveitamento melhor de fábricas de alto desempenho que tiveram paradas de manutenção no primeiro trimestre, maiores vendas de energia elétrica no mercado pela companhia e menores custos operacionais após os trabalhos de reparos.

A companhia está elevando preços de papel em vários mercados em maio e em junho e implementou na Ásia aumento de 30 dólares na tonelada de celulose neste mês.

Sobre o mercado asiático, a Suzano está vendo produtores chineses de papel demandando mais celulose diante de perspectiva de flexibilização de medidas de isolamento social adotadas na China, além de esperadas medidas de incentivo à economia a serem tomadas pelo governo chinês.

Segundo o diretor comercial de celulose da Suzano, Leonardo Grimaldi, os preços maiores da matéria-prima do papel são sustentáveis nos próximos meses uma vez que os problemas na oferta do produto no mercado global “não vão se resolver nos próximos meses”.

O executivo afirmou que cerca de 30% da madeira usada pela indústria finlandesa de celulose, uma das principais do mundo, vinha da Rússia, e que as sanções ao país, por conta da guerra contra a Ucrânia, estão obrigando os produtores da Finlândia a buscarem alternativas para obterem a madeira que antes vinha da Rússia para suas fábricas.

Além disso, segundo Grimaldi, produtores russos de celulose estão enfrentando dificuldades para obterem matérias-primas como produtos químicos para viabilizarem suas operações.

Questionado sobre perspectivas de alocação de capital, o presidente da Suzano, Walter Schalka, afirmou na conferência que após a Suzano concluir o projeto de construção de uma fábrica de celulose no Mato Grosso do Sul, o chamado Projeto Cerrado, a companhia terá mais opções para pagar dividendo, fazer recompras de ações e reinvestimentos em suas instalações. O investimento no projeto previsto apenas para este ano é de 7,3 bilhões de reais e o total da empresa para 2022 é de 13,6 bilhões.

Fonte: Reuters

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Ciência atualiza dados de estoque de carbono em plantios florestais

Pesquisa mostra maior potencial de mitigação dos gases de efeito estufa (GEE) pelos plantios florestais

Estudos da Embrapa Florestas (PR) mostram que a perda de carbono em solos convertidos para plantios florestais é de apenas 5% e não de 33%, como se acreditava anteriormente. A atualização desse dado é fruto da evolução da ciência brasileira, que passou a utilizar o índice de alteração de carbono no solo (IAC) com base em informações oriundas de pesquisas nacionais. Dessa forma, o índice representa com mais fidelidade as especificidades do País e mostra maior potencial de mitigação dos gases de efeito estufa (GEEs) pelos plantios florestais. 

O trabalho utilizou como base estudos realizados no Brasil e publicados entre os anos de 2002 e 2019, em áreas convertidas para florestas plantadas de eucaliptos, pínus e acácia-negra. Os dados envolveram informações obtidas em nove estados: RS, SC, PR, SP, ES, MG, BA, PA e MS, que abrangem mais de 8,6 milhões de hectares de plantios florestais. “No caso desse índice, o valor de cálculo não estava condizente à realidade dos plantios florestais. No entanto, à medida que os estudos avançam, cada país pode ajustar e refinar esses índices para as realidades de seus cultivos, que foi o que fizemos com os cultivos florestais analisados,” conta a pesquisadora da Embrapa Josileia Zanatta, que coordenou o estudo. 

O tipo da planta cultivada interfere na cobertura vegetal e, portanto, pode influenciar os estoques de carbono do solo, alterando o equilíbrio entre o sequestro e as taxas de perdas de carbono. “O fato de usar um índice da agricultura acabava por penalizar os plantios florestais, pois indicava que cerca de 33% do carbono armazenado no solo era perdido após a retirada de vegetação nativa, pastagem ou agricultura, seguido de conversão para plantios florestais”, analisa o pesquisador da Embrapa Marcos Rachwal, que participou do estudo. “Comprovamos que, na realidade, esse índice é de 0,95, ou seja, considera uma perda de apenas 5%, o que representa uma grande diferença”, completa. 

“Quando consideramos a conversão de pastagens para plantios de eucaliptos observamos um ganho ainda maior, de 10% nos estoques de carbono no solo. Historicamente, as conversões de pastagens para plantios florestais prevalecem nos biomas brasileiros, desconsiderando a Amazônia, e isso mostra a participação do setor de base florestal no enfrentamento às mudanças do clima”, declara Zanatta.

Altos estoques de carbono no solo

Outra constatação desses estudos foi a alta performance do solo como estocador de carbono. O volume armazenado é equivalente ao carbono acumulado na biomassa florestal e, por vezes, até maior. Além disso, os solos dos plantios florestais podem agir como sumidouros de metano, por meio de microrganismos presentes no solo, as bactérias metanotróficas, que consomem o metano e contribuem para a redução da concentração desse gás na atmosfera. “Todos os solos bem aerados e sem excesso de umidade, sob florestas plantadas ou nativas, têm essa capacidade”, explica Rachwal. 

Fonte: Embrapa Florestas

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