Setor madeireiro do Paraná adota cautela diante da taxação dos Estados Unidos

País norte-americano é o principal comprador de compensados produzidos em Palmas

A decisão do presidente norte-americano Donald Trump de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros gera questionamentos e apreensão no setor florestal, especialmente em regiões como Palmas, no Sul do Paraná, reconhecida como um dos mais importantes polos madeireiros do país.

No 1º semestre, o setor industrial de Palmas exportou US$ 131,4 milhões, sendo US$ 103,5 milhões somente por meio da madeira compensada. Deste total, US$ 41 milhões em compensados foram vendidos aos Estados Unidos, o maior comprador da produção industrial do município.

A medida dos Estados Unidos, que atinge diretamente produtos como compensado, madeira serrada, molduras de pinus e painéis processados, causa preocupação no setor, que atua fortemente nas vendas ao mercado norte-americano.

Em entrevista à Rádio Club de Palmas, o diretor executivo da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas), Ailson Loper, afirma que a notícia é muito ruim para o setor, visto que o Paraná, juntamente com Santa Catarina e Rio Grande do Sul, representa 80% da exportação nacional de madeira sólida.

Ele lembra que no primeiro anúncio de novas taxações feito pelos Estados Unidos, no mês de abril, o setor ficou de fora, mas agora é impactado diretamente. Ainda sem detalhes de como será a aplicação das novas tarifas, Loper avalia que a decisão já deve mexer nos custos da produção e na regulação dos estoques nas indústrias.

Lamentando o fato de a discussão ter um pano de fundo político e ideológico, o diretor da APRE Florestas pontua que passando a valer a partir de 1º de agosto, essa nova tarifação fará o mercado madeireiro do Paraná perder competitividade diante de adversários como Chile, Vietnã, Canadá e México.

A aposta do setor é que o governo brasileiro consiga, por meio da diplomacia, sem uma “guerra tarifárias”, entrar em um acordo com os Estados Unidos. Porém, Loper considera que, confirmando-se a taxação, medidas como exploração de novos mercados e ajuste de produção podem ser adotadas pelas indústrias, o que pode influenciar na questão de empregos dentro do setor.

Informações: RBJ.

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