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BNDES-Fundo Clima desembolsa R$ 100 milhões para restauração florestal com Mombak

Mombak é a primeira empresa a receber recursos do Novo Fundo Clima para restauração de áreas degradadas na Amazônia

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a primeira operação para reflorestamento com recursos do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Novo Fundo Clima). O financiamento, no valor total de R$ 100 milhões (R$ 80 milhões do Fundo Clima e R$ 20 milhões da linha BNDES Finem) e viabilizado por fiança bancária do Santander, será destinado à Mombak, startup de remoção de carbono, que vai investir no reflorestamento de áreas degradadas na Amazônia, com foco na recuperação da biodiversidade e na remoção de carbono em larga escala.

Com o apoio do Fundo Clima, a Mombak expandirá suas iniciativas no Pará, fortalecendo o modelo de parcerias com proprietários locais. A projeto permitirá captura de carbono de alta integridade e incentivará a economia local ao gerar empregos e impulsionar a cadeia produtiva do reflorestamento. A área beneficiada compreende parte do Arco da Restauração, território crítico de desmatamento, que vai do leste do Maranhão ao Acre, passando pelo sul do Pará, Mato Grosso e Rondônia.

Criado em 2009 e reformulado pelo governo do presidente Lula, o Fundo Clima é um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima. Ele se constitui em um fundo vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) com a finalidade de garantir recursos para apoio a projetos que tenham como objetivo o enfrentamento às mudanças climáticas.

Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a primeira operação do Novo Fundo Clima para restauro florestal é simbólica. “É um marco da atuação do governo federal no reflorestamento da Amazônia e da atuação do BNDES como impulsionador de um novo mercado, de um novo caminho para o desenvolvimento do Brasil”, ressaltou. “Estamos reconstruindo florestas, mantendo a biodiversidade, gerando empregos e renda para população e ajudando o planeta”, disse.

O BNDES tem como uma de suas prioridades o Arco da Restauração, projeto de reconstrução das florestas, coordenado pelo MMA, que envolve um conjunto de atores – setor público federal, estados, municípios, iniciativa privada e agricultura familiar camponesa –, para restaurar as áreas mais desmatadas da Amazônia. O Arco da Restauração visa a recuperação de 6 milhões de hectares de florestas até 2030.

Peter Fernandez, CEO e cofundador da Mombak, considera o apoio financeiro do Banco como um marco para o setor de remoção de carbono no Brasil. “Reforça que o reflorestamento não é apenas uma prioridade ambiental, mas também um negócio escalável com forte demanda de mercado”, ponderou. “Ao concretizar a primeira operação desse tipo por meio do Novo Fundo Clima, demonstramos o potencial do Brasil para liderar a indústria global de remoção de carbono”.

Leonardo Fleck, head sênior de Sustentabilidade do Santander Brasil e co-lead de natureza e biodiversidade do Grupo Santander, enxerga um “enorme potencial” das “soluções baseadas na natureza” no país. “Mas elas precisam de soluções inovadoras de financiamento para que possam decolar”, observou. “Trabalhamos desde o lançamento da linha para restauração do BNDES na busca de soluções que se alinhem com o modelo de negócios dos clientes e os requisitos de mitigação de riscos financeiros. Ficamos felizes em contribuir com o primeiro desembolso da linha para a Mombak”.

A Mombak já captou US$200 milhões para projetos de remoção de carbono no Brasil. A empresa plantou milhões de árvores nativas no Pará, gerando empregos diretos e indiretos e fortalecendo a cadeia do setor. O financiamento pelo Novo Fundo Clima representa um passo importante na conexão entre capital privado e projetos ambientais de larga escala.

A empresa atraiu investimentos de instituições internacionais, como o Banco Mundial, e fechou contratos com grandes compradores corporativos, incluindo Microsoft, Google e McLaren Racing.

Sobre a Mombak – A Mombak (“Fazer Acordar” em tupi-guarani) foi fundada em 2021 por Peter Fernandez (ex-CEO da 99) e Gabriel Silva (ex-CFO do Nubank). Com experiência em inovação, eles uniram forças para enfrentar um dos desafios mais urgentes do mundo: as mudanças climáticas. A Mombak tem entre seus clientes Microsoft e Google, e atraiu grandes investidores globais para apoiar projetos de remoção de carbono.

Arco da Restauração – Além do Fundo Clima, BNDES e MMA atuam em parceria no projeto Arco da Restauração, que visa à recuperação de 24 milhões de hectares de florestas até 2050, colaborando na restauração da vegetação nativa na área de abrangência do chamado Arco do Desmatamento da Amazônia. Uma das ações do projeto é a iniciativa Restaura Amazônia, criada em dezembro de 2024, que conta com R$ 450 milhões do Fundo Amazônia, além da possibilidade de aportes adicionais de instituições apoiadoras.

O Restaura Amazônia selecionou três parceiros gestores por chamada pública (Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) na macrorregião 1, Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) na macrorregião 2, e Conservação Internactional do Brasil (CI Brasil) para a macrorregião 3. Até o momento, os parceiros gestores lançaram duas séries de três editais de seleção de projetos de restauração florestal nas macrorregiões 1 (Amazonas, Acre e Rondônia), 2 (Mato Grosso e Tocantins) e 3 (Pará e Maranhão), respectivamente, alinhados com o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg).

A primeira série de editais (um para cada macrorregião) foi lançada em dezembro de 2024, no valor total de R$ 92 milhões, com foco prioritário em unidades de conservação e aporte de R$ 50 milhões da parceira Petrobras. A segunda série teve foco prioritário em assentamentos da reforma agrária e foi lançada em 21 de março, também alinhada ao Programa Florestas Produtivas do MDA, um dos pilares do Planaveg, coordenado pelo MMA, e terá o valor total de R$ 138 milhões, apenas com recursos do Fundo da Amazônia.

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MPF processa concessionária de energia para garantir reflorestamento nas margens do lago da Usina de Ilha Solteira (SP)

Reservatório da hidrelétrica está há mais de 50 anos sem a cobertura florestal exigida por lei

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação civil pública para que a concessionária Rio Paraná Energia S.A. seja obrigada a promover a recuperação ambiental da faixa que contorna todo o lago da usina hidrelétrica de Ilha Solteira (SP), no prazo estabelecido na licença ambiental que autorizou o funcionamento do empreendimento. A empresa, que opera a unidade desde 2016, tem o dever de regenerar 6.427,91 hectares de área degradada, mas até agora iniciou o reflorestamento de apenas pouco mais de 235,5 hectares.

O MPF pede que a Justiça Federal determine, de imediato, que a empresa plante 671 mil mudas de árvores por ano e invista R$ 7,7 milhões anuais em medidas para a recomposição florestal. O prazo máximo requerido para a conclusão dos trabalhos é de 16 anos, considerando-se o limite de 25 anos previsto na licença de operação da usina e os nove já passados. A ação, proposta na 1ª Vara Federal de Jales (SP), reivindica também que a concessionária seja obrigada a iniciar, em até 90 dias, o plantio de uma faixa de árvores na divisa entre a área de preservação permanente da unidade e as propriedades vizinhas, como primeira etapa do processo de recuperação vegetal.

