Setor madeireiro registra estabilidade nas exportações no primeiro semestre de 2025 Na análise realizada pela Abimci, são considerados os volumes exportados e os principais destinos de cada segmento industrial madeireiro
Com base no fechamento dos volumes de exportação do primeiro semestre, a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), analisou o volume exportado dos principais segmentos do setor representados pela entidade. Os dados apurados revelam o comportamento das exportações brasileiras de produtos de madeira em meio a um ambiente global desafiador, que inclui desde tarifações adicionais e regras de origem mais rígidas, até os impactos de guerras como a Ucrânia-Rússia, que afetam rotas de comércio e custos.
Apesar das dificuldades impostas pelas barreiras tarifárias dos Estados Unidos e pelas medidas protecionistas da União Europeia — dois dos principais destinos da madeira processada mecanicamente —, alguns produtos mantiveram estabilidade nos primeiros seis meses de 2025.
“Observamos que, mesmo diante de um cenário complexo, com a abertura de investigações que geram imprevisibilidade e impactam na decisão de compra dos clientes internacionais, como a da Seção 232 do Trade Expansion Act americano, que avalia se as importações de madeira ameaçam a segurança nacional dos EUA, e os processos de Dumping e Dano movidos pela UE contra o compensado brasileiro de pinus, alguns segmentos registraram crescimento. Poucos apresentaram queda no volume”, destaca Paulo Pupo, superintendente da Abimci.
Entre alguns dos principais produtos madeireiros embarcados, em se tratando de volume e na comparação com o primeiro semestre de 2024, a madeira serrada de pinus apresentou evolução de aproximadamente 6% no volume embarcado no período. O segmento de compensado de pinus teve uma pequena queda de 4% e o de molduras praticamente ficou estável.
Outros produtos como pellets apresentaram crescimento nas exportações nessa primeira metade do ano. Pupo acrescenta que “do ponto de vista logístico, houve uma melhora aparente no fluxo de mercadorias nos terminais de contêineres do Sul do Brasil no primeiro semestre, com a retomada das operações no Porto de Itajaí, a ampliação da retroárea do Porto Itapoá e novas áreas em Navegantes. Esses fatores contribuíram para a diminuição do volume de mercadorias acumuladas nos portos e a transferências de bookings, que tanto problemas causam as empresas exportadora”.
Segundo Pupo, o setor precisa ficar atento para os próximos meses. “Esse cenário é muito dinâmico e pode ser alterado quando competimos com embarques de produtos de outros segmentos industriais”, aponta o superintendente da Abimci.
A Abimci entende que, com a possibilidade de avanço nas negociações tarifárias no segundo semestre poderemos ter uma melhor previsibilidade para os negócios, o que poderá estimular a recomposição de estoques pelos mercados consumidores, contribuindo, assim, para uma normalização dos fluxos de mercado.