Área de floresta plantada deve crescer 42,8% em Mato Grosso do Sul

Mato Grosso do Sul tem atualmente 1,4 milhão de hectares em área de floresta plantada. A projeção é que nos próximos sete anos o Estado chegue à marca de 2 milhões de hectares, crescimento de 42,8%.

Conforme representantes do setor florestal, somente neste ano, o acréscimo será de pelo menos 300 mil hectares, o que totalizará 1,7 milhão de hectares em extensão de floresta.

Diretor-executivo da Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore-MS), Dito Mário destaca que, contando com as empresas hoje presentes no Estado, é possível estimar um aumento positivo.

“Acredito que até 2030 podemos chegar a 2 milhões ou até mais. Isso vai depender dos investimentos que poderão estar vindo”, diz o representante.

Conjectura que também é apontada pelo presidente da Reflore, Júnior Ramires, que atribui a expectativa aos investimentos já anunciados, garantindo crescimento do setor por pelo menos os próximos 10 anos. 

“Com isso, as perspectivas que eu entendo para o setor daqui para frente são muito boas, uma vez que as fábricas do Estado precisarão ser abastecidas, daí a gente deve atingir os 2 milhões de hectares nos próximos cinco ou sete anos”, frisa.

O diretor da Reflore reforça alguns dos fatores que cooperaram para a expansão do setor.

“É um trabalho que vem sendo feito há alguns anos, mas, com a vinda das empresas de celulose, que já vêm com a cadeia formada, isso fez com que realmente tivéssemos um maior acerto entre produtores e consumidores, e isso fez com que fosse possível rentabilizar toda a cadeia”, detalha.

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AVANÇO

Comprovando o avanço da silvicultura, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, relata que a Arauco, fábrica de celulose chilena, que está sendo projetada na cidade de Inocência, interior do Estado, trabalha com base florestal de aproximadamente 200 mil hectares de terra arrendada. 

“São 60 mil hectares já plantados de eucalipto e praticamente 140 mil hectares já arrendados na região para fazer a base florestal para o próximo plano. Fase que nós estamos hoje”, revela.

Em uma projeção futura, o secretário ainda revelou, em matéria publicada em 21 de fevereiro no Correio do Estado, que a expansão em Mato Grosso do Sul será tão grande que a base econômica do Estado mudará. 

“Haverá mais eucalipto para celulose e menos soja no cenário de exportação a partir de 2025. A mudança tornará Ribas do Rio Pardo a capital mundial do eucalipto”. 

Último levantamento da secretaria, publicado no ano passado, aponta que o setor florestal de Mato Grosso do Sul é responsável pela geração de 27,2 mil empregos, sendo 14.901 diretos e 12.312 indiretos. Em 2021, o segmento gerou 6.266 empregos a mais em relação a 2020. 

O crescimento deve continuar nos próximos anos, com os investimentos já em curso no Estado, como o da nova fábrica de celulose da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, no valor de 
R$ 14,7 bilhões, e também da chilena Arauco, com investimentos no valor de R$ 15 bilhões.

MS já conta com três fábricas de celulose em plena operação, todas no município de Três Lagoas, uma da Eldorado Brasil, com capacidade de produção de 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano, e duas da Suzano, que produzem 3,25 milhões de toneladas por ano.

Dando continuidade ao legado de operação no segmento dentro do território sul-mato-grossense, a Suzano está com mais uma fábrica em construção, desta vez em Ribas do Rio Pardo, que será a maior planta industrial de celulose do mundo, produzindo 2,55 milhões toneladas/ano.

Com um futuro de promessas, somente o Projeto Cerrado, da Suzano, tem expectativa de aumentar a área plantada da empresa para 600 mil hectares de eucalipto na região de Ribas do Rio Pardo.

O Estado também conta com florestas da Bracell, na região de Água Clara, e da Arauco, em Inocência. 

EXPORTAÇÕES

No primeiro quadrimestre do ano, os produtos florestais foram responsáveis por 16,62% do total das exportações de Mato Grosso do Sul, com montante de US$ 496,5 milhões. Os dados são do Boletim Casa Rural – Floresta Plantada, divulgado pela Famasul no mês de maio.

“Considerando o faturamento, a celulose foi o produto florestal mais exportado por Mato Grosso do Sul no primeiro quadrimestre de 2023, com participação de 99,44%. O segundo lugar ficou para o papel, com 0,40%, e para a madeira, com 0,16%”, destaca o boletim técnico.

Ainda conforme os dados da Famasul, houve crescimento de 10,7% no valor exportado, saindo de US$ 448,3 milhões em quatro meses de 2022 para US$ 496,5 milhões exportados no mesmo período deste ano.

Ao todo, nos primeiros quatro meses do ano, foram 36 países a importar insumos florestais de Mato Grosso do Sul.

De acordo com o relatório, o Estado tem seu maior volume de floresta plantada situado na costa leste, onde o eucalipto é mais comum, seguindo o caminho geográfico que vai desde Campo Grande até as divisas com o estado de São Paulo.

A espécie é responsável pela maior concentração de floresta plantada do Estado, acumulando mais de 1,1 milhão de hectares cultivados em 71 municípios de MS. Três Lagoas é o município que apresenta maior área plantada, respondendo por 23,4%, seguido de Ribas do Rio Pardo e Água Clara, com 19% e 11,7%, respectivamente.

A segunda espécie mais cultivada no Estado é a seringueira, estando presente em 29 municípios de Mato Grosso do Sul. Segundo informações do relatório, a árvore é responsável por ocupar pouco mais de 22,6 mil hectares.

“A maior concentração de plantios está na região leste de MS. O município de Cassilândia é o que apresenta maior área plantada, respondendo por 31%, seguido de Aparecida do Taboado e de Paranaíba, com 16% e 9%”, destaca o boletim.

A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), associação que representa a cadeia produtiva de árvores plantadas no País no âmbito industrial, ressalta, por meio do Sumário Executivo 2022, a pujança do setor, que tem como contrapartida cuidar do meio ambiente, ao mesmo tempo em que movimenta a economia.

“Cuidar do meio ambiente está no centro da estratégia de um setor que planta, colhe e replanta, comumente em áreas antes degradadas. Atualmente, são 9,93 milhões de hectares de áreas produtivas e mais 6,05 milhões de hectares conservados com vegetação nativa”, avalia a associação.

Fonte: Correio do Estado

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