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Exclusiva – De tentativa de venda à recompra bilionária: J&F e Paper Excellence selam paz na disputa pela Eldorado Brasil

Após 8 anos de batalha judicial, J&F retoma controle total da fábrica de celulose em acordo de US$ 2,64 bilhões com a Paper Excellence

A arbitragem entre a Paper Excellence e a J&F pela Eldorado Brasil é um complexo litígio societário que se arrasta desde 2017. A Paper Excellence, uma empresa canadense, concordou em comprar a produtora de celulose da J&F, um grupo brasileiro. No entanto, a J&F posteriormente tentou reverter a venda, levando a uma longa disputa judicial e arbitral.

A disputa que envolveu tanto instâncias arbitrais internacionais quanto o sistema judiciário brasileiro, finalmente parece ter chegado ao fim com um acordo entre as partes. A assinatura do contrato, prevista para hoje (15), finaliza o maior litígio societário da história empresarial recente do Brasil.

Confira o comunicado oficial publicado, por ambas as empresas:

J&F adquire ações da Paper Excellence na Eldorado e disputa é encerrada

São Paulo, 15 de maio – A J&F e a Paper Excellence anunciam hoje a aquisição, pela J&F, da participação de 49,41% detida, de forma indireta, pela Paper na Eldorado Brasil Celulose, pelo valor de US$ 2,640 bilhões à vista.

A transação atende plenamente aos interesses de ambas as partes e põe fim, de forma plena e definitiva, a todos os processos judiciais e arbitrais em curso.

A J&F demonstra, com esse investimento, a sua confiança no Brasil e na Eldorado. A Paper Excellence seguirá explorando oportunidades no setor de celulose e papel.

J&F S.A e Paper Excellence

Relembre os principais pontos da disputa:

  • Acordo de compra e venda: Em 2017, a Paper Excellence concordou em adquirir a Eldorado Brasil da J&F por aproximadamente R$ 15 bilhões.
  • Judicialização pela J&F: Após a assinatura do contrato, a J&F buscou anular a venda na Justiça brasileira, alegando diversos motivos, incluindo restrições legais à compra de terras por estrangeiros e supostas irregularidades no processo de venda.
  • Arbitragem: O contrato de compra e venda previa a resolução de disputas por meio de arbitragem. A Paper Excellence iniciou um processo arbitral na Câmara de Comércio Internacional (CCI) em Paris.
  • Decisão favorável à Paper Excellence: Em 2021, a arbitragem foi vencida pela Paper Excellence. No entanto, a J&F recorreu da decisão na Justiça brasileira.
  • Disputa judicial paralela: Enquanto a arbitragem seguia, a disputa judicial no Brasil também avançava, com decisões conflitantes em diferentes instâncias. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) chegou a suspender o julgamento do caso em São Paulo.
  • Nova arbitragem da Paper Excellence: Em janeiro de 2025, a Paper Excellence abriu uma nova arbitragem em Paris contra a J&F, buscando uma indenização de US$ 3 bilhões por supostos atos desleais e abusivos que teriam impedido a conclusão da transferência do controle da Eldorado.
  • Acordo entre as partes: Em maio de 2025, após oito anos de litígio, a J&F e a Paper Excellence chegaram a um acordo. A J&F recomprará a participação de 49,41% da Eldorado Brasil que estava nas mãos da Paper Excellence, retomando o controle total da empresa. Os termos financeiros do acordo não foram divulgados inicialmente, mas posteriormente se falou em um valor de US$ 2,7 bilhões a serem pagos pela J&F.

Escrito por: redação Mais Floresta.

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Paper Excellence acusa Incra-MS de vazamento e vícios em processo que levou órgão a se opor à compra da Eldorado

Em uma petição enviada ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) no Mato Grosso do Sul, a Paper Excellence acusa o órgão de vazamento de documentos restritos, além de outros vícios administrativos no processo que culminou em uma resolução contrária à aquisição, pela multinacional, do controle da Eldorado Celulose.

Na semana passada, a superintendência regional do Incra no MS negou recurso da Paper no processo, confirmando nota técnica do final do ano passado recomendando que o acordo fosse desfeito. No entendimento do órgão, como a transação envolve compra ou arrendamento de terra por empresa controlada por capital estrangeiro, deveria ter havido uma consulta prévia ao Congresso Nacional.

No entanto, a negativa do recurso da Paper Excellence vazou para a imprensa antes que o texto fosse juntado ao processo e a própria empresa ter tomado conhecimento do mesmo.

A Nota Técnica do Incra foi usada pela J&F, controladora da Eldorado, como justificativa para tentar desfazer o negócio selado em 2017. A empresa chegou a enviar uma notifcação à Paper, mas o distrato não foi selado.

Na petição enviada ao Incra no dia 26, a Paper apresenta uma ata notarial com imagens capturadas do sistema do Incra em diferentes dias e horas e que comprovam que o documento só entrou no sistema dias após o seu vazamento para a imprensa.

A Paper já havia denunciado o vazamento, logo após ter sido procurada pela Folha de S. Paulo para comentar a decisão da qual não tinha tido acesso, mas o Incra-MS respondeu que o processo administrativo seguiu os trâmites legais, que a empresa não apresentou provas do vazamento e que estava “deturpando a transparência e, consequentemente, a publicidade que sempre caracterizou as decisões colegiadas da Superintendência Regional”.

Na petição, a Paper pede novamente que o processo seja encaminhado à presidência do Incra, instância hierárquica superior, como prevê o rito nos órgãos públicos, para apreciação do recurso administrativo e apuração sobre o eventual vazamento de documentos.

A empresa também diz na petição que “tomará medidas para responsabilizar civil e criminalmente os responsáveis pelo vazamento”.