Por fim, o MPF pleiteia que a ordem judicial estabeleça os mesmos 90 dias para que a Rio Paraná elabore um projeto ambiental de reflorestamento da área, com cronograma detalhado. Em 2021, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já havia requisitado à concessionária a apresentação de um planejamento das etapas para a recuperação ambiental do entorno do lago e informações sobre o andamento das providências em curso. A empresa não prestou essas informações adequadamente.

Os pedidos da ação baseiam-se na estimativa que peritos do MPF projetaram para o processo de reflorestamento das margens do reservatório de Ilha Solteira. Segundo o levantamento, a recuperação da área demanda o plantio de 10,7 milhões de mudas e um investimento total de R$ 114 milhões a R$ 124 milhões. Apesar de aparentemente elevada, a quantia corresponde a uma pequena fração do faturamento da Rio Paraná. Só em 2023, a empresa reportou lucro líquido de R$ 2,2 bilhões.

Ao obter a concessão da hidrelétrica, a Rio Paraná assumiu obrigações ambientais já contraídas por sua antecessora, a Companhia Energética de São Paulo (Cesp). Porém, desde a inauguração da usina (em 1974) até hoje, os resultados que ambas as empresas alcançaram para o reflorestamento do entorno do lago é irrisório. Até 2016, apenas 395,8 hectares haviam sido recuperados. Nos últimos nove anos, a atual concessionária registrou a implementação de projetos que seguem inconclusos e abrangem somente 235,5 hectares. Essas medidas, quando finalizadas, representarão a restauração de meros 3% da área desprovida de mata. Nesse ritmo, a Rio Paraná demoraria cerca de 300 anos para cobrir os 6,4 mil hectares que estão sem vegetação ciliar.

O MPF lembra o caso da usina de Itaipu para demonstrar que a regeneração de áreas no entorno de hidrelétricas pode ser bem-sucedida quando há planejamento e compromisso ambiental. De 1979 para cá, a estatal que administra a usina instalada entre o Brasil e o Paraguai adotou uma política efetiva de reflorestamento que já promoveu a recuperação de 34 mil hectares somente do lado brasileiro. Em 46 anos, a empresa já plantou 24 milhões de mudas de 120 espécies nativas, diretamente ou em parceria com iniciativas locais.

“É possível fazer esse reflorestamento, vide o caso de sucesso de Itaipu, mas ele só será feito se o Poder Judiciário agir nesse exato momento. Se isso não for feito, a Rio Paraná Energia S.A. continuará apresentando resultados pífios até o fim de sua concessão, internalizará altos lucros anuais e deixará todo o passivo ambiental para outra concessionária que a suceder, estendendo por mais décadas e décadas a resolução de um problema que é dessa geração e exige solução imediata“, ressaltaram os procuradores da República Eduardo Rodrigues Gonçalves e Armando César Marques de Castro, autores da ação do MPF.

O MPF pede que, caso a Justiça acolha os pedidos formulados na ação, a decisão defina multas à Rio Paraná se houver descumprimento das medidas, entre elas R$ 100 milhões para cada ano de atraso na conclusão do reflorestamento

Ação Civil Pública nº 5000187-82.2025.4.03.6124

Consulta Processual

Leia a íntegra da ação do MPF

Informações: AsseCom/MPF.

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Brasil sem desmatamento: documento propõe 12 ações integradas para responder à crise ambiental no país

Para a Coalizão Brasil, é necessário adotar uma abordagem inovadora e ágil para erradicar a derrubada de vegetação nativa e, ao mesmo tempo, fomentar atividades produtivas sustentáveis

A erradicação do desmatamento no Brasil até 2030 demanda uma série de medidas, como a implementação efetiva do Código Florestal, a promoção da rastreabilidade nas cadeias produtivas, o controle das queimadas e o combate ao crime organizado na Amazônia. Estas iniciativas estão entre as recomendações reunidas na publicação “Brasil sem desmatamento: 12 propostas integradas para a conservação e o desenvolvimento sustentável”, lançada nesta terça-feira (11) pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.

O documento será entregue a diversos órgãos federais, como o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Ibama e o Serviço Florestal Brasileiro. O movimento ressalta que o Brasil se comprometeu em fóruns internacionais a zerar o desmatamento até o fim da década. O debate ganha ainda mais relevância no momento em que o país se prepara para sediar em novembro a Conferência do Clima (COP 30), em Belém (PA), e tenta se posicionar como líder na conservação dos ecossistemas e na transição para uma economia de baixo carbono.

A nova publicação propõe seis ações para zerar o desmatamento ilegal e outras seis medidas para desestimular o desmatamento legal, trazendo uma abordagem integrada e considerando os desafios específicos de cada cenário. Segundo Ane Alencar, colíder da Força-Tarefa (FT) Combate ao Desmatamento da Coalizão, o documento coloca no centro do debate medidas estruturantes que exigem articulação imediata entre todos os setores da sociedade.

“Diante do cenário crítico da crise climática, é imperativo que atualizemos e expandamos nossas propostas para combater o desmatamento com soluções multifacetadas”, avalia Alencar, que também é diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). “O contexto atual nos aponta que já não é o bastante tentarmos deter somente o desmatamento ilegal, mas urge encontrar formas de incentivar que o desmatamento legal também não aconteça. Isso exige a criação de incentivos econômicos para que a floresta em pé tenha mais valor”.

O documento propõe soluções consensuais entre representantes do agro e do movimento ambientalista para o uso adequado da terra, garantindo incentivo à biodiversidade e à segurança alimentar. 

A publicação também inclui ações preventivas e mecanismos de governança que envolvam estados e municípios, de acordo com as dinâmicas distintas que existem nas regiões da Amazônia e do Cerrado. Na Amazônia, por exemplo, a destruição é principalmente ilegal, impulsionada pela grilagem de terras, queimadas e atividades criminosas. Já no Cerrado, grande parte do desmatamento ocorre dentro dos limites do Código Florestal, que permite a supressão de até 80% da vegetação nativa em propriedades rurais. Essas realidades exigem soluções específicas e adaptadas a cada contexto.

Leia a seguir as 12 propostas.

Para acessar o documento completo, acesse neste link: https://coalizaobr.com.br/brasilsemdesmatamento/

1. Ações para zerar o desmatamento ilegal:

1.1 – Implementação efetiva do Código Florestal

• Assegurar a implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) como ferramenta essencial de regularização ambiental e de suporte para controle, monitoramento e combate ao desmatamento, viabilizando o monitoramento integrado das propriedades rurais pelo Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar), em coordenação com o governo federal e as administrações subnacionais.

• Concluir a análise do CAR por meio de investimentos em equipes técnicas de órgãos ambientais estaduais e empresas especializadas, além da implementação de sistemas de análise dinamizada. Atualmente, apenas 3,3% dos cadastros no país foram analisados (Climate Policy Initiative/PUC-Rio, 2024). Esse trabalho é essencial para suspender o registro de propriedades privadas sobre florestas públicas, Terras Indígenas (TI), territórios quilombolas e áreas desmatadas ilegalmente.

• Desestimular alterações nas legislações de âmbito federal ou estadual que comprometam a implementação do Código Florestal, considerando a importância de acordos multissetoriais para a conservação da vegetação nativa.

