Suzano montou estoques de papel nos EUA para compensar tarifas dos EUA, diz diretor

SÃO PAULO (Reuters) – A Suzano criou um estoque de papel nos Estados Unidos suficiente para manter suas operações no país até o final do ano, como forma de contornar o tarifaço lançado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, contra produtos do Brasil, afirmou o diretor da área, Fabio de Oliveira, nesta quinta-feira.

“As exportações de papel não estão isentas (do tarifaço) e para mitigar esse impacto a Suzano fez estoques suficientes até o final do ano e está avaliando redirecionar as vendas a outros mercados”, disse Oliveira em conferência com analistas após a publicação do resultado da Suzano na noite da véspera.

Em celulose, a Suzano anunciou nesta quinta-feira aumento de preço para clientes na Ásia com efeito imediato da ordem de US$20 a tonelada. O executivo responsável pela área, Leonardo Grimaldi, disse durante a conferência que a empresa está vendo desde o final de junho nível de encomendas da China “excepcionalmente alto” em meio ao que parece ser um movimento de reestocagem no país.

“Estamos vendo níveis de encomendas muito elevados desde junho. Tanto por clientes regulares de celulose quanto por empresas integradas”, afirmou o executivo. “Vemos um cenário que suporta preços maiores.”

Já o presidente-executivo da empresa, João Alberto de Abreu, afirmou que o acordo anunciado pela companhia na véspera com a Eldorado Brasil cria a possibilidade para a Suzano ampliar a produção de fábrica de Ribas do Rio Pardo acima da capacidade máxima originalmente planejada para a unidade.

“Estamos avaliando que podemos produzir mais, 100 mil a 150 mil toneladas por ano sem investimento adicional”, disse o executivo. “A fábrica está operando melhor do que esperávamos e podemos fazer isso nos próximos trimestres dependendo do cenário de negócios”, acrescentou.

Apesar disso, a Suzano anunciou na véspera uma redução de produção de celulose nos próximos 12 meses de cerca de 3,5% sobre a capacidade nominal da empresa por ano, algo equivalente a 450 mil toneladas, citando que “tal volume de produção não traria retorno adequado para a companhia”.

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