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Mais madeira para nossas cidades

Build-in-Wood é um projeto do Horizonte 2020 financiado pela Europa com o objetivo de aumentar drasticamente a proporção da construção em madeira. Com a população urbana crescendo continuamente e as mudanças climáticas se tornando um tema urgente, nosso desafio é oferecer moradias de alta qualidade, acessíveis e ecologicamente corretas.

Green Building é o futuro: a madeira é um material atraente porque tem uma pegada de carbono baixa, usa pouca energia e água e é 100% renovável a partir de florestas manejadas de forma sustentável

O caminho de madeira para a neutralidade climática

Precisamos reduzir estrategicamente nossas emissões :

  • mudando para materiais renováveis
  • desenvolvendo novas tecnologias
  • criando padrões ambientais internacionais

Indústria da Construção é atualmente responsável por 35% das emissões totais de gases de efeito estufa * produzidas pelas atividades econômicas globais

Madeira como o único material de construção verdadeiramente renovável precisa se tornar o novo padrão . Como cada m³  recém-cultivado de madeira retém uma tonelada de CO2, a madeira como tal não é apenas neutra para o clima, mas também positiva para o clima .

O objetivo é fazer da madeira uma escolha natural de material de construção para a construção de edifícios de vários andares
Fonte: Build In WoodFoto: Timber Wood

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10 perguntas com a especialista em silvicultura sustentável e uso da madeira na construção nos Estados Unidos

Embora os benefícios do sequestro de carbono da madeira sejam bem conhecidos, os arquitetos e desenvolvedores estão cada vez mais conscientes do impacto da madeira em massa nas florestas e nas práticas florestais sustentáveis. A Think Wood perguntou recentemente à especialista do setor, Dra. Edie Sonne Hall, dez perguntas comuns sobre silvicultura sustentável e meio ambiente construído. Aqui está o que ela tinha a dizer:

1) A maioria dos designers e construtores entende que a madeira contribui para edifícios com baixo teor de carbono, mas como o uso da madeira impactou o estado de nossas florestas?

Edie Sonne Hall: A quantidade de área florestal no país permaneceu constante desde cerca de 1900, e as florestas dos Estados Unidos têm sequestrado o carbono desde os anos 1950. Durante o mesmo período, as colheitas de madeira permaneceram estáveis ou, em alguns casos, aumentaram.1Enquanto 67% das terras florestais estão legalmente disponíveis para colheita, a remoção de árvores ocorre em menos de 2% das terras florestais por ano. Compare isso com os quase 3% perturbados por eventos naturais como insetos, doenças e fogo. Se equilibrarmos a colheita com os esforços de replantio, podemos fornecer uma fonte sustentável de produtos de madeira que sequestram carbono de florestas sustentáveis.2

2) O aumento da demanda por produtos de madeira causará desmatamento?

ESH: Eu sei que é contra-intuitivo, mas a demanda por produtos florestais pode realmente levar a mais florestas. Na verdade, nos Estados Unidos e Canadá há “risco extremamente baixo de desmatamento.3“A demanda fornece receitas e incentivos políticos para investir no plantio e manejo florestal. Os dados mostram que as regiões globais com os níveis mais altos de extração de madeira industrial e produção de produtos florestais também são regiões com as taxas mais baixas de desmatamento.4 E podemos ver a partir de dados empíricos que uma demanda mais alta leva a mais oferta (crescimento).

3) O uso de madeira é o melhor caminho de mitigação de carbono? Não é melhor deixar as árvores crescerem?

ESH: Os produtos de madeira são uma solução climática importante porque consomem menos energia / emissões para a fabricação do que outros materiais de construção e armazenam carbono durante sua vida útil. O relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, “Silvicultura para um Futuro de Baixo Carbono”, enumera seis estratégias principais para integrar florestas e produtos de madeira às estratégias de mudança climática:

  1. Plante mais árvores
  2. aumentar a densidade / estoques de carbono nas florestas existentes
  3. aumentar o armazenamento de carbono do produto de madeira
  4. reduzir o desmatamento e degradação
  5. usar biomassa para energia, substituindo combustível fóssil
  6. usar produtos de madeira em materiais de construção, evitando emissões de combustíveis fósseis na fabricação de produtos com maiores emissões combinadas

4) Como podemos ter certeza de que a madeira que fornecemos é colhida de forma sustentável?

