Setor florestal em turbulência

O Setor Florestal Brasileiro vive um momento de turbulência com o aquecimento da demanda por madeiras, e ao mesmo tempo a escassez da matéria prima e de mão de obra!

Vivencia-se um período atípico no Setor Florestal. Ano passado a madeira permanecia com seu preço estagnado, cujo período beirava os doze (doze) anos, a lenha em torno de R$ 65,00 por metro estéreo posto na indústria; a madeira de eucaliptos para serraria em torno de R$ 80,00 por metro cúbico em pé, de pinus em torno de R$ 65,00/m3. De um modo geral as áreas reflorestadas com eucaliptos com dez anos (10) de idade valiam R$ 8,000, a 10.000, por hectare em pé. Floresta de pinus sp com quinze a vinte (15 a 20) anos não tinham mercado.

O Setor Florestal dava sinais de recuperação e aquecimento. Novos empreendimentos empresariais começaram a ser divulgados, empresas tradicionais anunciavam a duplicação da planta industrial e novas empresas, grandes fabricantes de celulose e papel pretendiam duplicar sua capacidade de produção.  As exportações de madeiras em toras, serradas, beneficiadas, chapas, painéis, mdf, celulose, móveis, entre outros, ganhavam o mercado mundial embalados pelo dólar alto e a grande demanda puxada pela China.

Entretanto, o reflorestamento ou plantio de florestas, principalmente de eucaliptos e pinus havia sido estagnado a nove (09) e quinze (15) anos respectivamente, em razão do preço da madeira não ser competitivo, a escassez da mão de obra no interior, e o aumento do preço dos cereais, como milho, trigo e soja. Boa parte das florestas plantadas, em torno de 60 a 70%, estavam ou estão localizadas em áreas passiveis de mecanização agrícola. Hoje com as máquinas e equipamentos modernos de plantio de cereais, os tratores e automotrizes traçados podem operar em áreas acidentadas de 20 até 30% de declividade.

Aí, surgiu a pandemia, que travou tudo. Debelado o vírus, o mercado volta a aquecer, e os empreendimentos começaram a serem instalados, a exportação voltou com força total, a procura por madeira cresceu, falta mão de obra especializada e bruta para os serviços florestais, a escassez da madeira aumentou. O preço adormecido com o reaquecimento do mercado, desperta e inicia sua evolução. Hoje o preço da lenha esta por volta de R$ 150,00 por metro estéreo posto na indústria; a madeira de eucaliptos para serraria em torno de R$ 120,00 a 150,00 por metro cúbico em pé, o pinus em torno de R$ 100,00 a 150,00/m3.

Eis que as empresas florestais se deram conta tardiamente que as áreas reflorestadas estão diminuindo drasticamente, substituídas por lavouras de culturas agrícolas, puxadas pela soja; e o produtor não quer mais plantar florestas, quer arrancá-las.

Vislumbra-se o famoso “apagão florestal”, até estão distantes de todos.

O valor das áreas reflorestadas com eucaliptos e pinus dobrou de valor. As áreas de potreiro, voltaram a ser procuradas por empresas que tem necessidade de matéria prima florestal, seja lenha, cavaco, toras e/ou madeiras para a construção civil, movelaria, chapas, papel e celulose, entre outras.

Quando tudo parecia voltar a normalidade, surge a guerra da Rússia com a Ucrânia, trava-se as exportações, preço dos combustíveis, máquinas e equipamentos, insumos, da um salto gigante, inflação ressurge, e aparece nova turbulência no mercado florestal mundial.

A máxima é desvendada, faltara madeira num futuro breve!

Inicia-se nova era no setor florestal brasileiro, há diversos sinais da retomada, que pode tardar, mas virá com força total, viveiros fechados e adormecidos começam a ser ativados pela procura de mudas, engenheiros florestais recém-formados nas universidades estão sendo contratados pelas empresas florestais, que organizam seus programas de fomento florestal.

E o BRASIL, gigante do agro, desperta para ser um gigante da silvicultura, com a dadiva que recebemos de DEUS, pois temos sol a pino (luz), terra abundante e fértil, água, e uma das melhores tecnologias mundiais em silvicultura, graças a EMBRAPA FLORESTAS, os Institutos de Pesquisas, as Universidades e as grandes empresas florestais.

Se os governantes perceberem nossa vocação natural pelas florestas, até o nome nos ajuda, não tem pra ninguém, seremos imbatíveis. Afinal, na terra dos maiores produtores de florestas e madeiras do planeta uma árvore leva no mínimo 20 anos para produzir lenha e 100 anos para produzir uma árvore para serraria, aqui na “terra do pau brasil”, leva 7 e 20 anos respectivamente.

A nosso pátria amada Brasil é o pais das florestas!

Por Roberto Ferron

Fonte: Bom Dia RS

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