1.2 – Combate ao crime organizado relacionado ao desmatamento ilegal

• Investir em recursos humanos, financeiros e tecnológicos para viabilizar a ampliação de operações de inteligência contra o crime organizado ambiental;

• Integrar a atuação estratégica de órgãos como a Polícia Federal, Ministérios Públicos, forças estaduais e instituições do Sistema Nacional de Meio Ambiente, reagindo de forma efetiva e coordenada contra redes criminosas;

• Desmantelar economias ilícitas e crescentemente entrelaçadas que, em muitos casos, têm o desmatamento ilegal, a invasão e apropriação de terras públicas como ponto de partida (Instituto Igarapé, 2022).

1.3. – Promoção de rastreabilidade e transparência nas cadeias produtivas

• Desenvolver, consolidar e dar transparência a ferramentas de monitoramento que integrem diferentes bases de dados relacionadas ao ordenamento territorial e à produção agropecuária, como CAR, Guia de Trânsito Animal (GTA) e autorizações de supressão da vegetação (ASV);

• Aprovar legislações federais e estaduais que determinem o monitoramento de todos os elos das cadeias de suprimento, em especial da carne e da soja, e incluindo fornecedores indiretos;

• Fortalecer os sistemas estaduais de licenciamento e fiscalização ambiental com recursos e tecnologia.

1.4 – Aumento da destinação de florestas públicas para proteção e uso sustentável

• Promover a destinação de áreas públicas com vegetação nativa, por meio do Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP), para sua proteção como áreas de uso restrito ou sustentável, especialmente em regiões sob forte pressão de desmatamento.

• Estabelecer políticas abrangentes de ordenamento territorial e regularização fundiária, com ampla participação pública e social, eliminando conflitos e garantindo segurança jurídica a todos para o uso e ocupação sustentáveis do solo. Esta medida reconhece, entre outros fatores, o papel desempenhado pelas Terras Indígenas na contenção do desmatamento, já que essas áreas perderam apenas 1,2% de sua vegetação nativa nos últimos 30 anos, enquanto nas propriedades privadas a perda foi de 19,9% (MapBiomas, 2023).

• Expandir o manejo florestal sustentável por meio da destinação de florestas públicas a concessões florestais federais e estaduais. Ampliar a escala e diversificar as atividades econômicas dessas concessões, incluindo possibilidade de restauração, é fundamental para impulsionar modelos produtivos sustentáveis e frear o avanço da fronteira do desmatamento.

1.5 – Aprimoramento de processo de autorização da supressão da vegetação e de uso do fogo

• Fortalecer a estrutura dos sistemas de licenciamento de Autorização da Supressão da Vegetação (ASV) dos estados, garantindo apoio técnico e financeiro e pessoal qualificado;

• Dar maior transparência às ASVs e às autorizações para Uso do Fogo Controlado;

• Estabelecer critérios e padrões mínimos para a inserção de dados sobre licenças no Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor), promovendo a integração dos sistemas estaduais de licenciamento de ASV e Uso do Fogo Controlado com a plataforma.

• Promover ações de comando e controle nos estados baseada na análise qualificada das ASVs.

1.6 – Estabelecimento de ações para prevenção e controle do fogo

• Ampliar ações de sensibilização para produtores rurais e comunidades locais sobre os riscos do uso inadequado do fogo e as consequências das queimadas, aliando essa iniciativa à disseminação e capacitação sobre a legislação de Manejo Integrado do Fogo (MIF);

• Reforçar a necessidade de regulamentação da aplicação da lei de MIF na escala estadual, promovendo o uso planejado e controlado do fogo em casos autorizados, como práticas culturais e agrícolas tradicionais, e desenvolvendo protocolos claros para sua autorização e monitoramento.

• Investir na formação de brigadas locais, construir centros regionais de combate às queimadas e fortalecer parcerias para pesquisas e práticas sustentáveis baseadas na legislação de MIF.

• Reforçar a fiscalização e a integração de diferentes instâncias do poder público, instituindo novos mecanismos para responsabilização criminal pelo uso irregular do fogo, aplicando penalidades rigorosas contra esta prática.

2. Ações para desestimular o desmatamento passível de autorização:

2.1 – Promover a implementação da estratégia nacional de bioeconomia

• Instituir políticas públicas e incentivos financeiros voltados à bioeconomia, visando aliar o uso sustentável da biodiversidade à geração de empregos e renda para produtores familiares, povos e comunidades tradicionais.

• Reduzir custos operacionais e financeiros para viabilizar e impulsionar projetos de bioeconomia, mitigando as principais barreiras à atividade, como infraestrutura precária, falta de conectividade, insegurança, complexidade regulatória, informalidade, desafios logísticos e escassez de mão de obra qualificada. A medida busca criar um ambiente de negócios favorável, dando escala a produtos, insumos e serviços, e atrair empreendedores de alta integridade, fomentando uma economia alternativa a do desmatamento e do tráfico.

2.2 – Fortalecimento do setor de restauração de paisagens e florestas

• Garantir recursos e investimentos que possibilitem a execução de políticas públicas de recuperação da vegetação nativa em nível federal e estaduais.

• Impulsionar a cadeia da restauração em diferentes frentes, com destaque para fortalecimento do setor de produção de sementes e mudas de espécies nativas.

• Fortalecer modelos de parceria público-privada para concessões, para restauração florestal e manejo florestal, que atuam como barreira ao avanço do desmatamento e viabilização econômica para manutenção da floresta em pé, a partir de uma distribuição mais equilibrada de riscos, incluindo aqueles relacionados à segurança pública e incêndios.

• Estruturar incentivos financeiros e contratuais que atraiam investidores de alta integridade e assegurem a viabilidade econômica da restauração.

• Promover uma abordagem integrada de paisagem em concessões florestais, com políticas públicas que beneficiem comunidades e áreas no entorno das áreas restauradas, criando um ambiente propício para investimentos sustentáveis.

2.3 – Incentivo à silvicultura de espécies nativas

• Aprimorar os marcos regulatórios federal e estaduais, visando remover barreiras para o plantio e comercialização de produtos provenientes de espécies nativas, considerando seu potencial de gerar renda, serviços ecossistêmicos e promover conservação da biodiversidade.

• Aumentar o volume de investimento público e privado para projetos com espécies nativas, garantindo linhas de financiamento e seguro agrícola para o setor.

• Incentivar programas de P&D voltados para o desenvolvimento tecnológico relacionado à produção e consumo sustentáveis de produtos ligados à silvicultura de espécies nativas, tendo como objetivo elevar o potencial da atividade à escala dos principais setores agroindustriais do país.

2.4 – Regulamentação da Lei de Pagamento por Serviços Ambientais

• Garantir segurança jurídica para projetos, planos ou programas, públicos ou privados, que visem à conservação dos ecossistemas, dos recursos hídricos, do solo, da biodiversidade, do patrimônio genético e do conhecimento tradicional.

• Implementar uma política inclusiva capaz de valorar, em especial, esforços de comunidades tradicionais, povos indígenas, produtores familiares e proprietários de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN).