ESH: Podemos ter certeza de que a madeira é colhida de forma sustentável por meio de mecanismos como certificação florestal, padrões de fornecimento responsável de fibra e Melhores Práticas de Gerenciamento (BMPs).

5) O que é certificação florestal?

ESH: A certificação florestal avalia o manejo florestal do proprietário de uma série de padrões acordados relacionados à qualidade da água, biodiversidade, vida selvagem e florestas com valor de conservação excepcional. O nível mais alto de garantia de sustentabilidade é a certificação florestal de terceiros. A propósito, a madeira é um dos poucos materiais de construção que conta com esses programas de certificação.

6) Quais padrões de certificação de terceiros devo procurar?

ESH: Os quatro sistemas principais na América do Norte são Sustainable Forestry Initiative (SFI), Forest Stewardship Council (FSC), Canadian Standards Association (CSA) e American Tree Farm System (ATFS). SFI é um programa norte-americano de padrão único. O FSC é um programa global com padrões regionais. CSA é o padrão de gerenciamento de floresta nacional canadense e ATFS é voltado para proprietários de terras menores nos Estados Unidos. Embora você possa debater as nuances, há mais garantia de manejo florestal sustentável com qualquer um deles.

7) Quantos acres de florestas certificadas estão realmente disponíveis nos EUA?

ESH: Existem cerca de 96 milhões de acres de florestas certificadas nos Estados Unidos, o que representa cerca de 19% do total das áreas florestais dos Estados Unidos – acima da média global de 11%. Dado o custo da verificação de terceiros, a certificação em grande escala não é viável para pequenos proprietários de terras que representam a maior porcentagem da propriedade de terras nos EUA (quase 290 milhões de acres). As áreas florestais federais dos EUA não são certificadas, mas isso não significa que não estejam sendo manejadas de forma sustentável. Em 2007, o Instituto Pinchot conduziu um estudo de cinco florestas nacionais e descobriu que suas práticas de manejo atendiam a muitos dos requisitos de certificação em termos de planejamento florestal, proteção de espécies ameaçadas e em perigo de extinção e outros.5

8) Você mencionou os padrões de fornecimento de fibra. O que isso inclui?

ESH: O abastecimento de fibra é outro tipo de certificação voltado para as fábricas para limitar o risco de fibra proveniente de fontes indesejáveis, como florestas de alta conservação ou florestas colhidas ilegalmente. Os três principais padrões de fornecimento de fibra responsáveis são:Fontes controladas PEFCMadeira Controlada FSC, e Fornecimento de fibra SFI.6

9) Quais são as melhores práticas de gerenciamento (BMPs)?

ESH: Cada estado dos EUA desenvolveu diretrizes de melhores práticas de gestão (BMPs) para a qualidade da água e outras questões ambientais, como erosão e regeneração do solo. Alguns deles estão codificados em regulamentação estadual de práticas florestais e outros são voluntários. Os BMPs de qualidade da água, sejam eles regulatórios, quase regulatórios ou não regulatórios, são rastreados nos Estados Unidos e alcançam conformidade acima de 90% em todos os estados.7 Isso é importante porque cerca de 60% da água potável é proveniente de florestas em todo o país, até 75% no oeste dos Estados Unidos.8

10) As mesmas certificações se aplicam a produtos de madeira importados?

ESH: Embora os EUA sejam o maior produtor de madeira em tora industrial, nem todos os produtos de madeira consumidos nos EUA são colhidos internamente. Os especificadores ainda devem estar cientes de onde seu produto de madeira vem e tomar as precauções apropriadas se for proveniente de áreas com maior risco de obter madeira controversa.fonte: Think WoodFoto: Think Wood

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Região Sudeste deve apostar na restauração florestal para enfrentar crises hídricas

O Brasil enfrenta atualmente, em estados como São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul, o pior período de seca já registrado simultaneamente nas bacias do Rio Grande, Paraná e Paranapanema. Segundo o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, que avalia o nível de água em reservatórios de usinas hidrelétricas, há 91 anos não era registrado um fluxo tão reduzido de entrada de água nas barragens responsáveis por mais de 60% da capacidade hidrelétrica do país.

Essa crise tem afetado principalmente o setor elétrico, aumentando o preço da tarifa para “bandeira vermelha patamar 2”, o que na prática significa um aumento médio da ordem de 5% na conta de luz dos brasileiros. As previsões climáticas para os próximos meses apontam para precipitações abaixo da média na região, o que deve agravar a situação dos reservatórios tanto para a geração de energia quanto abastecimento, além de comprometer os ciclos biológicos nos rios, especialmente com a chegada da piracema.

