Maior produtora mundial de celulose e uma das maiores fabricantes de papel da América Latina, a Suzano lançou um projeto de legado cujos investimentos somaram US$ 100 milhões
Por: Rosangela Capozoli
REFLORESTAMENTO, CELULOSE E PAPEL
Em 2024, a Suzano celebrou um século exibindo uma lista extensa de ganhos alinhados a uma trajetória de eficiência operacional, crescimento e consolidação de mercado. Foi um ano marcado por alta de 8% no volume de vendas, maior ciclo de investimentos de sua história, avanços na área de inovação e inauguração da fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo (MS).
A conclusão da aquisição de ativos nos Estados Unidos pertencentes à empresa Pactiv Evergreen e de uma participação acionária de 15% na empresa austríaca Lenzing, além do anúncio de uma joint venture com a Kimberly-Clark, foram outros passos importantes dados no ano passado.
“A fábrica de Ribas do Rio Pardo foi o maior investimento já realizado pela Suzano”, afirma Douglas Lazzarini, vice-presidente executivo florestal. Com capacidade instalada de 2,55 milhões de toneladas por ano, transformou-se na maior linha única de produção de celulose do mundo.
O aumento do volume de vendas da companhia foi impulsionado, entre outros fatores, pela entrada em operação da nova planta. Na outra ponta, o câmbio favoreceu as exportações, resultando numa receita líquida de R$ 47,4 bilhões, alta de 19% em relação ao ano anterior. Após interpretações favoráveis, das quais representantes da Suzano também participaram, o setor de papel e celulose foi excluído da lista dos produtos afetados pela tarifa de Donald Trump.
Fábrica de Ribas do Rio Pardo – Suzano – A maior em linha única do mundo.
O Ebitda ajustado cresceu 31%, para R$ 23,1 bilhões, e a geração de caixa operacional aumentou 44%, atingindo R$ 14,7 bilhões. A fábrica de Ribas do Rio Pardo exigiu aportes financeiros da ordem de R$ 14,6 bilhões. “Dos investimentos totais realizados no ano passado, foram de R$ 17,1 bilhões, e que mostram claramente a visão de longo prazo da companhia”, destaca Lazzarini.
Maior produtora mundial de celulose e uma das maiores fabricantes de papel da América Latina, a Suzano lançou um projeto de liquidez cujos investimentos somaram US$ 100 milhões em parceria com instituições renomadas, visando impulsionar a formação de líderes em sustentabilidade e pesquisas para a conservação da natureza, mudanças climáticas e gestão de recursos hídricos, entre outros focos ambientais.
Nas operações de silvicultura, a companhia acelerou a mecanização e automação, chegando a marcar 58% das operações mecanizadas com o objetivo de atingir 88% até 2030. “Hoje, praticamente 100% das nossas atividades contam com sistemas tecnológicos avançados, como pilotos automáticos para plantio, controle preciso de fertilizantes e computadores de bordo nas máquinas de colheita.”
Segundo Lazzarini, todo ano a Suzano injeta mais de 1% da receita da nova planta.
O núcleo de negócios florestais da empresa também avançou significativamente, com aumento de 31%, para mais de 23,1 bilhões, e geração de caixa operacional de R$ 14,7 bilhões. A fábrica de Ribas do Rio Pardo recebeu aportes da ordem de R$ 14,6 bilhões e foi acompanhada de investimentos totais que somaram R$ 17,1 bilhões no ano.
TOP 10 DAS MELHORES POR SETOR – REFLORESTAMENTO, CELULOSE E PAPEL
(Quadro com ranking e números — transcrição dos nomes das empresas)
- Suzano Papel e Celulose S/A
- Klabin
- Cenibra
- Itamarati
- Amata Brasil
- Mil Madeiras
- Amata Florestal
- Valor Florestal
- Refloresta Brasil
- Sartori

Douglas Lazaretti – Vice-presidente executivo florestal
A receita líquida em inovação, sendo que R$ 150 milhões, em 2023, foram destinados a frentes como biotecnologia, melhoramento genético e tecnologia. “Ampliamos o nosso uso de inteligência artificial generativa em nossas fábricas. Inovação é parte da nossa estratégia de longo prazo para garantir sustentabilidade e competitividade”. diz. Na área ambiental, a inovação também soma uma alçada fundamental da companhia, que em 2023 conseguiu reduzir em quase 60% a emissão de indicadores florestais, mesmo diante de um cenário nacional de alta climática.
