APRE Florestas realiza press trip e reúne imprensa para imersão no setor florestal

Com o objetivo de reunir a imprensa paranaense para uma imersão no setor florestal, a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas) realizou no último dia 3 de julho sua primeira Press Trip, uma visita guiada em parceria com a associada Águia Florestal para demonstrar os números que integram esse segmento da economia, além de lançar luz a um segmento que está presente no cotidiano das pessoas mais do que se imagina.

“Estamos vivendo um dos melhores momentos da história da silvicultura brasileira, contribuindo para uma sociedade melhor. Atingimos um nível de maturação que oferece soluções para substituir produtos de origem fóssil por produtos sustentáveis”, avalia o diretor executivo da APRE Florestas, Ailson Loper.

Cenário brasileiro

Esse momento de maturidade pode ser verificado no tamanho das áreas plantadas. De acordo com o Relatório Anual da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), o Brasil possui cerca de 10,2 milhões de hectares de florestas plantadas em 2023, um crescimento de 3% em comparação ao ano anterior. Isso corresponde a cerca de 1% do Território Nacional.

Uma das práticas de manejo mais importantes consiste na técnica chamada de plantio em mosaico, que intercala áreas de conservação com áreas de árvores cultivadas para fins industriais.

Dentre as espécies cultivadas no Brasil o eucalipto se destaca, abrangendo 7,8 milhões de hectares, o que corresponde a 76% da área total plantada. Esse número representa um crescimento de 41% nos últimos dez anos, evidenciando a relevância dessa cultura na economia florestal brasileira.

Já as áreas de pinus cobrem 1,9 milhão de hectares, ou seja, 19% do total do setor. Além disso, outras espécies ocupam cerca de 500 mil hectares, incluindo acácia, teca, seringueira e araucária, contribuindo de forma diversificada para a fabricação de produtos florestais do país. No Paraná, essa proporção se inverte onde se tem mais pinus plantados que eucalipto.

Experiência em campo

Na experiência in loco, os jornalistas visitaram uma área de plantio de pinus da Águia Florestal, em Ponta Grossa, e verificaram todo processo de um ciclo produtivo que chega a 28 anos. Na oportunidade, testemunharam o desbaste de árvores de 17 anos com equipamentos de última geração, que já cortam as toras em tamanhos apropriados conforme o diâmetro de cada árvore. Tudo já programado e operado por profissionais altamente qualificados.

O diretor da Águia Florestal, Alvaro Luiz Scheffer Junior, explicou o processo, desde a muda até o plantio, passando pelo cuidado ao longo de todo ano e o combate a pragas para garantir um produto final de qualidade. Em seguida, na área fabril, mais tecnologia embarcada, com soluções trazidas da Europa para a construção de painéis feitos com CLT (Cross Laminated Timber), um processo que transforma partes da madeira que iriam para as caldeiras em painéis altamente resistentes para uso na construção civil.

Os painéis fabricados pela Águia Florestal são feitos em módulos, inclusive com marcação de pontos hidráulicos e elétricos feitos por um robô que já entrega o módulo pronto para instalação desses itens. De acordo com o CEO, Alvaro Luiz Scheffer, os módulos equivalentes a uma casa de 60 metros quadrados ficam prontos em sete dias úteis. O objetivo é destinar cem dessas casas para o Rio Grande do Sul, que ainda sofre com as últimas enchentes e ampliar o mercado para oferecer uma solução de alta qualidade a um custo baixo, reduzindo o déficit habitacional.

Na ocasião, também foi momento de desmistificar alguns mitos que envolvem o setor e demonstrar que as florestas plantadas são responsáveis por sequestrar o carbono da atmosfera, tanto das partes aéreas quanto subterrâneas do pinus. É por isso que o setor conjuga desenvolvimento econômico e sustentabilidade, com destaque à produtividade brasileira com crescimento até dez vezes mais rápido do que as florestas localizadas no exterior devido às condições climáticas mais favoráveis.

