Drone brasileiro é usado para detectar incêndios florestais

Tecnologia com inteligência artificial monitora em tempo real a vegetação e emite alertas sobre queimadas e gases poluentes

Um drone desenvolvido no Brasil está sendo utilizado para detectar incêndios florestais em tempo real, combinando inteligência artificial e sensores ambientais. O projeto é fruto de uma parceria entre instituições de pesquisa e busca reduzir os impactos ambientais causados pelas queimadas no país.

A aeronave não tripulada foi criada por pesquisadores da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Ela utiliza sensores infravermelhos, câmeras térmicas e algoritmos de inteligência artificial para identificar focos de calor e emissão de gases nocivos à atmosfera.

Inteligência artificial na prevenção de queimadas

O diferencial do drone está na capacidade de interpretar dados ambientais em tempo real. Usando algoritmos de aprendizado de máquina, o sistema analisa imagens térmicas e níveis de gases como dióxido de carbono (CO₂) e monóxido de carbono (CO) para prever e alertar sobre a possibilidade de incêndios florestais antes que eles se alastrem.

incêndio florestal
Matt Howard/Unsplash

Segundo os responsáveis pelo projeto, a IA consegue identificar padrões que indicam o início de uma queimada mesmo em áreas remotas ou com pouca visibilidade. Isso é essencial para ações rápidas de combate ao fogo e redução de danos à fauna e flora.

Esse avanço soma-se a outras iniciativas globais no uso de drones especializados, como o drone-espião do tamanho de um mosquito desenvolvido por cientistas chineses, mostrando como o uso desses equipamentos vem se expandindo em diferentes áreas.

Monitoramento ambiental em larga escala

Com autonomia de voo de até uma hora e capacidade de cobrir áreas de até 10 hectares por operação, o drone pode ser usado tanto por órgãos públicos quanto por ONGs e instituições privadas dedicadas à conservação ambiental.

Além de detectar focos de incêndio, o equipamento também é capaz de monitorar a emissão de gases de efeito estufa. Isso permite acompanhar o impacto das queimadas sobre o aquecimento global, fornecendo dados úteis para relatórios ambientais e políticas públicas.

O uso crescente dessas tecnologias também está presente no setor agrícola. Um exemplo é a aquisição da empresa Sentera, de monitoramento aéreo de lavouras, pela John Deere — parceria que reforça a digitalização no campo.

Testes e aplicações em campo

drone já foi testado em biomas como o Cerrado e a Mata Atlântica, regiões frequentemente afetadas por incêndios florestais no Brasil. Os testes mostraram que o sistema consegue identificar queimadas em estágios iniciais, inclusive durante a noite ou em condições de baixa visibilidade.

Segundo a FAPESP, a tecnologia está pronta para ser aplicada em larga escala e pode se tornar uma ferramenta estratégica para o combate ao desmatamento ilegal e à degradação ambiental em áreas protegidas.

Mesmo grandes startups que apostaram em aeronaves agrícolas de grande porte enfrentam desafios: o maior drone agrícola do mundo, por exemplo, sequer saiu do chão, em um caso que envolveu demissões em massa nos Estados Unidos.

Caminho para políticas públicas e parcerias

A expectativa dos idealizadores é que a tecnologia seja incorporada a programas de monitoramento ambiental mantidos por governos estaduais e federais. Também há negociações para parcerias com empresas do setor florestal e agrícola, interessadas em prevenir danos causados pelo fogo em suas propriedades.

A longo prazo, a tecnologia também poderá contribuir para a criação de mapas de risco de incêndios, indicando áreas mais suscetíveis às queimadas em função de clima, vegetação e atividade humana.

Informações: Mundo Conectado.

Se inscrever
Notificar de
guest

0 Comentários
Feedbacks
Ver todos os comentários

ÚLTIMAS NOVIDADES

+55 67 99227-8719
contato@maisfloresta.com.br

Copyright 2023 - Mais Floresta © Todos os direitos Reservados
Desenvolvimento: Agência W3S