No front externo, o setor acena com um mercado cada vez mais promissor. Estudo feito pela Rabobank prevê que a celulose do Brasil no mercado global deve se manter aquecida por anos, por causa do crescimento de produtos sustentáveis, como relação aos plásticos e ao crescimento das novas fibras de madeira para embalagem e de outros bens de consumo.
De acordo com Andrés Padilla, analista da Rabobank, a “China segue como principal destino da celulose brasileira, mas a expansão de sua produção interna deverá reduzir as importações a médio prazo”. Ao mesmo tempo, há espaço para fortalecimento das exportações brasileiras para os Estados Unidos, hoje o segundo maior comprador.”
TABELAS
Receita Líquida (R$ milhões)
Classificação por setor / variação da receita líquida anual
- Klabin – 24.742,10
- International Paper – 8.526,96
- Suzano Papel e Celulose – 7.316,41
- Papirus – 3.774,60
- Ibema – 3.374,20
- Orsa – 3.100,61
- Embalagens Bandeirantes – 2.744,28
- Renova – 2.710,12
- Hermape – 2.693,72
- Melhoramentos – 2.654,81
- Santa Maria – 2.590,47
Mediana do setor: 2.677,20
Market Toal (R$ milhões)
Valor de mercado / médio do setor
- Suzano Papel e Celulose – 164.270,17
- Klabin – 44.754,79
- International Paper – 28.937,44
- Ibema – 6.312,33
- Orsa – 4.127,22
- Melhoramentos – 2.937,88
- Renova – 2.802,01
- Amata Florestal – 2.715,87
- Valor Florestal – 2.399,39
- Sartori – 2.372,28
Mediana do setor: 2.814,00
Índice de Alavancagem (dívida líquida/ebitda ajustado)
- Orsa – 2,89
- Klabin – 2,56
- International Paper – 2,36
- Ibema – 2,12
- Papirus – 1,84
- Suzano Papel e Celulose – 1,75
- Santa Maria – 1,67
- Embalagens Bandeirantes – 1,45
- Renova – 1,39
- Hermape – 1,06
Mediana do setor: 1,75
Margem Líquida (%)
- Itamarati – 27,92
- Melhoramentos – 22,91
- Valor Florestal – 21,28
- Amata Florestal – 19,84
- Orsa – 17,42
- Ibema – 15,97
- Papirus – 15,72
- Renova – 15,51
- Santa Maria – 15,40
- International Paper – 14,87
Mediana do setor: 15,8
Rentabilidade do PL (%)
Lucro líquido / patrimônio líquido
- Suzano – 71,33
- Klabin – 69,19
- Ripasa – 59,44
- Votorantim – 56,94
- Melhoramentos – 56,72
- Renova – 45,81
- Celulose Irani – 44,60
- Itapira – 40,28
- Nita Carioca – 39,73
- Santa Maria – 35,27
Mediana do setor: 41,57
Liquidez Corrente (índice)
Ativo circulante / passivo circulante
- Valor Florestal – 9,65
- Sartori – 8,51
- Renova – 7,24
- Amata Florestal – 7,14
- Embalagens Bandeirantes – 6,31
- Hermape – 5,31
- Santa Maria – 4,97
- Suzano – 4,14
- Melhoramentos – 3,91
- Papirus – 3,71
Mediana do setor: 4,58
Margem da Atividade (%)
Ebitda/receita líquida
- Suzano Papel e Celulose – 71,33
- Klabin – 69,19
- Ripasa – 59,44
- Votorantim – 56,94
- Melhoramentos – 56,72
- Renova – 45,81
- Celulose Irani – 44,60
- Itapira – 40,28
- Nita Carioca – 39,73
- Santa Maria – 35,27
Mediana do setor: 41,57
Informações: Globo Rural.









