Tarifaço de 50% ameaça nossos negócios, empregos e investimentos

A decisão do governo dos Estados Unidos, publicada no dia 30 de julho, afeta todo o setor de base florestal, especialmente o Paraná.

Os Estados Unidos são o principal destino para molduras (98%), portas de madeira (96%), compensado de pinus (34%), serrado de pinus (33%).

A aplicação da tarifa de 50% sobre a importação de produtos florestais brasileiros  influencia diretamente a comercialização de  madeira serrada, painéis, portas, móveis e molduras – itens cuja matéria-prima é madeira de  pinus e eucalipto. 

“É uma notícia muito ruim. Justamente no que o Paraná é bom, onde se destaca, vamos ser taxados de forma muito forte e veemente”, afirma nosso presidente Fabio Brun. Segundo ele, o impacto pode ser significativo para as operações e o emprego em todo o Sul do Brasil.

Celulose está na lista de exceções

Na lista de exceções do decreto norte-americano e importantes para o setor, estão: celulose química (solúvel, soda, sulfato, sulfito), celulose semiquímica, e celulose de papel reciclado ou bambu.

Esses são produtos que os Estados Unidos não produzem, assim como  a celulose de fibra curta à base de eucalipto – utilizada para fabricação de papel higiênico, guardanapo, toalha de papel.

Outro produto do setor de florestas plantadas que está na lista de exceções é o ferro-gusa, que no Brasil é produzido em parte com carvão vegetal para substituir outros insumos de origem fóssil.

Impacto imediato: férias coletivas e retração nas exportações

Antes mesmo do anúncio oficial da nova tarifa, empresas do setor já haviam iniciado movimentos de contenção: suspenderam envios aos EUA, reduziram estoques e adotaram férias coletivas para preservar empregos. Agora, com a medida oficializada, o cenário se torna ainda mais delicado.

“Antes da efetivação da tarifa, as empresas estavam em compasso de espera, revendo investimentos e estratégias. A exportação para os Estados Unidos, nosso principal mercado, representa volumes que não podem ser redirecionados de forma rápida a outro mercado. Buscar novos compradores é um trabalho lento, de médio prazo, e muitas vezes exige redução de preços”, explica o presidente da APRE, Fabio Brun.

Setor florestal é o maior exportador do agronegócio brasileiro

Os produtos florestais lideram as exportações para os EUA, somando US$ 3,7 bilhões em receita. Desses, cerca de US$ 1,7 bilhão vêm dos estados da região Sul.

Dados de janeiro a junho de 2025 apontam que as exportações de molduras do Paraná para o mundo equivalem a US$ 104 milhões. Desse total, US$ 102 milhões são exportações destinadas aos EUA (98%). Em relação a portas de madeira, o valor das exportações é de US$ 35 milhões para o mundo todo, enquanto para os EUA chega a US$ 34 milhões (96%).

A dependência é menor quando se trata de compensados de pinus, cuja exportação geral é de US$ 300 milhões, sendo US$ 100 milhões destinados aos EUA (34%). O mesmo acontece com serrado de pinus, destinando US$ 79 milhões para o mundo todo e, desse montante, US$ 26 milhões vão para os EUA (33%).


“Estamos falando de uma cadeia produtiva bem diversificada, com forte presença no interior do estado. Além da atividade econômica, essas indústrias mantêm projetos sociais e de saúde, ou seja, a área social também poderá ser bastante afetada com essa retração”, lamenta o presidente.

Informações: APRE Florestas.

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