2.5 – Regulação do mercado de carbono

• Regulamentar o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), assegurando a possibilidade de remuneração para produtores que preservem ou restaurem a vegetação em sua propriedade.

2.6 – Estabelecimento de incentivos financeiros e técnicos para evitar o uso do fogo

• Fomentar entre os produtores rurais a transição para modelos de agricultura regenerativa, de forma a reduzir o uso do fogo na paisagem. Isso pode ser viabilizado por meio da promoção de alternativas produtivas de baixo carbono, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e a rotação de culturas; além da ampliação de linhas de crédito específicas para práticas agrícolas sustentáveis;

• Promover oportunidades de emprego e renda relacionadas ao manejo integrado do fogo, incentivando a formação de profissionais capacitados para ações contínuas e diversificadas neste campo.

Sobre a Coalizão

A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura é um movimento composto por mais de 400 organizações, entre entidades do agronegócio, empresas, organizações da sociedade civil, setor financeiro e academia. A rede atua por meio de debates, análises de políticas públicas, articulação entre diferentes setores e promoção de iniciativas que contribuam para a conservação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico do Brasil.

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Na Amazônia, Mombak aposta em maior projeto de reflorestamento do mundo para remover carbono

A startup de créditos de carbono captou US$ 120 milhões de investimento visando escalar o plantio de mudas nativas e adquiriu uma área de 20 mil hectares no Pará

“Para chegar a emissões zero, não basta reduzir: empresas precisam investir em iniciativas de remoção de carbono” disse em entrevista exclusiva à EXAME, Gabriel Silva, um dos fundadores da Mombak, junto com Peter Fernandez. 

Isto porque, em um planeta que emite 50 bilhões de toneladas de gases estufa por ano, a empresa acredita que pelo menos 10 bilhões será com soluções naturais de retirada de CO2 da atmosfera — seja pela restauração de florestas, manguezais ou conservação de solos saudáveis.

Fundada em 2021, a startup especializada em gerar créditos de carbono a partir do reflorestamento nasceu do sonho da dupla em deixar um legado de impacto e criar uma nova indústria voltada a solucionar os desafios impostos pelas mudanças climáticas. Ambos vinham de uma jornada em gigantes de tecnologia: Gabriel, ex-CFO do Nubank, e Peter, ex-CEO do 99.

“Na época, eu me vi numa posição muito privilegiada de desenvolver algo relevante. Pelo meu histórico, eu tinha acesso a capital, talento, e já tinha uma experiência em empresas com crescimento exponencial”, contou Gabriel. 

Após um ano de dedicação e estudos de mercado, os empreendedores entenderam que havia uma forte demanda por projetos capazes de remover gases estufa para ajudar outras corporações a atingirem suas metas ambientais. “Nós unimos duas teses: o reflorestamento é a maior oportunidade de captura de carbono, e o Brasil é o melhor lugar para fazer isto”, destacou. 

A prática, que visa restaurar áreas desmatadas por meio do plantio de mudas nativas, tem o potencial de capturar de 2 a 3 bilhões de toneladas de CO2 por ano da atmosfera.

No Pará, já foram 3,4 milhões de árvores plantadas na área de 20 mil hectares (Divulgação)Após captar 120 milhões de dólares de investimento, a Mombak adquiriu 20 mil hectares de áreas no Pará — e agora quer atingir a escala global. Até então, o projeto na Amazônia promete ser o maior do mundo e já plantou mais de 3,4 milhões de árvores

Entre seus investidores, estão AXA, CPP (Canada Pension Plan Investment Partners), Bain Capital Partnership Strategies e Fundação Rockefeller. Além disso, R$ 1.25 bilhão foi levantado em recursos do Banco Mundial, BNDES e DFC – Development Finance Institution, e a startup fechou contratos pioneiros de carbono com gigantes como Google, Microsoft e McLaren Racing.

O mais recente, de dezembro de 2023, foi com a Microsoft e envolve 1,5 milhão de toneladas de carbono a serem removidas até 2032 — um dos maiores em compra e venda baseados na natureza do mundo. 

Atualmente, a parceria entre a startup e seus clientes (empresas) funciona no mercado voluntário de carbono, mas com a regulação no Brasil conquistada no final de 2024, isto pode mudar e ser “muito positivo”, acredita Gabriel.

“A criação do mercado regulado é muito importante, porque dá essa racionalização e obrigação das empresas atingirem a neutralidade. Ainda não temos os detalhes e as regras de como isto se dará, mas acreditamos que vamos poder vender os nossos créditos nele também”, ressaltou. 

Na prática, o que acontece hoje é que empresas de diferentes setores fazem um planejamento de redução de emissão até o ‘net zero‘: começam olhando para as suas operações e analisam oportunidades de eficiência. Depois, identificam aquelas em que não é possível reduzir, e aí vão ao mercado procurar os melhores produtos e créditos de remoção de carbono para comprarem e compensarem sua pegada ambiental.

É aí que entra a Mombak: a parceria também envolve a assinatura de acordos com proprietários de terras, financiamento dos custos de reflorestamento, compartilhamento dos lucros obtidos com produtores rurais e contratação de pessoas locais, visando girar a economia da floresta. 

Sem metas de hectares ou toneladas de carbono no longo prazo, o que a Mombak quer é continuar nessa trajetória de crescimento exponencial. “Já conseguimos provar que existe o mercado: atraindo investidores, clientes e executando os projetos verdes“, concluiu Gabriel. 

Informações: Exame.

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Forest.Bot: tecnologia nacional revoluciona o reflorestamento com capacidade de plantio de 1.800 árvores por hora

Startup brasileira AutoAgroMachines desenvolve robô com Inteligência Artificial para automatizar o plantio em grande escala

A AutoAgroMachines, startup 100% brasileira especializada em soluções tecnológicas para o agronegócio, está prestes a transformar o setor de reflorestamento e silvicultura com seu inovador robô Forest.Bot. Em fase final de testes, o dispositivo utiliza inteligência artificial para realizar o plantio automatizado de mudas em grandes áreas, com uma impressionante capacidade de até 1.800 mudas por hora – equivalente ao tamanho de 1,5 estádios do Maracanã.

Desenvolvido em parceria com a Incomagri, fabricante de máquinas agrícolas localizada em Itapira, interior de São Paulo, o Forest.Bot já desperta o interesse de gigantes do setor como Suzano e Eldorado. Marcello Guimarães, fundador da AutoAgroMachines e criador do Forest.Bot, destaca que o sucesso do projeto vai além da impressionante capacidade quantitativa de plantio, sendo também resultado da avançada tecnologia de inteligência artificial. A máquina utiliza um sistema de plantio deslizante patenteado, que garante a correta inserção das mudas no solo sem causar danos ao seu desenvolvimento, como ocorre com outras máquinas que exigem ajustes manuais posteriores.

Além disso, o robô assegura que o substrato da raiz da muda não seja exposto ao ar nem afogado na terra, otimizando o crescimento das árvores. O processo é totalmente automatizado, com a inteligência artificial monitorando, em tempo real, a qualidade do plantio e criando um mapa georreferenciado com as informações de cada muda. Esses dados podem ser utilizados posteriormente para sistemas mecanizados de manejo florestal, como irrigação inteligente, adubação ponto a ponto, controle de pragas e monitoramento da saúde da floresta.

