São Paulo ganhará edifício de madeira engenheirada mais alto do Brasil

O Ibá, projetado pelo Estúdio BG, será um dos primeiros residenciais do gênero no país, impulsionando o setor; obras começam no fim do ano

Em alta nos debates sobre o futuro da construção civil e das cidades, a madeira engenheirada está no cerne do Ibá, empreendimento residencial que será lançado em breve em São Paulo, com sete pavimentos, que será o edifício mais alto do Brasil já construído com o material. Com projeto arquitetônico e de interiores do Estúdio BG – dos arquitetos Antonio Brandão e Murilo Gabriele –, o edifício deve entrar em obras no final deste ano e tem previsão de entrega até 2028.

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(Reprodução / Divulgação)


O Ibá – palavra em tupi que significa “fruto” – terá estrutura híbrida, combinando sistemas construtivos tradicionais (especialmente, em concreto) com a madeira engenheirada fornecida pela parceira Urbem, pioneira no Brasil. “Tecnicamente, daria para construir todo o edifício, à exceção da fundação, usando somente a madeira. Mas vimos nessa combinação uma forma de atravessar barreiras no mercado da construção, que ainda conserva alguns preconceitos. É uma escolha que faz parte do processo de tropicalização da tecnologia”, afirma a arquiteta Ana Belizário, especialista em madeira engenheirada e diretora comercial da Urbem.

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Arquitetura para cidades mais verdes

Em termos ambientais, a madeira engenheirada é considerada uma matéria-prima robusta, industrializada, renovável e uma alternativa de baixo carbono e menos impacto, uma vez que proporciona obras com baixíssima geração de resíduos e canteiro mais limpo, eficiente e seguro. No projeto do Estúdio BG, o material se une a estratégias passivas que reduzem o consumo de energia elétrica, tais como a fachada ventilada com brises solares, ventilação cruzada, conforto térmico natural e uso inteligente da iluminação.

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“Levamos dois anos de muito trabalho para realizar esse projeto que vai quebrar um paradigma para a cidade. Sua estrutura híbrida, em madeira e concreto, demandou um tempo maior de estudos e adaptações”, afirma o arquiteto Murilo Gabriele. Segundo ele, trata-se de um empreendimento muito inovador para toda a cadeia da construção.

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Além disso, nos apartamentos, Gabriele ressalta que a presença marcante da madeira vai gerar espaços biofílicos, em que há uma maior conexão com a natureza, promovendo o bem-estar das pessoas em um contexto extremamente urbano. O paisagismo integrado, assinado por Rodrigo Oliveira, reforça essa interação, com texturas, volumes e espécies que transformam o residencial em um refúgio natural no meio da metrópole.

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Além disso, o empreendimento será construído no Jardim Paulista, região nobre e arborizada da cidade, a apenas 300 metros do Parque Ibirapuera e perto das avenidas Faria Lima e Juscelino Kubitschek, possibilitando aos futuros moradores uma mobilidade urbana mais sustentável entre trabalho, lazer e vida pessoal. A promessa do projeto, que apresenta apenas sete apartamentos, um por andar, é unir arquitetura de alto padrão, design, sustentabilidade, bem-estar e conexão com a natureza – com direito a spa com ofurô e sauna, academia, bicicletário, elevador de veículos e três subsolos de estacionamento.

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Mercado em expansão

O empresário Pedro Diniz é o grande investidor do projeto, que é uma realização da Comporta Family Office. A construtora responsável para execução da obra será definida em breve. “Hoje o residencial é de alto padrão, mas acreditamos no crescimento desse mercado e na proliferação de prédios de madeira para médio padrão e até casas populares nos próximos anos”, diz Murilo Gabriele. Para quem se preocupa com a manutenção do material e a segurança da estrutura, ele dá o recado: “É um material de alta tecnologia, que recebe um super tratamento e aplicações que mantêm a madeira mais protegida, de maneira a possibilitar uma manutenção quase zero”.

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Quando o assunto é custo, Ana Belizário afirma que um prédio desse tipo sai mais caro, mas traz vantagens significativas. “Material industrializado custa mais porque embarca muita tecnologia, mas é preciso ponderar essa conta, incluindo os benefícios que ela traz, como a redução do tempo da obra, que é uma questão importante para o mercado, além da economia nos acabamentos, já que a madeira pode ficar aparente em todas as unidades. Além disso, basta uma equipe de cinco a oito pessoas treinadas para montar tudo”, pontua.

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Em um futuro próximo, é possível que tenhamos cada vez mais edifícios do gênero, especialmente com a entrada de novas empresas especializadas no material – por enquanto, os fornecedores não chegam a dez empresas diferentes no Brasil. “É uma semente que tende a crescer muito, não dá mais para trabalhar sem materiais alternativos. O mundo inteiro está pensando nisso”, finaliza Murilo Gabriele, de olho no que vem por aí.

Informações: CasaCor.

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