Casas populares de madeira de reflorestamento na Amazônia: projeto é destaque no Woodlife Sweden

Na sua apresentação, Thomé também mostrou que o Instituto Amazônia +21 se consolida como uma iniciativa empresarial para conectar oportunidades de negócios sustentáveis na Amazônia

Criar uma cadeia produtiva de madeira com base em florestas plantadas na região amazônica, para construção de habitações populares. A proposta é do Instituto Amazônia+21 e foi apresentada pelo seu presidente, Marcelo Thomé, no Woodlife Sweden, realizado em 6 de março de 2023, no Campus da Indústria, em Curitiba (PR). Também presidente da Federação das Indústrias de Rondônia (FIERO), ele foi um dos palestrantes do workshop e exposição sobre construção de madeira engenheirada promovido pela Federação das Indústrias do Paraná (FIEP) em parceria com a Embaixada da Suécia e o Swedish Institute. Thomé falou no painel sobre a Financiabilidade da Construção Sustentável em Madeira no Brasil, junto com o ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, atual diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Banco Safra.

O evento, que também tem o apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), reuniu 40 projetos realizados no país europeu com a utilização de madeira engenheirada na estrutura e composição de edificações e busca envolver entidades e empresas ligadas à cadeia produtiva de construções em madeira, visando estratégias para expandir e consolidar esse mercado no Brasil.

“Esse debate é fundamental, pois é preciso rever o papel da Amazônia na produção madeireira nacional, que tem que ser sustentável, que ao invés de desmatar pode conservar florestas. O Instituto Amazônia+21 traz um projeto com a própria CBIC, a FIERO, a Federação das Indústrias do Mato Grosso (FIEMT) e o Senai para estruturar uma nova cadeia produtiva na Amazônia para construção de casas de madeira”, revela Thomé. A prioridade é desenvolver modelos de casas de interesse social, usando madeira laminada em indústrias instaladas na Amazônia, completando uma cadeia inovadora desde o incentivo ao setor primário para reflorestamento de áreas já abertas e degradadas. O projeto prever estudos para identificação de espécies amazônicas mais adequadas para essa indústria.

Thomé destaca que o Woodlife Sweden é importante para demonstrar a diversificação das possibilidades do setor, reconhecendo o potencial de geração de negócios sustentáveis da construção com madeira. “Só assim vamos recuperar a importância relativa da construção civil no PIB brasileiro, que já foi o dobro do que é hoje. Com soluções mais baratas, diversificadas, sustentáveis e inovadoras, além de ampliar possibilidades de negócios, podemos superar a imagem de um setor associado ao desmatamento, lhe colocando em um novo patamar de contribuição para a conservação da floresta amazônica”, afirma.

“A construção com madeira também é estratégica para a descarbonização da construção civil”, ressalta Thomé, defendendo ser possível reinventar essa cadeia produtiva para agregar ganhos sociais, desde a inclusão de comunidades amazônicas no processo de produção até a destinação do produto final, como habitação de interesse social. Por fim, ele destaca que a partir de florestas plantadas, produção sustentável de material/insumo e as próprias casas de madeira, tudo contribui para retenção de carbono. “Se não temos aqui um grande gerador de crédito de carbono, o saldo é positivo e a estruturação mais limpa de uma cadeia de construções com madeira também acaba gerando créditos”, finaliza.

Na sua apresentação, Thomé também mostrou que o Instituto Amazônia +21 se consolida como uma iniciativa empresarial para conectar oportunidades de negócios sustentáveis na Amazônia com investimentos e parcerias de empresas nacionais e transnacionais, com suporte da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e das Federações das Indústrias dos nove estados da Amazônia Legal. “Há muito dinheiro disponível para financiar iniciativas sustentáveis, mas faltam projetos. Apesar de os governos aderirem aos compromissos, quem vai implementar a agenda de mitigação das mudanças climáticas é o setor privado. Então precisamos ter projetos e o Instituto vem para ajudar empresas nesse desafio, com foco na estratégia ESG e na agenda ODS”, finaliza.

Fonte – Instituto Amazonia 21

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