Guimarães enfatiza a relevância da precisão tecnológica não só para a melhoria da produção, mas também para a sustentabilidade das empresas. “O Brasil é um dos maiores emissores de CO₂ no mundo devido ao desmatamento. A solução não está apenas em parar de desmatar, mas em recuperar as áreas degradadas. A Forest.Bot é uma solução ágil que pode contribuir significativamente para essa recuperação”, afirma.

Após oito anos de desenvolvimento e a criação de nove protótipos, o Forest.Bot chega ao mercado com grande potencial. A máquina já é aguardada com expectativa tanto no Brasil quanto internacionalmente, com interesse crescente de empresas da Austrália, Canadá, América Latina, África e Europa.

Com um custo inicial de R$ 4,53 milhões, a AutoAgroMachines projeta a venda de até 6.500 unidades nos próximos dez anos. Além disso, planos futuros incluem versões mais potentes, com capacidade para plantar até 3.600 mudas por hora, avançando para a automação total do manejo florestal. “Estamos entusiasmados com as perspectivas do mercado, pois temos uma solução única. O Forest.Bot é apenas o começo de uma revolução na silvicultura e no reflorestamento”, conclui Guimarães.

Informações: Portal do Agronegócio.

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Projeto planta 234 mil mudas no Vale do Araguaia com apoio de produtores e aldeias indígenas

Concessionária RZK Agro promove reflorestamento em parceria que envolve universidade

Iniciado através do projeto “Juntos por um Brasil Mais Verde”, da multinacional John Deere em 2022, a ação que tinha a missão de doar três mudas de árvores para cada máquina vendida, ganhou dimensões maiores. A concessionária RZK Agro, do grupo RZK, superou essa meta, plantando mais de 104 mil mudas nativas nos dois primeiros anos do projeto. O objetivo é unir produtores, instituições públicas e privadas e povos indígenas, para promover grandes ações ambientais no reflorestamento, recuperar áreas degradadas, nascentes, e sensibilizar a comunidade sobre cuidados ambientais.

Superando as expectativas do projeto, a RZK Agro se tornou uma referência nacional em sustentabilidade no campo. Em 2023, foram plantadas 100 mil árvores, um número que destacou a concessionária em toda a América Latina no programa de sustentabilidade da John Deere. Para 2024, foram entregues mais de 130 mil mudas nativas. O plantio foi realizado em oito etapas, iniciadas em dezembro de 2023 e concluídas em abril deste ano, totalizando mais de 234 mil mudas nativas plantadas e a recuperação de mais de 150 hectares no Vale do Araguaia.

As mudas foram destinadas a atender diversas necessidades da região do Vale do Araguaia, como a recuperação de áreas degradadas e nascentes. Com o projeto, a RZK Agro avaliou as áreas com maior urgência de recuperação, desenvolvendo ações de reflorestamento em colaboração com proprietários e a comunidade. Isso contribuiu para a recuperação do ecossistema e o fortalecimento da produção sustentável, refletindo o compromisso social das empresas do Grupo RZK e de seus parceiros.

Fazendas e aldeias beneficiadas

Localizada em Nova Xavantina, Mato Grosso, a Fazenda Boa Esperança destacou-se pelo trabalho ambiental realizado e recebeu mais de 77 mil mudas nativas para recuperar e ampliar áreas de proteção permanente (APPs). Essa parceria foi crucial, pois muitos produtores enfrentam dificuldades em realizar reflorestamento devido à escassez de viveiros na região. “Foi um dia especial para todos os funcionários da fazenda e membros da equipe da Primavera Máquinas, que se reuniram para o plantio das mudas. Esse projeto foi importante não apenas para nossa propriedade, mas também para toda a região”, afirma Lucas Duvale, engenheiro agrônomo da Fazenda Boa Esperança. “A parceria com a Universidade Estadual de Mato Grosso (UNEMAT), a Prefeitura Municipal de Nova Xavantina e a Organização Brasileira de Sustentabilidade, supriu a carência de mudas. Com isso, o produtor se comprometeu com as demais necessidades como preparar o solo e realizar a adubação para executar o plantio das mudas nativas do cerrado,” concluiu Lucas.

Para possibilitar a produção e o plantio dessas mudas, foram estabelecidas parcerias com a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), nas unidades de Nova Xavantina e Querência. O Grupo RZK e a RZK Agro financiaram a reestruturação do viveiro para a produção de mais de 50 mil mudas nativas do cerrado para 2024 e contribuíram com a compra de mudas de produtores locais para atender às demandas do projeto. As mudas não só ajudaram no reflorestamento, mas também serviram como base para pesquisas na universidade. Além disso, será montada uma área experimental para avaliar o processo de retenção de carbono no solo com a integração lavoura-pecuária-floresta.

O Grupo RZK também estabeleceu uma parceria com a Aldeia Kisêdjê para a coleta de sementes e produção de mudas. Essa colaboração proporcionou a imersão de colaboradores e produtores na cultura indígena e possibilitou a integração da comunidade indígena com os produtores em ações de reflorestamento. Segundo Lewayki Suya, representante da Aldeia Kisêdjê, “A parceria com a RZK Agro é de extrema importância. Nosso engajamento na preservação da natureza é essencial para manter a floresta em pé e recuperar áreas degradadas. Essa colaboração é crucial na nossa luta contra as mudanças climáticas”, comenta Lewayki Suya. O projeto também irá implantar a construção de mais três viveiros nas aldeias: Khikatxi, da etnia Kisêdjê-Suyá, Santa Vitória e Etenhiritipá, da etnia Xavante.  O objetivo é realizar ações sustentáveis e inclusivas, demonstrando o compromisso com a preservação e o cuidado com o meio ambiente.

Para 2025, o Grupo RZK e a RZK Agro planejam novas parcerias, incluindo a Universidade Estadual de Mato Grosso (UNEMAT), Organização Brasileira de Sustentabilidade (OBRAS) e o Projeto Mais um Viveiro na Aldeia. 

Atuação no Mato Grosso
 

Reconhecida como líder no fornecimento de soluções para o agronegócio, a RZK Agro, com um portfólio diversificado de máquinas John Deere, tem expandido sua relevância no mercado agrícola. O Grupo RZK, com sua visão apurada e estratégia ousada, ampliou significativamente sua atuação ao adentrar neste segmento como concessionário John Deere. Atualmente, o Grupo opera nove lojas sob a marca RZK Agro, localizadas estrategicamente na principal região agrícola do país, com forte presença em 30 cidades no Vale do Araguaia, no estado de Mato Grosso.

Como representantes de uma marca mundialmente reconhecida por seu maquinário de última geração e soluções integradas, as Concessionárias da RZK Agro estão comprometidas em fornecer atendimento de excelência. Participando das principais feiras agrícolas do país, a empresa realiza demonstrações, lançamentos, campanhas especiais e workshops, destacando os benefícios das soluções integradas para a melhoria da produtividade no campo.