De um total de 34 atividades, a indústria que planta árvores para fins industriais ocupa o 5° lugar no ranking de participação no PIB nacional, atrás apenas das atividades de construção civil (5%), eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana (2,6%), alimentos e bebidas (2%), petróleo e gás (1,9%).

Paraná e seu lugar de destaque

O Paraná desponta no cenário nacional com a segunda maior área de pinus do país e General Carneiro, município localizado na região Sul do Paraná, mantém a liderança como município com maior VBP da silvicultura do Brasil.

De acordo com dados do último Estudo Setorial da APRE, o Paraná possui cerca de 1,17 milhão de hectares plantados, sendo 710.836,77 hectares de pinus, 438.721,37 hectares de eucalipto e 6.486,96 ha de araucária, o que corresponde a 11,84% dos plantios do país. Isso coloca o Paraná no 4ºo lugar entre os produtores nacionais. 

O estado tem papel de destaque nessa cadeia produtiva que movimenta a economia, gera empregos, contribui para a conservação do meio ambiente e melhora a vida nas comunidades rurais.

No caso dos plantios de pinus, a região Sul do Brasil é predominante, devido às condições climáticas e de solo favoráveis para essa espécie. A região responde por 89% da área total de plantios de pinus do país, sendo que o Paraná é responsável por 50,49% do volume de madeira de pinus produzido no Brasil, sendo a segunda maior área de pinus do país.  

Benefícios das florestas plantadas

O cultivo comercial de florestas no Brasil atende à expressiva demanda por madeira e ainda reduz a pressão sobre florestas nativas. Além disso, existem outros benefícios:

Fixação de carbono: o setor é um dos maiores sequestradores de CO₂;

Recuperação de áreas degradadas: muitas florestas plantadas se encontram em terras antes improdutivas;

É um recurso renovável;

Conservação de recursos hídricos: investimentos para enriquecimento de APPs (Áreas de Preservação Permanente) e nascentes, além de monitoramento das bacias hidrográficas;

Biodiversidade em áreas de conservação: o setor mantém milhões de hectares de vegetação nativa conservada dentro de suas áreas, além dos investimentos em monitoramento de fauna e flora;

Fonte de energia para a indústria: o cavaco, um dos subprodutos de origem madeireira, assim como a biomassa florestal, são utilizados para a geração de energia, reforçando o compromisso com práticas limpas.

Geração de empregos

O impacto vai além do meio ambiente. De acordo com o Relatório Anual da IBA, em 2023, foram criados 33,4 mil novos postos de trabalho, somando um total de 690 mil empregos diretos e 2 milhões indiretos garantidos pela indústria. Ao todo, os postos de trabalho diretos e indiretos são estimados em 2,69 milhões em todo país, promovendo renda no campo e impulsionando o crescimento de pequenas cidades e comunidades. 

APRE: fortalecimento da silvicultura

À frente desse setor está a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), que há 57 anos reúne empresas e instituições comprometidas com o manejo florestal responsável e o desenvolvimento sustentável.

Atualmente, 41 empresas associadas respondem por 45,4% das áreas plantadas no estado, que juntas contribuem com cerca de 7,8% do PIB do estado. Além disso, o setor emprega mais de 500 mil pessoas. As empresas associadas também possuem elevado índice de certificação: 79,1% das áreas manejadas e conservadas pelas associadas seguem normas ambientais rigorosas. 

A APRE Florestas também incentiva a inovação e conhecimento científico, contando com dez instituições de ensino e pesquisa no Conselho Científico da entidade.

As iniciativas da associação incluem desde cursos técnicos até campanhas educativas e de prevenção, bem como projetos em parceria com a Embrapa Florestas, como o “Circule um Livro”, o Dia da Árvore e inclusive o Prêmio APRE de Jornalismo, que está em sua terceira edição e tem como objetivo valorizar a comunicação e a educação ambiental.

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