A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global em bioprodutos, está prestes a iniciar as operações de sua nova fábrica de papel tissue em Aracruz. Com investimento de R$ 650 milhões, a unidade consolida o Espírito Santo como polo estratégico da companhia no setor de bens de consumo, completando no estado toda a cadeia de produção do papel — do eucalipto ao porto.
Com a nova planta, o Espírito Santo passa a reunir todas as etapas do processo industrial: cultivo do eucalipto, produção de celulose, fabricação do papel, conversão e escoamento via porto. “O estado passa a ter a cadeia completa da fabricação do papel. Do cultivo das florestas à exportação. É algo que antes só existia no Maranhão, mas lá com distâncias de mil quilômetros entre fábrica e porto. Aqui, tudo está integrado”, explica Luís Bueno, vice-presidente executivo de Bens de Consumo e Relações Corporativas da Suzano.
Nova unidade amplia presença e eficiência logística
Segundo o executivo, a decisão de investir em Aracruz foi estratégica e reforça o papel do Espírito Santo como elo logístico e produtivo no mapa da empresa.
“Essa nova fábrica faz com que o Espírito Santo passe a ter toda a cadeia de produção do papel completa. Tudo começa com o eucalipto cultivado no estado, que é processado em celulose na planta de Aracruz. A partir daí, a celulose é transformada em papel — uma etapa que até agora não existia no Espírito Santo. Essa é justamente a lacuna que a nova unidade vem preencher, já que a fábrica de Cachoeiro atua apenas na conversão, transformando as bobinas em produtos finais como papel higiênico. Agora, o papel produzido em Aracruz seguirá para Cachoeiro, fechando o ciclo produtivo dentro do próprio estado. E há um diferencial importante: o Espírito Santo é um dos poucos lugares do país onde toda essa cadeia – da floresta ao porto – está concentrada no mesmo território, com o porto literalmente integrado à operação industrial.”
A nova fábrica de Aracruz será responsável pela produção de 60 mil toneladas anuais de papel tissue, com dois equipamentos de conversão que permitirão fabricar 30 mil toneladas de papéis higiênicos por ano — incluindo as marcas Neve, Mimmo® e Max Pure®.
Segundo Bueno, o projeto representa ganhos operacionais e ambientais. “Ao construir uma fábrica de papel dentro de uma planta de celulose, reduzimos drasticamente o transporte e o consumo energético, aproveitando toda a infraestrutura já existente. Isso traz ganhos logísticos, econômicos e ambientais importantes”, afirma.
Além de abastecer o Espírito Santo, a nova unidade atenderá clientes do Sudeste e do Centro-Oeste, incluindo Distrito Federal, Goiás e Tocantins, reforçando a posição do estado como centro regional de distribuição.
Com tecnologia italiana de ponta, a unidade de Aracruz será a primeira da Suzano a incorporar um sistema de captação do pó gerado durante o processo de produção – medida que reduz emissões e melhora a qualidade do ar nas instalações. O projeto também reforça a meta de zero resíduo e o compromisso da companhia com práticas sustentáveis.
“A evolução tecnológica dessa fábrica é impressionante. Hoje temos câmeras com inteligência artificial que monitoram o processo e fazem ajustes automáticos para otimizar a produção. Isso garante eficiência energética e maior produtividade”, detalha o vice-presidente.
Com a nova fábrica, a Suzano conclui um ciclo de R$ 1,1 bilhão em investimentos no Espírito Santo, que inclui ainda a substituição da Caldeira de Biomassa do Parque Industrial de Aracruz — iniciativa que reduziu emissões de gases de efeito estufa e ampliou a eficiência energética da planta.
A nova unidade será inaugurada oficialmente no dia 18 de novembro de 2025 e marca mais um passo da estratégia da Suzano de diversificar negócios e ampliar a presença no mercado nacional. “Daqui a cinco anos, acredito que teremos de discutir expansões. A fábrica nasceu com vocação para crescer”, antecipa Bueno.
Informações: Folha Vitória.