O Grupo RZK também tem um compromisso firme com o desenvolvimento social das comunidades em que atua, refletindo os valores fundamentais do Grupo em cada uma das lojas RZK Agro. Esse empenho demonstra um sólido comprometimento com o crescimento sustentável do negócio e com o bem-estar das comunidades locais.

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Projeto lança sementes de helicóptero para ajudar no reflorestamento do Vale do Taquari

Ação das Forças Armadas, Sema e Ibama realizada nesta quarta-feira também proporcionou plantio de mudas nativas na região

Uma ação do Comando Militar do Sul (CMS), com apoio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e Ibama, nesta última quarta-feira (17), Dia de Proteção às Florestas, contribuiu para o lento processo de reflorestamento do Vale do Taquari após a tragédia das enchentes de abril e maio. Por meio do projeto SemeAr, cerca de 500 quilos de sementes de espécies nativas da região e forrageiras foram lançadas de helicópteros sobre encostas devastadas dos municípios de Santa Clara do Sul, Marques de Souza e Pouso Novo.

Mais cedo, mudas foram também plantadas no Parque Linear de Santa Clara do Sul, junto ao Arroio Saraquá, por alunos de escolas públicas. A missão, integrante da Operação Taquari II, foi presenciada por autoridades civis e militares. A imprensa pôde acompanhar a operação a partir da Base Aérea de Canoas, na região metropolitana. “Aqui estamos tendo a consciência desta preservação e mostrando para as crianças a importância disto. É um momento que fizemos todos juntos. Trabalhamos este tema por meio de ações pedagógicas na escola”, afirmou a professora Bruna Griesang, do 3º anos da EMEF Sereno Afonso Heiseler.

Suas alunas Martina, de 8 anos, e Isabela, 9, plantaram uma muda de angico no local. “Eu gostei porque estou ajudando o meio ambiente”, observou Isabela. “Sujei um pouco as mãos, e agora vou prestar ainda mais atenção no parque porque eu ajudei a plantar”, comentou Martina. A titular da Sema, Marjorie Kauffmann, disse que mais de quatro mil áreas foram afetadas por deslocamentos de massa após a tragédia no estado, e, por isso, a ideia de mesclar as sementes também leva em conta a maior velocidade de desenvolvimento das plantas.

Operação Taquari 2, IBAMA e Secretaria Estadual de Meio Ambiente realizam a revegetação de encostas e o plantio de mudas de árvores nativas em áreas atingidas pelas enchentes no Vale do Taquari.

“A maior prevenção é mesmo a educação. Precisamos conscientizar nossas crianças da proteção das florestas, mas também falarmos que há áreas de risco e que estes movimentos ocorrem, assim como as enchentes”, afirmou ela. Já o prefeito de Santa Clara do Sul, Paulo Cézar Kohlrausch, disse que o evento em si demonstrou a capacidade de resiliência do povo gaúcho. “Definitivamente entendemos que temos a obrigação e a responsabilidade pela manutenção da vida através da manutenção do meio ambiente”, declarou.

O comandante da 3ª Divisão de Exército (DE), general de divisão Paulo Roberto Rodrigues Pimentel, afirmou que se há alguma boa lição a ser tirada da calamidade, é a capacidade de união da população. “Muitas agências estão trabalhando em prol desta reconstrução, e o que se viu foi o empenho geral para este único objetivo. Ter a marca do Exército aqui demonstra que estamos sempre presentes”, comentou ele “Mais do que recuperar estas encostas, queremos que estas sementes tragam esperança para os corações destas pessoas tão brutalmente afetadas”, disse a superintendente do Ibama no RS, Diara Maria Sartori.

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Em defesa do reflorestamento

Ex-presidente do Capes, Claudio de Moura Castro lança livro em que reflete sobre a importância das florestas brasileiras para evitar a desertificação no país

Reflorestamento requer inteligência, cuidado e pesquisa para eficiência. É o que acredita Claudio de Moura Castro, pesquisador, economista e ativista do meio ambiente em tempo integral. Aos 85 anos, Castro se mantém ativo como crítico e observador das políticas públicas que pesam sobre as florestas, rios e a biodiversidade brasileira. Ele lança “O mutirão das árvores: queremos sombra e água fresca”, síntese de anos de estudos e pesquisa de campo nos assuntos.

Ex-presidente do Capes, Castro construiu uma sólida trajetória acadêmica nos EUA nas décadas de 1960 e 1970, tendo passado pelas universidades de Yale e Vanderbilt, onde fez mestrado e doutorado, respectivamente. No país, teve contato com a primeira grande onda ecológica e com o movimento hippie, trazendo ao Brasil, anos mais tarde, o conceito de sustentabilidade – até então malvisto em nosso país. Em entrevista exclusiva ao ((o))eco, Castro analisa a política de reflorestamento, a questão do manejo das águas, a agricultura brasileira e como ecologia e cultura precisam estar alinhadas para impedir que parte do território brasileiro se torne um deserto.

Claudio de Moura Castro no lançamento do seu novo livro, o Mutirão das Árvores. Foto: Rodrigo Valente © BEĨ Editora.

Uma das questões centrais que o senhor traz no livro é: não basta plantar árvores de maneira indiscriminada, é preciso saber plantar. Conhecer biomas, espécies e a terra de cada região que se vai realizar um plantio. O senhor dá o exemplo da fazenda do fotógrafo Sebastião Salgado, um projeto de sucesso em matéria de reflorestamento. É possível reflorestar o país seguindo o exemplo de Salgado? Qual caminho o senhor considera o mais viável? 

Partamos da hipótese bastante realista de que qualquer reflorestamento em área degradada deixa um balanço positivo. Mas há, necessariamente, vários caminhos. Se bem trilhados, são complementares. A Fazenda de Sebastião Salgado é uma solução purista: recriar o bioma original. Poucos conseguirão uma reprodução tão perfeita do que era, pois os estudos e as ações requeridas são demoradas e caras. Mas mesmo um reflorestamento meio improvisado é bem melhor do que nada. Além disso, reflorestamento com algo parecido à cobertura original não é lucrativo. E podemos imaginar que a combinação do lucro com o ganho ambiental pode alavancar um gigantesco soerguimento das nossas matas. Isso significa monoculturas, multiculturas com poucas espécies, consorciamento e alternativas que se revelaram lucrativas. Ou seja, estamos falando de muitas soluções em paralelo.

O senhor faz uma síntese de uma pesquisa muito interessante do Imperial College, de Londres, assinada por Ana Rodrigues, que diz: “Onde o meio ambiente fracassa, aí estão os bolsões da pobreza”. Como esta frase se encaixa no Brasil de hoje? 

Observou-se que os lugares desmatados nas últimas décadas são pobres. Há evidência suficientemente persuasiva demonstrando que, nos lugares onde houve desmatamento, isso pode haver criado um surto momentâneo de prosperidade. Mas não dura, o que fica é uma pobreza ainda maior e persistente.

O brasileiro leva a sério a questão ecológica? A ecologia está arraigada nos valores básicos do cidadão médio? 