A Paper, que detém 49% da empresa de celulose, comprou os 51% restantes da J&F — mas os irmãos Joesley e Wesley Batista desistiram de vender pelo preço acordado, e desde então as partes estão brigando na Justiça.

A J&F não reconheceu uma decisão da câmara de arbitragem que deu ganho de causa à Paper Excellence. E tenta recorrer na Justiça da decisão que confirmou a decisão arbitral. No mês passado, a empresa conseguiu uma liminar no STJ suspendendo o julgamento que iria confirmar ou não a decisão em primeira instância que entendeu que a decisão arbitral era procedente.

Em nota enviada à coluna, o Incra-MS nega as acusações e diz que elas “carecem de fundamento legal”.

A Superintendência Regional do Incra em Mato Grosso do Sul esclarece que as alegações da empresa Paper Excellence veiculadas por alguns veículos de imprensa acerca do assunto em questão carecem de fundamento legal. No sentido de restabelecer a legalidade das ações da autarquia informamos que:

1 – A Ata da reunião do Comitê de Decisão Regional (CDR) realizada em 21/02/2024 foi anexada aos processos administrativos 54000.023718/2024-89 e 54000.023868/2024-92 na mesma data, respectivamente às 14h28 e às 18h47. Após a publicação da resolução do CDR no Diário Oficial da União, o referido documento foi também incluído no processo 54000.020133/2023-26. O acesso aos processos administrativos está disponível por meio do Sistema Eletrônico de Informações (SEI) para todos os cidadãos interessados, garantindo, assim, a transparência administrativa e o cumprimento integral dos protocolos da instituição;

2 – Reiteramos que todas as decisões do Incra são fundamentadas na legislação vigente no país e contam com respaldo jurídico da Procuradoria Federal Especializada, órgão da Advocacia-Geral da União (AGU) vinculado à autarquia, além de Notas Técnicas elaboradas por servidores de carreira do próprio Incra. Ressaltamos, ainda, que as normativas da autarquia preveem recursos para contestações em procedimentos administrativos.

3 – Desta maneira, não é plausível a tentativa de lançar dúvidas sobre a conduta ética e legal do superintendente do Incra em Mato Grosso do Sul, profissional técnico da área, visto estarem sendo cumpridos os preceitos legais e observada a garantia do contraditório.

Informações: O Globo.

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PGR pede retomada de julgamento bilionário sobre o controle da Eldorado Brasil

Subprocurador-geral da República subiu o tom contra a J&F e diz que empresa dos irmãos Batista induziu ministro do STJ a erro

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a revogação da decisão do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que suspendeu o julgamento sobre a briga bilionária da J&F com a Paper Excellence pelo controle da Eldorado Celulose.

Em um duro despacho, o subprocurador-geral Antonio Carlos Martins Soares subiu o tom contra a J&F e disse que a empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista “induziu a erro” o ministro para conseguir a suspensão do julgamento no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) em sua véspera.

O último recurso da J&F pela anulação da venda da Eldorado Celulose para a empresa indonésia Paper Excellence — um negócio avaliado em R$ 15 bilhões — seria julgado pelo TJSP no dia 24 de janeiro. A decisão de Campbell suspendeu a sessão do TJSP.

O ministro acolheu o argumento da J&F, segundo o qual a juíza responsável pelo processo de anulação do negócio na primeira instância o sentenciou enquanto vigorava a decisão de um desembargador que havia suspendido o andamento da ação.

Campbell decidiu porque estava no exercício da presidência do STJ durante o recesso do Judiciário. A relatora natural da causa é a ministra Nancy Andrighi, que deve decidir sobre o pedido da PGR.

A PGR, no entanto, afirma que a própria empresa sabia que a decisão do desembargador apenas suspendia recursos a serem julgados no TJSP, e não as ações que corriam em primeiro grau.

A Procuradoria argumenta que a própria J&F continuou a se manifestar no processo após a decisão da Justiça paulista e afirma que o STJ “tem se posicionado de forma veemente contra manobras processuais dessa espécie, lesivas ao postulado da boa-fé, à celeridade e a todos os princípios mais basilares do direito processual civil brasileiro”.

“O reprovável subterfúgio estratégico-processual, de se valer da reclamação como via de atalho para obter a cassação de sentenças desfavoráveis, quando avistada a possibilidade iminente de um resultado igualmente desfavorável no julgamento das apelações no Tribunal Estadual, escancara o dolo da parte que, por via transversa, induz em erro o ministro que, no exercício da presidência, deferiu a tutela cautelar para suspender a conclusão do julgamento às vésperas da sua realização”, afirmou o subprocurador-geral.

Negócio de R$ 15 bilhões

O negócio entre a J&F e a Paper Excellence pelo controle da Eldorado é avaliado em R$ 15 bilhões. A disputa começou em 2017, quando a controladora da J&F vendeu 100% da Eldorado, seu braço na produção de celulose, para a Paper Excellence.

A empresa indonésia chegou a comprar 49% da sociedade por R$ 3,8 bilhões. Na fase de conclusão do pagamento e da transferência da Eldorado, as empresas romperam.

Desde então, a J&F acusa a Paper de descumprir garantias e prazos. Já a Paper diz que a empresa brasileira dificultou a conclusão da transação. O caso foi parar em uma câmara de arbitragem — um tribunal privado —, que deu razão à Paper Excellence.

Há seis anos, a J&F briga na Justiça para anular o resultado desse julgamento. Toda a ação da J&F para questionar a arbitragem foi movida no TJSP, que ainda não deu uma decisão definitiva sobre o caso. Mesmo assim, já existem investidas das defesas das empresas nas Cortes Superiores em Brasília.

Informações: Metrópoles.

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