Sessão solene marca os 65 anos da Engenharia Florestal e reforça papel estratégico da profissão para a sustentabilidade
Em uma noite marcada por reconhecimento e reflexão sobre o futuro da sustentabilidade no Brasil, a Assembleia Legislativa do Paraná promoveu, nesta terça-feira (8), uma sessão solene em homenagem ao Dia do Engenheiro Florestal, celebrado em 12 de julho. A cerimônia, proposta pelo deputado Ney Leprevost (União), também celebrou os 65 anos da criação do curso de Engenharia Florestal no país.
Durante o evento, profissionais da área receberam certificados de Menção Honrosa em reconhecimento à sua contribuição para o desenvolvimento sustentável, o uso consciente dos recursos naturais e a preservação ambiental.
“Esses profissionais são essenciais para orientar o progresso de forma responsável, garantindo que o crescimento econômico não destrua o meio ambiente”, destacou Leprevost. Ele ressaltou que os engenheiros florestais atuam desde o campo até a formulação de políticas públicas, conciliando produtividade com conservação.
História e desafios da profissão no Paraná
A presidente da Associação Paranaense de Engenheiros Florestais (Apef), Lella Regina Curt Bettega, lembrou que o curso de Engenharia Florestal foi transferido para o Paraná após um incêndio de grandes proporções em 1963. Essa mudança impulsionou o setor no estado e fortaleceu a base técnica da profissão.
Apesar das conquistas, Lella alertou para a queda no interesse dos jovens pelas engenharias e defendeu maior aproximação com o Legislativo. “Celebrar a data com essa agenda institucional reforça a importância da profissão no debate sobre políticas públicas”, afirmou.
Sustentabilidade em foco
Clodomir Ascari, presidente do Crea-PR, ressaltou que temas como carbono, madeira engenheirada e mudanças climáticas colocam a Engenharia Florestal em evidência. Ele defendeu o fortalecimento da parceria entre os conselhos profissionais e o poder público para a formulação de políticas mais eficazes.
Já o engenheiro florestal Eleandro José Brun, coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Florestal (Ceef), lembrou que a profissão está presente em setores como reflorestamento, arborização urbana e indústrias de base florestal. “É uma profissão estratégica para o desenvolvimento sustentável do país”, afirmou.
Engenharia Florestal: 65 anos de contribuição ao Brasil
O curso de Engenharia Florestal foi criado em Minas Gerais, em 1960, e transferido para Curitiba (PR) em 1963, passando a integrar a Universidade Federal do Paraná. A regulamentação da profissão ocorreu em 1965, pela Lei nº 4.643.
Atualmente, o Brasil conta com mais de 10 mil engenheiros florestais registrados. A profissão tem papel decisivo no manejo de florestas, na produção de madeira, energia renovável e na formulação de políticas públicas. O setor florestal brasileiro movimenta cerca de R$ 260 bilhões por ano e gera mais de 800 mil empregos formais.
Reconhecimento e valorização
No encerramento da cerimônia, foram entregues menções honrosas a profissionais, universidades e entidades representativas, destacando a importância da categoria na construção de um país mais sustentável. A Câmara Especializada de Engenharia Florestal, instalada em 2024 no Crea-PR, vem atuando para ampliar a representatividade da profissão no Paraná.