Como não existe uma escala de medida de “consciência ecológica”, não podemos senão fazer algumas comparações. Quando vi o céu do vale do Ruhr, totalmente coberto da fumaça das fábricas, fiquei admirado: isso é que é progresso! Nenhum jovem hoje pensaria assim. Tínhamos legislação que premiava o desmatamento. Não temos mais. Obviamente, os jovens estão muito mais alertas para os pecados ambientais. No todo, não estamos tão mal assim. Porém, quando pensamos que leis draconianas de reflorestamento na Suíça vem do século XIX, há que se admitir, estamos longe de um nível adequado de percepção e seriedade no lidar com o meio ambiente

Nos últimos 20 anos, pelo que me lembro, a reciclagem, antes um assunto periférico, virou um tema amplamente discutido. O senhor traz isso no livro. Mas hoje o Brasil vive uma outra tragédia sanitária: a questão da ineficiência do tratamento de esgoto. Como tornar esta pauta tão importante quanto a reciclagem? 

Reciclagem é um processo barato e visível. É um trabalho para todos darem a sua pequena contribuição e ficarem felizes com isso. Pegou, virou símbolo de bom comportamento ecológico. Esgoto é caro e invisível. Por longo tempo, penamos com uma legislação inadequada. E a equação política é fatal: Entre construir um estádio e tratar o esgoto, qual dá mais votos de um eleitorado pouco educado? De fato, o cidadão comum desconhece as consequências nefastas de esgoto não tratado. E ainda menos os pobres que são os principais prejudicados.

No livro, o senhor faz menção à crise do petróleo, nos anos 1970, e afirma que a crise hoje é hídrica. Como chegamos a este ponto? 

Quando os gregos clássicos viajaram para a Mesopotâmia, ficaram impressionados com a quantidade e variedade de alimentos. Ou seja, era uma região de extraordinária fertilidade. Hoje, é quase um deserto. Muitos dos desertos que conhecemos eram férteis no passado. Regiões como o Oriente Médio foram progressivamente se desertificando, pelos maus tratos com florestas e águas. E, em muitos lugares, não paramos ainda de devastar florestas. Opta-se pelos benefícios de curto prazo. Dá-se as costas à saúde do meio ambiente no longo e médio prazo. As projeções dos cientistas são muito pessimistas. Diante do quadro que veem, concluem que haverá uma dramática falta de água nos próximos anos. O contra exemplo é a Europa, que soube preservar suas florestas. Nesse particular, a América do Norte pecou, porém menos do que em outras regiões.

O senhor nos conta, logo no início do livro, sobre como os ciclos de chuva na Amazônia impactam todo o Brasil. Classifica esses ciclos como viciosos e virtuosos. Poderia explicar esses conceitos e, tendo em vista a recente tragédia no Rio Grande do Sul, seria correto afirmar que a região sucumbiu a um ciclo vicioso? 

O ciclo da água refere-se às consequências de haver ou não cobertura vegetal onde cai a chuva. É um processo estável e previsível. Se, por descuido ou irresponsabilidade, cuidamos mal das florestas, a atmosfera aquece mais e desaparece a água à nossa disposição. O que aconteceu no Rio Grande do Sul é algo diferente. É o resultado do aquecimento global e de uma travessura imprevisível do El Nino. Mas na cadeia de causação, essas enchentes podem haver sido o resultado de cuidar mal da água e do excesso de gás carbônico na atmosfera.

O senhor escreve que os mais pobres de países africanos pagam mais pela água que consomem em relação aos ingleses. Como a distribuição de água e a tributação responsável podem sanar dilemas sociais e humanitários? 

A diferença do preço da água não é uma malvadeza de alguém, mas o resultado da existência de muita ou pouca água na região. Da África ao Sul do Saara, o clima é desértico e a água é inevitavelmente cara. Na Inglaterra, chove quase todos os dias. Isso até pode ser desagradável, mas torna a água mais barata. Falta dizer que as florestas inglesas são hoje muito bem cuidadas e muitas das africanas desapareceram. Novamente, floresta e água estão intimamente imbricadas.

No livro, o senhor traz exemplos de agricultura produtiva e agricultura responsável, qual é a diferença entre as duas? 

Se quisermos ser logicamente rigorosos, uma agricultura produtiva é aquela que gera resultados abundantes. Mas nada fica dito sobre a saúde do meio ambiente onde ela ocorre. No caso da responsável, queremos dizer que não lesa o meio ambiente. Ou seja, permite que o futuro não seja comprometido por consequências negativas do que fazemos hoje.

Hoje, no Brasil, a agricultura e a indústria utilizam 90% da água distribuída. Por quê? Isso é falta de modernização? 

Sempre foi mais ou menos assim. Resulta da natureza dos processos produtivos. Só que com a escassez de água, é preciso economizar. Algo é possível nas cidades, mas nem tanto assim. Já no campo e nas fábricas, é possível alterar os processos produtivos e gastar muito menos água. Dois exemplos: cada vez mais, as fábricas estão reciclando suas águas servidas. Na agricultura, aspergir água sobre as culturas gera muito mais desperdício do que os sistemas subterrâneos de gotejamento.

Vazamentos de água potável, pastos e florestas devastadas, ojeriza a discursos em favor do meio ambiente, precarização do trabalho, estes são alguns fatores que pesam na conta do Brasil e do Agro. No livro, o senhor faz um diagnóstico do nosso sistema, como resolver estes gargalos?

Antes de tudo, se é verdade que há hoje muito mais consciência ecológica, ainda falta muito para chegarmos a um nível satisfatório – com em vários países europeus. Se o povo não liga, prevalecem os interesses privados de alguns poucos beneficiários de práticas e políticas perniciosas. Sem uma oposição séria e bem organizada, o bem-estar do meio ambiente irá quase sempre perder para os lobbies e militâncias de quem ganha no curto prazo. Tais derrapagens acontecem pela via de leis permissivas e de controles fracos. Quando tais comportamentos se tornarem politicamente inaceitáveis, as mudanças virão.

O sequestro de carbono pelas florestas resolveria o problema? Por que não há uma política séria de preservar – que é muito mais barato – do que reflorestar?

Já não vivemos mais os dias de liberdade para depredar ou até de estímulos fiscais para isso. Atualmente, o marco legal é bastante satisfatório e há punições para os recalcitrantes. Porém, em um país do tamanho do nosso, fazer funcionar essa máquina de monitoramento e de punições legais não é nada fácil. Agrava-se a situação quando alguns governos fazem vistas grossas. No Centro-Sul, as leis são cumpridas, até com exagero. Mas o país é grande. E nas regiões em que há mais desmatamento ilegal, o acesso é precário. O lado positivo é que, de meio século para cá, o ritmo de desmatamento vem caindo de forma bem impressionante – apesar de algumas recaídas.

Informações: O Eco.

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A Restauração Florestal é muito mais que apenas um plantio de árvores

A importância do monitoramento em projetos de reflorestamento

Eventos climáticos extremos têm se tornado cada vez mais frequentes e intensos ao redor do mundo, desencadeando uma série de impactos negativos na qualidade de vida da população. Fenômenos naturais que incluem tempestades fortes, secas prolongadas, ondas de calor extremo e inundações, mostram o desequilíbrio climático provocado por ações antrópicas. Esses episódios não apenas causam danos materiais e humanos, mas também destacam a urgência de medidas para mitigar os efeitos da crise climática.

