Durante a Expoforest, o estande da Embrapa também foi também uma vitrine de tecnologias de madeira aos visitantes. Dois espaços distintos foram montados lado a lado com o objetivo de mostrar possibilidades de construção utilizando a madeira como base. Uma das áreas foi montada com madeira engenheirada, proveniente de plantios florestais, montada com apoio da startup Lagom e Rede ILPF, e a outra foi construída com madeiras de distintas espécies florestais nativas, provenientes de manejo florestal sustentável, cedida pelo Cipem/Fórum Nacional de Base Florestal, construída pela Casa Certa. Os visitantes puderam conferir as características de cada uma delas, bem como conversar com os parceiros responsáveis, presentes no local.
O espaço de madeira de floresta plantada foi montado pela Lagom, uma startup de inovação industrial que levou painéis construtivos
Segundo Morello, o espaço foi pensado tanto para receber o público em geral, na área expositiva, quanto para proporcionar conforto térmico e acústico na sala de reuniões do estande. “A Embrapa, inclusive, recebeu nesta sala cerca de 25 pessoas em uma reunião e o ambiente se manteve fresquinho o tempo todo e, mesmo com a queda momentânea de energia que ocorreu, o local manteve o conforto, apesar dos 28ºC externos, indicando a eficiência do isolamento térmico”, aponta.

Uma amostra do material que compôs o estande estava à disposição para apreciação do público. Além disso, os representantes da Lagom atenderam clientes interessados em realizar projetos de construção com o material da startup. “Hoje, vivemos em caixas de concreto, e a construção com madeira reconecta o indivíduo com a natureza”, diz. Saiba mais sobre a Lagom aqui.
Madeiras de várias texturas e tons
Para mostrar a viabilidade e beleza das madeiras de espécies nativas da Amazônia, outra parte do estande da Embrapa foi construída com madeiras fruto de manejo florestal sustentável, em parceria com o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso – Cipem, Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal/FNBF e Casacerta.


Manejo Florestal Sustentável como base
Claudinei Melo, um dos diretores do Cipem, exemplifica que o município onde atua, (Nova Maringá/MT), tem 1,2 milhão de hectares e, destes, 700 mil hectares são florestas, das quais, 350 mil hectares são averbados com projetos de manejo sustentável. “Só trabalhamos com manejo sustentável, e nosso foco é a floresta em pé: nós somos responsáveis pela floresta. Começamos agora a desenvolver um trabalho de marketing para mostrar o que consideramos o nosso principal produto, que é a manutenção da floresta em pé. A madeira é um subproduto. E o manejo consiste em colher apenas de duas a três árvores maduras em um hectare, deixando mais de duzentos indivíduos da espécie ali, de várias idades, um trabalho que se baseia nos estudos da Embrapa, que é nossa parceira”, afirma Melo.
As florestas nativas possuem um valor ambiental imenso para suas regiões de ocorrência. A melhor forma para conservar a floresta, sem eliminá-la, como ocorre com o desmatamento, é por meio do Manejo Florestal Sustentável, que consiste na retirada programada de árvores com critérios técnicos. Isto auxilia na renovação da própria floresta, ao possibilitar a entrada de luz para que as plantas mais novas possam se desenvolver. A retirada das árvores se dá de forma planejada, mantendo mais de 85% da floresta original. O manejo florestal sustentável conserva a floresta em pé e gera renda, de forma sustentável. Pesquisas da Embrapa Florestas na região de Sinop/MT, por exemplo, já fornecem informações particularizadas de 15 espécies florestais nativas, podendo contribuir para a discussão de políticas de manejo.








