Pesquisadores da UFPR desenvolvem técnica para salvar araucárias da extinção

Professor Flávio Zanette conduz estudos com a espécie há quase 40 anos. Além dos avanços biológicos para a preservação da espécie, resultados da pesquisa também trazem um aspecto de otimismo econômico para produtores.

No início de abril o Instituto Água e Terra (IAT) liberou a colheita e a venda do pinhão no Paraná para este ano. O início da safra no estado coincide com uma boa notícia: a colheita dos primeiros pinhões cultivados durante uma pesquisa que quer salvar as araucárias da extinção.

Conhecido também como pinheiro do Paraná, a árvore entrou na lista das espécies ameaçadas de extinção. Por conta disso, existem leis que limitam o corte destas árvores e preveem multas pesadas para os infratores. As restrições também se aplicam a quem colhe os pinhões, que são as sementes da Araucária, fora de época.

O pinhão é uma semente comestível da araucária. — Foto: Ivar Wendling/Acervo Pessoal

O pinhão é uma semente comestível da araucária. — Foto: Ivar Wendling/Acervo Pessoal

De acordo com especialistas, a lei é importante pois respeita o tempo de resguardo, que garante o amadurecimento das sementes e o surgimento de novas árvores.

O professor Flávio Zanette, da Universidade Federal do Paraná, é um dos maiores pesquisadores da araucária no país. Junto com uma equipe, ele conduz uma pesquisa com a espécie há quase 40 anos. Em 2016, foram plantados exemplares que passaram por enxertos de árvores altamente produtivas.

Os pesquisadores tentavam reduzir o tempo que uma araucária leva para dar os primeiros pinhões, que, normalmente, é de 15 anos, e aumentar a produção de sementes.

A araucária é característica no planalto sul brasileiro — Foto: Freepik

A araucária é característica no planalto sul brasileiro — Foto: Freepik

A colheita da primeira pinha do experimento e a constatação do sucesso da pesquisa foram bastante comemoradas.

“Nós conseguimos fazer seleção sem mudança genética. Buscando uma técnica para multiplicar as árvores que ainda restam”, explica o professor.

De acordo com o professor, além dos avanços biológicos para a preservação da espécie, os resultados da pesquisa também trazem um aspecto de otimismo econômico.

“Com a técnica de enxertia o nosso clone começa a produzir pinhas com menos de um metro de altura, com menos de sete anos. Quantidade e precocidade que vão estimular o agricultor a plantar, porque vai dar dinheiro para ele, ele vai ganhar com isso. E, dessa forma, nosso pinheiro está salvo”, comemora Zanette.

Fonte: RPC Paraná

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