A frequência e severidade das secas têm aumentado significativamente, e lançam desafios que exigem soluções que combinem mitigação e adaptação às mudanças climáticas já em curso, como mostrado no mais recente relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, o IPCC. A água é um recurso de uso múltiplo e portanto de gestão compartilhada. Reabilitar as paisagens a regular o fluxo hídrico e fornecer água de melhor qualidade às estruturas de saneamento e geração elétrica é imprescindível.

O natural na infraestrutura

Ecossistemas naturais são sistemas complexos de fluxos de energia e matéria, dentre as quais, a água. Soluções inteligentes integram tecnologia e natureza. Uma série de estudos do WRI Brasil vem construindo um arcabouço de conhecimento e evidências de que investimentos em infraestrutura natural para água podem ter um papel relevante para a melhoria de sua qualidade e no enfrentamento de eventos climáticos extremos. Recuperar florestas e outros ecossistemas potencializa a eficiência de infraestruturas convencionais, aumentando a capacidade sazonal dos reservatórios e sistemas de abastecimento tornando o uso de um recurso essencial como a água potável mais eficiente, reduzindo emissões de carbono e, de quebra, gerando benefícios econômicos.O WRI Brasil, em parceria com outras 6 organizações, tem trabalhado há 5 anos com empresas de saneamento, comitês de bacias, secretarias de meio ambiente, de agricultura e de recursos hídricos, produtores rurais e agentes públicos na busca de soluções integradas para ampliar a infraestrutura natural. O foco é na recuperação de áreas degradadas nas áreas rurais que fornecem água a grandes regiões metropolitanas, como São Paulo, Rio de Janeiro e Vitória.

Os resultados mostram que a infraestrutura natural é altamente eficiente na melhoria da qualidade da água, trazendo benefícios adicionais ao tratamento de água e gestão de reservatórios, diminuindo a turbidez e a erosão e assoreamento. O desempenho financeiro da infraestrutura natural é positivo e compatível com os indicadores obtidos pelas infraestruturas convencionais. Mais do que isso. Os investimentos em infraestruturas convencionais, como reservatórios e barragens, podem ser mais efetivos se vierem acompanhados da infraestrutura natural.

Os estudos publicados mostram que:

  • São Paulo: O Sistema Cantareira abastece grande parte da região metropolitana e a cidade mais populosa do país. A restauração de 4 mil hectares de áreas prioritárias poderia levar a uma economia no tratamento da água de R$ 338 milhões ao longo de 30 anos.
  • Rio de Janeiro: A maior estação de tratamento de água (ETA) do mundo, a ETA Guandu, controlada pela Cedae, abastece grande parte das residências cariocas. Uma redução de gastos com tratamento de água e produtos químicos é possível com a restauração de 3 mil hectares de pastagens com alto grau de erosão, resultando em uma economia de R$ 259 milhões.
  • Espírito Santo: A Região Metropolitana da Grande Vitória é abastecida por três bacias hidrográficas. A restauração de 2,5 mil hectares de pastagens degradadas em duas delas – a dos rios Jucu e Santa Maria do Vitória – pode gerar uma economia de quase R$ 93 milhões nos custos de tratamento de água em 20 anos.

Oportunidades para todas as partes interessadas

A identificação de retorno positivo, com taxas similares aos de investimento na infraestrutura convencional da área de saneamento, mostra que soluções baseadas na natureza não apenas geram benefícios ecológicos como são viáveis economicamente.

A infraestrutura natural para a água não é a única forma de solução baseada na natureza que pode contar com restauração e conservação de florestas e áreas naturais. Ela pode ser importante para adaptar cidades a eventos extremos. Estudo do WRI mostra que florestas podem, por exemplo, ajudar a absorver, filtrar e desacelerar o escoamento de água de tempestades, mitigando enchentes e deslizamentos.

As evidências apontam que soluções baseadas na natureza, incluindo a infraestrutura natural para água, não apenas são uma boa solução para resolver problemas ecológicos, mas que também tornam infraestruturas convencionais mais efetivas. Esse dado é crucial em um momento em que o Brasil vai buscar fazer uma retomada de sua economia após a pandemia. Restaurar florestas é uma forma de recuperar nossa economia, reduzir impactos causados por secas e enchentes e, ao mesmo tempo, otimizar recursos financeiros e gerar retorno econômico.

Fonte: WRI

foto: Paulo Cardoso

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