Entre 2019 e 2024, a produção florestal no Nordeste cresceu 38,7%, puxada pela Bahia, que respondeu por mais da metade do valor regional com seus extensos plantios de eucalipto
Em seis anos, o Nordeste fortaleceu sua participação na produção florestal brasileira, com um crescimento de 38,7% entre 2019 e 2024, acima da média nacional de 32,5%. Segundo a pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2024, do IBGE, o setor movimentou R$ 4,3 bilhões e consolidou polos estratégicos como Mucuri (BA), Granja (CE) e Penalva (MA).
Os dados revelam dois modelos distintos na região: a silvicultura industrial da Bahia, integrada à celulose e ao mercado global, e o extrativismo tradicional, sustentado por cadeias como o babaçu maranhense, a carnaúba cearense e o carvão pernambucano.
A liderança baiana ficou evidente em 2024. O estado respondeu por R$ 2,09 bilhões, mais da metade do total nordestino, impulsionado por extensos plantios de eucalipto no Extremo Sul. Municípios como Mucuri (R$ 637,2 milhões), Alcobaça (R$ 579,2 milhões) e Caravelas (R$ 452,2 milhões) formam um corredor produtivo voltado à celulose, que sozinho representou 35% da produção regional. O desempenho coloca a Bahia entre os principais polos florestais do Brasil, ao lado de Minas Gerais e Espírito Santo.
No Maranhão, o destaque foi o babaçu, que movimentou R$ 425,4 milhões em 2024. Penalva processou 1,3 mil toneladas, gerando R$ 77,6 milhões. Já no Ceará, a produção de carnaúba somou R$ 295,3 milhões, com Granja respondendo por R$ 220,3 milhões em pó cerífero, exportado para indústrias de cosméticos, farmacêutica e alimentícia. Pernambuco manteve seu polo no Araripe, com R$ 93,7 milhões, concentrados na produção de carvão vegetal.
O avanço nordestino entre 2019 e 2024 reforça a resiliência do setor, mas também expõe desafios. De um lado, a silvicultura baiana tende a seguir integrada ao mercado global de celulose; de outro, as cadeias extrativistas tradicionais ainda dependem de políticas de valorização e sustentabilidade.
Informações: Portal Celulose.