A restauração florestal emerge com um papel crucial no combate a este cenário. As árvores sequestram o gás carbônico da atmosfera, reduzindo o efeito estufa, além disso, as florestas são importantes para conservação da biodiversidade, controle de enchentes, melhoria da qualidade do ar, dentre outros. Entretanto, o processo de reflorestamento é muito mais complexo que realizar um simples plantio adensado de árvores em uma determinada localidade. O objetivo é restaurar ecossistemas complexos, que apresentam diferentes interações e dinâmicas ecológicas.

Para o êxito desses projetos é de suma importância realizar um preciso diagnóstico da área e utilizar metodologias de restauração adequadas. Além disso, o sucesso não depende apenas do plantio, mas também da implementação de práticas de manejo apropriadas ao longo da implantação e manutenção do projeto, emprego de mão de obra qualificada, do acompanhamento contínuo do processo e do monitoramento. Um trabalho de muitas frentes a fim de permitir medidas adaptativas para o melhor desenvolvimento ecológico.

O monitoramento da restauração florestal desempenha um papel multifacetado e fundamental na garantia do sucesso e da eficácia desses projetos, permitindo uma avaliação regular do crescimento da floresta ao longo do tempo.

Ao acompanhar de perto o desenvolvimento das áreas, é possível verificar se as metas estabelecidas estão sendo alcançadas, identificar eventuais desvios em relação ao planejamento, como maior mortalidade das mudas ou alguma deficiência.

O monitoramento pode ser realizado almejando diferentes objetivos e para isso existem diversos protocolos de monitoramento. Atualmente muito se fala sobre o cálculo do estoque de carbono em áreas de restauração florestal e para esta mensuração existem distintos protocolos de sequestro de CO2. Normalmente estes protocolos estão relacionados ao acúmulo de biomassa por parte das árvores (acima do solo) e, por vezes, também é verificado o estoque de carbono abaixo do solo. A partir destas estimativas, o reflorestamento adiciona créditos de carbono aos projetos, que podem ser utilizados para neutralização de atividades ou empreendimentos com alta pegada de carbono.

O estado de São Paulo possui a Resolução SMA nº 32 de 2014, que trata sobre monitoramento de áreas em processo de restauração e a Portaria CBRN nº 01/2015 que estabelece o protocolo de monitoramento para diferentes formações florestais e ecossistemas abertos. Esses documentos apresentam como característica uma fácil e rápida aplicação em campo, sendo coletados dados para avaliar três indicadores ecológicos: cobertura do solo com vegetação nativa; densidade de indivíduos nativos regenerantes; e número de espécies nativas regenerantes.

Esta resolução tem como diferencial a utilização de variáveis ecológicas que, dentro do processo de formação e manutenção dos ecossistemas naturais, contribuem a longo prazo para que a área manejada se perpetue e possa se aproximar do ecossistema de referência. Por exemplo, a utilização de indicadores relacionados a quantidade e variedade de espécies que regeneram na área, isto é, que ocorrem espontaneamente, é muito importante para a resiliência da área. Afinal, estas novas plântulas serão os futuros seres a ocupar o local manejado pelo projeto.

Além disso, a resolução indica valores de referência que devem ser atendidos para atestar que a área se encontra restaurada. Isso é, se a área possui condições para se perpetuar ao longo do tempo sem intervenções humanas.

Em suma, o monitoramento permite avaliar o impacto ambiental positivo do reflorestamento, fornecendo dados sobre o aumento da biodiversidade, a melhoria da qualidade do solo e da água e o sequestro de carbono atmosférico. Essas informações são essenciais para comunicar os benefícios da restauração florestal para a sociedade, em especial para se obter novos financiadores e auxiliar os tomadores de decisão visando o melhor emprego de recursos.

Outro aspecto crucial é a melhoria contínua das práticas de restauração florestal. Com base nos dados obtidos por meio do monitoramento, é possível aprender com as experiências passadas e aprimorar as técnicas de plantio, seleção de espécies e manejo do ecossistema. Isso não apenas aumenta a eficiência dos projetos, mas também contribui para a sustentabilidade a longo prazo dos ecossistemas restaurados.

Informações: Um Só Planeta.

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Veracel: reflorestamento para produção sustentável de celulose terá R$ 200 milhões do BNDES

Projeto florestal da empresa produtora de celulose fará plantio de eucaliptos em área superior a 20 mil hectares no interior da Bahia

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor de R$ 200 milhões para o programa florestal da Veracel Celulose S/A. Os recursos permitirão o plantio e reflorestamento de eucaliptos no interior da Bahia, garantindo a produção de celulose de forma sustentável.

Mais de 20 mil hectares receberão eucaliptos, permitindo a conservação dessas áreas. O investimento do projeto contribuirá com a manutenção de empregos e renda em municípios de baixo IDH do interior do estado da Bahia.

“O BNDES é uma instituição estratégica para o processo de neoindustrialização e tem um papel histórico para o desenvolvimento da indústria de papel e celulose no país, da forma como ela é hoje. Nesse sentido, continuaremos apoiando o setor, com a utilização de mecanismos tradicionais de financiamento, novas modelagens de crédito que poderão ser implementadas, ou novos instrumentos financeiros voltados para uma indústria verde, sustentável e inclusiva, prioridades do governo Lula”, afirma o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

“Um projeto florestal que tem como objetivo a produção sustentável de celulose está perfeitamente alinhado com a Nova Indústria Brasil. E o BNDES cumpre o papel de apoiar as empresas brasileiras em projetos sustentáveis, exportadores e voltados à economia verde”, explica o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon.

O programa florestal da Veracel tem como finalidade aumentar a produtividade e a competitividade da empresa. O produto final, a celulose, tem grande potencial exportador e, portanto, contribui para manutenção do saldo positivo do setor na balança comercial brasileira.

“O BNDES possui um importante papel para o desenvolvimento sustentável do setor de papel e celulose no país, permitindo sua competitividade. O Banco contribui diretamente para colocar o Brasil como um dos maiores produtores e exportadores de celulose do mundo”, destaca Rodrigo Louzada, diretor Administrativo Financeiro da Veracel.

BNDES e o apoio ao setor – Entre 2014 e 2023, o Banco financiou aproximadamente R$ 21,7 bilhões para empresas do setor de base florestal, correspondendo a 48% do valor investido, o que demonstra a forte presença do BNDES na execução de investimentos importantes dessa indústria. Esse apoio foi fundamental para que o Brasil alcançasse uma privilegiada condição competitiva, considerando que o país é hoje o 2º maior produtor global de celulose e o 10º produtor mundial de papéis.

A empresa – A Veracel Celulose é uma empresa de bioeconomia brasileira que integra operações florestais, industriais e de logística, que resultam em uma produção anual média de 1,1 milhão de toneladas de celulose a partir da fibra de eucalipto. A atuação florestal da Veracel abrange mais de 200 mil hectares, em onze municípios do Sul e Extremo Sul Bahia, incluindo áreas de plantio próprias, arrendadas e de fomento, além de áreas protegidas ambientalmente. É guardiã da maior Reserva Particular do Patrimônio Natural de Mata Atlântica do Nordeste brasileiro.

Informações: Agro+/UOL.

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